Escolas católicas ou “escolas da libertação”?

A teologia da libertação além de invadir os seminários e noviciados, se fez presente nas instituições católicas de ensino. Essa maciça infiltração corrompeu gerações de jovens que estudavam em centros de estudos que teriam a obrigação de zelar por uma formação digna, piedosa e realmente cristã. Infelizmente, a disseminação da teologia da libertação nesses ambientes agravou ainda mais o problema pelo qual a Igreja na América Latina começara a passar.

Com o término do Vaticano II a Igreja viveu um momento delicado, a prática daquilo que foi estipulado no Concílio. Além de todas as épocas pós-conciliares serem difícieis duras e complexas, no caso em questão houve o agravamento pelo fato da Esposa de Cristo se encontrar infestada de hereges que empreitavam e arquitetavam pelos cantos a corrupção de todas as elucidações conciliares. Antes mesmo do fim do Vaticano II colégios católicos abriam as portas para ondas de relativismo; os que eram masculinos passaram a ser mistos, invasão de professores leigos substituindo Sacerdotes graduados e bem formados nas respectivas matérias, repúdio a fardas compostas e a qualquer simbolismo da fé.

O grau de deformação causado em antigos colégios que vinham a anos formando piedosamente bons católicos foi impressionante. As aulas de religião viraram doutrinação marxista, “educação” sexual, ou no máximo o aprendizado de uma piedade católica rasa. A Santa Missa, que outrora fazia parte do calendário escolar, foi retirada. A catequese foi corrompida ou por um sentimentalismo pouco sadio, ou então por uma falta de foco no que realmente é edificante na vivência da fé.

As crianças não mais sabiam o motivo de se fazer Primeira Comunhão, passaram a enxergar a matéria religiosa como uma monotonia sem sentido. O máximo que aprendiam era uma fé teísta relativista e generalizada, pouco se importando com os ensinamentos emanados do Magistério da Santa Igreja. Os jovens não aprendiam a rezar o terço, não sabiam se comportar na Missa (nem entendiam o que era propriamente a Missa), tudo isso estudando em colégios que se gabavam de ter o diferencial de uma formação religiosa.

Moças e rapazes que entravam nessas escolas, quando saiam não levavam consigo nenhuma grande bagagem cristã, muito menos uma fé contrita e piedosa. O máximo era a criação de uma crença relativista, que sancionava qualquer comportamento, negociava a moral, e inventava o próprio Deus, como uma religião privada e particular. Tudo isso com uma pitada de discurso “politicamente correto” esquerdista. Imaginemos as famílias formadas por esses jovens, e vamos além ao supor a formação que seus filhos teriam.

Esses alunos pessimamente formados, poucos saiem realmente católicos, vão gerar filhos tão desnorteados na fé quanto eles. Cria-se uma bola de neve, o problema cresce justamente pela falta de interrupção desse ciclo vicioso. A teologia da libertação impregnada cria justamente como produto a pouca piedade e vivência espiritual. Além de tudo convergir para o discurso político marxista (Maria é a mulher da caminhada, Jesus o revolucionário, São Francisco o ecumênico pacifista, etc.), o que já ofusca toda a mística simbólica da Tradição, existe uma aversão a toda e real piedade cristã, um ódio a quem faz caridade como fruto da própria contrição e/ou amadurecimento da fé e não pela igualdade dos cidadãos, pela luta de classes, etc.

Os colégios católicos viraram antenas de difusão de doutrinas e ensinamentos condenados pela própria Igreja. Além da presença da teologia da libertação, o que já seria sinal de decadência, há a o crescimento de bandeiras abortistas, pró-homossexualismo, sincréticas, libertárias, fincadas nas instituições ligadas à Esposa de Cristo. Em suma, estamos emprestando a nossa grande estrutura acadêmica para nos destruir, um erro tão tresloucado que provavelmente nunca houvera ocorrido na história. Isso atesta quão intrinsecamente ligadas a TL estão todas essas ondas aversas ao catolicismo.

É essencial que haja uma limpeza urgente nos colégios católicos, do contrário continuará sendo ampliada não só a presença da teologia da libertação e sua doutrinação junto aos jovens (de onde surge esse amor roxo de garotos da sexta série a Che, Marx, ao ateísmo e agnosticismo?), mas também o crescimento da pérfida influência de ensinamentos da cartilha esquerdista junto à futura juventude católica. Ou uma atitude é tomada ou então iremos continuar vendo de camarote, hereges, cismáticos e similares na tribuna de honra de nossas escolas.

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