Carta de um Pastor ao ler um dos meus livros

Desde 1999 o ano em que o meu livro “As Diferenças entre a Igreja Católica e as Igrejas Evangélicas” foi publicado, recebi algumas cartas e muitos e-mails refutando o conteúdo. E como sempre, contestando a Igreja Católica.

Dessas cartas, resolvi destacar uma que não foi agressiva. Nesta, escreveu-me um Pastor, surpreso de minha posição, daquilo que eu entendia ser a verdade em matéria de fé e de religiosidade.

Aqui escrevo os seus questionamentos (em azul), procurando dar respostas as controvérsias (em preto).

Recebi, por empréstimo, um exemplar do livro “As Diferenças entre Igreja Católica e Igrejas Evangélicas” de sua autoria. Li o mesmo com muito interesse e decidi fazer-lhe algumas observações sobre alguns tópicos do conteúdo do mesmo.
Em primeiro lugar, você está muito mal informado acerca do movimento evangélico em relação aos aspectos históricos e doutrinários. Historicamente os grupos Evangélicos sempre existiram desde o século Apostólico, sendo perseguidos pelos imperadores Romanos e, mais tarde, pela Igreja de Roma. Esses grupos se mantiveram fiéis aos ensinamentos de Jesus Cristo e de seus Apóstolos. Os Anabatistas (Rebatizadores) se incluíam nesses grupos Evangélicos.
Em seu livro, à página 25, 1º e 2º parágrafos, o senhor revela o seu desconhecimento das crenças verdadeiramente Evangélicas. “Os Evangélicos para os quais somente a Bíblia é a única fonte da palavra de Deus, seriam ainda hoje obrigados a cumprir todas as prescrições do Antigo Testamento…”
O senhor está afirmando que os Evangélicos são “obrigados a cumprir todas as prescrições do Antigo Testamento”. A sua observação refere-se aos “Adventistas” e não aos Evangélicos.

Recebi a sua carta, li com grande satisfação, e aqui venho dar uma explicação sobre o livro, e esclarecer um pouco aos tópicos do seu escrito. Procuro responder com algumas coisas que talvez desconheça, assim como a maioria dos Evangélicos.

Falando dos Anabatistas. O Anabatismo é uma divisão surgida da Reforma Protestante que começou entre 1517-1530. Neste período desenvolvia-se movimentos violentos, onde esse grupo pretendia alcançar uma sociedade comunista liberta dos Padres e dos Monarcas Europeus.

A religião dos Anabatistas era, em conjunto, altamente emocional, dando grande valor às visões e aos arroubos extáticos. Muitos adeptos esperavam o fim do mundo próximo e o estabelecimento de um reino de Cristo, de justiça e de paz, no qual teriam eles um lugar preeminente.

Um grande erro ensinado por este grupo era a prática da poligamia, o que contradiz os ensinamentos de Jesus Cristo. Pelos meus estudos, não consta em livros de História, o aparecimento desse grupo, na época dos Apóstolos.

Não tem nenhum fundamento a sua afirmação: “Perseguição da Igreja de Roma” pois a Igreja nunca perseguiu a nenhum grupo religioso. Ela simplesmente combateu as heresias que nos acompanhou desde o início da Igreja até os tempos atuais como o Gnosticismo (Século I), Montanismo (final do século II), Sabelianismo (século III), Arianismo (século IV), Pelagianismo (século V), Catarismo (século XI), Protestantismo (século XVI), Jansenismo (século XVII) e Modernismo (século XX). Mas felizmente temos a promessa de Cristo de que [as heresias] jamais prevalecerão contra a Igreja. (Mateus 16,18), pois a Igreja é verdadeiramente “Coluna e sustentáculo da verdade” (1 Tm 3,15). Concluindo: As heresias sempre foram combatidas e corrigidas pelos concílios e Papas.

O Senhor cometeu um erro seríssimo a fazer tal comentário. Sugiro que faça um estudo aprofundado de História Antiga, História Medieval e História Moderna.

Quando me refiro aos Evangélicos “Cumprir todas as prescrições do Antigo Testamento” estou afirmando que o Antigo Testamento prescreve uma série de normas que não foram abolidas pela Bíblia, mas pela Igreja. E então? Como fica a observância dessas normas se só a Bíblia é fonte de revelação?

Outro equívoco que você comete aparece em seu livro página 50, 7º parágrafo: “Os Evangélicos dizem que após a morte, as almas entram em estado de total esquecimento…” Os verdadeiros Evangélicos não defendem tal posição ou doutrina. Apesar de não concordar com sua posição (orar pelos mortos), doutrina sem nenhum embasamento Bíblico, os Evangélicos crêem que após a morte o homem, em sua vida superior (alma e espírito) continua “vivo” e “consciente”, num lugar chamado de “estado intermediário”, aguardando a ressurreição para a vida ou para a perdição, conforme os registros Bíblicos. Você deveria estudar mais a doutrina do “estado intermediário” na visão Evangélica, antes de emitir qualquer tipo de parecer.

Gostaria que o Senhor me afirmasse quais são os verdadeiros Evangélicos. Pois, os mesmos não possuem unidade, nenhuma hierarquia, nenhuma autoridade em seus ensinos. Além do mais, não admitem provas em sentido contrário, ainda que por mais absurdas sejam as teses.

Não é possível compreender quais são os verdadeiros Evangélicos no meio de mais de 30 mil denominações ditas Cristãs, cada uma dizendo-se intérprete da Bíblia e inspirada pelo Espírito Santo.

Veja bem: Como é possível o Espírito Santo interpretar de forma diferente o mesmo texto em cada denominação protestante? Mas que contradição absurda! Daí conclue-se que as interpretações Evangélicas levam ao erro e ao engano.

Orar pelos mortos, e a intercessão deles pelos vivos está na Bíblia. Confira em 2Macabeus 12,43-46; Tobias 12,12; (Apocalipse 5,8; 6,9-11; 8,4; 1Reis 11,11-13; Êxodo 32,11-14; 2Reis 13,21; Jeremias 15,1; Mateus 17,3. Obs.: Se ler também 2Timóteo 1,18, o senhor verá que Onesíforo já não era vivo, e Paulo ora a Deus por ele. Portanto, fica claro mais uma vez, que os ensinamentos dos Evangélicos estão em contradição. Nos livros Tobias e 2Macabeus, que vocês afirmam ser “apócrifos”, poderei mostrar que Jesus Cristo e os Apóstolos usaram esses livros em seus ensinos. Como não foi questionado, mandarei em outra oportunidade, ok?

Estado intermediário, como o senhor explicou, é a mesma coisa para os Católicos. A Igreja sempre ensinou que Purgatório e estado intermediário tem o mesmo significado. Se alguns Evangélicos interpretam como “estado de total esquecimento”, fica claro mais uma vez, a incoerência do “livre exame protestante”.

Pelo que entendi, existem duas verdades no protestantismo, quando se refere “as almas depois da morte”, sendo que a verdade deve ser somente uma. É o que ensina o Catolicismo no mundo inteiro: uma mesma coisa para todos os povos e nações. Enquanto o Protestantismo traz a anarquia em conceitos Bíblicos e segue a livre interpretação…

Em segundo lugar, desejo fazer uma colocação acerca das fontes de fé no Catolicismo. A Tradição é colocada em pé de igualdade com as Escrituras Sagradas. O Concílio de Trento define a tradição como o conjunto de doutrinas reveladas referente à fé e a moral, não consignadas nas Escrituras Sagradas, mas oralmente transmitidas por Deus à Igreja.
É perfeitamente compreensível a posição da Igreja de Roma em fazer defesa intransigente da Tradição, pois a maior parte da doutrina Católica procede diretamente da Tradição. E o que seria do Catolicismo sem os sacramentos? Sem a Mariologia? Sem a sua organização eclesiástica alicerçada aliás, na pretendida sucessão Apostólica dos seus Bispos? O que seria do Catolicismo sem o Purgatório, o culto dos Santos? O que seria, enfim, do Catolicismo sem a Tradição que invalida a palavra de Deus? Tradição não é Revelação.

Vamos por partes: No assunto “sacramentos”, eu precisaria no mínimo de umas 07 páginas para explicar. Mas vou só dar o significado deles para uma pequena noção. “Sacramento é um sinal sensível, instituído por nosso Senhor Jesus Cristo, para produzir a graça em nossas almas e santificá-las”. Desta definição, resulta que três coisas são exigidas para constituir um sacramento:

1) Um sinal sensível,

2) Deve ser instituído por Jesus Cristo,

3) Para produzir a graça.

Mariologia: O senhor usou este termo como se nós Católicos adorássemos Maria. O senhor não consegue distinguir uma coisa da outra. Coloca tudo dentro do mesmo saco e acha que é uma coisa só. O culto que se presta a Maria é de Veneração = Honrar, Homenagear, Saudar, Imitar etc. O que é diferente de Adoração = Ato de considerar Deus como único Criador e Senhor do mundo.

Veja porque Nós Católicos, veneramos Maria:

Maria é a segunda Eva, assim como Jesus é o segundo Adão. Eva é a mãe da nossa natureza pecaminosa, e Maria é a mãe da vida na graça. Maria restituiu-nos o que Eva perdeu; portanto, Eva é a mulher vencida e Maria, é a mulher vencedora. Como Eva estava sujeita a Adão, Maria está sujeita a Cristo. Portanto Pastor, continuo afirmando que nós católicos adoramos a um só Deus: Que é o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Vamos as dúvidas a respeito da Mãe de Deus: Quando a Igreja Católica diz que Maria é Mãe de Deus, a Igreja está afirmando que Maria é mãe de Deus na segunda pessoa, e a segunda pessoa é Jesus Cristo. Para o senhor entender melhor: Maria é filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho e esposa de Deus Espírito Santo.

Concluindo: Nosso Senhor morreu como homem, pois Deus não poderia morrer na cruz. Pergunto: Nosso Senhor, que morreu como homem, não pagou nossos pecados como Deus? Seus méritos não eram infinitos? Ora Pastor, as duas naturezas de Nosso Senhor Jesus Cristo não podem ser separadas, pois ninguém nunca poderia explicar a rendenção fazendo uma distinção tão grande. Portanto, Nossa Senhora, Mãe de Jesus, é mãe de Deus. Ou o senhor nega que Nosso Senhor, morrendo como homem, nos redimiu como Deus?

Para os Católicos, Maria é o templo do Senhor, o Sacrário vivo do Espírito Santo. O tabernáculo e a Arca da Aliança, são figuras da Virgem Maria.

Pergunto! Será tudo isso Mariologia?

Para concluir gostaria de lembrar um grande detalhe:

Quem está perto de Maria, nunca está longe de Jesus!

Tire isso por si mesmo…

Analisemos a sucessão Apostólica dos Bispos a que o senhor se refere. Resposta:“E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e eu te darei as chaves do reino dos céus: e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus” (Mateus 16,18).

É claro que a pedra fundamental é Jesus Cristo, mas ele transfere também seu poder aos Apóstolos e aos Bispos, seus sucessores.

Agora veremos como o Papa é o sucessor de Pedro, Primeiro Bispo de Roma: Vamos analisar as Sagradas Escrituras. Lá existe não só a investidura de S. Pedro como chefe visível da Igreja, mas a investidura perpétua dos Apóstolos, para serem os “enviados” de Cristo (Mateus 28,18-20) “É me dado todo o poder no céu e na terra; ide e ensinai a todos os povos e eis que estou convosco todos os dias até a consumação do mundo”

Se Ele promete estar com os Apóstolos até o fim do mundo, é claro que Ele não está se dirigindo aos Apóstolos como pessoas físicas, que um dia morreria, mas como um “corpo moral”, que deve perpetuar-se nos seus sucessores, e hão de durar até o fim dos tempos. A sucessão Apostólica é observada nos primeiros Cristãos, que nomeavam presbíteros e Bispos, transmitindo-lhes as obrigações de seus antecessores.

Para que o senhor entenda a entrega deste poder, confira em sua Bíblia: “Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, a mim despreza; e quem me despreza, despreza aquele que me enviou” (Lucas 10,16). Sendo Jesus a pedra fundamental, Ele a transmite aos seus representantes.

Mais outra: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho, sobre que o Espírito Santo vos constituiu Bispos, para apacentardes a Igreja de Deus a qual santificou pelo seu próprio sangue” (Atos 20,28). Nesta passagem, fica claro que os fiéis não podem ficar ao “livre arbítrio” e ao “livre exame”. É necessário o Bispo governar a Igreja como está nesta passagem.

Além da Bíblia, a Hierarquia dos Papas é reconhecida na História. É só o Senhor estudar a Igreja Primitiva, que encontrará os fundamentos e as respostas.

Quanto ao purgatório, faça um estudo usando 1Coríntios 3,11-15; Mateus 12,32; Mateus 5,25-26; 1João 5,17; Apocalipse 21,27. No culto aos Santos faça um estudo com 1Coríntios 6,2; Apocalipse 5,8; 8,4; 6,9-11.

Em último lugar, vamos estudar a “Sola Scriptura” (=somente a escritura). Já que muitos protestantes dizem que a palavra “Tradição” não se encontra na Bíblia, gostaria de fazer a réplica. Onde está escrita a expressão “Só a Bíblia” nas Escrituras Sagradas?. Vocês tem passagens com outras palavras que possa significar a frase, “Somente a Bíblia”? Tudo bem! Cadê a palavra “somente”? Acontece que nós Católicos também temos outras palavras com o mesmíssimo significado de Tradição Sagrada. Abra a sua Bíblia e confira em Lucas 10,16; 2Timóteo 3,6; 2Timóteo 1-2; 2Tessalonicenses 2,15. Portanto, Pastor, nem tudo está na Bíblia. Confira ainda João 21,25 e o prólogo do Evangelho de Lucas 1,1.4.

Se é a Bíblia, por que então Cristo não nos deu esta Bíblia que hoje temos? Por que não disse aos Apóstolos: “Sentai-vos e escrevei o que Eu vos digo”; ou, então: “Viajai e distribui Bíblias”. Ao invés disso, disse; “Ide e pregai, quem vos ouve, ouve a Mim” (Lucas 10,16). Os Apóstolos pouco escreveram; escreveram realmente muito pouco. Mas todos pregaram; e pregaram muito! Eis a Tradição novamente!

Lutero disse: “Só a Bíblia” e aí surgiu uma nova religião; Calvino também disse: “Só a Bíblia”, mas surgiu outra religião; John Knox… Jonh Smith… vários Pastores de Denominações diferentes dos Estados Unidos e do mundo também disseram: “Só a Bíblia”, e surgiram mais, mais, e mais religiões… todas diferentes umas das outras…

Fica bem claro que a Bíblia: Só serve, quando interpretada pela autoridade competente. Senão muitos caem no erro, como afirma a segunda Epístola de Pedro: “Nelas há porém algumas coisas difíceis de compreender, que as pessoas pouco instruídas ou pouco firmes deturpam, como fazem também com as outras escrituras, para sua própria ruína” (2 Pedro 3,15-16). Se “só a Bíblia”, como pode ela levar ao engano?

O que eu quero mostrar é que nem tudo está na Bíblia. O Espírito Santo, age também, além dessas páginas. É por isso que a Igreja Católica segue a Bíblia e a Tradição. Sem dúvida alguma as duas são palavras de Deus. Não tem como negar isso, Pastor.

Em terceiro lugar, achei interessante a forma que você explica a questão das imagens de escultura (veneração x adoração). A minha pergunta é a seguinte: Os milhões de Católicos espalhados pelo mundo conseguem fazer tal “distinção”?

Se as pessoas conseguem distinguir subjetivamente imagens de ídolos eu não sei. Só sei que Deus sabe, e isto cabe a Ele julgar. Sei que as imagens estão na Bíblia, Deus não as proíbe e tenho absoluta certeza de que a Igreja Católica nunca ensinou que se deve adorar uma imagem. Quem condena as imagens não é a Bíblia e sim vocês, Protestantes. Antes da Reforma Protestante as imagens não eram contestadas, e isto só veio acontecer após 1517. Por favor, confira na Bíblia: Êxodo 25,22; Ezequiel 1,5; 1Reis 6,23-35; Ezequiel 43,4-6; 2Crônicas 3,10-14; Números 8,4; Êxodo 25,13; Ezequiel 10,20; Êxodo 25,18-20; Êxodo 26,1-2; Êxodo 37,7-9 etc.

Em quarto lugar, desejo lembrar-lhe que dentro da própria Igreja de Roma existem pessoas que discordam de muitos dogmas aceitos pelo Catolicismo. Um exemplo é o historiador Católico, de origem Francesa, Jacques Duquesne, que lançou há alguns anos o livro intitulado “Jesus”, o qual se tornou um best-seller. O livro é polêmico e o autor critica Evangélicos e Católicos. Ele afirma que Jesus teve irmãos e irmãs, conforme registra os Evangelhos. “Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?”

Em todas as épocas e em todas as nações, a Igreja foi objeto de calúnias e acusações. Alguns a acusam de ser antiquada, imóvel. Outros a acusam de fazer demais, até o que não deve fazer etc. Alguns discordam realmente, como o senhor menciona. Mas apesar de tudo, o importante é que, a Igreja Católica tem a Autoridade, a Legitimidade e a Veracidade dos ensinos advindos de Nosso Senhor Jesus Cristo e por Ele transferido aos Apóstolos.

Todo livro precisa de uma interpretação autêntica, feita por uma autoridade competente. Então, quem é capaz de interpretar a questão sobre os irmãos de Jesus? Jacques Duquesne? Ou a Igreja dos Apóstolos? É um caso para se pensar, não é mesmo?

Quem eram Tiago, José, Judas e Simão?

A Mãe de Jesus tinha uma prima ou parente próxima que também se chamava Maria, casada com Cleófas. Tiago e José eram filhos de Cleófas com essa parenta de Nossa Senhora, que se chamava Maria. Judas era Irmão de Tiago. De fato lemos: “Judas irmão de Tiago”. Logicamente todos eles eram primos de Jesus, ou parentes próximos, como Simão pelo mesmo motivo.

Há muitos exemplos na Bíblia em que os parentes próximos são chamados de irmãos:

– “Disse Abraão a Lot: Peço-te que não haja rixas, pois somos irmão” (Gênesis 13,8). Abraão não era irmão de Lot, mas tio.

– “Eleazar morreu e não teve filhos, mas filhas e estas se casaram com os filhos de Cis, seus irmãos” (1 Crônicas 23,22)- As filhas de Eleazar eram primas dos filhos de Cis.

Conferir mais em Êxodo 2,11; Gênesis 9,6; Mateus 5,21-22; 23,8; 1Coríntios 15,6.

Agora vamos para o bom senso: Se Jesus tivesse irmãos, porque eles não compareceram na crucificação, já que sua Mãe compareceu? Por que Jesus entrega sua Mãe aos cuidados de João?

Concluindo: Tenha-se em conta que Maria é chamada “Mãe de Jesus” e nunca “mãe dos irmãos de Jesus”. A família de Nazaré aparece apenas com três pessoas: Jesus, Maria e José. Aos doze anos, Jesus, vai ao templo exclusivamente com seu pai e sua mãe. Cadê os irmãos?

Em quinto lugar, o Senhor cometeu um pecado capital, no capítulo “A Inquisição e o Protestantismo”. É preciso lembrar que a Inquisição foi uma das maiores excrescências já vistas na história da humanidade; a Igreja de Roma usou e abusou desse vil e cruel instrumento de tortura.
O reconhecimento por parte do Papa João Paulo II, anula ou apaga todos os erros cometidos pela Igreja de Roma? Uma pergunta se levanta: A Igreja de Roma não se arvora em “ser infalível”?
Como não pretendo contestar outros pontos de seu livro, aliás, passíveis de contestação, finalizo minhas observações.
Atenciosamente,
Pastor…

Todos nós sabemos que os filhos da Igreja Católica cometeram vários erros no passado. Mostrei o lado Protestante, para frisar seus erros também no passado, pois há muitos Protestantes julgando a Igreja Católica pela inquisição, se esquecendo, que a Reforma veio também como uma continuidade dessas excrescências, onde também foram queimados livres pensadores, onde o adultério era punido com a morte, onde houve perseguições às bruxas, cientistas, queimas de livros etc.

Os pedidos de desculpas de João Paulo II, foram feitos por causa dos erros “Humanos” de algumas pessoas da própria Igreja. Veja bem: quando a Igreja se refere à ciência social, científica, política, etc., ela pode ser falível. Mas quando a Igreja trata de assuntos relacionados a Fé e a Moral, ela é infalível, pois senão, estaria anulando o que o próprio Cristo disse aos Apóstolos em Mateus 28,16-20; Marcos 16,14-20; João 20,19-23, e sua promessa não seria válida.

Portanto, Pastor, a Igreja Católica é Santa e Pecadora. Ela é pecadora porque é dirigida por homens, e homens são falhos. Ela é Santa porque tem a assistência do Espírito Santo, e o Espírito Santo não falha é infalível.

Mais uma vez, o senhor, não sabendo diferenciar questões Humanas das questões Divinas, coloca tudo no mesmo saco e põe em dúvida a infalibilidade do Papa que, quando o senhor quiser, mostrarei que também foi deixada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Aqui termino, deixando minhas observações com o objetivo de dar um maior esclarecimento as dúvidas de todos os Protestantes.

Gostaria de finalizar dizendo que em todos os meus estudos que fiz com os irmãos Evangélicos, ficou patente que o objetivo de todos vocês é combater a Igreja de Cristo, a Maria, os Santos etc. Não duvido que existam pessoas que sejam Protestantes por mera ignorância; mas o que deu igo, é que a essência do Protestantismo é protestar contra a Igreja Católica, pois nega o que a Igreja afirma, e afirma o que a Igreja nega. Assim, se o Catolicismo pudesse morrer hoje – o que seria impossível – neste mesmo dia e nesta mesma hora também estaria morto o Protestantismo.

Sobretudo é bom lembrar as palavras de Jesus: “Se perseguiram a mim, também vos hão de perseguir.”

Meus sinceros agradecimentos pela sua Carta.

Jaime Francisco de Moura

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