Católico não pode ser espírita

Pe. Edvino A. Friderichs, S.J., em seu livro “Caixinha de Perguntas, sobre religião e superstições“, Gráfica Vicentina Ltda. – Editora, 1996, cita, nas páginas 54-60, as 40 razões, escritas por Frei Boaventura Kloppenburg, já falecido, e que foi um dos maiores teólogos católicos do Brasil, e também profundo conhecedor da doutrina espírita, de o porquê um cristão católico não pode ser espírita. Leiamos, como cristãos católicos, cada uma das razões abaixo com calma, refletindo, para não nos deixarmos enganar pela falsa doutrina do espiritismo, que em si mesmo é anti-cristão.

  1. O católico instruído sabe que o homem tem uma inteligência limitada e que Deus é infini­tamente sábio, podendo revelar-nos verdades que superam a nossa capacidade racional e por isso o católico admite a possibilidade do mistério e aceita tais verdades sempre que tem certeza de que fo­ram reveladas por Deus; o espírita proclama que absolutamente não há mistérios e tudo o que a mente humana não pode compreender, é falso e deve ser rejeitado.
  2. O católico instruído crê que Deus pode fa­zer e de fato fez milagres para comprovar Sua re­velação; o espírita rejeita a possibilidade do mila­gre e dogmatiza que também Deus deve obedecer às leis da natureza.
  3. O católico instruído crê que os livros da Sagrada Escritura foram inspirados por Deus e que, por isso, não podem ter erros em questões de fé e de moral; o espírita declara que a Bíblia está cheia de erros e contradições e que nunca foi ins­pirada por Deus.
  4. O católico instruído crê que Jesus enviou o Espírito Santo aos apóstolos e seus sucessores para que os ajudasse a transmitir e conservar fiel­mente as verdades divinamente reveladas; o espí­rita declara que os apóstolos e seus sucessores, o Papa e os Bispos, não entenderam os ensinamen­tos de Cristo e que tudo o que eles nos transmi­tiram, está errado e falsificado.
  5. O católico instruído crê que o Papa, suces­sor de São Pedro, é infalível sempre que com sua suprema autoridade, decide solenemente questões de fé ou moral; o espírita proclama que os Papas só espalharam o erro e a incredulidade.
  6. O católico instruído crê que Jesus instituiu uma Igreja com o fim de continuar através dos sé­culos Sua obra de santificação dos homens; o es­pírita declara que até a vinda de Allan Kardec a obra de Cristo estava perdida e inutilizada.
  7. O católico instruído crê que Jesus nos en­sinou todas as verdades religiosas necessárias e su­ficientes para a nossa eterna salvação; o espírita proclama que o espiritismo é a terceira revelação, destinada a retificar e mesmo a substituir o Evangelho de Cristo.
  8. O católico instruído crê que em Deus há uma só natureza e três pessoas, Pai, Filho, Espírito Santo; o espírita nega este augusto e fundamental mistério da Santíssima Trindade.
  9. O católico instruído crê que Deus é o Cria­dor de todas as coisas, realmente distinto do mun­do e um Ser Pessoal e Consciente; grande parte dos espíritas afirmam que Deus é a alma do mun­do e que os homens são partículas de Deus, pro­fessando assim um perfeito panteísmo.
  10. O católico instruído crê que Deus é libérrimo para criar ou não criar o mundo e fazê-lo como melhor lhe parece; muitos espíritas dogmatizam que Deus devia necessariamente desde toda eternidade criar e devia fazer todos os homens iguaizinhos.
  11. O católico instruído crê que Deus fez o mundo do nada, com o simples império de sua vontade onipotente; o espírita dogmatiza que o mundo, ou sempre existiu e apenas se aperfeiçoou, ou é uma emanação de Deus.
  12. O católico instruído crê que Deus criou a alma humana no momento de sua união com o corpo; o espírita dogmatiza que a nossa alma é o resultado de lenta e longa evolução, tendo passado pelo reino mineral, vegetal e animal.
  13. O católico instruído crê que Deus inter­veio diretamente na formação do primeiro homem; o espírita dogmatiza que o primeiro homem era um macaco evoluído.
  14. O católico instruído crê que o homem é uma composição substancial entre corpo e alma; o espírita dogmatiza que é um composto entre perispírito e alma e que o corpo é apenas um invólucro temporário, um “alambique para purificar o espí­rito”.
  15. O católico instruído crê que a alma é um espírito sem matéria; o espírita dogmatiza que a alma “é a matéria quintessenciada”.
  16. O católico instruído obedece a Deus que, sob penas severas, proibiu a evocação dos mortos; o espírita fez desta evocação uma nova religião.
  17. O católico instruído crê na existência de anjos, seres espirituais mais perfeitos que o ho­mem; o espírita dogmatiza que não há anjos, mas apenas espíritos mais evoluídos e que eram ho­mens.
  18. O católico instruído crê que uma parte dos anjos, os demônios, se revoltou contra Deus, sendo condenados ao inferno; o espírita dogmatiza que não há demônios, mas apenas espíritos imper­feitos, mas que alguma vez alcançarão a perfeição.
  19. O católico instruído crê que Jesus Cristo é verdadeiramente o Filho Unigênito de Deus, a se­gunda pessoa da Santíssima Trindade, Deus igual ao Pai e ao Espírito Santo; o espírita nega esta verdade fundamental da fé cristã e dogmatiza que Cristo era apenas um grande médium e nada mais.
  20. O católico instruído crê que Jesus fez ver­dadeiramente milagres para comprovar sua missão divina; o espírita nega as ressurreições e os outros milagres operados por Cristo.
  21. O católico instruído crê que Jesus Cristo é também verdadeiro homem, com corpo real e alma humana; grande parte dos espíritas dogma­tiza que Cristo tinha apenas um corpo aparente ou fluídico.
  22. O católico instruído crê que Maria San­tíssima é Mãe de Deus, isto é, de Cristo que é Deus, e por isso imaculada, sempre virgem e assu­mida ao céu em corpo e alma; o espírita nega e ridiculariza todos os privilégios da excelsa Mãe de Jesus.
  23. O católico instruído crê que Cristo veio para salvar e remir a humanidade por sua vida, paixão e morte na cruz; o espírita dogmatiza que Jesus não é nosso redentor, mas apenas veio para ensinar algumas verdades e isso mesmo ainda de um modo obscuro e incerto e que cada um pre­cisa remir-se a si mesmo.
  24. O católico instruído crê que o filho de Adão nasce sem os dons da graça com que Deus adornara generosamente a natureza humana, isto é, que nascemos todos com o pecado original; o espírita dogmatiza que Deus assim seria injusto e por isso nega o pecado original.
  25. O católico instruído crê que Deus está sempre disposto a nos ajudar com a sua graça e seus favores; o espírita dogmatiza que Deus não pode conceder nem graças nem favores, mas tem que dar a todos exatamente o mesmo.
  26. O católico instruído crê que Deus pode perdoar os pecados ao pecador que a Ele se volta arrependido e contrito, com o propósito sincero de não tornar a pecar; o espírita dogmatiza que Deus não pode perdoar pecados sem que preceda rigoro­sa expiação e reparação feita pelo próprio pecador, em sempre novas encarnações.
  27. O católico instruído crê que a vida de pe­nitência e de oração e contemplação aperfeiçoa o homem; o espírita dogmatiza que a penitência vo­luntária e a contemplação nada valem perante Deus.
  28. O católico instruído crê que, em atenção aos superabundantes merecimentos de Cristo e me­diante os sacramentos por ele determinados e ins­tituídos, o homem pode ser elevado à ordem da vida sobrenatural, que nos torna filhos adotivos de Deus, templos vivos do Espírito Santo e herdeiros do céu; o espírita nega qualquer graça santificante e a vida sobrenatural.
  29. O católico instruído crê que Jesus insti­tuiu sete sacramentos como meios por Ele determi­nados de santificação; o espírita nega toda eficácia sobrenatural dos sacramentos.
  30. O católico instruído crê que é pelo ba­tismo que o homem deve iniciar a sua santifica­ção; o espírita nega que Jesus mandou que se batizas­sem todos os homens para a remissão dos pecados e a infusão da vida sobrenatural.
  31. O católico instruído crê que Jesus está verdadeiramente presente no Pão Eucarístico para ser o alimento da nossa vida sobrenatural; o espí­rita ridiculariza a Eucaristia como pura “panto­mina e palhaçada do catolicismo”.
  32. O católico instruído crê que a confissão é um meio determinado por Cristo para perdoar os pecados cometidos depois do batismo e de que sinceramente nos arrependemos; o espírita dogma­tiza que cada qual precisa reparar o mal por meio de novas reencarnações, sem o que Deus não pode perdoar pecados.
  33. O católico instruído crê que o matrimô­nio é um sacramento instituído por Cristo para es­tabelecer uma santa e indissolúvel união entre o homem e a mulher; o espírita proclama que o ca­samento é solúvel e que o divórcio é uma lei na­tural.
  34. O católico instruído crê que o homem vive uma só vez sobre a terra e que desta única exis­tência depende a vida eterna; o espírita dogmati­za que a gente nasce, vive e morre e renasce ainda e progride continuamente.
  35. O católico instruído crê que depois da morte o homem deve comparecer perante Deus e prestar contas de sua vida; o espírita dogmatiza que este juízo particular é pura fantasia e imagi­nação.
  36. O católico instruído crê na existência de um lugar e um estado chamado purgatório, onde se purificam as almas dos justos que morreram com pecados leves não arrependidos ou com casti­gos temporais não satisfeitos; o espírita decreta que este purgatório não existe, mas foi inventado pela Igreja para ganhar dinheiro.
  37. O católico instruído crê na existência do céu, estado e lugar da felicidade sem fim, para onde vão aqueles que morreram plenamente justifica­dos com Deus; o espírita ridiculariza e zomba des­te céu como de um lugar de “eterna e fastidiosa ociosidade”.
  38. O católico instruído crê que todo aquele que morrer impenitente e obstinado em pecado grave deliberada e voluntariamente cometido, será condenado ao inferno; o espírita dogmatiza que o inferno foi inventado para assustar crianças.
  39. O católico instruído crê que no fim do mundo todos hão de ressuscitar com seus próprios corpos; o espírita dogmatiza que não pode haver ressurreição dos mortos.
  40. O católico instruído crê que no fim do mundo haverá um juízo final, presidido por Cristo; o espírita dogmatiza que Jesus não virá para julgar todos os homens.”

“Nesta altura, você escolhe para que lado quer ir; para o católico ou para o espírita. Agora você compreende porque o católico não pode ser espí­rita “Ninguém pode servir a dois Senhores” (Mt 6,24), disse Cristo.”

“Ser católico de manhã e espírita à tarde, man­dar rezar missa por um falecido e ir evocá-lo de­pois, freqüentar a Igreja e ir ao centro espírita ou de umbanda não dá, de jeito nenhum; seria que­rer servir a dois senhores, inimigos um do outro.”

Fonte: Friderichs, Edvino A., S.J. – “Caixinha de Perguntas, sobre religião e superstições“, Gráfica Vicentina Ltda. – Editora, 1996, [cf. páginas 54-60].

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