A verdade sobre São Josafat

O santo mártir Josafat nasceu na Ucrânia em 1580 de pais ortodoxos. Desde muito pequeno viveu uma vida santa e através da liturgia eslava, sempre procurou a verdade e a glória de Deus. Em busca da verdade, voltou-se em comunhão com a Igreja Católica.[1] Josafat não foi o único. Como ele, em 1596 bispos ucranianos e bielo-russos da jurisdição do Metropolita de Kiev decidiram confirmar sua união com a Sé Apostólica de Roma através do ?Tratado de Brest?.[2] Estes povos viram a Igreja Romana como a única mãe de toda a comunidade cristã, prestando a ela a devida obediência e veneração.[3] Com freqüência, a história de São Josafat confunde-se com a história do Tratado de Brest.

 

Apesar da decadência da Igreja e dos mosteiros ucranianos, Josafat deixou uma promissora carreira de comerciante a fim de entrar para o Mosteiro da Santíssima Trindade na cidade de Vilna em 1604. A necessária reforma do monasticismo na Ucrânia coube ao Metropolita de Kiev José V. Ruts’kyj. Com a assistência de São Josafat eles consolidaram os monastérios em uma congregação sob suas jurisdições dando a elas constituições (Typikon), baseadas nas Regras de São Basílio Magno[4], por isso seus membros são conhecidos como os ?Irmãos Basilianos?. Com o seu asceticismo espiritual, sua vida de penitência, seu serviço incansável pela igreja, ele realizou uma efetiva contribuição para o renascimento não somente do monasticismo, mas também da vida cristã naquelas terras.[5]

 

De monge Josafat tornou-se arquimandreta (abade) e de arquimandreta, bispo e como São Basílio Magno foi capaz de balancear sabiamente pregações com períodos de solidão, freqüentemente recorrendo à oração interior. Singularmente uma figura perfeita de bispo e um exemplar promotor e legislador da vida monástica.[6] Josafat, arcebispo de Polotsk e Vitebsk, foi afamado pela santidade de sua vida e pelo seu zelo apostólico, sendo um intrépido defensor da unidade.[7] Por esta unidade Josafat lutou toda a sua vida e também por ela morreu mártir já que sentia-se chamado pela Divina Providência para restabelecer em todo o lugar a unidade da igreja.[8]

 

Josafat conhecia a verdade, e a verdade o libertou.[9] Mártires são chamados a ser testemunhas, pois pelo sofrimento corporal até a morte testemunham a verdade; de fato não qualquer verdade, mas a verdade mostrada por Cristo, pois os mártires são suas testemunhas. Tal verdade é a verdade da fé. Assim, a causa de todo martírio é a verdade da fé.[10] Esta verdade defendida por Josafat é: O Papa, Bispo de Roma e Sucessor de São Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja. É o vigário de Cristo, cabeça do colégio dos Bispos e pastor de toda a Igreja, sobre a qual, por instituição divina, tem poder, pleno, supremo, imediato e universal.[11]

 

Josafat foi perseguido com amargo ódio e com planos sanguinários pelos ortodoxos que eram contra a re-união com a Sé Apostólica de Roma. Em 12 de novembro de 1623, foi ferido de forma inumana e assassinado com um machado.

 

Através de seu martírio, tudo o que tinha ele deu em oferta: alma, corpo, sangue e vida.[12] O sagrado sangue deste mártir tornou-se de alguma forma a semente da igreja, já que este parricídio salvou seus assassinos, com arrependimento de seus atos, renunciando o cisma e execrando seu crime antes da morte. Ele foi um notável mártir pela fé Católica e unidade naquela época, mas não o único; não poucos – clérigos e leigos – receberam a mesma palma da vitória depois dele, passando ao triunfo sobre a morte até a eternidade.[13] Agora o corpo incorrupto de Josafat repousa na Basílica Vaticana, sob o altar de São Basílio, onde continuamente recebe a homenagem comovida e grata de toda a catolicidade.[14]

 

Logo após a sua morte, Josafat já era aclamado santo pelo povo e muitas foram as conversões atribuídas pela sua intercessão, inclusive a de seus assassinos que fizeram a profissão de fé pública e abraçaram a união pregada por ele.[15] A Igreja Greco-Católica Ucraniana vivia um período de florescimento das estruturas eclesiásticas, com reflexos benéficos sobre a vida religiosa, sobre a formação do clero e sobre o empenho espiritual dos fiéis.[16]

 

Entretanto, tanta vitalidade eclesial foi sempre acompanhada pelo drama da incompreensão e oposição.[17] Este espantável crescimento da fé Católica em terras ucranianas e a conseqüente objeção da Igreja Ortodoxa Russa a este fato, fizeram com que o sangue de Josafat não fosse o único derramado pela fé católica. Um exemplo disso foi durante o regime russo. Os czares Nicolau I e Catarina II aboliram a hierarquia católica através de uma forte perseguição forçando os católicos a passarem para a ortodoxia. Durante o reinado de ambos, aproximadamente dois milhões de ucranianos católicos foram obrigados a passar para a igreja ortodoxa russa. Diante desses fatos os que reagiam eram assassinados.[18] Ironicamente aos que foram obrigados a deixar a Igreja Católica era dada uma medalha com a inscrição ?Separados pela força, unidos pelo amor?.  Jamais um povo católico sofreu tanto e perdeu tantas vidas em defesa da fé católica como o povo ucraniano.[19]

 

Apesar desta grande opressão, os católicos ucranianos permaneceram firmes na fé Católica instituída em terras ucranianas por São Valdomiro e restaurada por São Josafat. Assim os oponentes da união lançaram mão de métodos não menos desprazíveis a fim de conter o aumento de católicos no território da Ucrânia. Uma série de injúrias e difamações foram criadas contra a Igreja Católica e contra o mais estimado de seus santos, São Josafat. Até pouco tempo atrás o Patriarcado de Moscou possuía apenas um periódico em terras ucranianas que tinha como único objetivo converter os católicos à ortodoxia.[20]

 

São Josafat foi uma das maiores vítimas desta tentativa de desmoralizar a Igreja Católica. Do conhecido santo, mártir e bem-feitor, São Josafat passou a ser chamado de ?apóstata venenoso e pervertido? pelos ortodoxos. A fim de inverter os fatos históricos a ele foram atribuídos assassinatos em massa de fiéis ortodoxos, profanação de suas igrejas, o exílio de seus hierarcas, além de uma suposta aliança com judeus e poloneses que teria como objetivo exterminar a fé ortodoxa nos territórios eslavos. Naquela época uma grande quantidade de textos neste tom foram escritos sobre Josafat e vários dos que chegaram até nós o retratam desta forma. Atacar Josafat foi para eles uma espécie da tática, uma forma de atacar o catolicismo indiretamente. Josafat foi o primeiro santo das Igrejas Orientais a ser beatificado pelos processos oficiais de canonização da Igreja Católica em 1643.[21] Dizer que a Igreja Romana intencionalmente beatificou um assassino foi a maneira que encontraram para legitimar as suas acusações e colocar em cheque a credibilidade do catolicismo.

 

Todas estas falsas atrocidades que teriam sido cometidas por Josafat foram descritas por ?historiadores? com um grande pesar e melodrama elevados á categoria de ?fatos históricos?, e suscitados hoje em dia como um aviso à Ortodoxia do suposto perigo que representa a Igreja Católica e seu ecumenismo. Porém algo é deixado de lado por quem analisa estes textos e neles acreditam cegamente e sem o mínimo de discernimento. Estas pessoas se esquecem da atitude da Igreja Ortodoxa Russa naquela época contra seus ?inimigos?. É conveniente lembrar que hoje em dia realidade não é muito diferente.

 

Tudo o que foi relatado pelos ortodoxos a respeito de São Josafat e da União de Brest foi escrito e editado pela chamada ?Comissão Arqueológica Imperial de São Petersburgo?, estabelecida e financiada pelo governo czarista russo.[22] É importante salientar que os Czares, alguns anos após a morte de São Josafat, tentaram profanar as suas relíquias[23] e que sempre foram incondicionalmente a favor da Igreja Ortodoxa, pela sua política cesaropapista e a facilidade de manipular o povo através da religião. Textos fidedignos daquela época sobre São Josafat e a União de Brest são as atas de sua beatificação e a do autor polonês Edward Likowski, que baseou seu trabalho nos documentos originais preservados nos arquivos poloneses.[24]

 

Diante de todos estes fatos, admite-se que história original sobre os católicos na Ucrânia foi adulterada e editada antes de sua publicação, já que todos os livros religiosos eram classificados e submetidos a um exame minucioso do Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Russa. Sabendo como era estrita a censura de todas as publicações da Rússia czarista, pode-se estar certo de que estes originais, antes de sua publicação, foram adulterados e editados de tal maneira que sustentasse o ponto de vista ortodoxo russo.[25] Lembramos que desde sempre o clero ortodoxo russo foi contra a o Catolicismo e qualquer outra religião na Ucrânia que não a ortodoxa, pois isso representaria uma perda de poder do Patriarca de Moscou. Este patriarcado jamais admitiria que a Igreja Católica poderia fazer um santo como Josafat, especialmente um que defendia a Sé Apostólica de Roma e que reconhecia a fragilidade da eclesiologia ortodoxa.[26]

 

Outro artifício pior que este foi a criação de dois santos ortodoxos com uma história semelhante a de Josafat. Ao invés de defensor da fé Católica e morto por ortodoxos, criaram dois santos ucranianos ditos ?defensor da fé ortodoxa? e ?morto pelos católicos.? Apresento-vos respectivamente: São Jó de Pochaev e Santo Atanásio de Brest (coincidentemente ?de Brest?, cidade onde foi assinado o tratado de re-união com a Igreja Católica). Possivelmente tiveram uma vida santa visto que ambos foram abades na Ucrânia e, apesar de ortodoxos, compartilhavam do ideal de São Josafat de restaurar os mosteiros ucranianos baseados na verdadeira caridade de Cristo. E de fato o fizeram, pois com o renascimento dos mosteiros católicos e o crescimento do número de seus monges, também os mosteiros ortodoxos foram obrigados a reconstruir suas estruturas[27]. Aliás, pelo que parece, na prática, estes personagens estão longe de ser perturbadores do catolicismo ucraniano. São Jó, por exemplo, ao fundar a editora do mosteiro de Pochaev também beneficiou católicos, por disponibilizar ao povo uma grande quantidade de livros litúrgicos, bíblicos e patrísticos em língua eslava. Estes livros seguiam à risca a tradução para fins missionários dos apóstolos dos eslavos, São Cirilo e São Metódio, disseminando assim este trabalho que fora aprovado, incentivado e reconhecido pelo Papa Adriano II.[28] Em 1720, o mosteiro de Pochaev e sua editora tornaram-se católicos, sob a administração da Ordem Basiliana de São Josafat. Neste período, a editora (legado de Jó) alcançou o seu ápice religioso e cultural. A partir daí, livros católicos também foram editados lá, assim católicos e ortodoxos utilizavam-se do mesmo evangelho, do mesmo texto litúrgico como uma experiência primária de unidade[29].

 

Até hoje, a análise dos escritos ou a hagiografia de Jó e Atanásio fazem-nos perguntar se estes santos-ortodoxos eram de fato ?anti-romanistas? ou apenas contra a desnacionalização da Ucrânia por parte da Polônia, bem como todo ucraniano daquela época, quer ortodoxo, quer católico, quer clérigo, quer leigo.

 

Através de relatos históricos sabe-se que de fato, na época de São Josafat e da União de Brest, muitos ucranianos foram brutalmente assassinados, porém jamais qualquer membro do clero esteve neles envolvido. Nesta referida época, a Ucrânia foi invadida por muitos poloneses obrigando que parte da população fugisse para áreas desertas do baixo Dnieper, formando o grupo Cossaco.[30] Um historiador da época, numa de suas obras, anotou: ?As torturas dos faraós eram insignificantes em comparação à tirania dos poloneses?. Estes atos bárbaros eram cometidos unicamente por razões econômicas, já que os ucranianos eram ?servos-colonos? ou escravos dos poloneses.[31] Lamentavelmente, alguns historiadores não bem intencionados tentam relacionar estes fatos com o clero Ucraíno-Católico já que o Tratado de Brest fora apoiado e incentivado pelo Rei polonês Sigismund III, o que teria gerado uma suposta aliança entre Ucraíno-Católicos e poloneses a fim de ?aniquilar a ortodoxia na Ucrânia?.

 

A verdade é que apoio polonês deu-se exclusivamente através de Sigismund Vasa. Antes do Tratado de Brest ser concretizado – e caso ele não tivesse ocorrido – os poloneses não apenas pretendiam realizar conversões individuais dentre os ucranianos, mas também convertê-los a latinos; conversões estas completamente avessas à comunhão eclesiástica pretendida pelos ucranianos. Isto porque estes poloneses acreditavam que a maior motivo da decadência da Igreja ucraniana era o clero casado, a língua eslava utilizada na liturgia, a falta de autoridade dos bispos e a ausência de cultura religiosa do povo ucraniano. Apesar de realmente bem intencionados este pensamento equivocado por parte dos poloneses, registrados em um livro escrito pelo jesuíta Pedro Skarga, não geraram nada além de polêmicas. O então príncipe da Ucrânia Ostroz?kyj – naquela época favorável a união – reuniu o maior número que pôde destes exemplares e os queimou.[32]

 

Após a re-união concretizada, os aspectos citados como negativos pelos poloneses e que eles gostariam de ter alterado, permaneceram intactos.  De fato, nada mudou na estrutura da igreja: a não necessidade de debates sobre dogmas; a inalterabilidade dos rituais; a possibilidade do clero casado. Outros aspectos foram opostos ao que pretendiam os polacos, como a garantia da não inclusão de hierarcas estrangeiros para os católicos orientais; que a autoridade dos bispos ucranianos deveria ser a mesma dos bispos latinos e que igrejas orientais não poderiam ser convertidas em igrejas latinas.[33] Como é possível perceber, esta suposta aliança jamais existiu, já que o apoio polonês acabou exatamente quando o Tratado foi assinado, pois nada que se pretendia pôde ser executado. Pelo contrário, além de não gerar ajuda dos leigos poloneses, o Tratado de Brest criou uma forte oposição por parte da hierarquia Católica Romana já que a união teria impedido a penetração dos missionários latinos em terras ucranianas e bielo-russas.[34]

 

É importante mencionar os artifícios lamentáveis usados pela Igreja Ortodoxa também na era moderna para conter o aumento de Católicos em terras ucranianas. Falamos do pseudo-concílio de Lviv. No inverno de 1944-45 o regime soviético e a igreja ortodoxa proibiram todo e qualquer contato da hierarquia católica com o seu clero e fiéis e iniciou uma campanha de encontros e propaganda forçados em favor da união com a Igreja Ortodoxa Russa. Os oponentes eram aprisionados e torturados. No mês de abril de 1945 toda a hierarquia Greco-Católica foi aprisionada.[35] O então Arcebispo-mor e confessor José Slipyj com seus auxiliares foram presos pela polícia soviética e condenados a trabalhos forçados na Sibéria. A ele foi proposta a liberdade na condição de que pedisse sua demissão de chefe da Igreja Ucraniana Católica, ele recusou e sua pena foi prolongada.[36]

 

Nos dias 8-10 de março de 1946, um “sínodo” de 216 sacerdotes aterrorizados e 19 leigos, orquestrado em Lviv sob a liderança deste grupo, aboliu o Tratado de Brest de 1596. Isso deu a entender que era um sínodo da Igreja Católica Ucraniana e até os dias de hoje a Igreja Ortodoxa Russa o confirma e recusa resolutamente repudiar seja o sínodo ou o próprio papel que desempenhou nesse ardil. Mas, como as autoridades da Igreja Ortodoxa Russa estão bem cientes, a hierarquia completa da Igreja Católica Ucraniana estava aprisionada e toda a junta do sínodo já havia sido convertida à ortodoxia, mas isso foi mantido em segredo até que a farsa fosse ratificada. Até os dias de hoje negam-se desmentir ou negar tal sínodo. Esta ação foi seguida de prisões em massa, interrogatórios, abusos, processos, banimentos e deportações, causando incalculáveis sofrimentos e mortes.[37]

 

Contudo, mesmo no meio de provações e sofrimentos indizíveis, a Providência Divina não permitiu o desaparecimento de uma comunidade que, durante séculos, foi considerada uma parte legítima e vivaz da identidade do povo ucraniano. Desta maneira, a Igreja Ucraíno-Greco-Católica continuou a manifestar o seu próprio testemunho de unidade, de santidade, de catolicidade e de apostolicidade da Igreja de Cristo. No caminho paciente da fé vivida no dia-a-dia, na comunhão com os Sucessores dos Apóstolos, cuja unidade visível é garantida pelo Sucessor de Pedro, a Comunidade Católica Ucraniana conseguiu conservar viva a sagrada Tradição em toda a sua integridade.[38]

 

Com um sínodo em 1980 a Igreja Ucraniana foi novamente reconhecida e saiu das catacumbas para passar novamente à vida de esperança.[39] Inevitavelmente, esta emergência das Igrejas Católicas Orientais induziu a conflitos confessionais e a um renascimento da histeria tradicional anti-romana por parte dos ortodoxos.   Enquanto os católicos enfrentam esta questão através do exame de consciência, com freqüência dolorido, grande parte das publicações dos ortodoxos sobre o assunto, altamente preconceituosas, é, com freqüência, uma mistura de histeria e de mentiras, talvez por considerar tais ações como um ato missionário desesperado em prol da ortodoxia em terras eslavas. Ainda hoje, Igrejas Católicas ucranianas centenárias são queimadas por ortodoxos e o santo mártir Josafat é novamente chamado de ?malevolente?.[40]

 

Talvez uma das maiores razões para tanta insistência do Patriarcado de Moscou em acusar a Igreja Católica e supostamente ?defender? a ortodoxia na Ucrânia deve-se ao fato de que são os ucranianos que sustentam a Igreja Ortodoxa Russa. Em 1996, As estatísticas do Patriarcado de Moscou afirmam que 90% de seus fiéis estão na Ucrânia e que 83% do seu clero são provenientes da Ucrânia Ocidental (onde há a maior concentração de católicos). Assim, começa a se tornar claro que as reclamações da Ortodoxia não são motivadas pelo zelo das almas e a construção do Reino de Deus. As acusações contra o ?uniatismo?, como parece cada vez mais evidente, é um mero rótulo de propaganda política criado para cobrir os interesses particulares das igrejas ortodoxas.[41] O mesmo vale para as acusações do Patriarcado de Moscou contra o Patriarcado Ortodoxo de Kiev, a Igreja Ortodoxa Autocéfala Ucraniana e qualquer outra denominação religiosa que ouse instalar-se nestas terras.

 

Histórias de tais crimes não justificam nada, é óbvio ? mas elas servem para explicar. Pois nada acontece sem razão e relatos de eventos trágicos sem uma exposição daquilo que os provocaram, ou o relato somente daquela parte da história que favorece a si próprio, não é história, mas sim propaganda confessional.[42] Quanto a São Josafat, todo ucraniano sincero e consciente das infelizes manipulações e inverdades criadas por partes dos ortodoxos reconhece que certamente seria difícil encontrar outro homem que tenha trazido maior entusiasmo para seu povo ou que tenha feito mais para o bem-estar espiritual que ele, seu pastor e apóstolo. Isto é particularmente evidenciado pelo fato de que Josafat derramou seu próprio sangue a fim de preservar a unidade da Santa Igreja.[43]

 

Portanto, falemos a verdade daquele que viu a verdade, pregou a verdade e morreu pela verdade. Estamos convencidos de que pelo correto conhecimento dos fatos haverá uma justa apreciação dos homens e, ao mesmo tempo, aquele honesto espírito de boa vontade que, juntamente com o amor de Cristo, não pode nada senão ajudar, através de Deus, na conquista da unidade religiosa. Desejamos também que todos os fiéis, seguindo os ensinamentos e os passos de Josafat, esforcem-se, cada um de acordo com suas habilidades, a fim de cooperar conosco pelo cumprimento deste propósito.[44]

 

Ó Santo hieromártir Josafat, rogai a Deus por nós pecadores.[45]

 



[1] Pio XI, Carta enc. Ecclesiam dei on Saint Josaphat. (12 de novembro de 1923)

 

[2] PEKAR, A. The union of Brest and the attempts to destroy it. In: Analecta OSBM XIV. Rome: Basilian Fathers, 1992. pp.152-170

 

[3] Pio XII, Carta enc. Orientales Omnes Ecclesias (23 de dezembro de 1945)

 

[4] PEKAR, A. Monasticism in Ukraine. In: Analecta OSBM XIII. Rome: Basilian Fathers, 1988. pp. 378-386

 

[5] Pio XI, op. cit.

 

[6] João Paulo II, Carta ap. Patres Ecclesiae (2 de janeiro de 1980)

 

[7] Pio XII, op. cit.

 

[8] João Paulo II, Discurso na reunião geral da Ordem de São Basílio Magno (8 de julho de 2000)

 

[10] AQUINO, T. Suma teológica. São Paulo: Loyola, 2003-2004.

 

[11] CATECISMO da Igreja Católica. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1993. p. 253

 

[12] ПІСНЮ СЛАВИ. In: Церковні пісні. Prudentólpolis: Padres Basilianos, 1998. pp. 239-240

 

[13] Pio XI, op. cit.

 

[14] João Paulo II, Carta ap. Aproxima-se. op. cit.

 

[15] PEKAR, A. O apóstolo da união. Apucarana: Voz do Paraná, 1973. p. 38

 

[16] João Paulo II, Carta ap. Aproxima-se. op. cit.

 

[17] Ibid.

 

[18] KHATLAB, R. As Igrejas orientais católicas e ortodoxas: tradições vivas. São Paulo: Ave Maria, 1997. p. 41

 

[19] HANEIKO, V. Uma centelha de luz. Curitiba: Kindra, 1985. p.39

 

[20] Cf. www.risu.org.ua

 

[21] PEKAR, A. O apóstolo da união. Apucarana: Voz do Paraná, 1973. pp. 38-39.

 

[22] PEKAR, A. The union of Brest and the attempts to destroy it. op. cit. pp. 152-170

 

[23] PEKAR, A. O apóstolo da união. Apucarana. op. cit. p. 40

 

[24] Id. The union of Brest and the attempts to destroy it. op. cit. pp. 152-170

 

[25] Ibid.

 

[26] Sobre a eclesiologia ortodoxa: Cf. KOUBECH, V. Da criação à parusia: linhas mestras da teologia cristã oriental. São Paulo: Paulinas, 2004. pp. 103-106.

 

[27] PEKAR, A. The union of Brest and the attempts to destroy it. op. cit.

 

[28] João Paulo II, Carta encíclica. Slavorum apostoli (2 de junho de 1985)

 

[29] Cf. PATRIARCH JOSEPH SLIPYJ, Pastoral letter. On the unity in Christ (3 de junho de 1976)

 

[30] BORUSZENKO, O. Os ucranianos. Boletim informativo da casa Romário Martins. Curitiba, v. 22, n. 108, out. 1995. p. 04

 

[31] TSVIETKOV, V. A pequena história da Ucrânia-Rush. Curitiba: Estética, 1994. pp. 50-51

 

[32] SENYK, S. The background of the union of Brest. Analecta OSBM XV. Rome: Basilian Fathers, 1996. pp.103-144.

 

[33] TREATY of Brest. Brest, 1595.

 

[34] PEKAR, A. The union of Brest and the attempts to destroy it. op. cit. pp. 152-170

 

[35] TAFT, R. Anamnesis not amnesia: the ?healing memories? and the problem of ?uniatism?. In: 21st Kelly Lecture, 2000. Toronto.

 

[36] KHATLAB, R. op. cit. pp. 101-102

 

[37] TAFT, R. op. cit.

 

[38] Bento XVI, Carta ao Cardeal Lubomyr Hussar, Arcebispo Maior de Kiev e Halyc (22 de fevereiro de 2006).

 

[39] KHATLAB, R. op. cit. p. 103

 

[40] TAFT, R. op. cit.

 

[41] DANYLAK, R. Union of Brest. Catholic Insight. Toronto. Nov. 1996

 

[42] TAFT, R. op. cit.

 

[43] Pio XI, op. cit.

 

[44] Ibid.

 

[45] СУПЛІКАЦІЯ. In: Хліб життя: молитовик для українського народу. Prudentópolis: Padres Basilianos, 2000. p. 419

 

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