Existiu uma Santa Sophia?

Olá,

 

Tive um sonho hoje que me despertou imensa curiosidade, sonhei que devia procurar por santa sofia, tudo o que encontrei levava a Hagia Sophia, Sagrada Sabedoria, que na maioria dos sites aparece ligado a maçonaria … rosa cruz … e gnosticismo.

 

Não entendi nada, cheguei a ler algo como Maria Magdala, ser a Sophia humana???

Existiu alguma santa chamada Sofia??? Por que tamanha referência a ela junto aos maçons???

 

Perdoe se a pergunta for por demais tola … mas tenho profundo interesse em aprender mais e mais sobre minha religião católica. E ando meio chateada por ter recentemente convivido no trabalho com maçons que despertaram em mim verdadeira repulsa a maçonaria.

Obrigada,

 

Teresa

 

PS.:Um grande abraço ao Marcus Pimenta com quem estudei recentemente metafísica.

 

 

Caríssima e digníssima Teresa, Salve Maria SS!!!

 

 

Agredecemos o endereçamento de sua dúvida ao nosso Apostolado: muito nos honra a confiança depositada em nosso trabalho: para que em todas as coisas Deus seja glorificado, sempre para a maior glória de Deus.

 

Essa pergunta é bem pertinente ao labor do sábio ? bem diferente do “erudito”, do [livre] “pensador”, do “intelectual”…

 

Santa Sofia, Hagia Sophia como você descobriu em suas pesquisas, é uma Catedral Bizantina erigida pelo imperador Constantino em honra e louvor a Sabedoria, a Santa Sabedoria que é uma das qualidades divinas ? Deus é soberanamente Sábio, absolutamente Sábio.

 

Bem diferente da erudição e da “inteligência” a sabedoria que vem de Deus, como declamado em notas de sublimidade em todo o Livro da Sabedoria, ilumina e estrutura as potências da alma para que alcancem e iluminem as coisas com luz sobrenatural. Diz-se da Sabedoria que ela agrega numa síntese amorosa e inseparável a ciência, a consciência, a essência e a existência. Ele, o sábio, “não apenas possui o conhecimento do essencial, mas re-conhece nele a essência da sua autoconsciência e o manifesta na sua existência enquanto forma humana do essencial”. É uma forma de imago Dei, imagem de Deus, que somente o recolhimento na humildade e responsabilidade da otorga de filhos de Deus pode proporcionar, pela graça de Deus.

 

Hoje, pelo estilhaçamento da alma moderna e pelo cerebrismo da “especialização” ? como diria Gustava Corção: “Saber mais e mais sobre cada vez menos e menos…” ? vemos um movimento centrífugo no labor científico e filosófico (e, por que não?, teológico) que, como um louco tornado, afastam-se os elementos componentes da sabedoria e da alma humana, chegando ao “requinte” de negarem-se mutuamente.

 

Por outro lado a soberba, a arrogância, a prepotência e a auto-referência num mundo sem Deus ? como diria Dostoiévski: “Sem Deus tudo é possível…” ? cria a fascinação pelo espetáculo da técnica, pela sofisticação do emprego da palavra que, como o termo nos remete, cria uma civilização de sofistas apegados a um esteticismo das figuras sem conteúdo, das aparências; do discurso como meio e fim; do macaquear Deus numa sinistra paródia caricata que é o preâmbulo da gnose que tenta, desesperadamente, “espremer” o Absoluto na mente humana.

 

Essas “fraternidades secretas”, que fazem uma macabra imitação da virtude cristã, substituindo a Caridade (“a maior das virtudes”, nas palavras de S. Paulo Apóstolo) pela mera fraternidade, tentam se apropriar dos dividendos do trabalho da Igreja, perseguida pela mundo apóstata, para se instalar em Seu lugar.

 

Os princípios norteadores desses grupos, além da soberba suicida de conhecer todas as coisas como Deus conhece (gnose), são aqueles que “democraticamente” estendem a liberdade e a igualdade para todos os domínios da vida humana, isto é, “o homem se faz a si mesmo”, não existe nada a orientar as suas ações (somente a sua “consciência”), não existe limite; o homem se diviniza, torna-se um deus… Daí o caráter pernicioso da adesão a esses grupos que professam o mesmo mal que fez cair Adão e Eva.

 

É a velha história do eterno retorno do mesmo quando o homem, este estranho ser que anda para o futuro com os olhos vigilantes no passado, tende a repetir quando esquece dos erros que cometeu. Diz Chesterton: “Quando os homens não acreditam em Deus não é que ?não acreditam em nada?… é que acreditam em qualquer coisa”.

 

Aquilo que você leu sobre ser Maria Madalena o “cálice da sabedoria de Deus”, “o Graal do Cristo”, é aquela velha patacoada “batida”, “manjada” e “surrada” dos heresiarcas gnósticos, ao estilo caluniador e difamatória de Dan Brown e seu “Código” Da Vince, de que Cristo teve filhos com ela, isto é, Maria Madalena seria a “portadora da sabedoria de Deus”, de sua descendência. Nada mais aviltante, nada mais malicioso, nada mais diabólico…

 

Não entrarei no juízo de seu sonho, mas parece que é um bom sinal de alerta e exortação.

 

Vemos hoje que muitos dos fiéis estão apegados a um pietismo deprimente; esquecem-se da sabedoria… Falam somente em “amor” ? com muitas aspas! ? e desprezam a ciência, a filosofia e o seu coroamente: a sabedoria.

 

Diga-me: Qual amor que não é sábio? Qual sabedoria que não seja amorosa?

 

A consequência desse “esquecimento”, desse desprezo, que têem raízes na fraqueza e covardia humanas, faz com que sejamos tíbios na fé, pusilânimes na caridade, mesquinhos na esperança.

 

É preciso recuperar a dignidade humana e honrar a outorga de filhos de Deus!!!

 

“Qual pai que, pedindo o filho pão, lhe dá pedra?”, diz o Cristo. “Ainda mais [ama] nosso Pai que está no Céu”!!! Nisso consiste a lei e os profetas: a existência é um convite e uma intimação que o amor de Deus nos inquire. Respeitar, amar e honrar a Deus, na imitação do Cristo, com a dignidade de filhos do Altíssimo: esse é a nossa missão, é nosso dever e nossa salvação.

 

“? Você acredita em Deus?

O problema não é se eu acredito em Deus, mas se Deus acredita em mim. A realidade de Deus é uma evidência invencível, na medida em que Deus se identifica com a infinitude metafísica que é o fundamento de toda realidade possível. As pessoas hoje em dia têm alguma dificuldade de compreender isso porque se deixaram enganar por falsas lógicas ou pelo subjetivismo solipsista e acabaram por perder todo sentido da infinitude metafísica.

 

A resposta significa que nossa vida é uma história escrita tanto por Deus quanto por nós mesmos, e que no enredo você corre o risco de escolher o papel de farsante, de mentiroso, de vigarista. É importante ter idéias verdadeiras, mas isso não é tudo. É preciso também viver no verdadeiro, isto é, não fingir que você sabe o que não sabe, nem que não sabe aquilo que sabe perfeitamente bem. Se você não é fiel a essas duas exigências, sua vida é uma mentira e o conteúdo pretensamente verdadeiro de seus pensamentos não é senão uma parte da farsa total – aquela parcela de verdade de que a mentira precisa para se tornar mais verossímil. Aí Deus não pode acreditar em você, porque, no fundo, você não existe.

 

Aprimore seus dons, aceite-os como a pedra fundamental para a reconstrução do lar humano. Não tenha vergonha de querer ser bom, de acreditar na bondade, na corajosa bondade de espírito, na dadivosa inteligência.

 

Por fim, um pequeno teste para se saber se realmente o Final do Mundo irá lhe acontecer:

Veja se você é capaz de distinguir entre o certo e o errado, entre o bom e o ruim.

 

Se você é capaz de fazer essa distinção veja se é capaz de lutar pelo certo e pelo bom. Caso se convença de que é incapaz em ambos os casos veja, por fim, se é capaz de sentir culpa por isso. Se disso você for capaz há luz no final do túnel.

 

Há santos que o foram por sua douta ignorância.

 

Há um amor invencível pela morte.

 

E tenha muito cuidado com quem pretender aliciá-lo para abandonar inclusive sua culpa. Que Deus nos abençoe e nos proteja tanto de nossa vitória quanto de nossa derrota.

 

Espero ter respondido a contento a sua dúvida.

Não deixe de nos endereçar os seus questionamentos.

Recomendo o uso de nossa ferramenta de busca no site: poderá encontrar vários outros textos que poderão lhe ajudar em suas pesquisas sobre esse e outros temas relevantes.

 

Nos corações de Jesus, Maria e José;

MMLP

 

p.s.: Um outro amplo e fraterno amplexo também para ti!!!

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