Leitor protestante indaga sobre tabaco e vida matrimonial

Nome do leitor: Pedro Lima
Cidade/UF: João Pessoa/PB
Religião: Cristã
Confissão: Batista

Mensagem
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Francamente… O artigo “O USO DO TABACO NÃO É PECADO” é infame. Acredito que desta vez vocês conseguiram se superar. Enquanto que proíbem procedimentos normais de planejamento familiar como vasectomia, ligação de trompas e outros vícios, dão liberdade e incentivam o uso do cigarro por parte dos católicos romanos. Esta droga, que se brincar é pior que a maconha (pois mata muito mais) ainda tira do sustento das famílias uma importante parte do orçamento familiar, principalmente em famílias mais carentes, para sustentar o vício de pessoas sem consideração para com o seu próprio corpo e para com seus familiares e amigos diretos, visto que os fumantes passivos padecem dos mesmos problemas dos fumantes ativos. Em suma, faltam com o primeiro maior mandamento: o amor ao próximo.

É lamentável ver um suposto “apostulado” que intenta “defender a doutrina cristã” propagar um artigo com tal apelo a uma conduta frontalmente anti-cristã, que atenta contra o próprio corpo de quem o faz e até mesmo de seus semelhantes. Certamente o autor deste artigo e os que o suportam são fumantes viciados na nicotina, que vêem na liberação de roma uma perfeita desculpa para continuar a alimentar os seus vícios pessoais.

Quão inconsistentes são os ensinamentos católicos… Proíbem coisas que são lícitas e “liberam” coisas ilícitas, feias e que prejudicam a vida de quem faz e também de outros seres humanos que convivem com o viciado.

A melhor pergunta que poderíamos fazer, e que vocês mesmos deveriam fazer para criar vergonha-na-cara seria: será que você veria Jesus fumando um cigarrinho e jogando uma piolinha no chão ? Eu não tenho dúvidas que Cristo nunca faria tal coisa, e não é licito e nem desejável que a sua suposta igreja (suposta mesmo) fomente tal comportamento lamentável.

Caríssimo Pedro Lima, salve Maria Santíssima!

Não comentarei alguns erros crassos como a falácia do “fumante passivo” ou a suposta maior letalidade do tabaco em relação à cannabis. Sugiro que leia publicações médicas sérias para não falar tais impropérios.

Em primeiro lugar, nem o apostolado Veritatis Splendor nem a única Igreja verdadeira jamais defenderam um vício. Desde as primeiras décadas do cristianismo, os primeiros padres com São Paulo, Santo Antão, Santo Atanásio, São Macário de Alexandria, Santo Evágrio Pôntico, e diversos santos nomeados segundo o Batista e o Evangelista, como Clímaco, Crisóstomo e Cassiano, apontaram os problemas e exortaram os cristãos a fugir dos vícios. Seja o vício do tabaco, o vício da comida, ou o vício do sexo incompleto, o que não se abre à possibilidade da vida. São Paulo nos diz que o corpo é templo do Espírito Santo, e faz isso para combater o problema da fornicação, que você parece apoiar pelo seu primeiro parágrafo, apesar de, em um ato falho, chamar de vícios essas mutilações. Um casamento que não está aberto à família é mera fornicação, quiçá monogâmica.

Em segundo lugar, não existe também condenação na doutrina cristã ao consumo de gordura, não cheguei a ver isso nem nos puritanismos mais exacerbados. Contudo, o índice de mortes por problemas cardíacos é muito superior a qualquer outro problema de saúde. A razão é clara, consumir gordura moderadamente nunca matou ninguém. Aos cristãos é sempre exigida a moderação. O álcool também é substância que vicia, mas não vejo ninguém condenar Jesus Cristo por transformar água em vinho. Com o adicional de que o álcool, além de viciante, é entorpecente. Jesus jamais incitou alguém à embriaguez, mas sempre bebeu moderadamente, conforme nos relatam os evangelhos.

Por fim, eu consigo imaginar Jesus Cristo consumindo um rolo de tabaco juntamente com seus amigos, de bom humor, santa e moderadamente, como se espera de um homem perfeito. O que jamais conseguiria imaginar é Jesus apoiando uma vasectomia ou uma ligatura de trompas, o que vai contra o pedido de Deus aos primeiros homens: crescei e multiplicai-vos.

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