Algumas respostas católicas à soteriologia calvinista

1) Diz você que a Bíblia nos demonstra que se determinada pessoa não permanecer na graça uma vez conferida, ela pode cair dela e se condenar, pela sua fragilidade perante os efeitos do pecado original. Pergunto. Onde a Bíblia diz isso?

2) Você crê que as outras pessoas se perdem porque podem resistir ao chamado de Deus, e serem causa de sua própria condenação. Daí você usa Pv 1,24-26: “Uma vez que recusastes o meu chamado, etc, etc. Tudo bem. O que você ainda não respondeu é porque algumas resistem e outras não resistem. A fé para a salvação não é dom?

Depende do homem querer receber esta fé salvadora ou de Deus distribuir a quem Ele escolheu antes da fundação do mundo para a salvação? É esse o ponto. Qual você escolhe?

3) Você diz que não é Deus que “determina” que alguém lhe resista mas sim que Ele “permite” que alguém lhe resista. Sem colocar frases “minhas” na sua boca (ou melhor, nos seus dedos :-))) porque então Deus “permite” que alguns lhe resista e “não permite” que alguns não lhe resista? Para entender melhor vamos dar uma olhada em Êxodo Capítulo : 11: 7 “Mas contra os filhos de Israel nem mesmo um cão moverá a sua língua, nem contra homem nem contra animal; para que saibais que o Senhor faz distinção entre os egípcios e os filhos de Israel.” Isto é determinação ou permissão?

Agora veja o 10. “E Moisés e Arão fizeram todas estas maravilhas diante de Faraó; mas o Senhor endureceu o coração de Faraó, que não deixou ir da sua terra os filhos de Israel.”

Foi Faraó que permitiu que o Senhor endurecesse seu coração?

4) Sobre Gn 6,5 você pede que eu leia Gn 6,8. Tudo bem diz que “Porém Noé achou graça diante do SENHOR.” Nós devemos a nossa salvação porque Noé achou graça diante do SENHOR? Foi neste instante que Deus resolver punir os ímpios e salvar só os justos? Veja então Hebreus 11:7 Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé. Não dá para fugir da salvação pela fé somente.

5) Diz você que não rejeita a depravação total. Você se contradiz então ao dizer que rejeita a ênfase de inabilidade total que nós calvinistas damos a esta doutrina. É conseqüência. A depravação total leva o homem à inabilidade total para buscar Deus. O Ewerton pelo menos é coerente. Sabe que se aceitar a depravação total terá que reconhecer a inabilidade total do homem em buscar Deus. Por isso ele diz que o homem está ferido, como Armínio dizia e não morto, como Agostinho ensinou.

Ou rejeita a depravação total ou “vem pra Caixa você também”!!

6) Você concorda que somente o regenerado cumpre a vontade do Pai. Conseqüentemente você deve de agora em diante dizer que a regeneração precede a fé, já que crer em Jesus é uma ordem e você concorda que somente o regenerado cumpre a vontade do Pai. Novamente você e o Ewerton estão em lados opostos. Ele crê ao contrário, ainda que eu lhe mostrei na Palavra que é impossível a posição dele.

Caro amigo… 

Devido os meus tantos afazeres de agora em diante estou restrito, não com pesar no coração, de participar mais ativamente deste tão misterioso e precioso debate. As mensagens que antes foram trocadas, e que ainda se está, são boas fontes para pesquisa, e cada um, de posse do seu livre-arbítrio, vai poder escolher entre o que é certo e errado nos termos da verdadeira doutrina bíblica. Glória a Deus que nem eu, nem você, nem o Ewerton, Farrapa, Cláudio, Ian e os demais colegas desta abençoada lista estão dispostos a dissecar cirurgicamente tão difícil e obscuro mistério sobre a predestinação. O que fazemos aqui é tentar clarear o que cada uma de nossas crenças religiosas, seguidas de nossas devidas aceitações de credibilidade nelas, ensina, ou não, sobre este assunto. O que evidentemente não nos intimida em nada em declarar que determinada linha de teologismo está um tanto envergado para o lado da heresia, e é aí que disputamos com unhas e dentes, e alguns teclados, sobre a defesa do que é para nós a mais próxima reflexão da verdade, última que só cabe a Deus, e a nós, quando na vida eterna. 

Quero tentar te esclarecer alguns pontos que você, como de costume, elegeu em mal entender, seja intencional ou não. Mas diante da intensiva e maçante repetição de outras mensagens, precisarei resumir ao máximo o que puder para encaixar esta mensagem nos moldes da regra da lista, se possível…Em um de seus fragmentos você diz <<Você crê que as outras pessoas se perdem porque podem resistir ao chamado de Deus, e serem causa de sua própria condenação. Daí você usa Pv 1,24-26: “Uma vez que recusastes o meu chamado, etc, etc. Tudo bem>>…tudo bem o quê? Você, então, dizendo que está tudo bem, aceita que certas pessoas podem recusar o chamado de Deus, como mostra o versículo de Provérbios? Você não completou o seu raciocínio. Disse apenas um flutuante <<tudo bem>>, que sob hipótese alguma implica em algo definitivo. Entretanto, posso considerar que o seu tudo bem na verdade é um <<tudo mal>>, já que você termina por me questionar agora por quais metidos um resiste ao chamado de Deus, dizendo <<O que você ainda não respondeu é porque algumas resistem e outras não resistem. A fé para a salvação não é dom?>>. Deixe ver:  

1- você me questionou sobre a graça irresistível;

2- respondi-lhe com uma passagem bíblica onde o próprio Deus fala sobre seu chamado sendo recusado;

3- você me responde: <<tudo bem>>;

4?você diz que, agora, falta eu lhe dizer como as pessoas resistem ao chamado de Deus;

5?você pergunta se a fé para a salvação é um dom.

O que podemos concluir é que você, com seu <<tudo bem>> aceita que existem pessoas que resistem ao chamado de Deus? Somente agora quer saber <<como>> estas pessoas resistem? Como a fé, sendo dom, pode ser resistida? Você não me perguntou primeiramente porque as pessoas resistem ao chamado de Deus, para que você possa me dizer coisa do tipo <<O que você ainda não respondeu é porque algumas resistem e outras não resistem>>. Ora, não respondi porque você não perguntou, pelo menos, não claramente, pois o universo de nosso debate girou em torno da possibilidade da resistência à graça, não de seus métodos, posto que a própria bíblia afirma que a graça pode ser resistida, mas não mostra detalhadamente <<como>> o homem faz para fazer tal coisa. Para derrubar este calvinismo, basta saber que a graça pode ser resistida. Como e quando, é material que deixo para os caros teólogos se aprofundarem. Posso dizer que o <<porquê>> da resistência está no próprio livre-arbítrio do homem. O homem está em uma ponte: em uma extremidade, o reino de Deus. Na outra, o caldeirão do diabo. Deus chama, mas o homem escolhe se vai para um lado ou para o outro. Esta escolha depende do homem. Você me perguntou se <<depende do homem querer receber esta fé salvadora ou de Deus distribuir a quem Ele escolheu antes da fundação do mundo para a salvação>>. Meu santo, como te disse, não depende do homem <<receber>> este dom, mas sim <<escolher ficar e perseverar nele>>, como diz santo Agostinho:  

?Concordar nosso consentimento, de fato, com o decreto de Deus, ou a ele resistir, isto é (como tenho dito) a função de nossa própria vontade. E isto não somente não invalida o que foi dito ?que é que possuis que não tenhas recebido??, como na verdade o afirma. Pois a alma não pode receber nem possuir tais dons, os quais me refiro aqui, exceto por concordar por seu consentimento. E, portanto, o que quer que ela possua, e o que quer que receba, provém de Deus, e o ato de possuir e receber pertence, claramente, ao receptor ou possuidor? (Sto. Agostinho, On the Spirit and the Letter, Ch. 60, as found in: ed. Philip Schaff, D.d., LL D., Nicene and Post-Nicene Fathers, (Hendrickson Publishers) Vol. 5, 110.). 

Portanto o que o homem escolhe é de Deus, mas o ato de escolher é do homem. Deus concede a todos a sua graça (Tt 2,11) que é suficiente, mas ela se tornará eficaz em quem escolher crer e perseverar. Isto Ele já conhece antes do início dos tempos, mas nós não. Quem escolher pelo caminho do mal assim procede pela natureza decaída e pela influência da concupiscência. Entretanto, Deus não deixou o homem abandonado. Mesmo diante do pecado, Deus ainda assim chama o homem (Gn 3,9) e continua chamando até hoje.

A palavra ?graça irresistível? é, em si, uma contradição. A graça, enquanto um dom <<oferecido>>, pode ser acatado ou não. A graça não é uma força, é um dom, uma atitude, e quem a despreza colhe a justa retribuição (Pv 1, 22-33). Sem dúvida, este evento citado em Provérbios, e seria bom você refletir sobre ele, mostra que não há graça irresistível, pois Deus chama, mas algumas pessoas recusam: ?Eu vos chamei, tu recusastes. Estendi a mão, e não fizeste caso? (v.24). Isto se parece com graça irresistível? Sim ou não? Não responda <<tudo bem>>, mas se sim ou se não, pois se na Bíblia está o claro ensino que alguém pode recusar o chamado de Deus, a mão de Deus estendida, é porque este pode ser recusado. Se apenas uma única pessoa, na história da humanidade inteira, recusou o chamado de Deus, e ?comeu o fruto de sua conduta? (V.31), é porque a graça de Deus é resistível. 

Outra coisa interessante em seus argumentos. Você simplesmente não responde aos contra-argumentos que dispomos, ficando apenas a seu cargo redirecionar as perguntas. Quer ver um exemplo: quando eu disse que certas pessoas se perdem porque Deus permite que elas se percam, ao invés de você me dizer que não, que Deus <<não>> permite que certas pessoas se percam, você prefere me voltar uma outra pergunta: <<porque então Deus “permite” que alguns lhe resista e “não permite” que alguns não lhe resista?>>. Meu santo. Que tipo de pergunta é esta? Mas vou lhe dizer que se Deus não permitisse que algumas pessoas se auto-excluíssem da glória de Deus, então quem seria o autor desta exclusão? O assunto remonta ao supralapsarismo, onde a queda do homem estava desde antes predestinada, e por contigüidade lógica, o pecado que o homem cometeu estava dentro do desígnio de Deus, o que faz o pecado…uma vontade de Deus! o que é absurdamente uma afronta à teologia bíblica. Dessa forma cabe ao homem sua condenação, e a Deus permitir que o homem, pelo seu livre-arbítrio, caminhe por este lado da moeda. Interessante a sua colocação sobre o Faraó. Você me pergunta se foi o faraó que permitiu que Deus lhe endurecesse o coração. Claro que não! Foi exatamente o oposto: Deus permitiu que o coração do Faraó se endurecesse. Não foi Deus quem ativamente endureceu o coração do faraó, Ele somente <<o permitiu>>, pois vemos em Gn 7,13-14;8,15.32;9,34 que esta atitude é tomada pelo faraó. O que ocorre em outros versículos é o que os comentaristas chamam de ?hebraísmo?, que refere a Deus permitindo que o faraó assim procedesse.

Sobre a questão de Noé, vejamos que você deve estar misturando algumas coisas que não há necessidade. O que ocorre é que a terra estava corrompida, porém Noé, que era justo e conversava com Deus, ?alcançou o favor do Senhor? (Gn 6,8). Não estou eu aqui discutindo o motivo da salvação da humanidade Nem entendi que a sua questão envolvia tal coisa, pois se você se lembra ela primeiramente dizia respeito a Caim, tanto que você citou 1Jo 3,12 e eu 1Jo 3,13. Entretanto você me pergunta <<nós devemos a nossa salvação porque Noé achou graça diante do SENHOR?>>….onde eu afirmei isso? Não devemos a nossa salvação a Noé, mas nós podemos muito bem <<espelhar>> a nossa salvação nesta história de Noé, ou não podemos? E veja bem, você diz que <<não dá para fugir da salvação pela fé somente>> porque <<pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé>>. Agora me responda uma coisa: e se Noé não construísse a arca, em desobediência a Deus, seria justificado pela fé somente mesmo assim?

Quanto à depravação da humanidade, não há contradição alguma em mim, pelo simples fato de que esta doutrina é bíblica, mas não é bíblica a ênfase que o calvinismo lhe confere. Por causa do pecado de Adão, a natureza do homem sofre as privações da santidade e justiça, mas esta natureza não é totalmente corrompida, mesmo que sob a influência da concupiscência, que é a tendência ao mal. O problema com o calvinismo é a radicalidade. Segundo Loraine Boettner, o homem não é capaz de nem mesmo crer no Evangelho, pois sem o Espírito Santo o homem não pode ser convencido de sua verdade ?por qualquer quantidade de testemunhas?. Ou seja, o homem não pode se arrepender e nem crer no Evangelho, a menos que seja regenerado pelo Espírito Santo. Em resumo, o que o calvinismo chama de “Depravação Total” é:

Devido à queda, o homem é incapaz de, por si mesmo, crer de modo salvador no Evangelho. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas de Deus. Seu coração é enganoso e desesperadamente corrupto. Sua vontade não é livre, pois está escravizada à sua natureza má; por isso ele não irá – e não poderá jamais – escolher o bem e não o mal em assuntos espirituais. Por conseguinte, é preciso mais do que simples assistência do Espírito para se trazer um pecador a Cristo. É preciso a regeneração, pela qual o Espírito vivifica o pecador e lhe dá uma nova natureza. A fé não é algo que o homem dá (contribui) para a salvação, mas é ela própria parte do dom divino da salvação. É o dom de Deus para o pecador e não o dom do pecador para Deus.” (The Five Points of Calvinism – Defined, Defended, Documented, de David N. Steele e Curtis C. Thomas, Partes I e II, [Presbyterian & Reformed Publishing Co, Phillipsburg, NJ, USA.], feita por João Alves dos Santos)

Isso não é depravação total, mas inabilidade total. O que acontece é que a bíblia ensina o exato oposto! Pois em Atos 17,30 vemos que Deus exorta a todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam. Ou seja, Deus pede que o homem se arrependa. Como Deus pode pedir algo que, para os calvinistas, o homem não pode fazer? Onde está a justiça de Deus nisto, posto que os que não se arrependerem serão julgados negativamente? Pode Deus julgar os homens por não fazerem o que eles estão inabilitados a fazer, sendo que Deus determinou esta inabilidade? Veja que como falei, aceito que a natureza humana esteja totalmente corrompida pelo pecado de Adão, mas não <<destruída>>, pois o homem pode se arrepender e crer no Evangelho mesmo antes de ser regenerado (Jo 1,12; 3,15). Depravação total é uma coisa. Inabilidade total é outra. O católico pode sim crer na depravação total, mas não com a ênfase que o calvinismo lhe confere. Basta apenas um melhor entendimento dos conceitos, portanto o Ewerton sem dúvida não designou sua confiança na depravação total, porém na verdade o que ocorre é que o termo utilizado é impróprio. Com base nisso, vamos desfazer mais um mal-entendido.

Quando você me perguntou sobre quem faz a vontade de Deus é o regenerado ou o ímpio, não entendi em que aspecto você depositou suas intenções nesta questão, e eu respondi que seria o regenerado não porque somente o regenerado, depois de regenerado, pode crer no Evangelho. Se bem que na minha resposta citando o CCE, disse que existe uma fé que precede a regeneração, porém é uma fé imperfeita que tende a alcançar níveis maiores a medida em que o homem, após regenerado, cresce na graça: ?A fé que se requer para o batismo não é uma fé perfeita e madura, mas um começo, que é chamado a desenvolver-se? (CCE 1253). Portanto, não há contradição alguma entre mim e o Ewerton, posto que eu creio que há uma fé, ainda que juvenil, que precede a regeneração. Quando disse que somente o regenerado cumpre a vontade do Pai, devido a carência de mais informação sobre qual seria esta <<vontade do Pai>> que você colocou, posto que até respondi acanhadamente, com uma só palavra e com reticências (…), entendi que a vontade em questão seria a vontade salvífica que o homem somente conseguiria pela sua justificação e santificação, mediante a graça de Deus, que creio somente ser obtida pela regeneração (o ?nascer de novo?) pois somente entrará no Reino de Deus quem por esta experiência passar. Creio ter-me feito compreender agora…

Você afirmou <<crer em Jesus é uma ordem>>. Uma ordem expressa não oferece margem para escolha. Jesus, na piscina de Betesda, perguntou ao mendigo: ?queres ficar curado??. Para isto Jesus requer, mas não ordena, a fé da pessoa (Lc 7,50;8,48;17,19). Jesus, quando fez a pergunta ao mendigo, deu-lhe uma ordem, ou ofertou seu milagre mediante uma escolha?

Você me perguntou também onde que a Bíblia afirma que se determinada pessoa não permanecer na graça, ela pode cair e se condenar, pela sua fragilidade perante os efeitos do pecado original. Em 1Cor 15,10 Paulo diz: ?Graças a Deus, sou o que sou, e sua graça em mim não foi vã, já que eu trabalhei mais que todos eles; não eu, mas a graça de Deus comigo?. O que tornaria a graça de Deus vã? Paulo, com a palavra ?comigo?, está defendendo o semipelagianismo ou a doutrina católica da colaboração com a graça de Deus (colaboração com a graça de Deus, pela própria graça de Deus)? Vejamos o que diz Jo 3,18: ?Aquele que crê (pisteuon) no Filho tem a vida eterna; quem não crê (apeithon) no Filho não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus?. Muitas bílbias (RSV, NAB e NASB) traduzem o verbo grego <<apeithon>> como “obedecer”. Este verbo relaciona a “fé em Cristo” com a “obediência a Cristo”. São Paulo relaciona a fé com a obediência como uma “obediência da fé” (Rm 1,5) e com as boas obras pela “fé que opera pela caridade” (Gl 5,6). Veja que também está escrito “Pela fé Abraão obedeceu…” (Hb 11,8). De acordo com a linguagem bíblica, “crer” também significa “obedecer”. Como resultado do pecado de Adão (Rm 5,12) e através de nossos pecados graves, nós rejeitamos a Deus e servimos ao inferno. Perdemos a vida eterna (depravação total). O inferno, portanto, não é uma punição vingativa, mas uma conseqüência de nossa rejeição a Deus. Mesmo regenerados no batismo, podemos escolher livremente rejeitar este dom pelos nossos pecados graves, como escreve São Paulo em Rm 6,23: ?Porque o salário do pecado é a morte, enquanto o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor?. Creio que este verso é de alcance geral. Neste mesmo versículo, a vida eterna é o paraíso, e a morte é o inferno. O paraíso é um dom de Deus, mas nós podemos merecer o inferno por cometer pecados mortais. Veja que Paulo afirma ainda outra vez sobre a possibilidade do abandono da graça: ?Depois de termos recebido e conhecido a verdade, se a abandonarmos voluntariamente, já não haverá sacrifício para expiar este pecado. Só teremos que esperar um juízo tremendo e o fogo ardente que há de devorar os rebeldes? (Hb 10,26-27). Qual a sua posição diante desta verdade revelada por Paulo, frente aos 80 pontos da segurança eterna que você postou? Você sem dúvida alguma escreveria algo parecido se você estivesse certo que sua salvação está garantida?  

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