Programa de estudo: “Concílio Vaticano II e ‘Lex Credendi'”

PROGRAMA DE ESTUDO

– Concílio Vaticano II e Lex Credendi –

 

1º TEMA – Eclesiologia

 

Documentos Indicados:

 

 

Comentários:

 

A Doutrina da Igreja sobre si mesma deve ser bastante estudada, aprendida e ensinada nos dias atuais, onde o relativismo eclesiológico e religioso autenticamente modernista, o sincretismo religioso e um ecumenismo banal e relativista, em desacordo com o que ordena e crê a Santa Igreja são aberrações cada vez mais fáceis de encontrar. Para combater o Modernismo e o relativismo religioso, os fiéis devem se munir de conhecimentos precisos e claros sobre os Dogmas Eclesiológicos da Igreja, visando assim não só destruir as heresias, mas aprofundar-se cada vez mais no grande tesouro doutrinário da Santa Igreja, o qual lhe foi confiado por Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Aliás, os Dogmas Eclesiológicos são autênticas chaves de leitura para o Concílio Vaticano II. Com efeito, cabe notar que documentos muito incompreendidos e deturpados do Concílio, só são vítimas destas incompreensões e deturpações porque se prescinde da leitura anterior da Constituição Dogmática Lumen Gentium. Falamos, em especial, da Declaração Dignitatis Humanae e do Decreto Unitatis Redintegratio. Estes documentos estarão completamente fora de seu contexto se não forem lidos às luzes da Constituição Dogmática Lumen Gentium, que por sua vez faz uma síntese completa da Doutrina da Igreja sobre si mesma. Os próprios documentos indicam que a Constituição Dogmática Lumen Gentium é a chave de leitura para entender de forma precisa e segura o seu verdadeiro significado, como diz o Decreto Unitatis Redintegratio, antes de senvolver as diretrizes sobre o Ecumenismo verdadeiramente católico: “Este sagrado Concílio considera todas essas coisas com muita alegria. Tendo já declarado a doutrina sobre a Igreja [na Constituição Dogmática Lumen Gentium], movido pelo desejo de restaurar a unidade de todos os cristãos, quer propor a todos os católicos os meios, os caminhos e as formas com que eles possam corresponder a esta vocação e graça divina” (Decreto Unitatis Redintegratio, n.1). Quem quisesse prescindir, portanto, da compreensão e do estudo dos Dogmas Eclesiológicos da Igreja para ler estes documentos, absorveria deles uma visão deformada e defeituosa, que dá margem à falsas interpretações. Deve-se, deste modo, antes de tudo, estudar com afinco a Doutrina da Igreja sobre si mesma, para aí sim poder ler com segurança os outros documentos do Concílio Vaticano II, vendo que estes em nada contradizem a Fé da Igreja, quando lidos em seu contexto verdadeiro, isto é, às luzes dos Dogmas Eclesiológicos da Igreja.

 

Aconselhamos, portanto, a todos os que se interessarem por seguir este programa de estudo, que leiam e estudem com bastante afinco e disposição todos os documentos indicados. São documentos longos, não vamos negar. Mas longos porque apresentam uma visão detalhada sobre a Doutrina da Igreja acerca de si mesma.

 

Tomamos o cuidado de indicar documentos acessíveis a todos, pois que disponíveis na Internet. A maioria está disponível no site oficial do Vaticano ou no Veritatis Splendor.

 

2º TEMA – O Modernismo

 

Documentos indicados:

 

§         Encíclica Pascendi Dominici Gregis, Sobre as Doutrinas Modernistas – Sua Santidade, o Papa São Pio X;

§         Decreto Lamentabili Sine Exitu – Decreto do Papa S. Pio X sobre os erros do Modernismo – Sagrada Inquisição Romana e Universal;

§         Juramento contra o ModernismoSua Santidade, o Papa S. Pio X;

§         Encíclica Mirari Vos, Sobre os principais Erros de seu tempo – Sua Santidade, o Papa Gregório XVI;

§         Encíclica Inscrutabili Dei Consilio, Sobre os Males da Sociedade Moderna, suas Causas e seus Remédios – Sua Santidade, o Papa Leão XIII;

§         Encíclica Quanta Cura, Sobre os principais Erros de sua época – Sua Santidade, o Papa Beato Pio IX;

§         Syllabus, contendo os principais Erros de sua épocaSua Santidade, o Papa Pio IX;

 

Comentários:

 

Entender a doutrina dos hereges modernistas e como agem para levar à frente seu plano de destruição da Igreja é primordial nos dias atuais, tanto para combater a heresia Modernista, quanto para fazer brilhar diante de todos o Esplendor da Verdade Católica.

 

Além disso, compreender as errôneas concepções modernistas de uma forma mais segura e precisa, através dos escritos dos Santos Padres, nos mostrará como o Concílio Vaticano II, assunto de nosso programa de estudo sugerido, não foi um Concílio infectado de Modernismo, como alegam os tradicionalistas anti-Vaticano II.

 

A heresia do Modernismo prevê a negação e modificação dos dogmas da Fé Católica. Isso o Concílio de forma alguma cometeu! Ao contrário, como salientaram muitas vezes os Pontífices Romanos, o Concílio Vaticano II reafirmou em todos os seus documentos os dogmas da Fé, mesmo naqueles em que quis expressar-se de forma pastoral (nesse caso, por não ser um pronunciamento em matéria de Fé ou Moral, não está envolvido o carisma da Infalibilidade; no entanto, por ter se manifestado sobre tamáticas pastorais sempre tendo como fundamentos os dogmas da Fé, o Concílio foi imune ao erro nestes pontos).

 

Não se deve confundir os dogmas de Fé com definições pastorais tomadas em épocas passadas.

 

Pretender a negação e evolução dos dogmas é puro Modernismo (e isto o Concílio Vaticano II não fez; ao contrário, como era intenção do próprio Concílio, reafirmou toda a Doutrina Católica, “sem atenuações nem subterfúgios”, nas palavras do Papa Beato João XXIII).

 

Por outro lado, definições de cunho pastoral, isto é, sobre como deve agir a Igreja de acordo com as situações específicas de cada época, são reformáveis. Isto porquê os tempos mudam, e a Igreja modifica de acordo com as circunstâncias o seu modo pastoral de agir, embasando-o, contudo, na Doutrina de sempre, irreformável e certa.

 

Dessa forma, o Concílio Vaticano II, quando reformou decisões de cunho pastoral tomadas em épocas passadas não está infectado de Modernismo, pois não está modificando dogmas de Fé (que são em si irreformáveis), mas alterando definições pastorais passíveis de modificação. Somente definições em Magistério Extraordinário ou Magistério Ordinário e universal, em matéria de Fé e Moral, são definitivas e irreformáveis. Definições de cunho pastoral são passíveis de modificação.

 

Um exemplo é a questão das relações Igreja-Estado. A Encíclica Mirari Vos do Papa Gregório XVI e o Syllabus do Beato Pio IX, tendo em vista a situação de suas épocas, condenavam como erro a separação entre Igreja e Estado; naquela época, onde muitos Estados confessavam a Fé Católica, não há dúvida de que a união entre Igreja e Estado fosse possível e viável. Nos dias atuais, contudo, onde os Estados não mais confessam a Fé Católica (ao contrário, muitas vezes a perseguem), a união entre Igreja e Estado tornou-se inviável; tanto que a Igreja foi obrigada a rever esta sua definição de cunho pastoral, e o Concílio Vaticano II pediu a separação entre as instituições na Constiuição Pastoral Gaudium et Spes (n.76). Como esta decisão é de cunho pastoral, e não uma definição dogmática, ela pode ser revista e modificada no futuro. Aliás, o próprio Concílio Vaticano II deixa a questão em aberto para o futuro, afirmando que “[Igreja e Estado] tanto mais eficazmente exercitarão este serviço para bem de todos, quanto melhor cultivarem entre si uma sã cooperação” (loc.cit.); ora, esta “sã cooperação” pedida pela Igreja no Concílio Vaticano II é uma porta aberta, mesmo nos dias atuais, para a união entre Igreja e Estado.

 

Fizemos questão de expressar esta longa observação para que nossos leitores não se confundam com alegações da corrente tradicionalista anti-Vaticano II, que insinuam ser o Concílio modernista também pelo fato de ter reformado a questão das relações entre Igreja e Estado, esquecendo-se que definições deste tipo, por serem pastorais, podem ser reformadas pela autoridade da Igreja.

 

Modernismo é a negação dos Dogmas da Fé Católica.

 

E o Concílio Vaticano II não negou os Dogmas da Fé; ao contrário, confirmou-os um a um, pois sua intenção e objetivo eram justamente estes: “transmitir pura e íntegra a doutrina, sem atenuações nem subterfúgios”, como muito bem asseverou o Papa Beato João XXIII.

 

3º TEMA – O Ecumenismo

 

Documentos Indicados:

 

 

Comentários:

 

Após estudar com afinco a Doutrina Católica sobre a Igreja, compreendendo e aderindo a todos os Dogmas Eclesiológicos, sem exceção, pode-se com segurança estudar o que a Igreja estabelece sobre o Ecumenismo saudável e aceitável aos olhos da Fé Católica.          

 

A questão do Ecumenismo foi abordada e melhor aprofundada pelo Concílio Vaticano II. Hoje em dia, é de vital importância que se entenda a visão autêntica da Igreja sobre o Ecumenismo, distanciando-se das opiniões errôneas das correntes modernista e tradicionalista anti-Vaticano II: os modernistas querem propor um Ecumenismo relativista e indiferentista, completamente inaceitável; os tradicionalistas anti-Vaticano II impugnam o Concílio como facilitador da heresia e propagador do indiferentismo religioso, que para estes é a mesma coisa que Ecumenismo.

 

Na verdade, o Ecumenismo pretende o retorno à Única e Una Igreja Católica de Cristo daqueles que dela se separaram, em especial os protestantes e ortodoxos gregos. Este Ecumenismo deve se dar por meio da exposição detalhada e precisa da Fé Católica, visando a fazer com que voltem a ela aqueles que a rejeitaram em outras épocas. Dever-se-á vencer preconceitos e intolerâncias infundadas, visando a fazer retornar ao recinto católico as ovelhas que se desgarraram. E principalmente, se deve evitar todo e qualquer irenismo, isto é, a pretensão de fazer concessões doutrinárias para agradar aos homens. Pois “é absolutamente necessário que toda a doutrina seja exposta com clareza. Nada é tão alheio ao ecumenismo como aquele falso irenismo pelo qual a pureza da Doutrina Católica sofre detrimento e é obscurecido o seu sentido genuíno e certo. Ao mesmo tempo, a Fé Católica deve ser explicada mais profunda e corretamente, de tal modo e com tais termos que possa ser de fato compreendida também pelos irmãos separados” (Decreto Unitatis Redintegratio, n.11).

 

Alertamos mais uma vez que as indicações e diretrizes traçadas pela Igreja em relação ao Ecumenismo só podem ser entendidas à luz da Doutrina da Igreja sobre ela mesma, para que não se corra o risco de decair em um Ecumenismo relativista e indiferentista, que é inaceitável à Fé Católica. No estudo e na promoção do Ecumenismo, não se deve perder de vista nunca os Dogmas Eclesiológicos. Se deve ter sempre diante dos olhos esta verdade inefável: que só há uma Igreja de Cristo, e esta Igreja é a Igreja Católica Apostólica Romana, fundada por Nosso senhor Jesus Cristo sobre Pedro, o Papa.

 

Por isso também fizemos questão de aconselhar antes mesmo da leitura do Decreto Unitatis Redintegratio a leitura da magistral Encíclica do Papa Pio XI, Mortalium Animos, onde o Papa condena os erros de um Ecumenismo relativista e indiferentista, autenticamente modernista (pois que prevê um banal sincretismo religioso), Ecumenismo este ilegítimo e condenável, inaceitável aos olhos da Fé Católica. Com efeito, o Ecumenismo nunca poderá ser levada adiante se for feita uma “salada de doutrinas”, onde erros se misturem a verdades certas e infalíveis.

 

Aconselhamos também a leitura do Decreto Ad Gentes e da Encíclica Redemptoris Missio, do Sumo Pontífice João Paulo II, para fazer notar que Ecumenismo é inseparável de ação missionária. Com efeito, conforme indica o Decreto Unitatis Redintegratio, “é absolutamente necessário que toda a doutrina seja exposta com clareza […] a Fé Católica deve ser explicada mais profunda e corretamente, de tal modo e com tais termos que possa ser de facto compreendida também pelos irmãos separados”. Isto é fazer missão.

 

Indicamos ainda a Encíclica Ut Unum Sint, do Papa João Paulo II, para que aqueles que seguirem este nosso programa de estudo contem também com ainda mais um parecer bastante abalizado, como é o do grande Papa João Paulo II.

 

4º TEMA – A Liberdade Religiosa

 

Documentos indicados:

 

 

Comentários:

 

Tendo compreendido e aderido a todos os Dogmas Eclesiológicos, rejeitado todo e qualquer Modernismo e indiferentismo religioso, pode-se com toda segurança estudar o que expôs a Igreja no Concílio Vaticano II sobre a Liberdade Religiosa.

 

Este documento foi, sem sombra de dúvida, o mais deturpado pelos modernistas. Apresentando-o fora de seu contexto, os hereges modernistas viram nele a legitimação de toda e qualquer religião (relativismo religioso), como se todas fossem um igual caminho para a salvação (indiferentismo religioso). Isto é totalmente contrário à Fé Católica, como muitas vezes advertiu o Magistério da Igreja.

 

Esta liberdade religiosa proposta pelos modernistas (que nem liberdade é, mas um aberrante “direito ao erro”, condenado pela Igreja – cf. Catecismo da Igreja Católica, § 2107-2109; este trecho do Catecismo explica muito bem o verdadeiro sentido da liberdade religiosa) é inaceitável aos olhos da Fé Católica, e caminha rumo a um indiferentismo religioso banal e grosseiro. Os católicos, fiéis a Cristo e ao Magistério, devem rejeitá-lo veementemente.

 

A liberdade religiosa aceitável aos olhos da Fé Católica é aquela exposta pela Declaração Dignitatis Humanae, no sentido que realmente entendeu apresentar o Magistério da Igreja, isto é: no sentido de imunidade de coação por parte do Estado, já que a Verdade não se impõe senão pela sua própria força (cf. SS. PAPA PIO XII, Enc. Mystici Corporis, n.101: “Se, portanto, acontecesse que, contra a doutrina constante da Sé Apostólica, alguém fosse obrigado a abraçar contra sua vontade a Fé Católica, nós, conscientes do nosso dever, não podemos deixar de o reprovar. Mas porque os homens são livres e podem, sob o impulso de más paixões e apetites desordenados, abusar da própria liberdade, então é necessário que o Pai das luzes, pelo Espírito de seu amado Filho, os mova e atraia eficazmente à verdade”).

 

Esta liberdade religiosa não exclui o dever dos homens de buscar a Verdade Católica e a ela aderir fielmente e com sinceridade e amor, conforme diz expressamente a Declaração Dignitatis Humanae: “Em primeiro lugar, pois, afirma o sagrado Concílio que o próprio Deus deu a conhecer ao gênero humano o caminho pelo qual, servindo-O, os homens se podem salvar e alcançar a felicidade em Cristo. Acreditamos que esta única religião verdadeira se encontra na Igreja Católica e Apostólica, à qual o Senhor Jesus confiou o encargo de a levar a todos os homens, dizendo aos Apóstolos: ‘Ide, pois, fazer discípulos de todas as nações, baptizando os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos prescrevi’ (Mt. 28, 19-20). Por sua parte, todos os homens têm o dever de buscar a verdade, sobretudo no que diz respeito a Deus e à sua Igreja e, uma vez conhecida, de a abraçar e guardar. O sagrado Concílio declara igualmente que tais deveres atingem e obrigam a consciência humana e que a verdade não se impõe de outro modo senão pela sua própria forca, que penetra nos espíritos de modo ao mesmo tempo suave e forte. Ora, visto que a liberdade religiosa, que os homens exigem no exercício do seu dever de prestar culto a Deus, diz respeito à imunidade de coacção na sociedade civil, em nada afeta a doutrina católica tradicional acerca do dever moral que os homens e as sociedades têm para com a verdadeira religião e a única Igreja de Cristo. Além disso, ao tratar desta liberdade religiosa, o sagrado Concílio tem a intenção de desenvolver a doutrina dos últimos Sumos Pontífices acerca dos direitos invioláveis da pessoa humana e da ordem jurídica da sociedade” (Declaração Dignitatis Humanae, n.1).

 

Ora, este é o primeiro número da Declaração Dignitatis Humanae e traz a base desta Declaração. Como se pode perceber claramente, este número estabelece:

 

§         Que Deus deu a conhecer a todos os homens “o caminho pelo qual, servindo-O, os homens se podem salvar e alcançar a felicidade em Cristo”, e que “esta única religião verdadeira se encontra na Igreja Católica e Apostólica”; o Concílio não prescinde de proclamar primeiro a Fé da Igreja sobre si mesma, como única religião verdadeira, fundada e querida por Nosso Senhor Jesus Cristo, e único caminho de Salvação; o faz em consonância com toda a Tradição bimilenar da Santa Igreja, que diz que “fora da Igreja não há Salvação”; como afirmar, portanto, que o Concílio Vaticano II é uma ruptura com a Tradição? Pelo contrário, ele a confirma inteiramente!;

§         Que, longe da concepção modernista de Liberdade Religiosa, os homens não podem ficar a seu bel-prazer em matéria religiosa, como se pudessem escolher livremente qualquer religião, pois que todas seriam boas e verdadeiras; ao contrário, o Concílio estabelece que “todos os homens têm o dever de buscar a verdade, sobretudo no que diz respeito a Deus e à sua Igreja e, uma vez conhecida, de a abraçar e guardar”;

§         Além disso, longe de idéias liberalistas, modernistas e laicistas, e mantendo-se sempre fiel à Tradição Católica, o Concílio não exclui o dever do Estado de reconhecer a única e verdadeira religião, a religião católica, e de prestar culto público a Cristo Rei, pois que estabelece claramente que existe “[um] dever moral que os homens e as sociedades têm para com a verdadeira religião e a única Igreja de Cristo”; ao dizer tais palavras, o Concílio repete integralmente a Doutrina da Igreja sobre o dever dos homens e dos Estados em relação a Cristo Rei e a Sua Igreja Católica, princípios já estabelecidos nas Encíclicas Mirari Vos, do Papa Gregório XVI, Quanta Cura (e no Syllabus), do Papa Beato Pio IX, e na Encíclica Quas Primas, do Papa Pio XI;

§         O Concílio afirma ainda expressamente que se mantém consoante a perene Tradição da Igreja (algo que já foi demonstrado nos pontos precedentes) ao afirmar que as definições da Declaração Dignitatis Humanae “em nada afetam a doutrina católica tradicional” e que “ao tratar desta liberdade religiosa [‘desta’, ou seja, de uma liberdade religiosa bem específica, isto é, aquela que foi sempre aceita pela Igreja e que diz respeito à imunidade de coação em matéria religiosa], o sagrado Concílio tem a intenção de desenvolver a doutrina dos últimos Sumos Pontífices acerca dos direitos invioláveis da pessoa humana e da ordem jurídica da sociedade”.

 

Portanto, este primeiro número da Declaração Dignitatis Humanae é bastante elucidativo e constrói o alicerce de toda a Declaração. Críticos e deturpadores do Concílio Vaticano II parecem pular diretamente ao número dois da Declaração Dignitatis Humanae, lendo-a a partir daí, esquecendo sua importantíssima introdução, e afastando a Declaração completamente de seu contexto. Daí as aberrações que propagam de mãos cheias: uns, heresias, e outros, teorias absurdas sobre Modernismo nos textos conciliares. Com efeito, uma edificação sem seu alicerce cai completamente. Quem leia a Declaração Dignitatis Humanae prescindindo de ler o importante parágrafo introdutório, e ainda mais pondo-a distante das luzes da Doutrina da Igreja sobre si própria (exposta com exatidão na Constituição Dogmática Lumen Gentium), nunca enetenderá seu verdadeiro contexto.

 

Indicamos, portanto, para o estudo da liberdade religiosa, a magnífica Encíclica Libertas Praestantissimum, do Papa Leão XIII, para que se tenha uma compreensão detalhada e geral da doutrina católica sobre a liberdade. Após isto, já tendo sido estudada a Doutrina da Igreja sobre si própria, indicamos a leitura da própria Declaração Dignitatis Humanae. Como complemento, indicamos também o trabalho de nosso amigo e membro do Apostolado Veritatis Splendor, o Dr. Rafael Vitola Brodbeck, “Noções sobre a liberdade e tolerância no Estado Moderno – O Vaticano II e a liberdade religiosa”, o qual consideramos um trabalho bastante denso.

 

Evidentemente, seguir todo este programa de estudo requer bastante tempo, esforço, dedicação e, principalmente, amor à Igreja. Mas este programa de estudo por nós sugerido, tem como objetivo principal formar os católicos na Doutrina da Igreja para que estejam prontos a lutar corajosamente contra o Modernismo, a fazer retornarem ao seio da Igreja aqueles que, em espírito de desobediência ao Magistério, se separaram da Igreja, e fazer triunfar a Santa Igreja Católica de Nossa Senhor Jesus Cristo! E para isto, valem todo e qualquer esforço, tempo e dedicação.

 

Para incrementar ainda mais este nosso programa de estudo sugerido, e auxiliar aqueles que desejarem seguí-lo, disponibilizamos a seguir um breve questionário sobre cada um dos temas, que pedimos nos seja enviado para análise e correção de possíveis erros pelo e-mail que indicaremos.

 

 

QUESTIONÁRIO – 1º TEMA – Eclesiologia

 

1 – Quantas Igrejas de Cristo existem?

2 – Quem fundou a Igreja Católica Apostólica Romana?

3 – Quais os atributos da Igreja Católica Apostólica Romana?

4 – Sobre quem a Igreja Católica Apostólica Romana foi fundada?

5 – Quem é o Papa?

6 – Quem são os Bispos?

7 – Que é o Magistério da Igreja?

8 – O católico deve adesão e obediência ao Magistério da Igreja?

9 – Que ensina a Igreja sobre a adesão que se deve dar ao Magistério da Igreja?

10 – Em que matérias o Concílio Vaticano I definiu a Infalibilidade?

11 – Que é Magistério Extraordinário? Como este é exercido? Qual tipo de adesão lhe deve o fiel?

12 – Que é Magistério Ordinário e universal? Como este é exercido? Qual tipo de adesão lhe deve o fiel?

13 – Que é Magistério Ordinário autêntico? Como este é exercido? Qual tipo de adesão lhe deve o fiel?

14 – Pode-se não fazer caso daqueles pronunciamentos não infalíveis da Igreja?

15 – O fato de um pronunciamento do Magistério não envolver a Infalibilidade quer dizer que este pronunciamento necessariamente possui erros?

16 – A Igreja Católica é santa?

17 – Existe Salvação fora a Igreja Católica de Cristo?

18 – Que quer dizer o número 8 da Constituição Dogmática Lumen Gentium, do Concílio Ecumênico Vaticano II, tal como ensina o Magistério?

 

 

QUESTIONÁRIO – 2º TEMA – O Modernismo

 

1 – Que é o Modernismo?

2 – Qual a principal linha de pensamento do Modernismo?

3 – O Modernismo foi condenado pela Igreja?

4 – Qual Papa condenou o Modernismo e em que documentos?

5 – Outros Papas já haviam condenado erros modernistas?

6 –Cite ao menos três e no máximo seis dos principais erros modernistas e diga porque ferem a Doutrina Católica.

7 – Como se pode combater eficazmente o Modernismo?

8 – O Modernismo é a heresia mais perigosa já enfrentada pela Igreja? Que disse o Papa sobre isso?

9 – Como agem os hereges modernistas?

10 – Qual o maior desejo e o objetivo máximo do Modernismo?

 

 

QUESTIONÁRIO – 3º TEMA – O Ecumenismo

 

1 – Que quer dizer Ecumenismo e como é o Ecumenismo aconselhado pela Igreja Católica?

2 – Existe algum tipo de Ecumenismo que fere a Fé Católica?

3 – Que pensa a Igreja Católica sobre as outras religiões?

4 – O verdadeiro Ecumenismo deve ser feito à custa de concessões doutrinárias (irenismo)? Que diz o Magistério sobre isso?

5 – Qual é o erro do indiferentismo religioso? Que diz o Magistério sobre isso?

6 – Qual é o erro do relativismo religioso? Que diz o Magistério sobre isso?

7 – Ecumenismo possui alguma relação com a Ação Missionária?

 

 

QUESTIONÁRIO – 4º TEMA – A Liberdade Religiosa

 

1 – Que quer dizer “liberdade religiosa”, tal como sempre ensinou o Magistério da Igreja?

2 – Existe algum tipo de liberdade religiosa inaceitável aos olhos da Fé Católica?

3 – O direito à liberdade religiosa é ilimitado, isto é, todos têm o direito de escolher a seu bel-prazer a religião que lhe convém?

4 – A liberdade religiosa exclui o dever dos homens e das sociedades para com a únicae  verdadeira religião, a religião católica?

5 – Qual o único caminho de salvação que Deus deu a conhecer aos homens?

 

 

Este Questionário não é obrigatório, como nosso programa de estudo também não é obrigatório, mas apenas uma sugestão. Pretendemos publicar as respostas deste questionário, se Deus assim o permitir, no dia 07 de Setembro deste ano, em comemoração ao Centenário da Encíclica Pascendi Dominici Gregis, do grande Papa S. Pio X, que se dará no dia 08 de Setembro. Mas se algum dos que seguirem este programa por nó humildemente sugerido desejar nos enviar suas respostas, para análise e correção nossa, pedimos que o envie ao seguinte e-mail: [email protected]

 

Na mesma ocasião em que desejamos publicar as Respostas a este questionário, isto é, no dia 07 de Setembro de 2007, pretendemos publicar um estudo acurado a respeito do Modernismo e do Relativismo religioso, o qual estamos preparando.

 

Comunicamos também a idéia nossa de escrever carta à CNBB pedindo aos Bispos do Brasil para que incentivem e estimulem a Missa não segundo a forma tridentina, tradicional, de São Pio V, mas também segundo a forma ordinária, atualmente em vigor, o Novus Ordo Missae, de Paulo VI e João Paulo II, em latim e em posição versus Deum, o que é próprio desta forma litúrgica. Para isto, queremos também enviar assinaturas de católicos interessados, ratificando esta petição. Sobre este assunto, falaremos melhor em outra ocasião.

 

Desejando a todos as bênçãos de Deus e a proteção de Nossa Senhora de Fátima, a cujo Imaculado Coração nós humildemente nos confiamos, concluímos aqui este nosso trabalho.

Facebook Comments

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.