O sangue dos mártires ucranianos

“Por isso, eu vos declaro que multidões virão do Oriente” (Mt 8,11)

Sua Santidade o Servo de Deus João Paulo II, de grata memória, reconheceu durante seu nobre pontificado o martírio de vinte e cinco cristãos ucranianos mortos em “odium fidei” pelo regime comunista após a queda da Rússia Czarista com a revolução bolchevique. O exemplo dos mártires é testemunho inegável da contradição presente no Santo Evangelho; o Senhor Crucificado encontrou na Igreja Oriental um terreno fértil de fiéis discípulos que abraçaram de forma segura e alegre a cruz que literalmente era pisada em praça pública.

Durante sua visita à Ucrânia, que então durante o regime comunista pertencia a União Soviética, o Servo de Deus reconheceu o heróico testemunho de 25 mártires no dia 27 de Junho de 2001, respirava-se ainda o ar festivo do Jubileu e mostrava-se, assim, publicamente, a posição católica com relação ao regime que consagrou suas terras dominadas com o sangue virgem de oito bispos, seis sacerdotes diocesanos e sete religiosos, três religiosas e um leigo.

O grupo denominado de “Beato Mykolay Charneckyj e vinte e quatro companheiros” não representa a totalidade de mártires cristãos vitimas do regime comunista mas, por seu heroísmo e bravura singular, demonstra a incapacidade de vencer o anonimato de muitos outros que por força do tempo e da ação humana possuem seus nomes conhecidos somente perante o Deus Eterno.

Exemplo é Leonid Fedorov que não era ucraniano, mas russo, o qual teve o processo de beatificação iniciado anteriormente e sendo depois agregado ao grupo. Na mesma ocasião beatificou o Bispo Theodoro de Romza e o Sacerdote Omeljan Kovc sem inclui-los no grupo. Muitos outros grupos foram beatificados como os cento e oito mártires poloneses, em outras ocasiões, mas mortos pelo mesmo regime.

Esta iniciativa não pretende fazer uma abordagem detalhada de cada beato, infelizmente dados nos faltam, mas tornar público os seus nomes e oferecer exemplos de Cristianismo.

O bispo que encabeça o grupo é Dom Mykolay (Nicolau) Charneckyj ordinário de Leopoli na Ucrânia, nascido em 14 de dezembro de 1884 e falecido em Lviv em dois de abril de 1959. Foi professor do Seminário Stalislaviv e diretor espiritual no mesmo, em 1919 entrou para a Congregação dos Missionários Redentoristas. No ano de 1926 é nomeado visitador apostólico para os greco-católicos de Volyn, cidade na qual as estruturas eclesiais estavam destruídas, em 1931 é nomeado ordinário para os católicos de rito bizantino-eslavo em território polonês. Ordenado bispo em oito de fevereiro do mesmo ano em Roma, preso por agentes da KGB em 11 de abril com muitos outros bispos greco-católicos. Condenado por cinco anos a fazer trabalhos forçados, passa anos na prisão, sofre inúmeras torturas e humilhações, durante todo este tempo jamais descuidou do trabalho pastoral dando apoio e suporte espiritual aos outros prisioneiros, que em grande maioria participavam da mesma injustiça e da mesma fé.

Em 1956 é libertado e volta para Lviv praticamente moribundo, contra toda expectativa mundana aumenta seu apostolado fortalecendo a Igreja perseguida com seu apoio espiritual, parte para a Pátria celeste em dois de abril sendo imediatamente aclamado pela Igreja local como santo, ao seu túmulo acorrem milhares de fiéis.

A Igreja Ucraniana, composta de viris pastores, viu igualmente, na figura de Dom Hryhorij Khomysyn, um sinal de total entrega. Nascido em vinte e cinco de março de 1867 e falecido em Kiev no dia vinte e oito de dezembro do ano de 1945. Preso pelas autoridades comunistas não suportou ao excessivo rigor das torturas e espancamentos durante os interrogatórios.

Em parte considerável dos relatos dos bispos acima, e dos que ainda estão para ser citados, vemos a investida dos hierarcas ortodoxos na tentativa de conversão ao cisma. Descobrimos inúmeras vezes, ao longo das histórias, durante os interrogatórios, o aparecimento de representantes da Igreja Ortodoxa, em parte aliada ao comunismo, que em vão tentavam dissuadi-los da fé que professavam. Sabe-se, por certo, o grande sofrimento imposto por tais religiosos aos próprios ortodoxos que, para sobrevivência e defesa da fé, refugiaram-se em catacumbas e passavam a viver clandestinamente.

Na frutífera árvore dos dignos pastores encontra-se Dom Josafat Kocylovskyj. Nascido em três de março de 1876 na aldeia de Pakosivka, completa seus estudos em Roma e em 1907 é ordenado sacerdote, foi vice-reitor e professor do Seminário de Stanislaviv. No ano de 1911 decide tornar-se monge na Ordem Basiliana assumindo o nome de Josafat e, depois, no ano de 1917 ordenado bispo para a Eparquia de Peremysl. Pelo ano de 1945 é preso pela primeira vez, mas libertado em seguida. Quando da deportação dos ucranianos que viviam na Polônia, foi detido e caiu gravemente enfermo de pneumonia e transferido para o campo de trabalho em Kiev. O esforço das autoridades ortodoxas pela sua conversão era constante, mas ele faleceu em 1947 vítima de uma hemorragia cerebral ainda no campo de trabalho, com setenta e um anos de idade.

História igualmente edificante é a de Dom Symeon Lukac, o qual já foi ordenado bispo secretamente, por medo dos agentes comunistas, exerceu sempre o apostolado de forma discreta mas eficaz para não atrair a atenção do regime, contudo, em 1962, após uma segunda prisão, ele contrai tuberculose e morre na prisão, era o dia vinte e dois de agosto de 1964.

Conhecido por seu destemido trabalho missionário foi o redentorista Dom Vasyl Velyckovskyj, era popular em toda região por suas missões e trabalhos pastorais. Sua fama, devido às inúmeras missões, fez com que durante certo tempo fosse respeitado pelas autoridades comunistas. É levado a julgamento e condenado a morrer fuzilado, o tempo que lhe resta não esgota os ânimos mas reanima sua fé, nunca atuou tanto pastoralmente como durante o tempo em que aguardava a data de execução. O dia tão esperado é adiado e a pena é transformada em dez anos de prisão, a qual ele paga fazendo trabalhos forçados. Notória é sua fidelidade em celebrar o Santo Sacrifício de forma secreta. Tenha-se em mente o rito utilizado pelos mártires era o Bizantino em sua forma eslava, rito com diversas rubricas e implicações. Pelo pensamento ordinário seria completamente válido abolir certas exigências, coisa tal não se encontra na vida de tais mártires, a fidelidade ao rito quase adiantou a data de suas mortes.

Em 1955 é libertado e a partir de 1959 é responsável pela “Igreja do Silêncio”. Devido à intensa vigilância das autoridades para com os possíveis católicos, é novamente preso e em 1969 condenado a três anos de prisão. Por seus problemas cardíacos é libertado alguns meses após. Consegue certa liberdade; sua primeira atitude é ir a Roma visitar SS. Paulo VI. No retorno decide morar no Canadá onde morre em 1973. Testemunhos médicos, após sua morte, revelaram que antes de sua saída da União Soviética foram ministradas doses de veneno e que a longo prazo causariam uma “morte natural”. As autoridades comunistas encontravam as mais variadas formas de domínio, o beato Dom Ivan Slezyuk era submetido semanalmente a entrevistas, a última ocorreu duas semanas antes de sua morte em Stanislaviv.

O beato Mykyta Budka, primeiro Exarca Apostólico dos Católicos Ucranianos no Canadá, sofreu os terrores do comunismo quando voltou para sua terra natal ao assumir a responsabilidade de bispo auxiliar de Lviv. Foi condenado a oito anos de prisão e deportado para o gulag Karadzica, no Cazaquistão, onde sofreu e morreu em 1949. Encerrando o grupo dos gloriosos pastores, surge a figura de Hryhorij Lakota, grande teólogo e bispo auxiliar de Przemysl, sofreu atrozes sofrimentos em Vorkuta, na Sibéria, para onde foi exilado.

Os bispos mártires ucranianos, ao imitarem o Sumo Bom Pastor, não temiam a extrema identificação, a qual exigia que suas mãos e cabeças, ungidas pelo doce óleo, fossem tingidas pela cor púrpura de seu próprio sangue.

No coro dos sacerdotes encontra-se a figura nobre e serena de Leonid Fedorov, nascido em uma família pertencente à Igreja Ortodoxa. Atingindo a maturidade entra para o seminário, mas em uma viagem para a Cidade Eterna converte-se ao Catolicismo e completados os estudos é ordenado sacerdote em 1911. Dois anos mais tarde assume a vida monástica no Mosteiro de São Teodoro. Fedorov, preso no ano de 1917, após ganhar a liberdade é nomeado Exarca dos Russos Católicos de Rito Bizantino (Rutenos). Preso novamente e condenado a dez anos de prisão estabelece um diálogo fraterno com os ortodoxos que partilham da mesma prisão. Morreu em sete de março de 1935 em Kirov (Rússia).

O sacerdote Mykola Konrad durante sua vida dedicou-se ao ensino em escolas secundárias (Berezhany e Terebovlia) sendo a última atividade numa paróquia em Vila Stradch.Volodymyr Pryjma, leigo e paroquiano do Pe. Mykola, em Stradch, fazia parte do coral paroquial, doutor em música e pai de família; ambos voltavam de uma visita a um doente gravemente enfermo quando, passando por um bosque, foram surpreendidos por agentes da NKVD, torturados impiedosamente e mortos.

Pe. Andrij Iscak, nascido em 1887, em Mykolayiv, era professor na Universidade de Lviv e pároco da cidade de Sykhiv, morreu defendendo a paróquia do assalto dos soldados soviéticos. Pe. Roman Lysko era casado (costume presente nas Igrejas Orientais), em sua juventude trabalhou com os jovens e casou-se sendo depois ordenado sacerdote, Detido em Lviv testemunhas afirmam que após ser torturado, o padre entoava salmos a plenos pulmões enquanto era murado vivo.

Pe. Mykola Cehelskyj, casado e pai de duas filhas, conhecido por seu extremo cuidado pastoral e cuidado para com a educação dos paroquianos, foi responsável pela construção da Igreja local, preso em 1947 condenado a dez anos de prisão e deportado para um campo de trabalho forçado, em Javas, conhecido pela crueldade no qual morreu e foi enterrado.

Pe. Petro Verhun, nascido em Horodok, em 1890, foi responsável em Berlim pelos imigrantes católicos, nomeado após certo tempo visitador apostólico dos católicos-ucranianos na Alemanha. No ano de 1945 é preso pelo regime soviético e deportado para a Sibéria, onde morre como mártir no dia sete de fevereiro de 1957 no campo de Angarsk.

“É uma péssima hora: Stalin está fazendo da Rússia, da Europa Oriental e até da Sibéria uma imensa prisão, na qual nós os católicos seremos os primeiros moradores, considerados perigosos pelos comunistas, seremos os primeiros a desaparecer.” Assim o Pe.Oleska Zaryckyj após sua ordenação definia a situação histórica de sua região. Sacerdote zeloso, os fiéis afirmavam dele: “Graças a ele, nós fiéis podíamos nos confessar ao menos uma vez por mês e muitos recebiam a Eucaristia diariamente. Sua primeira preocupação ante o eminente risco de prisão e de vida era que todos pudessem confessar-se e comungar. Por onze anos viveria ele como ladrão fugindo da polícia do regime ateu e assassino!”

Sobre o Pe. Oleska abundam os testemunhos, outro afirma que ele, diante da oferta de liberdade se convertido a Igreja Ortodoxa teria dito: “Separar-me do Papa!? É trair o Evangelho de Cristo!” Quando era levado para a prisão bradava aos paroquianos que jamais abandonassem a fé dos antepassados. Seu zelo pelas almas era tanto que sabendo da presença de fiéis do rito latino em sua paróquia tratou de aprender o rito mesmo que custasse suores.

“Cada dia e cada hora devemos oferecer tudo a Jesus Sofredor que carregou a sua cruz ao Calvário para mostrar-nos como se alcança a vida eterna. Orai muito. A oração é nossa maior força…Confessai ao menos uma vez por ano, amai o Santo Sacrifício da Missa e guardai a Deus em vossas almas. Quem tem Deus na alma, tem tudo. Que não tem, não tem nada mesmo que fosse o dono do mundo. Este é meu raio de luz e o maior pensamento da minha vida!” (de uma carta a seus parentes)

“O que se sofre na prisão, na mão daqueles monstros, somente Deus sabe, orar e rezar pelos perseguidores. Somente uma certeza: Jesus, meu Jesus está perto de mim e me ama!” É libertado com a morte de Stalin, retorna aos trabalhos paroquiais mas com redobrado cuidado. Secretamente nomeado administrador apostólico do Cazaquistão e da Ásia Central pelo Arcebispo Metropolita Josyf Slupyi, preocupa-se com as preparações para primeira comunhão, percorre milhares de aldeias e povoados pobres. Horas sem dormir e comer, justificava: “Eu não posso, porque a polícia pode prender-me a qualquer momento e muitas pessoas permanecem sem confissão e comunhão eucarística, talvez coma e durma depois.” Somente pôde celebrar a Santa Missa do início ao fim sem interrupções um ano após sua saída.

Sempre sorridente, disposto a confessar e celebrar a Santa Missa onde a dignidade permitisse, Pe.Oleska espalhava pelas comunidades cristãs a alegria tão dissipada. “Não percebia-se os anos de tortura, as humilhações, a atenção constante ou as doenças que o acometiam.” Carregava constantemente o Santíssimo Sacramento e percebendo a proximidade da morte começou a despedir-se e a dar recomendações.

Em 1962 foi preso por traição pela polícia secreta e levado para o campo de concentração, algumas mulheres que o acompanhavam viram pelo arame farpado uma cena horrível; depois de ser brutalmente espancado e jogado em uma fossa foi puxado com cordas, o sangue jorrava. As mulheres, aos prantos, ouviam ele exclamar “Não chorem! Este é o caminho da cruz, a paixão de Nosso Senhor!” Após o acontecido enviou uma carta aos fiéis onde dizia: “A Virgem já visitou-me e disse-me – Meu querido filho suporta um pouco de sofrimento e rapidamente venho levar-te!”

Após os inúmeros maus tratos faleceu em outubro de 1963 no dia treze, os soldados que preparam para ele uma vala comum ouvem um canto belíssimo entoado por uma jovem mulher vestida de branco, que seguia o caminhão, os cantos eram doces e solenes. Os soldados perguntam-se quem teria permitido a entrada deste intrusa, mas não ousavam interrogá-la. Terminado o enterro, eles não a avistavam mais. Quem seria a jovem mulher companheira de Pe.Oleska?

O abade Klymentij Septyckyj, irmão do Metropolita Andrei Septyckyj, foi exilado por abrigar em seu mosteiro judeus que fugiam da Gestapo, morreu em 1951. O abade Jakým Senkivskyj da Ordem de São Basílio, na tarde do dia vinte e nove de junho de 1941, foi jogado em um caldeirão de água fervente na prisão da cidade de Drohobych.

Pe. Severijan Baranyk, abade da Ordem de São Basílio, conhecido pela atenção especial que oferecia aos jovens foi preso em 1941 pela NKVD, nunca mais soube-se algo dele. Quando da retirada dos bolcheviques seu corpo foi encontrado na prisão, torturado e mutilado, tendo no meio do peito a marca de uma cruz. Pe. Zynovij Kovalyk C.Ss.R. famoso pregador na diocese de Lviv, durante sua prisão foi interrogado vinte e oito vezes de forma brutal. Relatos afirmam que ele teria sido crucificado na parede do corredor da prisão (os documentos oficiais soviéticos afirmam que ele foi fuzilado).

Pe. Vitalij Volodymy Bajrak sucede o então falecido abade Jakým na direção do mosteiro de Drohobych, em 1945 é preso e seus bens confiscados, condenado a oito anos de prisão morreu nas vésperas da Páscoa em 1946 na prisão da mesma cidade. Pe.Ivan Ziatyk C.Ss.R, desde seminarista impressionava pela seriedade e devoção, após ordenado ensinou teologia dogmática e Sagrada Escritura no Seminário Redentorista de Gholosko. Foi vice-provincial e vigário geral de toda Igreja Católica na Ucrânia. Preso inúmeras vezes e torturado sempre foi brutalmente espancado na Sexta-Feira Santa de 1952 e três dias depois faleceu.

Olga Mackiv, após entrar para a Congregação das Irmãs Servas de Maria Imaculada, recebeu o nome de Tarsykia, foi prioresa do convento até a chegada dos comunistas em Lviv. Fez solenemente, na presença de uma irmã e do Pe.Volodymyr Kovalyk, a oferta de sua vida pela conversão da Rússia e pela proteção da Santa Igreja. Os bolcheviques, decididos a destruir os mosteiros, arrombaram as portas do convento de Krystonopil e atiraram em Tarsykia que defendia sua virgindade e fé, era o dia 17 de julho de 1944. Olga Bidá, irmã da Congregação das Irmãs de São José, atuou apostolicalmente junto aos fiéis devido a ausência de sacerdotes (todos mortos!). Presa enquanto, juntamente com a Irmã Laurentia, da mesma congregação, carregavam corpos de fiéis para o cemitério local, deportada para Kharsk morreu por falta de cuidados médicos em 1952 com 49 anos.

Irmã Laurentia, também deportada para Kharsk, dividia sua cela com um paralítico tuberculoso o qual todos recusavam contato, suportando as mais diversas contrariedades jamais cessou de rezar, falecendo em vinte e oito de agosto de 1952.

Este sublime elenco de mártires, com suas “pequenas histórias”, revelam os mais profundos sentimentos cristãos, desde a caridade até a fé irresoluta. Lembramos ainda os mártires poloneses, muitas religiosas mortas por não aceitarem a ordem de despir-se dos hábitos religiosos ou padres que sofriam torturas por se negarem a sujar, de qualquer forma que fosse, o hábito talar. O cuidado para com a Liturgia e o Santíssimo Sacramento permeiam os horríveis relatos de perseguições e horas de interrogatório. Como é doloroso perceber que muitos Bispos, Abades, Sacerdotes, Freiras etc, foram mortos em defesa de Cristo e Sua Igreja, em respeito à Eucaristia e toda a dignidade que Celebração merece, em honra à consagração e aos votos que juraram. Entretanto, enquanto esses mártires recusavam a tirar os hábitos, a desonrar a Missa com a deformação das normas, defesas que eram pagas com o próprio sangue, hoje vemos corriqueiramente irmãs, frades, monges, presbíteros, deixando de lado a veste que testemunha a sua fé, debochando do Sacrifício eucarístico, celebrando a Liturgia de qualquer forma e maneira.

O Ecumenismo, tratado de forma grotesca pelos modernistas, teve seus primeiros precursores e tratados escritos nos campos de concentração e trabalho forçado. O sangue batismal de muitos jorrou pelas vias abertas do ódio e do ateísmo. Cristãos, ortodoxos e judeus tinham nos terríveis campos o seu local comum e a dor mais comum ainda. Quantos não se converteram vendo aqueles que ali encontravam uma alegria celeste e contavam as horas pela consumação do Calvário?

As Igrejas Uniatas, difamadas por sua radical adesão ao Vigário de Cristo, mostram o preço que estão dispostas a pagar, muitos transitam deliberadamente pelas vias que desejam, vão de Roma à Constantinopla em segundos. Saibam, pois, que pisam sobre os corpos dos mártires que a alto preço solidificaram a estrada entre o Oriente e o Ocidente.

Como dizia Tertuliano; “Sanguis martyrum, semen christianorum!” – “O sangue dos mártires é semente de cristãos” Assim, é certo que o sangue dos mártires sempre tem o efeito de novos cristãos, mas o dos ucranianos nos força a viver verdadeiramente o catolicismo em sua plenitude, já que esses homens e mulheres testemunham a integral fidelidade a Cristo e à Sua Igreja. Enquanto hoje em dia muitos católicos negociam a fé e são os primeiros que se opõem aos ensinamentos de Nosso Senhor e do Seu Magistério, os heróis da fé na Europa Oriental estavam dispostos a morrer se o preço da vida fosse a deturpação e corrupção de uma vírgula da crença.

Confiantes em Cristo e em Sua Mãe presenciamos a queda da URSS com o regime ateu e anti-cristão! Mas com muita oração e jejum devemos seguir na estrada para que um dia possamos ver o triunfo solene da Verdade. Sempre confiantes em Nosso Senhor e nas palavras ditas pela Virgem Santíssima em Fátima, saberemos que um dia “O Imaculado Coração triunfará”

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