O jogo da comunização do Brasil

Mais fácil para os marxistas talvez fosse liderar uma revolução sangrenta que permitisse a ascensão de sua ideologia totalitária e antinatural ao poder. Todavia, os descontentamentos gerados no povo brasileiro, pacto por tradição – ainda que heróico na defesa das instituições que lhe são caras -, não permitiram que tal governo subsistisse por muito tempo.

A solução, dada pelo teórico Antonio Gramsci, chefe maior do Partido Comunista Italiano, consiste pôr em marcha a "revolução cultural", "revolução incruenta", aproveitando as brechas da democracia liberal – eivada à condição de ídolo moderno pelo Iluminismo – para eleger indivíduos de tendência esquerdista e, ao mesmo tempo, ocupar os espaços maiores da mídia e da classe dirigente, preparando, aos poucos, o terreno a uma espécie de "golpe democrático". A partir desses dois estratagemas, está montado o jogo por eles conduzido com vistas à comunistização de um país.

A eleição de esquerdistas tidos por moderados confere a força necessária ao partido, eis que aqueles recebem da cúpula suas orientações ideológicas, em que a pese o disfarce da denominada e falsa "democracia interna", já provada inexistente inúmeras vezes. Assim, quando um moderado do PT é eleito, se está, na verdade, favorecendo a ideologia central, que é, sabidamente, de inspiração marxista-leninista e altamente gramsciana.

Essa "revolução pacífica" deu seu grande e histórico passo com a conquista da presidência da República por Luiz Inácio Lula da Silva, aliás, com a conquista desse posto pelo próprio PT, dado que é o partido, na mentalidade socialo-comunista, quem deve governar, e não a pessoa, bem aos moldes do Inconsciente Coletivo descrito por Gramsci. Desempenha Lula um papel semelhante ao de Salvador Allende no Chile dos anos 70 – como FHC foi o símile perfeito do kerenskyano Eduardo Frei, antecessor de Allende na presidência chilena.

Para ganhar o jogo comunista, Lula incute na população, através dos "atores" que interpretam o radicalismo, mas que em realidade estão a seu serviço nessa tática, dezenas de vezes usadas nos processos revolucionários dos comunistas do mundo inteiro, e utilizada até por Napoleão para galgar a chefia da Revolução Francesa em consolidação. Tais atores são o MST – a quem Lula e seus "assessores eclesiásticos", o dominicano Frei Betto, e o Bispo Dom Mauro Morelli, tanto apóiam -, a chamada ala radical do próprio partido, e os elementos anacrônicos de grupos como o PSTU, o PC do B e o PCO.

Por outro lado, insiste o Presidente Lula em tentar acalmar o empresariado e os líderes rurais – principalmente por meio de Márcio Thomaz Bastos, Ministro da Justiça, que tantas explicações deve à nação por sua "injustificável" paciência ao não reprimir adequadamente as ações criminosas dos sem-terra.

Como o apoio de uma verdadeira "quinta-coluna" infiltrada na elite brasileira – composta atualmente por muitos que foram formados nas universidades em pleno auge dos professores marxistas, nos anos 70 e 80, o que demonstra o sucesso da tática esquerdista nacional -, e também de ingênuos como o PL – encarregado de provar o impossível, i.e., que o socialismo é amigo dos empresários -, e parte do PMDB – e até de alguns do PP, histórico e feroz inimigo da esquerdização pátria -, o PT de Lula vai moldando nos seus alvos a idéia de que suas reformas são, ao menos, não tão bruscas do que as desejadas pelos radicais. Curva-se, desse modo, a direita, resignando-se a não perder tudo, preferindo isto a um totalitarismo de esquerda que não lhe deixe com nada – que porém, como veremos a seguir, é construído primeiramente com a vitória daquele socialismo light.

O jogo da comunistização do Brasil passa pela mentirosa e descarada falácia de que é preferível o socialismo moderado de Lula ao radical do MST. Só que, nas condições hodiernas, onde este último não consegue triunfar diretamente, vale-se daquele, em uma jogada ensaiada para, "democraticamente", se instalar a mais brutal das ditaduras.

Num país onde paira um espectro de perseguição a quem ousa declarar-se direitista, e no qual a moda é ser de esquerda – tática que se usa de intelectuais, de artistas e de todo o gênero de politicamente corretos -, é essa que vai ganhando força. Da centro-esquerda de FHC à esquerda teimosa de Lula, constituem essas duas a grande ponte pela qual o totalitarismo pretende, no Brasil, resgatar a dura realidade da falecida União Soviética.

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