Esclarecendo a Santa Missa

Afinal, o que é a missa católica? 

Geralmente os protestantes dizem que a missa católica, na verdade, é um culto a Maria. Dizem, também, que a missa não é nada de sacrifício, que isso não existe, etc 

Mas fiz uma pesquisa e preferi resumir os resultados neste texto para esclarecer estes pontos, reconhecendo que mistérios de Deus são mistérios de Deus, e, portanto, como o nome diz, sem cair na redundância da necessidade, são ?mistérios?… 

A missa é um culto a Maria? 

Isso parece ser fácil de resolver, pois todo católico que assiste (ou melhor, participa da) uma missa sabe que o culto é a Deus, e não a Maria. Parece brincadeira, mas os protestantes esperam o padre proferir a palavra "Maria"para concluir que a missa passa a ser um culto a Maria, e não a Deus. Isto é uma verdadeira ignorância a respeito da missiologia, e uma grande ignorância da realidade mesmo, do nosso dia-a-dia nas missas. Mas como se diz "texto fora de contexto é pretexto". É isso que os protestantes fazem com o simples escutar a palavra ?Maria? na missa. 

A missa é um culto a Deus. Na verdade, a missa é O culto a Deus. 

Com este texto, mesmo não concordando, espero que os protestantes sejam honestos o suficiente para entender que o ensino da Igreja Católica sobre a sua Missa é pleno de garantias bíblicas. E não somente bíblicas, mas históricas, que em nada anulam a Escritura, pois é a história do cristianismo demonstrada. 

A missa é uma celebração de adoração a Deus. Já no Didaché (70-110 d.C.) existem evidências claras de celebração eucarística: 

Capítulo 9, 1-5

1Celebre a Eucaristia assim:

2Diga primeiro sobre o cálice: "Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da santa vinha do teu servo Davi, que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre".
3Depois diga sobre o pão partido: "Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da vida e do conhecimento que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre.
4Da mesma forma como este pão partido havia sido semeado sobre as colinas e depois foi recolhido para se tornar um, assim também seja reunida a tua Igreja desde os confins da terra no teu Reino, porque teu é o poder e a glória, por Jesus Cristo, para sempre"
.
5Que ninguém coma nem beba da Eucaristia sem antes ter sido batizado em nome do Senhor, pois sobre isso o Senhor disse: "Não dêem as coisas santas aos cães?.
 

Capítulo 14, 1:  

1Reúna-se no dia do Senhor para partir o pão e agradecer após ter confessado seus pecados, para que o sacrifício seja puro.  

Justino Mártir, na metade do século 2 (cerca do ano 155 d.C.) também faz claras referências à mesma celebração que hoje se faz na Igreja Católica:  

Primeiras Apologias, 65-66:  

Eles (os irmãos) então sinceramente oferecem orações para eles mesmos e para os que tenham sido iluminados (recentemente batizados) e a todos em todo lugar, que devemos fazer dignamente, tendo aprendido a verdade, sendo encontrada pelos bons cidadãos e proprietários do que fora ordenado, pelo qual poderemos ser salvos com a salvação eterna. Cessadas as orações saudamos uns aos outros com um óculo. Apresenta-se, então, a quem preside aos irmãos, pão e um vaso de água e vinho, e ele tomando-os dá louvores e glória ao Pai do universo pelo nome de seu Filho e pelo Espírito Santo, e pronuncia numa longa ação de graças em razão dos dons que dele nos vêm. Quando o presidente termina as orações e a ação de graças, o povo presente aclama dizendo: Amém… Uma vez dadas as graças e feita a aclamação pelo povo, os que entre nós se chamam diáconos oferecem a cada um dos assistentes parte do pão, do vinho, da água, sobre os quais se disse a ação de graças, e levam-na aos ausentes.  

Este alimento se chama entre nós Eucaristia, não sendo lícito participar dele senão ao que crê ser verdadeiro o que foi ensinado por nós e já se tiver lavado no banho (batismo) da remissão dos pecados e da regeneração, professando o que Cristo nos ensinou.  

Porque não tomamos estas como pão e vinho comuns, mas da mesma forma que Jesus Cristo, nosso Senhor, se fez carne e sangue por nossa salvação, assim também se nos ensinou que por virtude da oração do Verbo, o alimento sobre a qual foi dita a ação de graças ? alimento de que, por transformação, se nutrem nosso sangue e nossas carnes ? é a carne e o sangue daquele mesmo Jesus encarnado.  

Primeiras Apologias, 67:  

No dia que se chama do Sol (domingo) celebra-se uma reunião do que moram nas cidades e nos campos e ali se lêem, quanto o tempo permite, as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas. Assim que o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos tais exemplos. Erguemo-nos, então, e elevamos em conjunto nossas preces, após as quais se oferecem pão, vinho e água, como já dissemos. O presidente também, na medida de sua capacidade, faz elevar a Deus suas preces e ações de graças, respondendo todo o povo ?Amém?. Segue-se a distribuição a cada um, dos alimentos consagrados pela ação de graças, e seu envio aos doentes, por meio dos diáconos. Os que têm e querem, dão os que lhes parece, conforme sua livre determinação, sendo a coleta entregue ao presidente, que assim auxilia os órfãos e viúvas, os enfermos, os pobres, os encarcerados, os forasteiros, constituindo-se, numa palavra, o provedor de quantas se acham em necessidade.  

Vemos, portanto, que a Igreja Católica não mudou nestes séculos, ao contrário do que alegam nossos interlocutores. Se a Igreja Católica se desviou dos ensinamentos de Cristo, então começou desde cedo, como mostra São Justino, o que nenhum cristão coerente afirmaria sem incorrer em erro histórico e teológico grave.  

A missa está dividida em duas partes: o que chamamos de ?liturgia da palavra? e ?liturgia Eucarística?. Alguns protestantes proclamam que o culto a Deus não deve ter liturgia, mas ser dirigida pelo Espírito Santo, ou seja, a liturgia protestante é não ter liturgia nenhuma. Mas isso é uma idéia dos evangélicos modernos que contrasta montanhosamente com os protestantes reformados, que possuem rigorosa liturgia estabelecida sobre as bases firmes do serviço divino. Estes mesmos evangélicos que clamam a ?aliturgia? do culto expulsam membros que porventura recebam o Espírito Santo de uma forma, digamos, mais ?exaltada?, e começam a querer alterar a forma do culto. Aí se vê qual é o espírito que rege a liturgia dessas igrejas…. 

Mas voltando ao principal. Vejamos a quem se dirige o culto nas duas porções da missa: 

Na liturgia da Palavra as orações são oferecidas, o Evangelho é proclamado juntamente com outras partes da Sagrada Escritura, e a mensagem evangélica é ensinada às massas. Esta primeira parte até que se assemelha ao culto protestante, pois este se baseia fortemente na leitura e pregação da Escritura. Alguns protestantes, até aí, podem dizer que entendem alguma coisa e quem sabe se identificam com o que está acontecendo, afinal, a leitura das Escrituras agrada todo protestante. 

A segunda parte é chamada liturgia Eucarística. Após a Palavra ser proclamada, há preparações para o serviço da comunhão, de acordo com as palavras de Jesus aos seus apóstolos: ?fazei isso em memória de mim? (1 Cor 11,25). 

Estas duas porções da celebração correspondem à experiência dos discípulos na estrada de Emaús, quando Jesus se revelou a eles pela Escritura e foi reconhecido ?ao partir do pão? (Lc 24, 13-35). Também está conforme com a prática da igreja primitiva de adorar juntos em um templo e partir o pão conjuntamente (At 2,46). 

A missa não é baseada em adoração a Maria, mas do começo ao fim é uma longa e espiritual oração escriturística. Vejam vocês mesmos: 

No início

Padre: Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo (Mt 28,19); 

Todos: Amém (1 Cr 16,36); 

Padre: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, a amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo esteja sempre convoco (2 Cor 13,13); 

Todos: Convosco também ou bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo. 

Ato Penitencial

Todos: Confesso a Deus Todo-Poderoso, e a vocês irmãos e irmãs, que pequei por minha própria culpa (Tg 5,16) em meus pensamentos e em minhas palavras (Rm 12,16) no que eu fiz e no que deixei de fazer (Tg 3,6) e peço à Virgem Maria, todos os santos e anjos, e a vós, meus irmãos e irmãs, que rezem por mim ao Senhor nosso Deus (1 Tes 5,25); 

Padre: Deus Todo-Poderoso, tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna (1 Jo 1,9); 

Todos: Amém (1 Cr 16,36);

Todos: Senhor, tende piedade (Tb 8,4), Cristo, tende piedade (1 Tm 1,2), Senhor, tende piedade. 

Glória

Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens (Lc 2,14);

Senhor Deus, rei celeste, Todo-Poderoso Deus e Pai (Ap 19,6);

Nós te adoramos (Ap 22,9) e te bendizemos (Ef 5,20);

Te louvamos pela vossa glória (Ap 7,12);

Senhor Jesus Cristo, único filho do Pai (2 Jo 3);

Cordeiro de Deus, tu tiraste o pecado do mundo, tende piedade de nós (Jo 1,29);

Estás sentado à direita de Deus, recebe nossas preces (Rm 8,34);

Pois só tu és santo (Lc 4,34). 

Depois desses ritos, segue-se a leitura da Escritura, o canto do salmo responsorial, segue então a profissão de fé do povo, que pode ser o credo apostólico ou o niceno: 

Todos

Credo Nicenoconstantinopolitano  

Creio em um só Deus,

Pai Todo-Poderoso,

Criador do céu e da terra, (Gn 14,19)

De todas as coisas visíveis e invisíveis. (Cl 1,16)

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,

Filho unigênito de Deus, (Lc 1,35) nascido do Pai antes de todos os séculos,

Deus de Deus,

Luz da Luz,

Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado,

Consubstancial ao Pai. (Hb 1,3)

Por ele todas as coisas foram feitas. (Jo 1,2-3)

E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus, (Jo 3,13)

E se encarnou pelo Espírito Santo,

No seio da Virgem Maria, (Mt 1,18)

E se fez homem.

Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; (Jo 19,16)

Padeceu e foi sepultado.

Ressuscitou ao terceiro dia,

Conforme as Escrituras, (1 Cor 15,3-4)

E subiu aos céus, (Lc 24,51)

Onde está sentado à direita do Pai. (Cl 3,1)

E de novo há de vir, em sua glória,

Para julgar os vivos e os mortos, (2 Tm 4,1)

E o seu reino não terá fim. (Lc 1,33)

Creio no Espírito Santo,

Senhor que dá a vida, (At 2,17)

E procede do Pai e do Filho (Jo 14,16)

É adorado e glorificado:

Ele que falou pelos profetas. (1 Pd 1,10-11)

Creio na Igreja,

Una, Santa, Católica e Apostólica (Rm 12,5)

Professo um só batismo

Para a remissão dos pecados.

E espero a ressurreição dos mortos (At 2,38)

E a vida do mundo que há de vir (Rm 6,5)

Amém. 

E a gora o que segue é a segunda parte da celebração, a liturgia eucarística. São oferecidos no altar o pão e o vinho e as ofertas coletadas ao povo (Mal 3,10

Padre: Bendito sejas, Senhor Deus de toda criação. Por tua bondade temos este pão para oferecer, que a terra nos deu e as mãos dos homens trabalharam (Ecl 3,13). Isto será para nós o pão da vida (Jo 6,35). 

Todos: Louvado seja Deus para sempre (Sl 68,36). 

Padre: Bendito sejas, Senhor Deus de toda criação. Por tua bondade temos este vinho para oferecer, fruto da vinha e do trabalho dos homens. Isto será para nós nossa bebida espiritual (Lc 22,17-18). 

Todos: Louvado seja Deus para sempre (Sl 68,36). 

Padre: Orai, irmãos e irmãs, para que o nosso sacrifício seja aceito por Deus-Pai Todo-Poderoso (Hb 12,28). 

Todos: Receba Senhor em tuas mãos este sacrifício, para honra e glória do Seu nome, para o nosso bem e de toda a santa Igreja (Sl 50[49],23). 

Orações Eucarísticas

Padre: Corações ao alto! 

Todos: O nosso coração está em Deus (Lm 3,41). 

Padre: Demos graças ao Senhor nosso Deus (Cl 3,17). 

Todos: É o nosso dever e a nossa Salvação (Cl 1,3

Prefácio da Aclamação

Todos: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus Todo-Poderoso, os céus e a terra proclamam a vossa glória (Is 6,3). Hosana nas alturas, bendito o que vem em nome do Senhor, Hosana nas alturas (Mc 11,9-10). 

Oração Eucarística

Padre: Senhor Deus, tu és santo e fonte de santidade (2Mac 14,36). Santificai, pois, estas oferendas com Teu Espírito afim de que se tornem para nós o corpo e o sangue de Cristo. 

            Antes que fosse entregue à morte (Fl 2,8), que livremente aceitou (Jo 10,17-18), Ele tomou o pão em suas mãos. Partiu-o e deu a seus discípulos, dizendo: 

           Tomai todos e comei todos vós, isto é o meu corpo, que será entregue por vós. 

           Ao final da ceia, tomou o vinho, deu graças ao Senhor nosso Deus, deu aos seus discípulos dizendo: 

           Tomai todos e bebei, isto é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos, para a remissão dos pecados. 

            Fazei isso em memória de mim (Mc 14,22-25

            Eis o mistério da fé! 

Todos: Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição, vinde, Senhor Jesus! (Hb 2,14-15

Padre: Em memória de sua morte e ressurreição, nós te oferecemos Senhor o pão da vida e o cálice da salvação (Jo 6,51). Damos graças por nos receber em vossa presença para vos servir Que todos nós que repartimos o corpo e sangue de Cristo sejamos unidos em um único Espírito Santo (1 Cor 10,17). Senhor, lembrai-vos da vossa Igreja pelo mundo, que cresçamos na caridade junto com o nosso Papa (xxxx), nosso bispo (e seu auxiliar xxxx), e todo o clero. Lembrai-vos dos nossos irmãos e irmãs que se foram na esperança da ressurreição: tome-os para a luz da vossa presença (2 Mac 12,45-46). Tende piedade de todos nós, para que possamos partilhar a vida eterna com a Virgem Maria mãe de Deus, com os apóstolos e todos os santos que fizeram a vossa vontade em todas as épocas. Que te louvemos juntamente com eles, e demos glória por seu Filho, Jesus Cristo (2Ts 1,4-5). 

             Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós Deus-Pai Todo-Poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda a glória, agora e para sempre. Amém. 

Todos: Amém. (Rm 11,36

Rito de Comunhão

Todos: Pai-Nosso que estás no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como nos céu. O pão-nosso de cada dia dai-nos hoje, perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém. (Mt 6,9-13

Padre: Livrai-nos Deus de todo o mal, e dai-nos hoje a vossa paz. Sejamos sempre livres do pecado, enquanto esperamos a vinda de Cristo Salvador (Jo 17,15). 

Todos: Pois vosso é o reino, o poder e a glória para sempre. 

Padre: A paz do Senhor esteja sempre convosco! (Jo 20,19

Todos: O amor de Cristo nos uniu (Rm 8,35). 

Padre: Saudai-vos uns aos outros com o amor de Cristo. (1Ts 5,26)   

A partilha do pão

Todos: Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz. (Jo 1,29). 

Comunhão

Padre: Este é o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! Felizes os convidados para a ceia do Senhor! (Ap 19,9

Todos: Senhor, eu não sou digno que entrei em minha morada, mas dizeis apenas uma palavra, e serei salvo. (Mt 8,8). 

Então o pão e/ou o vinho é entregue aos fiéis pelo padre e pelos ministros. 

Ritos Finais

Padre: Oremos. Louvado seja o nome do Senhor, agora e para sempre (Dn 2,20). Que Deus Todo-Poderoso vos abençoe em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Lc 24,51). Vão em paz (Lc 7,50) e que o Senhor vos acompanhe (Tb 5,21).  [et missa est]

Todos: Graças a Deus (1Cor 9,15

[Conheça mais sobre a liturgia na sessão Liturgia de nosso site!]

Pois bem, esta é a verdadeira missa. Dessa forma mostramos que cai por terra a tentativa dos protestantes de alegar que missa é um culto dirigido a Maria. Será que existe tamanha má fé por parte dos protestantes a ponto de jogar tudo o que foi escrito acima fora, e repetir que a missa é dirigida a Maria? Bem, as evidências Bíblicas mostram claramente, mais claro impossível, que a missa é uma celebração de agradecimento, exaltação da glória, de louvor, enfim, a verdadeira celebração de adoração a Deus. 

Os protestantes, geralmente são contadores. Gostam de contar quantas vezes aparece o nome de alguém para atribuir isso a alguma preferência por parte dos católicos. Dizem que, por aparecer o nome de Maria na missa, esta passa a ser dirigia a ela. Pois então contem quantas vezes o nome de Maria aparece, e comparem com a palavra ?Deus? ou ?Jesus? e vejam qual é a verdadeira preferência. Dizem também que os católicos adoram Maria em preferência a Deus porque no rosário existem mais ?Ave-Marias? que ?Pai-nossos?. Ora, quantas vezes aparecem palavras como ?Jesus?, ?Senhor?, ?Deus? e ?Maria? no rosário? 

A missa é ou não é um sacrifício verdadeiro? 

Os protestantes (pelo menos os mais modernos) responderiam não. 

A Bíblia e todos os demais cristãos, nestes 2000 anos de história de fé e prática, dizem sim. 

A missa não é um ?re-sacrifício? de Cristo, pois Ele se ofereceu de uma vez por todas por nós (Hb 9,28). A missa ?torna presente? o sacrifício de Cristo, o que é diferente.

Os argumentos protestantes se baseiam nisso: Jesus foi oferecido uma vez só e suficientemente, e por isso a missa, realizando um ?re-sacrifício? de Cristo, torna nula a palavra de Deus. Dizem que pelo fato de o sacrifício ter sido suficiente, não se deve repeti-lo, ou ?torna-lo presente?. 

Ora, pergunto, então, aos protestantes: Os teólogos das várias igrejas lançam livros e mais livros, comentários bíblicos, tratados sobre tal assunto, isso e aquilo, mais rápido do que as gráficas possam imprimir. Isso significa que o que foi escrito nos séculos passados, a partir de 1517 pra cá, não é mais suficiente? Os livros antigos não são bons o suficiente? Há alguma ?nova revelação? no meio protestante para que o que foi escrito antes seja ultrapassado, e por isso quando se escreve o novo, está se dizendo que o que foi escrito antes já não é mais suficiente? Por quê os membros deste fórum continuam comprando livros teológicos? Os que já possuem não são suficientes? A Bíblia King James, a ?Bíblia de Jerusalém? dos protestantes, foi atualmente reeditada em linguagem moderna e revista. A antiga versão não é mais suficiente? 

A celebração Eucarística não anula a suficiência do sacrifício de Cristo, mas a ?torna presente? na forma incruenta. 

A Bíblia não é um manual onde se está escrito ?Como celebrar a adoração a Deus? ou ?Como celebrar a ultima ceia?. Para os protestantes, ela, a última ceia, é apenas símbolo, uma lembrança mental do que Cristo fez por nós. Para os demais cristãos, ela é bem mais. A crença protestante de que tudo está na Bíblia causou uma destruição no puro entendimento que reinou nos mil e quinhentos anos anteriores do cristianismo. Mesmo entre os protestantes o problema da última ceia não é resolvido, pois entre as suas mais de vinte mil denominações, existem aqueles que, como os católicos, crêem que a Eucaristia não é mero símbolo, enquanto outros mais crêem os extremo oposto. Não é à toa que após 50 anos da publicação das 95 teses de Lutero foi lançado um livro, escrito em alemão, intitulado Duzentas Definições sobre a Frase: Isto é o meu Corpo

O próprio Lutero, frente ao caos que surgia, muito menos escandaloso do que o que se vê atualmente, já previa: 

Existem quase tantas seitas e crenças quanto cabeças. Este não admite o batismo, o outro rejeita o Sacramento do altar (citado de Leslie Rumble, Bible Quizzes to a Street Preacher [Rockford, IL: TAN Books, 1976], 22). 

Entretanto, os mesmos protestantes que aderiram à revolta de Lutero, não aderem ao seu pensamento, mas somente aos próprios. É a destruição da mensagem de Deus através da exaltação do individualismo humano, que achou terreno fértil no protestantismo. 

Vejam que São Justino escreveu uma descrição detalhada da missa no século 2, portanto muito antes da Bíblia ser formada. O que temos como celebração de culto a Deus vem da mais pura transmissão apostólica, sem manuais, sem Sola Scriptura e outras fontes, apenas a Tradição Apostólica. 

Os protestantes rejeitam a celebração católica, pretendendo com isso que todos deveriam fazer o mesmo. Mas quando se deparam com declarações como esta (abaixo), e vindo de quem vem, não sabem o que dizer, senão considerar que, quem antes tinha descoberto a verdade, não a descobriu de fato, ficando a descoberta da verdade a cabo dos que ainda viriam, os evangélicos, até, claro, que um novo grupo surja e descubra uma nova "verdade". 

Consideramos como nosso dever que a maioria do que eles disseram (a Igreja Católica) é verdade: que o papado detém a palavra de Deus e o ofício dos apóstolos, e que nós recebemos a Sagrada Escritura, os Sacramentos e o púlpito deles. Como saberíamos de tudo isto se não fosse deles?(Sermão sobre o Evangelho de João, Cap. 14- 16 (1537), in vol. 24 of Luther's Works [St. Louis, Missouri: Concordia Publ. House, 1961], 304).  

O entendimento da missa tem toda a base bíblica, e também não se pode negar e jogar no lixo o entendimento dos Padres da Igreja, eles, claro, não são inspirados para terem suas cartas na Bíblia, mas eu respeito o entendimento deles pois, como diz Santo Irineu de Lião, são: ?Os que viram e conversaram com os sagrados apóstolos, e ainda possuem a sua pregação soando nos ouvidos e a autêntica tradição à frente de seus olhos? (Adv. Haeresis, 3, 3, 2f.). 

Mas vamos falar um pouco mais sobre a missa, se até aqui alguém ainda reluta em perceber que está enganado em suas determinações… 

A palavra missa, em si, é insignificante, simplesmente é a frase latina para a conclusão da celebração, ite, missa est, que significa mais ou menos vão, estão dispensados. Citando o apologista católico Steve Ray, doutor em teologia e ex-pastor protestante dos EUA: 

A missa é uma compreensiva e profunda liturgia que guarda mistério e tipologia. Ela incorpora a beleza e a força da Paixão de Cristo e a reproduz diante dos nossos olhos. É um paradoxo ainda que simples. Contém toda a profundidade, dignidade, simbolismo e realidade que alguém pode esperar como elemento central da adoração na Igreja fundada por Cristo e seus apóstolos. A missa está prevista em Malaquias 1,11 como foi entendido desde o início da Igreja. missa somente é um outro nome do serviço de adoração, da divina liturgia, do corpo de Cristo participando da Ceia do Senhor. 

A missa como sacrifício: 

No Antigo Testamento um sacrifício iniciava com uma oferenda, alguma coisa solenemente trazida à presença de Deus. Este é o primeiro significado de oferenda, ou do sacrifício, na Missa. O povo de Deus está reunido diante do altar do Senhor, o local de sacrifício, como mostra Mal 1 e 1Cor 10,21. Os israelitas devem trazer suas primeiras colheitas e coloca-las no altar para adorar a Deus. Por isso trago agora as primícias dos frutos do solo que me destes, ó Senhor. Dito isto, deporás o cesto diante do Senhor, teu Deus, prostrando-te em sua presença (Dt 26,10). 

A Igreja sempre observou isto como uma profundamente significante na missa. Quando nos juntamos no local de adoração a Deus, trazemos nossas ofertas para Ele. Elas são colocadas no altar e oferecidas, oferecemos a Deus muitas coisas, nós mesmos (Rm 12,1-2), nossas orações (Hb 13,15), nossas doações (1Cor 16,2), etc. 

Este altar é apenas uma memória do passado ou uma verdade do Novo Testamento? A Igreja Católica adota a idéia neotestamentária do altar (Hb 13,10; 1 Cor 10,21) como realidade. Santo Inácio (35-107 d.C.) e os primeiros cristãos concordam: 

Estejam certos, portanto, que todos observem uma Eucaristia comum; pois há somente um corpo do Senhor Jesus Cristo, e somente um cálice de união com Seu sangue, e somente um altar de sacrifício  também como somente um bispo, com seus auxiliares e diáconos. Isto assegurará que todos estarão de acordo com a vontade de Deus? (Epístola aos Filadélfos 4, in Early Christian Writings, 94, written about 106 A.D.). 

Notem as quatro palavras-chave aparecendo: corpo, sangue, altar e sacrifício. Sobre esta citação um autor protestante chamado JND Kelly comenta: 

A referência de Inácio a um altar, assim como um bispo revela que ele também pregou a Eucaristia em termos de sacrifício?. 

No céu existe um altar (Is 6:6; Ap 6:9; 8:3-5; 9:13; 11:1; 14:18; 16:7). Pelo visto, quem rejeita o altar daqui da terra, se chegar ao céu, vai se deparar com um…. Nós não podemos nos distanciar do altar. Os católicos possuem um altar que representa realmente tanto o sacrifício da cruz quanto a última ceia de Cristo, enquanto que os protestantes possuem uma tábua de madeira na frente de seus fiéis que não significa nada. 

As nossas ofertas, reais e simbólicas, são postas diante do trono de Deus, elas nos representam, pois não oferecemos somente o que temos, mas a nós mesmos, nossas famílias e outras coisas diante do altar de Deus. Este significado é tão belo que me entristeço quando percebo que católicos não entendem o sentido da missa, ou vejo protestantes que sabem menos ainda, e ainda proclamam ser doutores sobre a missa, tentando espalhar a falsidade e o engano, com base nas suas vontades interiores de derrubar a Igreja de Cristo com seus dardos inflamados. Estes todos tem olhos mas não vêem… (Mc 8,18). 

O pão e o vinho que se oferece no altar não representam seu corpo e sangue. Jesus não disse isso, existem palavras que Ele poderia com certeza ter usado para demonstrar esta intenção, mas não fez. Os protestantes são tão apegados a letra, que rejeitam o que Jesus falou, e se apegam somente ao que se escreveu, e somente na língua grega. Ou seja, as palavras de Jesus, ditas em aramaico, para os protestantes que querem encontrar contexto para suas heresias, não têm validade, mas somente as palavras que foram escritas em grego, pelos apóstolos (veja a discussão entre petrus e kepha nos artigos Exegese de Mt 16,18-19  e A Promessa do Primado). Ao contrário, Jesus disse que aquilo ali na mão dele era Seu corpo e Seu sangue. Estudiosos atestam que no aramaico não há palavra que conote realmente a palavra ?corpo?, preferindo-se o uso de ?carne?. E o aramaico era a língua de Jesus! A palavra grega para corpo é mais utilizada em aramaico como ?carne?, por isso Jesus disse ?esta é minha carne?, na verdade. Nada mais… católico. 

E sobre a real presença de Cristo na Eucaristia, digo que isto nunca fora questionado na Igreja, com exceção dos gnósticos, que acreditavam que Jesus era um homem que "recebia" o Espírito de Deus, e por isso Ele, na verdade, não possuía corpo físico, ou seja, existiam duas "entidades" separadas, e por isso Cristo não poderia ter uma presença real na Eucaristia. Os Pais, e é por isso que os respeito e admiro, argumentam com o contrário: é justamente por Ele se fazer realmente presente na Eucaristia que ele possuiu um corpo de carne. Interessante, não é mesmo? E não é mais interessante que os protestantes calvinistas e modernos seguem a conclusão gnóstica, ao contrário de toda a conclusão da Igreja durante sua longa história? Se os protestantes realmente descobriram o verdadeiro significado da palavra de Deus, "escondida sob os decretos e a tradição humana da igreja romanista", qual então, é o sentido verdadeiro: o da "tradição romanista" ou o da heresia gnóstica? Responda quem quiser e salve-se quem puder. 

Já imaginaram Jesus sendo interrompido por Pedro, Tiago, ou até mesmo Paulo se lá estivesse já convertido, quando estivesse dizendo Este é o meu corpo? Que cena hilária! João falando: "que é isso Jesus, isso não é o Seu corpo não, fale de outra forma, isto é só um símbolo". E Jesus então dizendo, "O que foi que você disse"?… 

As palavras de Jesus na última ceia estão carregadas de sentido sacrificial. Ele está tomando o que era um sacrifício, a passagem (páscoa dos judeus) e transformando-a em um novo simbolismo e realidade. O que os judeus comiam cada ano (comiam mesmo a carne do cordeiro oferecido a Deus, para que o sacrifício tivesse efeito!) representava, na verdade, o futuro cordeiro. E agora que o verdadeiro cordeiro fora oferecido, eles deviam realmente comer do cordeiro, não simbolicamente, mas em realidade. Ou seja, cordeiro temporal ou cordeiro real e eterno? Um era um simbolismo, mas o outro era real! Os judeus continuam com o simbólico, o povo da nova aliança aderiu ao real, os protestantes retornaram ao simbólico. ?Este é o meu corpo que será dado por vós?. São palavras fortes, e não possuem 200 sentidos, mas somente um. 

Vejamos João 6,4; 10-14 

Aproximava-se a Páscoa, festa dos judeus. Disse Jesus: Fazei-os assentar. Ora, havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se aqueles homens em número de uns cinco mil. Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os às pessoas que estavam sentadas, e igualmente dos peixes lhes deu quanto queriam. Estando eles saciados, disse aos discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca. Eles os recolheram e, dos pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram, encheram doze cestos. À vista desse milagre de Jesus, aquela gente dizia: Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo.

A palavra grega usada para graça nos deu a palavra que usamos para Eucaristia. João repete esta mesma palavra no versículo 23, que é usada de forma diferente da intenção eucarística. Esta conclusão se baseia no fato de que o Evangelho de João foi escrito no final do século, quando a última ceia de Cristo já era tecnicamente conhecida como ?Eucaristia?, como Santo Inácio de Antioquia, discípulo de São João Apóstolo, demonstra em suas cartas (Efésios 13, Filadelfos 4, Esmirnenses 7) e muitos outros autores. Oscar Cullman, autor protestante, escreve algo interessante: 

?O longo discurso de Jesus no Evangelho de João… tem sido, desde tempos antigos, considerado por vários exegetas como um discurso sobre a Eucaristia… Aqui o autor faz Jesus desenhar uma linha entre o milagre da multiplicação dos pães e da alimentação de milhares de pessoas com o milagre da Eucaristia? (Early Christian Worship, trans. by A. Stewart Todd and James B. Torrance [Philadelphia: Westminster Press, 1953], 93). 

Também é interessante notar que este é o único milagre realizado por Jesus durante seu ministério público relembrado nos quatro evangelhos, tamanha a sua importância. Isso pressupõe que tal fato devia ser de conhecimento de todos os cristãos em todo lugar. O historiador protestante Philip Schaff, escreve: 

?Aqui o mais profundo mistério do cristianismo é incorporado de uma nova maneira, e a história da cruz é reproduzida diante de nós. Aqui a alimentação milagrosa daqueles cinco mil é espiritualmente perpetuada… Aqui Cristo… dá sua própria carne e sangue, sacrificados por nós… como alimento espiritual, como verdadeiro pão que veio do céu? (History of the Church [Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1980], 1:473). É importante notar que o autor é um grande anti-católico. 

Também é interessante notar que as tais ?cinco mil pessoas? são figura da Igreja, que se reúne para se alimentar do corpo e do sangue do Senhor. 

Depois da multiplicação dos pães Jesus diz: ?Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo. A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne? Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele. Então Jesus perguntou aos Doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.? (Jo 6,50-55; 66-68). 

Só lembrando que João escreve a um povo do final do século, já com uma prática cristã de algumas décadas, como se esperava que estes recebessem estas palavras? George Beasley, exegeta batista de prestígio nos EUA escreve: 

?Não é necessário interpretar a afirmação exclusivamente nos termos do corpo e sangue da última ceia, entretanto é evidente que nem os evangelistas nem os leitores cristãos poderiam escrever ou ler o que foi dito sem a devida consciência da Eucaristia; para dizer pouco, eles tinham o conhecimento dela como uma suprema executora do evento de adoração? (George Beasley-Murray, John, vol. 36 of Word Biblical Commentary [Waco, TX: Word Books, 1987], 95). 

Já perceberam que quem fala isso tudo não são católicos, mas protestantes? Eles também estão errados? 

Neste discurso de Jesus, em Jo 6, a palavra ?comer? não é uma palavra que significa algo suave, mas é a palavra grega gnaw e munch e pode ser traduzida por ?mastigar (com os dentes) a carne?. ?esta ofensa?, de acordo com Cullman: 

?pertence agora ao Sacramento assim como a (ofensa) do corpo humano pertence ao divino logos? (Cullman, Early Christian Worship, 100). 

É com esta ?ofensa? que se ofendem os calvinistas, batistas e protestantes modernos. 

Digam uma coisa: Porque Jesus não corrigiu logo a revolta do povo que se perturbou com suas palavras simplesmente dizendo ?Calma meus filhos, você não entenderam o que eu disse, não perceberam que o que eu falo é apenas um simbolismo?? 

Mas ele não fez isso. Jesus disse que ?bem-aventurados os que crêem sem precisar ver? (Jo 20,29), ao contrário dos protestantes, que querem laudos científicos. 

Jesus não fez o que muitos queriam que ele fizesse, dissesse que tudo é simbólico, mas pela falta de fé e entendimento das palavras de Jesus muitos o deixaram. Somente os doze permaneceram porque perceberam que aquelas palavras eram palavras de vida eterna. Transmitiram então estas palavras aos seus próprios discípulos, que passaram a tradição adiante, até os nossos dias, quando aquelas mesmas pessoas que não entenderam as palavras de Jesus continuam se afastando dEle por causa de sua incompreensão e insubmissão àqueles que devem cuidar pelo seu esclarecimento. 

Esta passagem foi entendida, desde os primeiros dias da Igreja, como uma explicação antecipada da Eucaristia. São Basílio Magno (330-379 d.C.) escreveu em sua epistola Ao Patriarca de Cesaréia sobre a Comunhão: 

?É bom e benéfico comungar todos os dias, e participar do corpo e sangue de Cristo. Para os afastados Ele diz ?Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue terá a vida eterna?? (The Nicene and Post-Nicene Fathers, 2d. series, 8:179). 

De acordo com Raymond Brown: 

?Existem duas indicações sobre a Eucaristia. A primeira indicação é a influência de comer (alimentar-se de) a carne de Jesus e beber do seu sangue. Isto não pode ser uma metáfora pois aceitando sua revelação… dessa forma, se as palavras de Jesus no v. 53 devem ter um significado favorável, elas devem se referir à Eucaristia. Eles simplesmente reproduzem as palavras que ouvimos nos Sinóticos na instituição da Eucaristia, ?Tomai, comei, isto é o meu corpo, … bebei… isto é o meu sangue?. A segunda indicação da Eucaristia é a fórmula encontrada no v. 51… João fala em ?carne? enquanto os Sinóticos falam em ?corpo?. Entretanto, não há palavra hebraica ou aramaica para ?corpo?, como entendemos o termo; e muitos estudiosos sustentam que na Última Ceia o que Jesus realmente disse foi a palavra aramaica equivalente, ou seja, ?Isto é a minha carne?? (The Gospel According to John I-XII, 284, 285).

Nunca é demais lembrar que o Evangelho de João foi escrito no final do século 1, quando documentos primitivos mostram que a Eucaristia era celebrada pela Igreja Católica durante o Império Romano. João não poderia escrever alguma coisa que clareasse mais estas palavras se de fato a Eucaristia fosse realmente um símbolo, e outras práticas seriam consideradas como idolatria? Mas ao contrário disso, João escreveu um Evangelho sacramental e sabia exatamente sobre o quê ele estava escrevendo. 

Bem, sabendo da realidade do fato, vejamos. 

Os católicos ?re-crucificam? Jesus na missa?? 

A resposta é não

Os católicos representam e participam do único e suficiente sacrifício de Cristo na cruz? 

A reposta é sim

Vejamos de novo Mal 1,11, sobre a profecia do puro sacrifício da Mesa do Senhor. ?Porque, do nascente ao poente, meu nome é grande entre as nações e em todo lugar se oferece ao meu nome uma oblação pura. Sim, grande é o meu nome entre as nações – diz o Senhor dos exércitos?. Notem as palavras no plural e no singular. Em todo lugar (plural) e oblação pura (singular). Um sacrifício oferecido em todo lugar. Isto corresponde à missa, e só não vê quem não quer. Ou algum protestante pode afirmar que a forma como celebram, ou o que oferecem, é a mesma em todo lugar, sem ter que explicar as diferentes formas existentes entre as denominações e dentro delas mesmas? 

A Igreja de Cristo possui um único sacrifício em todo o lugar. 

O sacrifício de Cristo foi um e único e de uma vez por todas, mesmo que em relação a um entendimento de espaço-tempo, mas é perpétuo em sua realidade e seus efeitos em relação com a eternidade. Não cessam os efeitos de Seu sacrifício. Cristo está continuamente se oferecendo ao Pai, ainda que morreu uma só vez. Este é o único e puro sacrifício que Malaquias se refere. Ele sempre oferece sua imolação, cujos fatos materiais já passaram, mas os valores permanecem. Ele constantemente intercede por nós como Sumo-Sacerdote. Cristo, ao mesmo tempo sacrifício e sacerdote. O sofrimento e a morte já se foram. Mas ele que passou pelo sofrimento e morte permanece para sempre revestido pelos méritos deste mesmo sofrimento e morte. 

João diz nos diz ?Eu vi no meio do trono, dos quatro Animais e no meio dos Anciãos um Cordeiro de pé, como que imolado? (Ap 5,6). Um famoso pintor, Jan Van Eyck, descreveu esta cena em uma pintura chamada ?A Adoração do Cordeiro?. Porque os protestantes não explicam o que faz o cordeiro ?como que imolado? diante de Deus, se o sacrifício já ocorreu aqui na terra, de uma vez por todas? 

É porque Cristo não cessa de oferecer o seu sacrifício. Ele intercede eternamente para os seus. Quando a era da redenção estiver terminada, e a Segunda Vinda completa, o sacrifício de Cristo estará completo. O sacrifício estará completo quando todos os que por quem ele ofereceu, provem seus frutos e recebam todos os benefícios de sua eficácia, e não que o Seu sacrifício fora incompleto. Entendam a questão. É pela terra que Ele se oferece, para a raça humana, como vítima no altar que está diante de Deus, para que venhamos a ser justos e redimidos por Ele. O sacrifício de Cristo representado diante de Deus é para este mundo e busca a consumação dos últimos dias. 

O pão e o vinho consagrados não representam somente o corpo e o sangue de Cristo, mas também o seu sacrifício. A consagração das suas espécies é uma imolação incruenta simbólica, mas o simbolismo é sacramental e contém o que significa: a missa é um sacrifício, porque significa e ao mesmo tempo contém toda a realidade do sacrifício da cruz. 

A missa, portanto, não é um novo sacrifício, não acrescenta nada ao ocorrido na cruz. Não coloca diante de Deus nenhum novo ato expiatório. Não dá a Deus nenhum motivo para oferecer a graça aos homens. 

Na missa, a mesma vítima se faz presente em toda a sua paixão, morte e ressurreição. O sacrifício eucarístico não acrescenta nada ao antigo sacrifício. A missa é um sacrifício solene pela sua relação com o sacrifício da cruz. Mas é um sacrifício verdadeiro. 

Com tudo isso que foi dito, porque, então, os protestantes sempre proclamam que os católicos celebram um outro sacrifício, ou mesmo um ?re-sacrifício? de Cristo continuamente? Certa vez um protestante disse que ?com todos os pedaços de Cristo que os católicos comem no céu, parece que nada de Cristo restou lá?. Ora, que coisa mais estúpida a dizer, que desperdício de oportunidade de ficar calado. Os católicos participam do único e suficiente sacrifício de Cristo, um único e feito em todo o lugar. Estas coisas podem vir de pessoas ignorantes, mas existem aqueles que intencionalmente mal-interpretam a doutrina católica para auxiliar nas suas justificativas para se manter afastado da Igreja de Cristo e permanecer na apostasia e para manter os demais também sob as rédeas da igreja, que deve se manter de alguma forma. Se não saírem da igreja católica, de onde virão pessoas para a nossa igreja? Então se inventam as mais ridículas mentiras e falcatruas para enganar ?os corações simples? (Rm 16,17).

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