Leitora deseja saber a posição da Igreja sobre o início da vida humana

[Leitor autorizou a publicação de seu nome no site] Nome do leitor: ana flavia
Cidade/UF: barretos
Religião: Católica

Mensagem
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Queridos irmãos do veritatis.

Sou cristã e vestibulanda, e pretendo cursar biotecnologia na área de genética. Estive pesquisando sobre o assunto e, como todos sabem, estamos em andamento no processo de pesquisas com células tronco. Decidi cursar biotecnologia pelo fato de eu ter a oportunidade de desvendar as grandezas divinas, já que eu tenho a consciência de que Deus criou absolutamente tudo e isso me deixa feliz. Conversei com profissionais da área e eles me disseram que só existe vida quando fecundado e no útero da mulher se encontre a célula ovo. Mas, mesmo assim, gostaria de saber a posição da Igreja em relação às pesquisas, já que essas pesquisas seriam futuramente a minha profissão.

Atenciosamente, Ana Flávia

Olá, caríssima Ana Flávia, que alegria receber o vosso contato jovem e tão cheio de entusiasmo pelo futuro que agora se abre a vós. Desejamos que toda a paz e a graça que procedem da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja convosco e com os vossos queridos.

É com grande ânimo e esperança que acolhemos o vosso desejo de santificar vossa vida por meio de um trabalho profissional, e ainda mais em uma área tão necessitada da presença do Espírito Santo. Com efeito, toda a área da saúde recebeu desde o princípio, especial benção por parte de nosso Deus, para fazer as Suas vezes no meio dos homens, operando a cura e a restauração da saúde e da vida: “(Toda a medicina provém de Deus), e ele recebe presentes do rei” (Eclesiástico 38,2). Vês a enorme responsabilidade que possuis em vossas mãos?

Quanto a questão do início da vida, gostaríamos de salientar que não compete à Igreja Católica definir assuntos de ordem científica/técnica, mas tão somente guiar as almas humanas para que façam justo uso das capacidades e talentos que de Deus receberam, iluminando os caminhos da terra com o resplendor da verdade, da ética e do bem. Cabe ao mundo secular definir as verdades científicas, e a Igreja Católica, acolhê-las e orientar este mesmo mundo a usá-las com critérios morais, os únicos que garantem um verdadeiro desenvolvimento humano.

O que a Igreja pensa sobre a questão do início da vida portanto provém tão e somente do que a ciência já definiu. E o que a ciência já definiu? Que a vida humana se inicia no momento da fertilização do óvulo da mulher com o espermatozóide do homem. O útero da mulher é apenas o local aonde esta vida encontrará os meios necessários para se desenvolver; se aquela vida já não existisse, a mera implantação no útero nada faria. O útero não cria vida, o útero é o ambiente que favorecerá o desenvolvimento do embrião, como nossa casa é o ambiente que favorece o nosso desenvolvimento. Se morássemos numa caverna, ainda que fosse um lugar desfavorável para nosso desenvolvimento, certamente existiríamos, mesmo que em breve perdessemos a vida.

Sendo assim, a Igreja Católica prega e defende com intransigência (e o faz com toda a razão) a defesa da vida humana desde esse momento, condenando para tanto quaisquer práticas que coloquem em perigo essa vida humana já existente, especialmente por ser sua primeira fase e mais indefesa de toda a sua vida. Aliás, a Igreja Católica levanta sua voz em defesa do direito a vida, o primeiro e mais fundamental de todos os direitos, sem o qual nenhum outro faz sentido. Se o embrião tem vida, vida humana, ela só a ele pertence, a mais ninguém, e portanto não pode ser disposto por quem quer que seja.

Diante disto fica claro e evidente o impedimento moral de se usar um ser humano em sua primeira fase de vida como meio de pesquisa, reduzindo-o a mera condição de material genético, colocando em risco mortal sua já delicada condição de existência. A dignidade humana presente em um adolescente, que nos impede de o matar para usarmos seus órgãos, é a mesma presente em um embrião, feto, bebê etc. Todos possuem DNA humano, nenhum deles é coisa, nenhum é menos do que outros, portanto, devem ser respeitados em qualquer fase.

É uma pena que seus amigos profissionais da área sejam, com todo o respeito, tão amadores em uma questão que não está aberta, nem em discussão, porque já foi definida, constatada, há mais de um século, e defendida por todos os tratados de embriologia do mundo. Só isso já demonstra como se faz necessária a presença de pessoas como a sra., caríssima Ana, neste meio que muitas vezes pretende sentar no trono de Deus e usurpar os limites e as incumbências genúinas deste campo científico. Com pouca ética e muita mentira, diga-se de passagem.

Se desejar mostrar aos seus amigos profissionais da área o quanto estão errados, segue abaixo uma compilação que eu encontrei na Universidade de Princeton com os maiores e mais respeitados nomes do mundo médico/científico, competentes o bastante para ensinar quem tem humildade de aprender (apenas peço que mantenha os créditos de tradução e site). Se não estiverem de acordo, como Mayana Zatz e cia., que escrevam para os autores e os convençam de seus erros.

Caso deseje se aprofundar no tema deixo abaixo também o endereço do meu blog, que pretende disponibilizar conteúdo pertinente a quem, como a sra., deseja fazer da nossa cultura, uma verdadeira cultura de vida, e não de morte.

Esperamos ter sido úteis, em Cristo Jesus:
Silvio L. Medeiros
Equipe Veritatis Splendor

A vida humana se inicia na fertilização do óvulo com o espermatozóide

Tradução livre: Silvio L. Medeiros – http://culturadavida.blogspot.com

“O desenvolvimento do embrião começa no estágio 1 quando o espermatozóide fertiliza óvulo e juntos se tornam um zigoto” (Marjorie England, professor da Faculdade de Medicina de Ciências Clínicas, Universidade de Leicester, Reino Unido). [1]

“O desenvolvimento humano começa depois da união dos gametas masculino e feminino, durante um processo conhecido como fertilização (concepção). Fertilização é uma seqüência de eventos que começa com o contato de um espermatozóide com um óvulo em seqüência e termina com a fusão de seus núcleos e a união de seus cromossomos formando uma nova célula. Este óvulo fertilizado, conhecido como zigoto, é uma grande célula diplóide que é o começo, o primórdio de um ser humano” (Keith L. Moore, premiado professor emérito e catedrático da divisão de anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Toronto, Canadá). [2]

“Embrião: um organismo no estágio inicial de desenvolvimento; em um homem, a partir da concepção até o fim do segundo mês no útero” (Ida G. Dox, autora sênior de inúmeros livros de referência para médicos e cientistas, premiada, trabalhou na Escola de Medicina da Universidade de GeorgeTown). [3]

“Para o homem o termo embrião é usualmente restringido ao período de desenvolvimento desde a fertilização até o fim da oitava semana da gravidez” (William J. Larsen, PhD, Professor do Departamento de Biologia Celular, Neurologia e Anatomia, membro do Programa de Graduação em Desenvolvimento Biológico do Colégio de Medicina da Universidade de Cincinnati). [4]

“O desenvolvimento de um ser humano começa com a fertilização, processo pelo qual duas células altamente especializadas, o espermatozóide do homem e o óvulo da mulher, se unem para dar existência a um novo organismo, o zigoto” (Dr. Jan Langman, MD. Ph.D., professor de anatomia da Universidade da Virgínia). [5]

“Embrião: o desenvolvimento individual, entre a união das células germinativas e a conclusão dos órgãos que caracterizam seu corpo quando se torna um organismo separado… No momento em que a célula do espermatozóide do macho humano encontra o óvulo da fêmea e a união resulta num óvulo fertilizado (zigoto), uma nova vida começa… O termo embrião engloba inúmeros estágios do desenvolvimento inicial, da concepção até a nona ou décima semana de vida” (Van Nostrand’s Scientific Encyclopedia). [6]

“O desenvolvimento de um ser humano começa com a fertilização, processo pelo qual o espermatozóide do homem e o óvulo da mulher se unem para dar existência a um novo organismo, o zigoto” (Thomas W. Sadler, Ph.D., Departamento de Biologia Celular e Anatomia da Universidade da Carolina do Norte). [7]

“A questão veio sobre o que é um embrião, quando o embrião existe, quando ele ocorre. Eu penso, como você sabe, que, no desenvolvimento, vida é um continuum… Mas penso que uma das definições usuais que nos surgiu, especialmente da Alemanha, tem sido o estágio pelo qual esses dois núcleos (do espermatozóide e do óvulo) se unem e as membranas entre eles se chocam” (Jonathan Van Blerkon, Ph.D., pioneiro dos procedimentos de fertilização in vitro, professor de desenvolvimento molecular, celular da Universidade de Colorado, reconhecido mundialmente como o preeminente expert na fisiologia do óvulo e do espermatozóide). [8]

“Zigoto. Essa célula, formada pela união de um óvulo e um espermatozóide, é o início de um ser humano. A expressão comum “óvulo fertilizado” refere-se ao zigoto” (Keith L. Moore, premiado professor emérito e catedrático da divisão de anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Toronto, Canadá; Dr. T..V.N. Persaud é professor de Anatomia e Chefe do Departamento de Anatomia, professor de Pediatria e Saúde Infantil, Universidade de Manitoba, Winnipeg, Manitoba, Canadá. Em 1991, recebeu o prêmio mais importante no campo da Anatomia, do Canadá, o J.C.B. Grant Award, da Associação Canadense de Anatomistas). [9]

“Embora a vida seja um processo contínuo, a fertilização é um terreno crítico porque, sob várias circunstâncias ordinárias, um novo organismo humano, geneticamente distinto, é por isso mesmo formado… A combinação dos 23 cromossomos presentes em cada pró-núcleo resulta nos 46 cromossomos do zigoto. Dessa forma o número do diplóide é restaurado e o genoma embrionário é formado. O embrião agora existe como uma unidade genética” (Dr. Ronan O’Rahilly, professor emérito de Anatomia e Neurologia Humana na Universidade da Califórnia). [10]

“Quase todos os animais maiores iniciam suas vidas de uma única célula: o óvulo fertilizado (zigoto)… O momento da fertilização representa o ponto inicial na história de uma vida, ou ontogenia, de um indivíduo” (Bruce M. Carlson, M.D, Ph.D., pesquisador professor emérito da Escola Médica de Desenvolvimento Biológico e Celular). [11]

“Deixe-me contar um segredo. O termo pré-embrião tem sido defendido energicamente por promotores da fertilização in vitro por razões que são políticas, não científicas. O novo termo é usado para sustentar a ilusão de que haveria algo profundamente diferente entre o que não-médicos biólogos ainda chamam de “embrião de seis dias de idade” e o que todo mundo chama de “embrião de dezesseis dias de idade”. O termo pré-embrião é usado em arenas políticas – onde as decisões são tomadas para permitir que o embrião mais novo (agora chamado de pré-embrião) possa ser pesquisado – bem como em certos consultórios médicos, onde pode ser utilizado para aliviar eventuais preocupações morais expostas por pacientes de fertilização in vitro. “Não se preocupe”, pode dizer um médico, “o que estamos congelando ou manipulando são apenas pré-embriões. Eles não se tornarão verdadeiros embriões humanos até que os coloquemos de volta no seu corpo” (Lee M. Silver, professor da célebre Universidade de Princeton no Departamento de Biologia Molecular e da Woodrow Wilson School of Public and International Affairs). [12] [1] [England, Marjorie A. Life Before Birth. 2nd ed. England: Mosby-Wolfe, 1996, p.31] [2] [Moore, Keith L. Essentials of Human Embryology. Toronto: B.C. Decker Inc, 1988, p.2] [3] [Dox, Ida G. et al. The Harper Collins Illustrated Medical Dictionary. New York: Harper Perennial, 1993, p. 146] [4] [Walters, William and Singer, Peter (eds.).. Test-Tube Babies. Melbourne: Oxford University Press, 1982, p. 160] [5] [Langman, Jan. Medical Embryology. 3rd edition. Baltimore: Williams and Wilkins, 1975, p. 3] [6] [Considine, Douglas (ed.). Van Nostrand’s Scientific Encyclopedia. 5th edition. New York: Van Nostrand Reinhold Company, 1976, p. 943] [7] [Sadler, T.W. Langman’s Medical Embryology. 7th edition. Baltimore: Williams & Wilkins 1995, p. 3] [8] [Jonathan Van Blerkom of University of Colorado, expert witness on human embryology before the NIH Human Embryo Research Panel — Panel Transcript, February 2, 1994, p. 63] [9] [Moore, Keith L. and Persaud, T.V.N. Before We Are Born: Essentials of Embryology and Birth Defects. 4th edition. Philadelphia: W.B. Saunders Company, 1993, p. 1] [10] [O’Rahilly, Ronan and Müller, Fabiola. Human Embryology & Teratology. 2nd edition. New York: Wiley-Liss, 1996, pp. 8, 29. This textbook lists “pre-embryo” among “discarded and replaced terms” in modern embryology, describing it as “ill-defined and inaccurate” (p. 12}] [11] [Carlson, Bruce M. Patten’s Foundations of Embryology. 6th edition. New York: McGraw-Hill, 1996, p. 3] [12] [Silver, Lee M. Remaking Eden: Cloning and Beyond in a Brave New World. New York: Avon Books, 1997, p. 39]

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