O cristão nasceu para a luta (Parte 1/2)

 

O cristão nasceu para a luta!

Dr. Rafael Vitola Brodbeck

 

 

?Eu sei que todo homem deve lutar, se quiser algo na vida.

E eu sempre quis, por graça de Deus, que esta minha luta

fosse por Cristo e pela Igreja. Por acaso um verdadeiro cristão

pode esperar uma vida sem cruz? A minha luta

tem um sentido: Cristo crucificado. Sim, acho que eu sofri,

com as diversas provas que Deus permitiu na minha vida.

Não nego isto. Mas vi muitos outros homens sofrerem

sem nenhum sentido, e acho que isso é o pior

que pode acontecer a um homem.

Com a ajuda de Deus e por graça dele, eu consegui

dar sentido às minhas lutas.?

(Pe. Marcial Maciel, LC, em entrevista ao Jorn. Jesús Colina,

diretor de Zenit; ?Minha vida é Cristo?, pp. 239-240)

 

 

 

 

Introdução

 

A frase que serve de título não é minha. Seu autor é o grande Papa do século XIX, Sua Santidade Leão XIII, que a utilizou na Encíclica Sapientiae Christianae, de 10 de janeiro de 1890. Reflete a concepção, essencial no cristianismo, de que a vida espiritual e apostólica é uma batalha constante.

 

?Por isso, continue lutando por Cristo sem cansar, pois o seu Reino é dos que lutam. Nas batalhas, nem todos vêem a vitória; mas a luta já é vitória: é não aceitar uma posição morna, é reconhecer que se quer ser melhor, é não se contentar com a santidade adquirida, ou com os propósitos pronunciados ou escritos. Lutar é deixar de lado a teoria e levar a vontade à prática.? (Pe. Marcial Maciel, LC. Carta de 18 de julho de 1975)

 

Essa face militante da vida cristã é ensinada pelo próprio Cristo, quando descreve que há no mundo o trigo e o joio (cf. Mt 13,24-27) e, sobretudo, quando ele mesmo dá o exemplo expulsando os vendilhões do Templo (cf. Jo 2,13-17) e suando sangue em Sua agonia no Horto das Oliveiras. São Paulo, mais tarde, irá aprofundar esse conceito em suas fabulosas encíclicas. A espiritualidade e a teologia paulinas ressaltam, sobremaneira, a necessidade que tem o crente em Cristo de lutar.

 

São Norberto, São Bernardo de Claraval, São Francisco de Assis, São Domingos de Gusmão, Santo Tomás de Aquino, São Boaventura, todos não cansaram de repetir a máxima da guerra espiritual. Antes deles, Santo Agostinho, São Basílio, e os patriarcas do monaquismo, principalmente Santo Antão e São Bento. Depois de todos, mais recentemente, Santo Inácio de Loiola, dedicou-se, na fundação da Companhia, em incutir na mente e no coração dos seus jesuítas, a base de sua regra, que outra não era que a do Evangelho: conhecer-se para vencer-se e assim glorificar a Deus. A guerra espiritual, vemos, estava na essência dos inacianos, e este o tema que permeia sua obra prima, os Exercícios Espirituais. Primeiro deve lutar contra o pecado, em sua alma, o que importa em pelejar constantemente contra os três inimigos clássicos, definidos na mística cristã: o diabo, a carne e o mundo. Depois, a luta deve ser dirigir contra as várias manifestações de pecado na sociedade, o que significa que deve o cristão fazer apostolado, i.e., empenhar-se pela salvação das almas, pela evangelização do mundo, pela sacralização da ordem temporal. Não falamos de qualquer lapso de tempo entre as duas lutas, pois são simultâneas e perenes enquanto estivermos peregrinando nesta terra.

 

Discursou o grande pensador católico brasileiro, Plínio Corrêa de Oliveira: ?Concebemos a vida, não como um festim, mas como uma luta. O nosso destino deve ser de heróis e não de sibaritas. É esta verdade sobre a qual mil vezes meditamos, que hoje vos venho repetir. (…) Colocai Cristo no centro das vossas vidas. Fazei convergir para Ele todos os vossos ideais. Diante da grande luta, que é a nobilíssima vocação da vossa geração, repetia o Salvador a frase famosa: Domine, non recuso laborem.? (Discurso no encerramento do ano de 1936, no Colégio Arquidiocesano de São Paulo, in ?Echos?, nº 29, pp. 88-92)

 

A própria Igreja é concebida, na Escritura, como um corpo militar. Sicut castrorum acies ordinata. ?Temível como um exército em ordem de batalha.? (Ct 6,10)

 

 

Espiritualidade militante

 

O cristão, vemos, deve embasar toda sua vida na concepção de que esta é uma luta. E, se está fundada a vida cristã na correspondência livre da vontade à graça de Deus, também a espiritualidade, a relação com Deus, deve ter seu caráter militante. Essa militância, essa predisposição para o combate, deve permear a vida espiritual do cristão. Compondo-se de uma vida de oração e da busca da santidade, a dimensão espiritual do discípulo, para ser militante, deve alcançar aqueles dois aspectos.

 

É preciso, pois, para o desenvolvimento de uma autêntica espiritualidade militante, adotar uma vida militante de oração e uma busca igualmente militante da santidade. A oração do cristão que vê sua peregrinação pela terra como uma luta deve estar fundamentada no combate. Por sua vez, a busca da santidade também necessita de gana, de tenacidade, de espírito de luta.

 

Dizer espiritualidade militante deve significar que o cristão reza como quem combate, e busca a santidade como um objetivo a ser alcançado pela batalha.

 

A guerra espiritual, própria da vida cristã, e experimentada pelos grandes patriarcas do Antigo Testamento, especialmente por Abraão, Moisés, Josué, Davi e Elias, e também pelos santos da Igreja, existe ainda para os que não a conhecem… Com a diferença de que, para estes, a luta está sendo perdida.

 

Para reverter esse resultado, favorecendo a vitória para o cristão, importa desenvolver uma estratégia bélica eficaz. Antes de tudo, o convencimento de que se está no meio do campo de batalha é fundamental! Depois disso, deve o cristão, qual soldado, focar as duas áreas de sua dimensão espiritual ? vida de oração e busca de santidade ?, procurando desenvolver as melhores maneiras de derrotar os inimigos ? o diabo, a carne, o mundo ?, utilizando as armas e planos que o guiem a vencer esse combate que se trava em sua alma.

 

Nesse aspecto, os mestres espirituais da tradição cristã têm seu papel de destaque. Das várias escolas da oração e da espiritualidade reconhecidas como legítimas pela Igreja, pode o cristão militante identificar-se com uma ou com uma amálgama de várias. Salienta-se, como importantíssimo no tempo presente, o resgate das técnicas descritas por Santo Inácio para seus jesuítas, com o fim de reconhecer as moções dos espíritos que lutam pela posse da alma, e fazer-lhes verdadeira guerra até sua extinção!

 

?A oração é um dom da graça e uma resposta decidida de nossa parte. Supõe sempre um esforço. Os grandes orantes da Antiga Aliança antes de Cristo, como também a Mãe de Deus e os santos com Ele, nos ensinam: a oração é um combate. Contra quem? Contra nós mesmos e contra os embustes do Tentador, que tudo faz para desviar o homem da oração, da união com seu Deus.? (Catecismo da Igreja Católica, 2725)

 

A oração, portanto, é parte de uma estratégia de guerra! Como o descanso e a alimentação dos soldados e seu treinamento contínuo resultam em maiores condições para alcançar a vitória, a oração, pela qual o cristão encontra-se com Deus pela fé, deve nutri-lo e prepará-lo, tornando sua ação própria para derrotar quem peleja por afastá-lo do caminho do Senhor. É o ensinamento do fundador do Movimento Regnum Christi e da congregação religiosa dos Legionários de Cristo, o Pe. Marcial Maciel, LC: ?Para vocês poderem construir um hábito vigoroso e permanente de vida interior, eu quero lhes recomendar uma especial atenção à sua vida de oração, a esses momentos de diálogo pessoal com Ele, de contato íntimo e cordial com o Amor. Que a oração de vocês seja feita de fé, de humildade, de agradecimento, de adoração, de confiança, de silêncio, de perseverança, para Deus ser o doce hóspede da sua alma e para que o seu coração esteja sempre protegido contra o feitiço do mundo sensual, materialista e orgulhoso! Amem a oração, desejem ansiosamente dispor de um tempo para o amado, tenham sede de oração, e por nenhum motivo do mundo a releguem ou deixem para depois. Especialmente, amem a oração vocês, que correm mais o risco de o ativismo secar a sua alma e tornar estéril a sua vida apostólica, para que a água da oração regue os seus corações, e assim a sua vida será ?como a árvore plantada à beira das águas, que lança as suas raízes para a corrente e não teme a vinda do calor, conserva verde a folhagem, não se inquieta durante a seca e não deixa de dar fruto.? (Jr 17,8)? (Pe. Marcial Maciel, LC. Carta de 10 de março de 1981) Sendo assim, não basta rezar quando se tem vontade… Para o cristão, ensina-nos a psicologia católica, a vontade deve estar submetida à razão, sob o influxo da graça. Assim, em cada momento, com ou sem ânimo, em consolação ou desolação, o homem precisa rezar. Aliás, justamente quando se está desolado é que a oração se torna mais necessária. Prova-se o amor a Deus quando, mesmo sem as consolações sensíveis da graça, a alma não esmorece no seu propósito de agradá-Lo, ainda que ?não sinta nada.?

 

?O espírito contemplativo é o resultado de um trabalho corajoso e contínuo para entrar no interior do próprio espírito, e assim poder viver na presença e na companhia de Deus. Por isso, ao falar de espírito contemplativo, a atividade que primeiro vem à mente é a oração. Não se pode conceber um cristão desejoso de viver em profundidade a sua fé, que não experimente a necessidade imperiosa de orar, de contemplar a Deus e as diversas manifestações da sua presença na alma e no mundo ao seu redor, de buscar a luz para iluminar a sua vida e a fortaleza para traduzir em atitudes e ações o que foi contemplado.? (Pe. Marcial Maciel, LC. Rema Mar Adentro, 140)

 

Para uma vida de oração que seja, então, militante, há que se seguir um método a ser cumprido sempre, consolada ou desolada a alma. Sem uma oração metódica, com horários e metas, o homem consolado pode até rezar, mas o que vê retirada de si a sensibilidade, facilmente vai abdicando, pouco a pouco, da oração, num ?deixar para depois? interminável. O método destrói essa tentação, e caracteriza a necessária militância desse aspecto tão basilar do dia-a-dia do crente.

 

Um método eficaz contempla uma boa distribuição de oração nas várias horas do dia, e as preenche com diferentes atividades, cada qual com um propósito específico. Pela manhã, por exemplo, oferecer as obras do dia, consagrando-se a Deus e pedindo a proteção da Santíssima Virgem; à noite, examinar a consciência para verificar os atos que desagradam a Deus, implorando perdão pelos pecados cometidos; ao longo do dia, fazer visitas a Nossa Senhora, mediante a veneração de uma imagem sua e a recitação de preces especialmente a ela dedicadas, como o terço, o Angelus, o Regina Caeli, a Ladainha Lauretana, o Ofício Parvo, alguns cânticos, a Salve Rainha etc. Além disso, a visita ao Santíssimo Sacramento, a recepção freqüente dos sacramentos que podem ser repetidos ? Eucaristia e Penitência ?, o ouvir a Santa Missa, a meditação e a leitura de um livro de algum autor espiritual ou de uma passagem da Sagrada Escritura, a reza de jaculatórias e outros exercícios piedosos, podem ser de grande valia, se fizerem parte de método, a ser fielmente cumprido.

 

Já em relação à busca de santidade militante, passa esta pela oração, mas nela não se esgota. É preciso, para quem quer ser santo, e, mais santo militante, santo guerreiro, santo batalhador ? única forma de se alcançar a santidade, aliás ?, além de rezar como se numa luta estivesse, que se evite as ocasiões de pecado, que se faça pequenas mortificações, atos de humildade e penitências. Evitando locais e oportunidades que possam gerar o pecado, e humilhando-se diante de Deus, pode o cristão guerrear por sua santidade: dizer para o demônio que não se quer a sua tentação, senão a recompensa dada por Cristo aos que Lhe são fiéis! ?Pense que a santidade não é trabalho de um dia, e sim de toda uma vida; que toda a vida é luta, com suas vitórias e seus fracassos. Simplesmente tenha a certeza de que, se você luta e se esforça, no final do seu caminho se encontrará com Cristo, que lhe abrirá os braços apesar das suas misérias e tombos, porque Ele é Pai e saberá do seu esforço.? (Pe. Marcial Maciel, LC. Carta de 16 de junho de 1979) Buscar a santidade seriamente é uma luta… Alcançá-la é triunfar nessa guerra!

 

O amor por Cristo, motivação maior daquele que deseja a santidade, nasce do ardor com que o expressamos a Nosso Salvador.

 

?Só quando se ama a Cristo é possível seguir em frente com energia. E uma pessoa ama a Cristo quando pensa como Ele, quando sente como Ele, quando quer como Ele, quando procura o mesmo que Ele, quando ama o que Ele ama, quando vive obcecada pelos interesses que Ele tem, e não pelos próprios interesses pessoais; é assim que se ama a Cristo. E, gravem bem isto: uma pessoa só ira, só faz oração, só reza quando ama a Cristo. Quando não, analisem se vocês oram ou reza. Porque mexer os lábios, ou ficar algum momento de joelhos, não é orar nem rezar. Orar e rezar é amor. É essa convivência plena, diária, contínua, de dia e de noite, com o grande amigo que trazemos no coração, com Cristo. A amizade contínua com Ele, a proximidade dele, do seu coração com o meu, da sua vida com a minha, do seu pensamento com o meu, da minha integração nele. Isso é amor, isso é oração.? (Pe. Marcial Maciel, LC. Conferência em Roma, 25 de outubro de 1988)

 

A vida espiritual, para ser militante, deve basear-se na observação metódica de si mesmo. Suas duas expressões básicas, a oração e a busca da santidade, devem convergir para idêntico objetivo geral: conformar o cristão a Cristo, sua vontade à d’Ele.

 

?O Batismo, ao conferir a vida da graça em Cristo, apaga o pecado original e faz o homem voltar para Deus. Porém, as conseqüências de tal pecado sobre a natureza, enfraquecida e inclinada ao mal, permanecem no homem e o incitam ao combate espiritual.? (Catecismo da Igreja Católica, 405)

 

Peça muito importante para o sucesso na guerra espiritual é, portanto, a identificação de nossos defeitos dominantes, para assim atacá-los com maior eficácia. A cada defeito contrapomos uma virtude, sendo nosso alvo nessa verdadeira batalha ? por isso a vida espiritual é militante ? subjugar o erro e o vício. Assim, estabelecendo um objetivo, traçamos metas que nos levem a ele. Imprescindível, pois, um plano de vida, que deverá, além da luta contra os defeitos, firmar outros objetivos, do combate decorrentes, e meios de alcançá-los nas diferentes áreas de nossa existência: estudo, profissão, formação cultural, família, apostolado, oração, relacionamentos amorosos e sociais. Um soldado sem um plano de batalha, desconhecedor de seus alvos e táticas para atingi-los, dificilmente terá sucesso. Da mesma maneira, sendo o cristão um soldado, sua missão, no campo da vida espiritual, precisa de um guia, um plano.

 

Desse modo, ao método de oração, do qual já nos ocupamos, consubstanciado em verdadeiros compromissos espirituais, às armas para evitar o pecado, assunto também já tratado, alia-se o plano de vida, tal qual um mapa para o correto desempenho dos dois primeiros. Será mais fiel a seus compromissos de oração quem observar o plano de vida. Utilizará as armas mais adequadas contra o pecado, buscando a santidade, quem, por outro lado, souber manejar o plano de vida.

 

Autêntico campo de batalha, na pedagogia de Santo Inácio de Loyola, a alma é o lugar no qual lutam o bem e o mal. Para favorecer o bem, que é a graça divina, e derrotar o mal, o pecado, o plano metódico de vida é instrumento poderosíssimo, uma vez que ordena as potências do homem, distribui os horários para o combate prudente e eficaz, estabelece as armas adequadas a cada situação pessoal, forma a alma na disciplina, e permite, por fim, avaliar o progresso na vida espiritual. ?Uma luta árdua contra o poder das trevas perpassa a história universal da humanidade. Iniciada desde a origem do mundo, vai durar até o último dia, segundo as palavras do Senhor. Inserido nesta batalha, o homem deve lutar sempre para aderir ao bem; não consegue alcançar a unidade interior senão com grandes labutas e o auxílio da graça de Deus.? (Concílio Ecumênico Vaticano II. Constituição Pastoral Gaudium et Spes, nº 37)

 

Busca militante da santidade e vida militante de oração só se tornam fato na presença do amor ao método e à ação disciplinada.

 

 

Apostolado militante

 

As duas dimensões próprias do cristão militante são a espiritualidade e o apostolado. O Pe. Maciel, LC, costuma exortar seus filhos espirituais, os legionários e os membros do Regnum Christi, a sempre entenderem sua vocação como contemplativa e conquistadora. Nada mais faz do que reproduzir, noutras palavras, o chamado de cada fiel, ainda que, nos diferentes carismas e estados de vida, ele se materialize de modos diversos. ?Eu apenas gostaria de salientar duas coisas, importantíssimas para o homem do Reino: a oração e a ação; ser contemplativo e conquistador. Somente na oração é que nós podemos fundamentar o nosso apostolado; na medida em que você amar e escutar a Cristo, você vai transmiti-lo aos outros; sem Ele nada podemos fazer. Se você não refletir em seu rosto, em suas ações, a vivência íntima do espírito evangélico, os homens não o aceitarão. Além disso, considere que a oração não é apenas um dever, ?é uma necessidade.?? (Pe. Marcial Maciel, LC. Carta de 2 novembro de 1974) ?O verdadeiro homem do Reino deverá ser contemplativo e conquistador: deverá saber ter o olhar e o coração em Deus, em Cristo, no Evangelho, e ao mesmo tempo lutar as batalhas de cada dia no seio da própria família, na universidade, na rua, entre os companheiros, procurando sempre ser um pioneiro incansável do Reino.? (Pe. Marcial Maciel, LC. Carta de 1º de agosto de 1970)

 

Nisso, não só a dimensão contemplativa do cristão, a espiritualidade, deve ser militante. Também a dimensão conquistadora, o apostolado, precisa ser uma luta. O apostolado militante, enfim, é uma conseqüência do conceber o cristão sua vida como uma batalha. Se a guerra espiritual existe, também a guerra apostólica! Restabelecimento

 

Basicamente, para o secular ? seja clérigo, consagrado ou simples fiel ?, há dois tipos de apostolado: a evangelização estrita e a recristianização do mundo. O primeiro compete a todos, mas por essência ao clérigo, na pregação e na administração dos sacramentos, e ao consagrado, no testemunho de vida radical, ainda que também o leigo seja chamado, dentro de sua realidade própria, a também levar almas para Cristo. Já o segundo, a cristianização da sociedade, é a tarefa própria do leigo: ordenar as estruturas temporais segundo Deus, sacralizar o mundo!

 

A militância deve atingir essas duas espécies de apostolado. Precisamos de apóstolos militantes! ?Movido pelo amor de Cristo, o apóstolo é lutador, é militante. Transformar o homem, arrancar dele as paixões desordenadas, fazer dele um homem novo em Cristo não é uma tarefa fácil, nem há fórmulas para conseguir realizá-la. O apóstolo concebe a sua missão como uma luta constante contra as forças do mal que existem tanto dentro como fora dele. São Paulo nos fala do ?combate da fé? (1 Tm 6,12), da ?luta pela fé no Evangelho? (Fl 1,30) que o discípulo de Cristo deve manter. É o Senhor quem dá a força para lutar nesse combate: ?Tudo posso naquele que me conforta? (Fl 4,13). E é Ele também quem dá a vitória e a recompensa: ?Se morrermos com Ele, viveremos com Ele; se sofrermos com Ele, reinaremos com Ele? (1 Tm 2,11). O Reino dos céus sofre violência e os que lutam para entrar nele conseguem a vitória (cf. Mt 11,12). (…) O apóstolo é tenaz, forte e perseverante. O apóstolo tem que ser tenaz para não desistir do esforço, forte para combater sem desfalecer até o final, até o ?tudo está consumado?, perseverante para não se deixar vencer pelos caprichos ou pelas veleidades. A luta será difícil em certas ocasiões, pela lentidão, duração ou fadiga que a consecução de suas metas requer. Só uma vontade firme e bem disciplinada, fundamentada no domínio dos sentimentos e das emoções, poderá perseverar até conquistador o objetivo. A luta será contínua. Não se consegue a vitória definitiva num dia, nem numa semana, nem num ano. Durante toda a vida teremos que combater. Por isso, é urgente que haja apóstolos convictos da necessidade da laboriosidade e da paciência como componentes intrínsecos de sua missão, homens habituados à tenacidade esforçada. Sem este espírito, facilmente se cai na preguiça, na covardia, na comodidade, na falsa prudência, na lamentação, na amargura estéril. Para a nossa natureza, uma luta tão ingrata e prolongada não é nada atraente. Mas esta é a verdade da vida: uma luta constante (cf. Jo 7,11).? (Pe. Marcial Maciel, LC. Apóstolos da Nova Evangelização)

 

A evangelização, espécie de apostolado pelo qual diretamente atraímos pessoas para Deus e para a Igreja, para ser eficaz, i.e., para atingir seus objetivos com o máximo de produtividade e com o menor custo possível, necessita ser militante. Só um soldado apostólico pode entender a importância suprema de conquistar almas para Cristo. Só os militantes, segundo Nuestro Padre, podem ser ?apóstolos de primeira fila, homens batalhadores, nos quais a vida se gaste sem medo pela pregação do Evangelho.? (Pe. Marcial Maciel, LC. Apóstolos da Nova Evangelização)

 

Cristianização, por sua vez, é toda ação apostólica que se destine a construir estruturas para favorecer a evangelização e a santidade dos fiéis, refletindo na terra o Reino de Deus, para estender o reinado social de Jesus Cristo. Também esta deve ser militante. Cristianizar a sociedade, tarefa dos pensadores cristãos e da re-fundação da cultura, da política, do lazer, dos costumes, das tradições, do Direito, das artes, da filosofia que deságuam na chamada Civilização Católica, só é possível se a entendermos como uma luta.

 

Os homens de hoje são chamados tanto a evangelizar diretamente quanto a construir as estruturas temporais que facilitem essa missão. Uma e outra são atividades apostólicas. Uma e outra devem ser militantes.

 

?A maioria dos homens luta desesperadamente pelas coisas daqui debaixo, enquanto nós, por uma especial graça de predileção, lutamos por algo superior, que ultrapassa os limites do tempo e da matéria com as perspectivas da salvação das almas e do Reino de Cristo; a luta não apenas se torna suportável, mas até mesmo atraente.? (Pe. Marcial Maciel, LC. Carta de 25 de abril de 1960)

 

O Magistério Pontifício confirma essa dúplice divisão das modalidades de apostolado. Sobretudo, nos tempos mais recentes, ressalta-se o lema do Papa São Pio X de restaurar todas as coisas em Cristo: ?(…) não só o que pertence à divina missão da Igreja de conduzir as almas a Deus, mas também aquilo que (…)  deriva espontaneamente daquela divina missão: a Civilização Cristã, no conjunto de todos e de cada um dos elementos que a constituem.? (Sua Santidade, o Papa São Pio X. Encíclica Il Fermo Propósito, de 11 de junho de 1905)

 

Para o apóstolo militante, não há hora para o apostolado, como para o soldado, no meio da guerra, não há um turno para lutar e outro para assistir seus companheiros fazendo o mesmo. Para o apóstolo militante, ou se faz apostolado integralmente, em cada momento, ou simplesmente se está brincando de Igreja. ?Temos de ficar pessoalmente convencidos, e ser prisioneiros da missão. Ser homens de mensagem, homens de garra. Que não percamos um minuto sem doar Cristo: em casa, na universidade, com os amigos, nas viagens… Não fazer diferenciações impróprias de um apóstolo, próprias mais de um mercenário: ?Agora é hora da atividade apostólica e depois de jogar, de comer, de conversar…? Não; quer comam, quer durmam, quer estudem, façam tudo por Deus, pela missão.? (Pe. Marcial Maciel, LC. Carta de 24 de março de 1975) Claro, nem sempre o apostolado é explícito, nem se quer, com essa idéia, promover que todos deixem seus afazeres para dedicar-se à pregação religiosa. O apostolado nunca pode ser uma escusa para o descumprimento dos deveres de estado. Um pai de família, a pretexto de ação apostólica, não deve negligenciar suas tarefas específicas. Aliás, o fiel desempenho do dever de estado por vezes é, em si mesmo, uma modalidade de apostolado. Por outro lado, para não cair na tentação do ativismo, o apostolado não substitui a vida de oração. No dizer de um grande pregador moderno, a vida interior é a alma de todo apostolado.

 

Qualquer hora, para o apóstolo militante, é propícia para fazer apostolado. E todo campo é igualmente propício para fazer apostolado. ?Deve-se buscar o homem que perdeu o caminho, para reconduzi-lo ao grande redil da Igreja. Sair para evangelizar o vasto campo do mundo do trabalho e da profissão, para que nele se pratique a justiça e a caridade evangélicas. Sair ao encontro dos operários, dos empresários, dos educadores e professores, dos camponeses, dos políticos etc. Imprimir um selo evangélico no campo dos poderosos meios de comunicação social para fazer chegar a fé a um grande número de pessoas distantes da Igreja. Sair também para evangelizar o mundo da cultura para impregnar as realidades humanas dos valores evangélicos.? (Pe. Marcial Maciel, LC. Apóstolos da Nova Evangelização) Esses meios revelam-se exteriorizações práticas daquelas duas modalidades genéricas de apostolado, quais sejam a evangelização explícita e a recristianização da sociedade.

 

Quem não tem espírito militante, quem não concebe o apostolado como uma batalha a ser travada, nunca sairá do comodismo, e só realizará ações apostólicas quando estiver ?sentido-se? apóstolo, quando estiver consolado por Deus. O apóstolo militante, mesmo caído, ferido, tem o sentido da missão, e não desfalece. Sabe que sua missão é urgente e que de sua realização depende a salvação das almas, o bem da Igreja e a construção da Civilização Católica.

 

Plínio Corrêa de Oliveira já resumia a magnitude da missão do apóstolo contemporâneo. Seu pensamento, costumeiramente certeiro e inteligente, pode ser resumido em um artigo seu que escreveu n´O Legionário, órgão oficial da Congregação Mariana da Paróquia de Santa Cecília, em São Paulo: ?Esta é a nossa finalidade, o nosso grande ideal. Caminhamos para a civilização católica que poderá nascer dos escombros do mundo moderno, como dos escombros do mundo romano nasceu a civilização medieval. Avançamos para a conquista deste ideal, com a coragem, a perseverança, a decisão de enfrentar e vencer todos os obstáculos com os quais os cruzados marcharam rumo a Jerusalém. Com efeito, se os nossos antepassados souberam morrer para reconquistar o sepulcro de Cristo, não quereremos nós ? filhos da Igreja como eles ? lutar e morrer para restaurar algo que vale infinitamente mais do que o preciosíssimo sepulcro do Salvador, isto é: o seu reino sobre as almas e sobre as sociedades, que Ele criou e salvou para que o amem eternamente?? (Plínio Corrêa de Oliveira. A grande esperança de 10 anos de luta, in ?O Legionário?, nº 666, 13 de maio de 1945)

 

O apóstolo militante detecta, preferencialmente com a ajuda de um diretor espiritual, quais as necessidades mais urgentes da Igreja e dos homens, e realiza seu apostolado, sempre em fidelidade aos seus dons pessoais e ao carisma específico que recebeu, buscando, com eficácia, responder àquelas. O apostolado, para quem o concebe como uma luta, não é brincadeira, mas questão de vida ou morte! Ou se é apóstolo ou não se é nem ao menos cristão autêntico! E a militância pode caracterizar-se como um levar a sério a vida, aplicando-se tal conceito tanto na espiritualidade, como vimos antes, quanto na ação apostólica.

 

Nessa ordem de idéias, parece-nos extremamente importante, como atividade apostólica, a catequese daqueles ?que não receberam nenhuma ou muito pouca instrução católica? (Pe. Marcial Maciel. A Caridade Evangélica), refutando energicamente os erros contra a fé, ainda que venham de sacerdotes e, infelizmente, até de Bispos. A organização de missões de evangelização, o aproveitamento dos meios de comunicação social, as palestras e os retiros, constituem-se fecundos modos de apostolado. Também, cada qual em sua especialidade, pode realizar apostolado contribuindo para a difusão do pensamento católico sobre os mais variados assuntos: propriedade privada, invasões de terra por movimentos socialistas, políticas públicas, história medieval, aborto, direito penal, eutanásia, ?casamento? homossexual, processos revolucionários, ataques contra a Igreja, moral sexual e anticoncepção, guerra justa, e muitos outros temas. Ainda que a ação apostólica não seja diretamente evangelizadora, se contribuir para a inauguração da Civilização Católica, criando condições de melhor a evangelização ser executada, trata-se de cristianização, e, como tal, é apostolado autenticamente cristão. É essa cristianização, repetimos, a ação por excelência dos leigos. Escrever em jornais artigos não explicitamente religiosos, mas semeando valores humanos em prol da Cristandade e na defesa do pensamento católico, pode ser uma eficaz arma na batalha contra o ardiloso inimigo. A formação doutrinária, enfim, também é tarefa apostólica a qual não podemos deixar de lado.

 

A luta apostólica requer um lançamento corajoso, audaz, para trabalhar pela causa da Igreja e da Civilização Católica, que é propriamente a causa da salvação das almas e da glória de Deus. Precisamos, claro, ser prudentes, e não ?botar os pés pelas mãos?. Prudência, entretanto, não é sinônimo de covardia nem deve servir de pretexto para ela!

 

Para que as almas encontrem-se com Cristo, realizando-se a missão propriamente evangelizadora, cada qual realize sua tarefa, conforme a vocação do Espírito Santo recebida. O sacerdote e o diácono preguem devidamente a mensagem da salvação, como ministros ordenados, e celebrem santamente os sacramentos, sinais visíveis daquela graça invisível para nós conquistada por Cristo na Cruz, graça essa que é justamente o núcleo da evangelização. Os consagrados busquem cumprir seu carisma, certos de que suas ações e orações muito contribuem para aproximar de Deus as almas mais sedentas. Os fiéis leigos, afinal, devem, ?por sua própria vocação, procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus. (…) A eles, portanto, cabe de maneira especial iluminar e ordenar de tal modo as coisas temporais, às quais estão intimamente unidos, que elas continuamente se façam e cresçam segundo Cristo, para louvor do Criador e Redentor.? (Concílio Ecumênico Vaticano II. Constituição Dogmática Lumen Gentium, de 21 de novembro de 1964, nº 31) Além disso, gozam os leigos do dever de pregar a doutrina católica, de acordo com sua formação e capacidade, quer explícita quer implicitamente. Podem fazê-lo, aliás, de diversos modos, em uma conversa informal com um amigo, em uma palestra em evento de evangelização, no aconselhamento de quem está buscando a verdade, na catequese e na instrução cristã dos filhos ou alunos, na redação de artigos e peças literárias com o intuito direto de salvar e difundir o tesouro da Fé Católica, na organização de missões populares, na direção de obras que propaguem a mensagem da Igreja, e mesmo na oração pela conversão dos pecadores. A Igreja, apesar de muito enaltecer o apostolado simples e cotidiano daqueles que para esse foram chamados, segue precisando de apóstolos que se destaquem ?pelo seu desejo eficaz de empreender grandes obras por Cristo.?(Pe. Marcial Maciel, LC. Apóstolos da Nova Evangelização)

 

Como auxílio aos que indagam o que um cristão que concebe o apostolado na dimensão militante pode fazer, indicamos, ao lado das sugestões já referidas, o texto de Nuestro Padre expresso a seguir: ?(…) catequese em paróquias ou em colégios, missões de evangelização, difusão da doutrina católica por meio de livros, revistas, folhetos, programas de rádio e televisão, formação de catequistas etc. (…) É questão de pôr a imaginação a serviço da causa do Reino, e de se decidir a fazer algo concreto e eficaz para difundir o Evangelho.? (Pe. Marcial Maciel, LC. Apóstolos da Nova Evangelização)

 

Deve o apostolado, todavia, seja o de evangelização seja o de cristianização, sobre o qual logo comentaremos, ser organizado. Não se concebe militância apostólica sem um ardor em lutar por Cristo, nem sem uma organização mínima ? parte, inclusive, do infra-aludido plano de vida ? adaptada às circunstâncias e ao tipo de trabalho desenvolvido, a qual deve levar ao triunfo da ação apostólica, que é a glória de Deus e a salvação das almas. Per Regnum Christi ad gloriam Dei! Pelo Reino de Cristo à glória de Deus!

 

No resgate da Civilização Católica, tarefa precípua dos apostolados de cristianização social, devemos nos consagrar a fazer com que o ensino do Evangelho, a graça de Deus e a sabedoria da Igreja penetrem e formem todas as instituições, legislações, costumes, Estados, condições de vida, programas de lazer, trabalhos. Não é outro o parecer descritivo do Papa Leão XIII acerca da Cristandade medieval, modelo até hoje insuperável de expressão histórica concreta da Civilização Cristã: “Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil.” (Sua Santidade, o Papa Leão XIII. Encíclica Immortale Dei, de 1º de novembro de 1885)

 

Para o patrocínio da causa da cristianização das estruturas temporais, ocupa papel de destaque, como notamos nas palavras do saudoso Pontífice, a moral católica. É justamente essa a ênfase que dá o atual Sucessor de São Pedro, gloriosamente reinante: “(…) em qualquer campo da vida pessoal, familiar, social e política, a moral ? que se baseia sobre a verdade e na verdade se abre à autêntica liberdade ? presta um serviço original, insubstituível e de enorme valor não só para o indivíduo e o seu crescimento no bem, mas também para a sociedade e seu verdadeiro progresso.” (Sua Santidade, o Papa João Paulo II. Encíclica Veritatis Splendor, de 6 de agosto de 1993, nº 101)

 

Essa realidade da Civilização Católica e seus valores, dentre os quais destaca-se a moral que lhes informa, é duramente combatida pelos inimigos da Igreja, propagadores de idéias laicistas e relativistas, herdeiras do humanismo pagão da Renascença e do humanismo ateu do Iluminismo. Tais inimigos, responsáveis pela legenda negra da Idade Média e por muitas outras incompreensões e falsas acusações imputadas à Igreja de Cristo, são liderados principalmente pelos autodenominados “livre-pensadores”, como os sucessores dos enciclopedistas franceses, e os membros da maçonaria e de outras seitas secretas, de inspiração notadamente avessa à pregação da Igreja.

 

Os efeitos atuais dessa ação nociva na organização social, que começou a ruir após o Renascimento e a Reforma Protestante, marcos da queda da Cristandade medieval, abalada, posteriormente, pelos golpes ainda mais violentos da perniciosa Revolução Francesa e da maléfica atividade subversiva dos bolcheviques de 1917, serão estudados mais adiante. Por ora, cabe salientar a ação organizada e combativa dos inimigos da Igreja. Para fazer frente a eles, somente um exército de apóstolos, bem formados, em incondicional obediência ao Santo Padre, o Papa, cultuadores da Sagrada Tradição, prudentes e ao mesmo tempo firmes e enérgicos. A militância, então, é característica essencial do apóstolo que deseja levar a sério a causa de Nosso Senhor. Só fazendo guerra, e guerra constante, organizada e metódica, poderemos vencer os inimigos da Cruz. Nosso apostolado deve, por isso, ter feições combativas, militantes!

 

Obviamente, nem todos num exército possuem as mesmas funções. Tampouco o mesmo grau hierárquico! Nesse sentido, uns são suseranos ? Bispos ? e outros súditos e vassalos. Também se a alguns cabe a alta tarefa de difundir o pensamento cristão com vistas à restauração da Civilização Católica, principalmente pela literatura, pela fundação de associações ? como a Gente Nova, a Associação Nobreza e Tradição, o Centro Cultural Lepanto, e muitas outras que se ocupam da causa da cristianização das estruturas temporais ?, pela realização de atividades políticas e culturais de inspiração católica, e por outras espécies de apostolado de grande envergadura, a outros compete a não menos importante missão de, conforme o Vaticano II, influenciar, ?pouco a pouco, o ambiente da vida e do trabalho.? (Concílio Ecumênico Vaticano II. Decreto Apostolicam Actuositatem, de 18 de novembro de 1965, nº 13)

 

Ao exército que luta pela cristianização da sociedade, pela Civilização Católica, soma-se a outra milícia responsável por aquela que é a própria, específica e divina missão da Igreja: a evangelização, a aproximação das almas a Cristo, aos sacramentos, à Fé Santíssima recebida dos Apóstolos e guardada pelos Bispos em união com o Papa. Essas duas brigadas do mesmo exército católico têm um Rei, e Ele é Jesus Cristo, Soberano de todo o Universo. Têm também um general supremo na pessoa do Sumo Pontífice, ao qual os soldados-apóstolos aderem com amor. Por essa adesão ao Papa ?encontramos o segredo?, ensina o Pe. Maciel, LC, ?e a forma mais genuína de nossa fidelidade a Cristo e à Igreja, pois o Santo Padre, como Sucessor de Pedro, é a rocha, a pedra angular sobre a qual Cristo edifica a Sua Igreja.? (Pe. Marcial Maciel, LC. Carta de 9 de abril de 1986)

 

 

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