O Terço meditado

Para iniciar o terço – ou qualquer outra oração ou ação dedicada a Deus – faça o sinal da Cruz, tocando na testa(1), no peito(2), no ombro esquerdo(3) e no ombro direito(4), dizendo:

Pelo sinal da Santa Cruz,
livrai-nos, Deus Nosso Senhor,
dos nossos inimigos.
Em nome do Pai(1), e do Filho(2), e do Espírito(3) Santo(4),
amém.

Em seguida reze, segurando na cruz do seu terço, o Credo.

Segurando em seguida a primeira conta grande do terço, junto à Cruz, reze um Pai-Nosso.

Contando em seguida nas três contas pequenas do terço que se seguem, reze três Ave-Marias.

Reze então um Glória ao Pai.

Contando então nas contas do terço, comece a oração, meditando os mistérios da Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Mistérios Gozosos:

Caso você vá rezar apenas um terço, reze os Mistérios Gozosos nas segundas e quintas feiras.

Os Mistérios Gozosos são os Mistérios de Alegria; são os Mistérios relacionados à Encarnação do Verbo, a Deus que Se fez homem.

Primeiro Mistério Gozoso

No primeiro mistério, contemplamos a anunciação do Arcanjo São Gabriel a Nossa Senhora.

Imaginemos neste momento esta belíssima cena: a Santíssima Virgem Maria, noiva de São José, estava em sua casa. Ela havia feito um voto de castidade – nunca se entregaria a homem nenhum, e seu casamento com São José, um homem santo e muito mais velho, era apenas para que ela pudesse ter um protetor.

Veio então o Arcanjo Gabriel e a saudou, dizendo: “Ave, Maria, cheia de Graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres!”. A Virgem, humilde, colocou-se então em atitude de obediência, pronta e disposta a acolher a Vontade de Deus. Disse-lhe então o anjo que ela daria a luz um filho, que seria chamado “Salvação” – Jesus em hebraico significa “salvação”, e seu filho reinaria eternamente.

A Virgem Imaculada, então, lembrando-se do voto que havia feito de nunca conhecer homem, perguntou ao anjo como isso poderia ser. O anjo então respondeu-lhe que o Espírito Santo desceria sobre ela, e seu filho seria Filho de Deus, não de homem.

A Virgem Puríssima, então, respondeu ao anjo com as seguintes palavras: “Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a Vossa Palavra”.

Ao meditar este mistério, devemos ter em mente a humildade perfeita da Virgem, sua plena disposição a acolher a Palavra de Deus. Ninguém mais do que ela, ninguém, em momento algum, jamais acolheu de maneira tão frutuosa a Palavra de Deus. Pelo “Sim” da Virgem Maria, a Salvação entrou no mundo, como pelo ‘Não” de Eva a Deus o Pecado havia entrado.

Ao meditarmos este mistério, portanto, procuremos imitar, com a ajuda de Deus e a intercessão da Virgem, esta humildade, esta abertura à Palavra de Deus. Pensemos em quantas vezes Deus nos procurou, e em quantas vezes deveríamos ter dito “Sim”. Pensemos na confiança suprema da Virgem n’Aquele que a criou, n’Aquele que a escolheu para ser a Mãe do Salvador.

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Segundo Mistério Gozoso

No segundo mistério, contemplamos a visita de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel.

O Anjo, ao anunciar à Virgem Maria que ela teria um filho, que seria O Filho de Deus, disse-lhe também que sua prima, Santa Isabel, estava grávida. Santa Isabel era uma mulher já idosa, uma mulher que, acreditavam todos, não mais poderia ter filhos. A Virgem Imaculada, porém, acreditou e confiou nas palavras do enviado do Senhor. Foi ela assim, viajando a pé pelas montanhas, até a cidadezinha onde vivia sua prima Santa Isabel. Sua prima, assim que ouviu sua saudação, sentiu que seu filho – ela estava grávida de seis meses de seu filho São João Batista – saltava em seu ventre. Pela mera aproximação da Virgem Poderosa, pela presença do Senhor no seio da Virgem Mãe, o filho de Santa Isabel fora purificado, tornado, como Nosso Senhor Jesus Cristo diria mais tarde, “o maior dentre os nascidos de mulher”. O Espírito Santo, então, inspirou a idosa Santa Isabel a repetir as palavras do Anjo, adicionando ainda outras palavras verdadeiras. Disse ela: “Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre”.

Perguntou ainda Santa Isabel: “Donde vem a mim esta dita, que a Mãe do Meu Senhor venha ter comigo?”. Ela disse estas palavras por haver percebido, por graça do Espírito Santo, que aquela Criança que a Virgem Maria trazia em seu seio, aquela Criança ainda tão pequena que não podia ser notada por quem visse a Virgem Mãe, não era uma criança qualquer. Era Deus, é Deus, Filho de Deus. Assim, ela reconheceu, por pura graça divina, que era Deus quem estava lá, que aquela que O trazia era a Mãe de Deus, a Mãe do Senhor.

Quando pensamos na viagem de Nossa Senhora, atravessando montanhas, caminhando, caminhando sempre até a casa de sua prima Santa Isabel, quando pensamos na convivência destas duas santas mulheres, que durou até o nascimento de São João Batista, devemos também ter em mente não apenas a heróica virtude da Virgem, que viajou até a casa de Santa Isabel, com plena confiança nas palavras do Anjo; devemos também ter em mente a certeza que teve Santa Isabel de que aquela que lá estava era a Mãe do Senhor. Devemos, meditando este Mistério, buscar, com a ajuda de Deus e a intercessão da Santíssima Virgem Maria, imitar a confiança em Deus e o amor destas duas Santas mulheres. Devemos acolher a Mãe do Senhor que nos visita, e nela reconhecer as grandes graças que Deus dá a Seus santos. Devemos também, e principalmente, não ter medo de fazer como a Virgem, que a tudo deixou e partiu em viagem ao ouvir um chamado de Deus.

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Terceiro Mistério Gozoso

No terceiro mistério, contemplamos o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo na pobre gruta de Belém.

O Imperador havia ordenado que fosse feito um censo geral de toda Israel. Era necessário que cada um fosse ao local de origem de sua família. São José, assim como a Santíssima Virgem, eram de família real; eram príncipes, por direito de sangue. Foram eles assim à cidade de Belém, à cidade de seu antepassado, o Rei Davi.

Em Belém, porém, não havia mais lugares nas hospedarias e hotéis. A cidade estava repleta. Os mais nobres dentre os nobres, assim, não receberam do mundo o que lhes era de direito, e alojaram-se em uma estrebaria, em um lugar onde eram mantidos animais.

O Rei dos Reis, Aquele que o Anjo dissera a Maria que reinaria sobre todos, nasceu assim quase em segredo, sendo enrolado em panos e reclinado em uma mangedoura – o lugar onde comem os animais. Neste estábulo havia alguns animais, que perceberam que era o Rei dos Reis que ali estava, a honrá-los infinitamente com Sua presença. Foram eles então aquecê-lo – pois era frio, um frio dia de dezembro – com seus hálitos. O mundo havia rejeitado desde já o Senhor, tão pequeno; as criaturas de Deus, porém, O acolheram.

O nascimento do Senhor, que ocorreu sem dor alguma e sem assistência alguma de médicos ou parteiras, foi o maior momento que até hoje a humanidade já viveu, e é por isso que contamos os dias e anos a partir daquele momento. Naquele dia, o Senhor passou a andar entre nós, a ser um de nós, por ter assumido a nossa natureza, sem perder porém Sua natureza divina. Alguns pastores que estavam nas proximidades foram avisados por um anjo do grande acontecimento. Eles não eram santos, como Nossa Senhora o era, e tiveram muito medo ao verem a luz daquele emissário do Senhor. Foram, porém, obedientes e dirigiram-se com grande pressa ao local onde estava o Senhor.

Ao meditarmos este Mistério, devemos procurar, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Sempre Virgem Maria, Medianeira de todas as Graças, imitar o exemplo daqueles pastores e, conscientes de nossos pecados, conscientes de nossa indignidade, reverenciar o Menino-Deus. Deus Se fez um de nós, assumiu a nossa natureza. ele Se fez semelhante a nós em tudo, menos no pecado. Ele veio a nós para, justamente, podermos ter nossos pecados perdoados. Nós devemos, portanto, fazer como fizeram estes pastores: Conscientes de nossos pecados, conscientes de nossas falhas e limitações, devemos buscar a Deus, ir onde Ele está, ir onde a Salvação está.

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Quarto Mistério Gozoso

No quarto mistério, contemplamos a apresentação do menino Jesus no templo.

Na Antiga Aliança, na Aliança feita por Deus com o povo judeu, havia a circuncisão. A circuncisão, que era uma maneira de preparar o povo para o Batismo que havia de vir na Nova Aliança feita por Nosso Senhor Jesus Cristo, era feita aos oito dias de nascido, e marcava que o menino pertencia ao Povo Eleito.

Nossa Senhora e São José levaram assim o menino Jesus ao Templo de Jerusalém, onde Ele seria apresentado e circunciso. O Menino Deus estava neste momento sendo levado a Deus Pai, sendo levado, como Homem verdadeiro, a cumprir a Sua parte da Aliança de Deus e Homem.

No Templo havia um homem justo e temente a Deus, chamado Simeão. Este santo havia recebido de Deus uma promessa: ele não morreria sem ter visto o Cristo, sem ter visto a Salvação que viria de Deus. Ao ver o menino Jesus, ele levantou os braços em oração e deu graças a Deus por tê-l’O visto. Simeão fez também uma profecia; ele disse à Virgem Castíssima que “uma espada de dor” atravessaria seu coração, profetizando assim que ela estaria ao lado de seu Filho quando ele fosse morto na cruz.

Ao meditarmos este Mistério, devemos procurar, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Virgem Puríssima, imitar a atitude do santo Simeão: devemos ter a confiança em Deus que é necessária para aguardar até que chegue o momento que Ele, em Sua infinita sabedoria, escolher. Devemos também, como a Santíssima Virgem, saber aceitar as dores que venham, dores que junto às alegrias são parte da Vontade de Deus para conosco. Devemos ainda, finalmente, imitar o exemplo da Sagrada Família, que cumpriu fielmente tudo aquilo que Deus mandou que fizessem. Seu Filho era Deus, mas era Homem também. Por ser Homem, Ele foi levado ao Templo para a Apresentação. Isso foi feito porque tal era a Lei dada por Deus. Devemos também respeitar sempre a Lei dada por Deus, e cumpri-la fielmente em puro espírito de obediência.

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Quinto Mistério Gozoso

No quinto mistério, contemplamos o encontro de Nosso Senhor Jesus Cristo no templo entre os doutores.

Quando Nosso Senhor Jesus Cristo completou seus doze anos de idade, Ele foi levado mais uma vez ao Templo de Jerusalém por seus pais, como ocorria todo ano. Desta vez, porém, seus pais, ao voltar para casa, não O encontraram. Preocupados, eles O procuraram por toda parte, entre as pessoas que com eles voltavam de Jerusalém. E não O encontraram. Voltaram então ambos à Cidade Santa, onde O encontraram no Templo, sentado entre os Doutores da Lei, entre aqueles que haviam dedicado suas vidas ao estudo e pregação da Palavra de Deus.

Admiraram-se então, e sua Mãe perguntou-Lhe: “Filho, porque procedeste assim conosco? Eis que Teu pai e eu Te procurávamos, cheios de aflição.” Respondeu-lhes então o Senhor: “Para que me buscáveis? Não sabíeis que devo ocupar-Me das coisas de Meu Pai?”. O Senhor, então, voltou com Sua Mãe e São José a Nazaré, e a eles sempre obedeceu. “Sua Mãe conservava todas estas coisas no seu coração”.

Ao meditarmos este Mistério, devemos, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, perceber a necessidade de nos aplicarmos mais e mais às coisas de Deus. Freqüentemente nos vemos em uma situação em que devemos escolher entre as coisas de Deus e as coisas dos homens. As coisas de Deus devem sempre vir em primeiro lugar, mas não é por isso que devemos deixar de lado as nossas obrigações. Nosso Senhor Jesus Cristo estava “Se ocupando das coisas de Seu Pai”, das coisas de Deus, mas chamado por Sua Mãe, Ele voltou a Nazaré com ela e foi-lhe obediente. A obediência às coisas de Deus não torna desnecessário o cuidado com nossos deveres no mundo; pelo contrário, aliás: é cuidando efetiva e cuidadosamente de nossos deveres no mundo que podemos fazer as coisas de Deus.

A Virgem Santíssima, que primeiro não havia entendido o que fazia Seu Filho no Templo entre os Doutores, acolheu depois em seu coração o que Ele estivera fazendo. Devemos, com o auxílio dela, acolher também em nosso coração este dever que a todos compete: cuidar das coisas de Deus, sem com isso deixar de lado as nossas obrigações no mundo.

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Se você estiver rezando apenas um terço, conclua-o rezando o Salve Rainha. Se você estiver rezando o rosário inteiro, passe diretamente aos mistérios dolorosos.


Mistérios Dolorosos

Caso você vá rezar apenas um terço, reze os Mistérios Dolorosos nas terças e sextas feiras. Os Mistérios Dolorosos são os Mistérios relacionados com a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por Seu Sacrifício na Cruz Ele tornou possível a nossa salvação. Cada dor que Ele sentiu foi causada, e é causada ainda, por nossos pecados, por nossas culpas. Ele, o Inocente, padeceu e morreu por nossos pecados. Devemos ter sempre em mente que com nossos pecados provocamos Suas dores, e procurar não mais pecar.

Primeiro Mistério Doloroso

No primeiro mistério, contemplamos a Agonia de Nosso Senhor Jesus Cristo no Horto das Oliveiras.

Nosso Senhor Jesus Cristo, sabendo que seria morto, e morto de maneira extremamente dolorosa, retirou-se em oração para o Horto das Oliveiras, uma montanha próxima ao local onde Ele seria crucificado, um lugar onde há um enorme cemitério.

Lá Ele pediu por três vezes ao Pai que, se fosse possível, Ele fosse poupado de tamanho sofrimento. Isto, porém, não seria possível. Não seria possível por causa de nossos pecados. A cada vez que pecamos, a cada vez que entre Deus e Suas criaturas escolhemos as criaturas, nós provocamos as dores de Cristo. No Horto das Oliveiras, Nosso Senhor Jesus Cristo suou sangue, antevendo então os seus enormes sofrimentos. Seu Precioso Sangue foi coletado por um anjo.

Seus discípulos, que dormiam, foram então repreendidos pelo Mestre, que os mandou levantar-se e orar, para que não caíssem em tentação. Chegou então Judas, o traidor, que mostrou aos soldados quem era o Cristo por um beijo falso, um beijo traidor, que não era sinal de amor, mas de traição, servindo apenas para indicar a eles qual era o Justo a quem prenderiam. Nosso Senhor, ao ser defendido por São Pedro, que sacando da espada cortou a orelha de um dos soldados, curou instantaneamente o soldado, que apenas obedecia às ordens que tinha recebido.

Ao meditarmos este Mistério, devemos, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, procurar perceber os nossos pecados, que causaram tão grande dor no Senhor. Devemos procurar perceber quando nosso beijo foi um beijo de Judas, quando nos faltou o amor, substituído pela mera aparência de carinho que esconde a traição. Quantas vezes afirmamos da boca para fora o nosso amor pelo Senhor, mas na verdade O traímos? Quantas vezes nossas atitudes erradas, nossas escolhas erradas, aumentaram o Seu sofrimento? Quantas vezes, como os discípulos, caímos dormindo quando deveríamos estar de pé, em oração, para que não caíssemos em tentação? Quantas vezes deixamos de perdoar, como perdoou – e curou! – o Senhor, àqueles que sem culpa nos causam desgosto?

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Segundo Mistério Doloroso

No segundo mistério, contemplamos a Flagelação de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quando Nosso Senhor foi preso, foi amarrado a uma coluna e chicoteado com violência. O chicote usado tinha pontas duras presas nas extremidades de cada fio, arrancando pedaços de pele e carne do Senhor, e derramando Seu Sangue Preciosíssimo. Cada chicotada daquelas, cada ofensa que Lhe era dirigida, foi causada por nossos pecados. É porque pecamos que Ele foi chicoteado, é por nossos pecados que Ele, o Inocente, o Justo, recebeu tão cruel punição.

A dor física provocada por estas chicotadas, dadas em um Corpo já enfraquecido pela noite de vigília no Horto das Oliveiras, foi enorme. Qualquer outra pessoa teria desfalecido, teria perdido os sentidos com tamanha dor. Não o Senhor. Ele agüentou a tudo, Ele sofreu tudo isso, por nós, por nossos pecados. Cada dor que Lhe foi infligida Ele agüentou por amor a nós, para nos libertar das dores eternas do Inferno que nos aguardaria não fosse Seu Sacrifício.

Ao meditarmos este Mistério, devemos, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, pensar nas dores que provocamos ao Senhor por nossos pecados. Devemos procurar nelas a força e o exemplo para agüentarmos as pequenas dores que temos nesta vida, sabendo que após a morte poderemos receber também nós nossa coroa de glória. As dores sofridas pelo Senhor são nossas; nós as causamos, nós as deveríamos sofrer. Ele, no entanto, as tomou sobre Si. Devemos não apenas agradecer a Ele, como procurar, nós também, pela mortificação e pela aceitação das contrariedades em espírito de penitência, unir as nossas dores às dores de Nosso Senhor pela salvação das almas.

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Terceiro Mistério Doloroso

No terceiro mistério, contemplamos a Coroação de espinhos em Nosso Senhor.

Nosso Senhor Jesus Cristo não sofreu apenas fisicamente; Ele também foi humilhado, foi ridicularizado. Puseram-Lhe nas mãos uma vara, como zombaria de Seu poder de Rei; cobriram-lhe com um manto vermelho, zombando de Sua honra divina; coroaram-no com espinhos, ridicularizando Sua coroa de glória.

Estas zombarias, estes escárnios, foram causados por nossos pecados. A cada vez que deixamos de lado o Senhor, a cada vez que fazemos pouco d’Ele e de Sua Lei, estamos mais uma vez colocando-Lhe roupas de palhaço, fazendo d’Ele motivo de risadas. A cada vez que, por nossos maus exemplo, os Nome de Cristo é vilipendiado, estamos a nos contar entre os que O fantasiaram de rei-palhaço e zombeteiramente se prostraram diante d’Ele enquanto dele faziam alvo de escarros e insultos.

Ao meditarmos este Mistério, devemos, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, procurar perceber quando fizemos pouco de Deus, quando d’Ele zombamos por nossos atos, nossos pensamentos, nossas palavras, nossas omissões. Quantas vezes nossas homenagens insinceras a Deus foram apenas uma zombaria? Quantas vezes, em nossas vidas, ridicularizamos àqueles que o Senhor colocou entre nós e nos orientou para que os respeitássemos? Quantas vezes faltamos ao respeito devido com as autoridades, ou substituímos este respeito por uma farsa, falando mal delas assim que viramos as costas? Quantas vezes nos aproveitamos da impotência – real ou presumida – de outrem para os ridicularizar e fazer pouco deles?

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Quarto Mistério Doloroso

No quarto mistério, contemplamos a Subida dolorosa de Nosso Senhor Jesus Cristo ao Calvário.

Nosso Senhor Jesus Cristo foi condenado à morte na Cruz, uma morte dolorosa e infamante. Ele foi condenado por Pilatos, que tinha o poder de libertá-lo mas cedeu às pressões dos judeus que O queriam ver morto. Sua sentença foi levada a cabo no Monte Calvário, perto de Jerusalém. A caminhada pelas ruas estreitas de Jerusalém, carregando nos ombros a pesada Cruz, foi feita pelo Senhor em meio aos insultos e zombarias da multidão. Seus ombros cobriram-se de chagas, esfolados que já estavam pelas chicotadas. Por três vezes Ele caiu ao chão, exausto e ferido que estava, e por três vezes Se levantou. Um bom homem, chamado Simão, ajudou-O a carregar Sua Cruz. As mulheres de Jerusalém choravam ao ver o estado do Bom Senhor, que passava ferido, cansado, chicoteado, carregando ladeira acima uma pesada cruz de madeira.

Todas estas dores, todo este percurso, todas estas quedas foram causadas por nossos pecados. Fui eu, foi você, fomos todos nós que colocamos em Seus ombros puríssimos esta pesada Cruz que os feria. Fui eu, foi você, fomos todos nós que o levamos sob escarros, insultos e chicotadas ao Monte Calvário para morrer.

Ao meditarmos este Mistério, devemos, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, procurar imitar o exemplo de Simão, o Cireneu, que ajudou Nosso Senhor a carregar Sua Cruz. Devemos procurar perceber os nossos pecados, e ver nas três quedas do Senhor um alento, uma esperança: caímos em pecado, mas podemos nos levantar novamente. A Cruz é dura e pesada, mas podemos segurá-la, podemos levantar de novo e continuar a dolorosa caminhada. O caminho do Calvário é doloroso e difícil, e no final o suplício espera. Sabemos, porém, que além do suplício, além da dor, está a Salvação, está a glória. Devemos assim, como nos manda o Senhor, tomar cada um a sua cruz para segui-l’O a caminho do Calvário, para acompanhá-l’O cobrindo de chagas os nossos ombros, carregando não apenas a nossa cruz mas também, como o fez Simão o Cireneu, a Cruz de Cristo, aliviando assim o Seu intenso sofrimento, que por nós foi causado.

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Quinto Mistério Doloroso

No quinto mistério, contemplamos a crucifixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Nosso Senhor Jesus Cristo foi pregado na Cruz. Pregos imensos, de mais de palmo de comprimento, mais grossos que um dedo, atravessaram, conduzidos por fortes marteladas, suas mãos e seus pés. Pendurado pelas mãos e pelos pés perfurados por pregos imensos, Seu Corpo cansado e surrado, Seu Corpo chicoteado e humilhado, portanto ainda as sanguinolentas chagas causadas pela Cruz, foi exposto às zombarias dos judeus. Pilatos colocara sobre a Cruz uma placa em três línguas, dizendo “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”. Esta placa fôra concebida como um insulto, mas era uma realidade. Era o Rei dos Judeus, era o Rei dos Reis, que estava ali, pendurado na Cruz, sofrendo dores atrozes por nossos pecados. Deram-Lhe vinagre a beber, zombaram d’Ele, riram d’Aquele que era seu Criador.

A tudo Ele agüentou em silêncio. Pediu ainda ao Pai que perdoasse aqueles que não sabiam o que faziam. Pendurado na Cruz, sofrendo terrivelmente, Ele entregou a Deus o Seu Espírito. Seu Sacrifício foi consumado. Ele, que tanto sofreu por nós, Ele, que sofreu em nosso lugar os castigos que nos competiam para que possamos hoje ainda escapar do Inferno que nos espera e que seria – não fosse o Sacrifício de Cristo – o nosso destino inexorável, morreu na Cruz por nós. Ele morreu em nosso lugar, assim como sofreu em nosso lugar.

Cada dor que Ele sofre, desde a agonia do Horto das Oliveiras – a dor espiritual -, a flagelação – a dor física -, a coroação de espinhos – a dor moral -, o caminho do calvário – a dor continuada e desesperante… Cada uma dessas dores, sem exceção, era destinada para nós. Não fosse o Sacrifício de Cristo, seríamos nós a experimentar continuamente estas dores por toda a eternidade no Inferno. Não fosse Deus que Se fez homem e por nós morreu na Cruz, não poderíamos ter a Vida Eterna. A maior prova de amor que pode haver é aquela que o Senhor fez para conosco, ao por nós padecer e morrer.

Ao meditarmos este Mistério, devemos, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, procurar perceber tanto o amor de Deus por nós, que O fez sofrer tanto e por nós morrer, quanto o nosso pecado, que tornou tudo isso real e necessário. Foi o meu pecado, foi o seu pecado, que fez com que Ele tanto sofresse, que fez com que Ele tanto padecesse e finalmente entregasse por nós Sua vida. Pensemos, pois, no quanto somos indignos deste sacrifício, pensemos em como é enorme o Amor infinito de Deus, que Se entregou por nós qual besta ao carrasco para que nós, os verdadeiros culpados, pudéssemos ser perdoados. Agradeçamos a Deus por Seu amor infinito e procuremos, com a ajuda da Sua Mãe, que a tudo assistiu – cumprindo assim a profecia, com uma espada de dor a atravessar seu coração ao ver Seu Filho a sofrer tanto -, não mais pecar. Procuremos nos tornar menos indignos do Senhor, mais assemelhados à Virgem Maria, Corredentora e Medianeira de Todas as Graças, que uniu seu sacrifício de dor ao Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz para o perdão de nossos pecados.

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Se você estiver rezando apenas um terço, conclua-o rezando o Salve Rainha. Se você estiver rezando o rosário inteiro, passe diretamente aos mistérios gloriosos.


Mistérios Gloriosos

Caso você vá rezar apenas um terço, reze os Mistérios Gloriosos nas quartas feiras, sábados e domingos.

Os Mistérios Gloriosos são os relacionados à glorificação de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Nossa Senhora, que são modelos e sinais de esperança para todos nós. Devemos, ao meditar estes mistérios, pensarmos sempre em nossa indignidade e na bondade de Deus, que permite que sejamos por Ele elevados a tamanha glória.

Primeiro Mistério Glorioso

No primeiro mistério, contemplamos a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

No terceiro dia após a Sua morte dolorosíssima na Cruz, o Senhor ressuscitou. Seu Corpo, que estava morto, voltou à vida. A pedra gigantesca que fechava a entrada de Seu túmulo foi rolada para o lado; o sudário que O envolvia foi deixado para trás. Aquele que estava morto voltou à vida, Aleluia.

A Ressurreição do Senhor é um acontecimento de intensa beleza. Sabemos pela Fé que nós também um dia ressuscitaremos, que nós também, caso tenhamos morrido na graça de Deus, teremos nossos corpos devolvidos em glória. Nós também teremos um corpo como o Corpo do Senhor: o mesmo corpo, subtraído à Morte, que Ele venceu, e não mais marcado pelo Pecado, pela morte, pelas doenças.

A Ressurreição do Senhor é para nós a esperança, é para nós aquilo que nos guia e nos faz agüentar as pesadas cruzes de nossos calvários. Sabemos que além da morte, além do sofrimento, há luz, há paz. Sabemos que a morte foi vencida, e que nós também podemos, seguindo o Senhor em Seu Calvário, segui-l’O em Sua Ressurreição.

Ao meditarmos este Mistério, devemos, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, procurar em nós mesmos tudo aquilo que ainda nos prende ao pecado, tudo aquilo que separa o que somos hoje do que deveríamos ser e seremos, com a graça de Deus, após a nossa ressurreição. Devemos, meditando sobre a Ressurreição do Senhor, colocar em sua devida proporção os nossos parcos e ridículos sofrimentos e contrariedades, tão pequenos em relação aos que Ele sofreu. Devemos manter firme a esperança que temos pela Fé de, após chegado o término de nosso calvário, nós também seguirmos Nosso Senhor em Sua Ressurreição.

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Segundo Mistério Glorioso

No segundo mistério, contemplamos a Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo ao Céu.

Nosso Senhor Jesus Cristo, após a Sua Ressurreição, ficou quarenta dias com os discípulos, subindo então ao Céu. Ele não nos abandonou, longe disso. Ele continua, hoje ainda, presente no meio de nós. Ele está realmente presente, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, no Santíssimo Sacramento. A Sua Ascensão foi a Sua ida para o Seu lugar de direito, sentado à direita do Pai.

Quando Ele caminhava pela terra, eram poucos os que sabiam ser Ele Deus, ser ele o Verdadeiro Deus, que criou os Céus e a Terra. Ele era tomado por um homem comum. Após a Sua Ressurreição, porém, isso seria impossível. Como Rei dos Reis, como Senhor dos Senhores, como Aquele que venceu a Morte, um palácio humano seria indigno d’Ele. Apenas a Jerusalém Celeste poderia ser apropriada para Sua morada.

Ao ir assim para o Céu, subindo sem esforço algum, apenas por Sua Vontade soberana, Ele reafirmou a Sua glória, reafirmou o Seu poder. Nós somos chamados, após termos carregado aqui mesmo nossas cruzes, após termos cruzado este vale de lágrimas e caminhado em nosso calvário neste exílio terrestre, a reinar junto a Ele no Céu. E medida do poder deste Rei, que é Rei dos Reis, só pode ser concebida pela Sua Ascensão; enquanto os reis terrenos são carregados por máquinas e pessoas, o Rei dos Reis sobe por vontade própria, sem esforço algum. É junto a este Rei, junto ao Senhor dos Senhores, que somos chamados a reinar após o término de nossa peregrinação terrestre.

Ao meditarmos este Mistério, devemos, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, procurar perceber a imensidão do poder divino, a imensidão da grandeza de Deus, que nos chama a servi-l’O e a amá-l’O. É o mesmo Deus que por nós sofreu e morreu; o mesmo Deus que, pelo Batismo, nos fez Seus filhos adotivos. Somos assim chamados a uma enorme glória, e esta glória deve estar em nossos pensamentos. É o amor de Deus que nos chama, é o amor de Deus que nos habilita a algo que seria impossível, impensável conquistar por nosso esforço próprio. É pela graça de Deus que devemos agüentar os sofrimentos por que passamos, que devemos carregar nossas cruzes, sabendo que no fim, após o sofrimento e após a morte, vem a Ressurreição, e com a ressurreição a glória. Pensemos, pois, neste amor infinito de Deus, neste poder infinito de Deus, e tenhamos a firme esperança de estar junto a Ele e a todos os Seus Santos um dia em glória.

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Terceiro Mistério Glorioso

No terceiro mistério, contemplamos a Vinda do Espírito Santo sobre a Virgem Santíssima e os Apóstolos.

Nosso Senhor Jesus Cristo prometeu aos Apóstolos que enviaria o Espírito Santo sobre eles. O Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, é a alma da Igreja, Corpo Místico de Cristo. Quando o Senhor enviou o Espírito Santo aos Apóstolos, eles passaram a ser não mais apenas um grupo de pessoas que O havia seguido; eles passaram a ser a Igreja, inabalável e indestrutível, destinada por Deus a pregar a Verdade a todos os povos.

A manifestação do Espírito Santo foi espetacular: Ele desceu como línguas de fogo que tocaram cada um dos Apóstolos e a Santíssima Virgem, Sua esposa. Naquele momento, então, eles compreenderam o sentido de cada palavra que havia sido dita pelo Senhor e cujo sentido ainda lhes estava oculto. A partir daquele momento, eles, tendo recebido os dons do Espírito Santo, puderam pregar a todos os povos a Verdade, puderam converter a todos e levar a todos a boa nova de Nosso Senhor Jesus Cristo.

É pelo Espírito Santo que somos capazes de agir corretamente. Cada boa ação nossa é um fruto da ação do Espírito Santo em nós. Recebemos pelo Batismo o Espírito Santo, e O expulsamos de nós pelo pecado. Assim, devemos ter sempre a consciência da necessidade de lutarmos contra o pecado, de nos abrirmos sempre mais e mais ao influxo do Espírito, para que possamos, nós também, cumprirmos nossa parte, por menor que seja, nos desígnios divinos para a salvação da humanidade.

Ao meditarmos este Mistério, devemos, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, procurar perceber a ação de Deus em nossas vidas. O mesmo Senhor que subiu aos Céus de lá mandou o Seu Espírito. O Espírito Santo, por Ele enviado, levou a Igreja a espalhar-se por todo o mundo, levando a todos os povos a Salvação. Nós devemos, assim, procurar nos abrir para o Espírito Santo, para que Ele possa agir em nossas vidas, levando-nos a uma perfeição cada vez maior e a uma participação cada vez maior e mais eficaz na obra da Salvação.

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Quarto Mistério Glorioso

No quarto mistério, contemplamos a Gloriosa Assunção da Virgem Maria ao Céu.

Nosso Senhor Jesus Cristo cumpriu todos os Mandamentos. Dentre os Mandamentos, o mais difícil de cumprir é o quarto: Honrar Pai e Mãe. Nosso Senhor cumpriu este mandamento da maneira mais sublime: Ele elevou Sua Mãe aos Céus. A Virgem Imaculada, levada aos Céus por anjos, tomou o lugar que o amor filial de seu Filho lhe havia reservado.

A Assunção da Virgem Maria é para nós um motivo de júbilo e de esperança. De júbilo, de alegria, porque ela nos foi dada, a nós também, como Mãe pelo Senhor pendurado na Cruz. Como Mãe nossa que ela é, é natural que nos alegremos ao vê-la libertada de todo sofrimento e levada ao lugar que por sua perfeição ela merece: o Céu. É também um motivo de esperança, por vermos que alguém como ela, uma criatura de Deus como eu e você somos criaturas de Deus, pôde receber tão sublime dignidade e manifestação de amor divino.

Nós podemos ser Santos, diz-nos a Assunção da Virgem Maria. Nós podemos também dizer “Sim” a Deus como ela o fez. Nós podemos, enfim, receber de Deus graças enormes, graças pelas quais podemos e devemos sempre agradecer.

Ao meditarmos este Mistério, devemos, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, pensar sobre a necessidade de honrarmos nossos pais e mães; devemos meditar sobre nosso comportamento; será que não deixamos de honrar devidamente aqueles que o mereciam? Será que não faltamos ao respeito devido a eles? Será que demos a eles tudo o que poderíamos dar?

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Quinto Mistério Glorioso

No quinto mistério, contemplamos a Coroação de Nossa Senhora como Rainha dos Céus e da Terra.

O cumprimento perfeito do quarto mandamento foi feito por Nosso Senhor Jesus Cristo na pessoa de Sua Mãe. A Virgem das Virgens foi não apenas levada por seu Filho ao Céu, mas também foi colocada acima dos anjos e de todos os Santos, foi tornada por Ele, Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, a Rainha dos Céus e da Terra.

Qualquer graça que recebermos de Deus foi-nos entregue pelas mãos belíssimas da Virgem Imaculada. Todos nós, que fomos batizados, somos seus filhos adotivos, como somos filhos adotivos de Deus. A coroa de glória que ela recebeu de seu Filho, que a coroou Rainha de toda a criação, é para nós também um sinal de júbilo e esperança. A alegria, o júbilo, nos vem por vermos a nossa querida mãezinha elevada a tão gigantesca dignidade. A esperança nos vem ao vermos a nossa Mãe, que nos ama, em condições tão admiráveis para nos fazer o bem, para ajudar a todos nós, seus filhos amados. Nós também somos chamados a um dia reinarmos junto a seu Filho. Nós também somos chamados a um dia nos elevarmos acima dos anjos e sermos contados entre os Santos. A coroação da Virgem Venerável, assim, faz com que possamos de certa forma antegozar esta glória: os pedidos que lhe dirigimos, e que são por ela atendidos com amor e carinho maternais, são uma antevisão de quando nós mesmos estaremos face-a-face com Deus; sua glorificação é para nós um sinal que nos permite antever a nossa glorificação, como servidores de Cristo por ela, após a nossa morte.

Ao meditarmos este Mistério, devemos, com a ajuda de Deus e pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, procurar perceber e nos maravilhar com a grandeza dos desígnios divinos para conosco. Devemos tentar sempre nos aproximar mais e mais da Virgem Admirável, imitá-la em sua humildade e em seu carinho e amor por seu Filho.

Segurando na conta maior do terço, reze um Pai-Nosso; em seguida, contando nas contas menores, reze dez Ave-Marias. Conclua este mistério com um Glória ao Pai e com a Jaculatória de Fátima.

Em seguida, para concluir o Santo Rosário (ou o terço, se você estiver rezando apenas os mistérios gloriosos), reze um Salve-Rainha.


ORAÇÕES DO TERÇO:

O CREDO:

Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra,
e em Jesus Cristo, Seu único Filho, Nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado.
Desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus
e está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso,
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no espírito Santo,
na Santa Igreja Católica,
na Comunhão dos Santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne,
na vida eterna.
Amém.

PAI-NOSSO:

Pai nosso, que estais nos Céus,
santificado seja o Vosso Nome;
venha a nós o Vosso Reino,
seja feita a Vossa Vontade,
assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do Mal.
Amém.

AVE-MARIA:

Ave Maria,
cheia de graça,
o Senhor é convoco.
Bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores,
agora e na hora de nossa morte.
Amém.

GLÓRIA AO PAI:

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre.
Amém.

JACULATORIA DE FÁTIMA

(oração ensinada por Nossa Senhora aos três pastorinhos em Fátima, que ela pediu que fosse rezada ao fim de cada mistério do terço):

Meu Bom Jesus,
perdoai-nos os nossos pecados e livrai-nos do fogo do Inferno.
Levai todas as almas para o Céu;
socorrei principalmente as que mais precisarem.

SALVE-RAINHA (COM O AGRADECIMENTO FINAL DO TERÇO OU DO ROSÁRIO):

Infinitas graças vos damos, soberana Rainha,
pelos benefícios que todos os dias recebemos de vossas mãos liberais.
Dignai-vos, agora e sempre, tomar-nos debaixo do vosso poderoso amparo
e, para mais vos obrigar, vos saudamos com uma Salve Rainha:

Salve, Rainha,
Mãe de misericórdia,
Vida, doçura e esperança nossa, salve!
A vós bradamos os degredados filhos de Eva;
a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa,
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei
e depois deste desterro mostrai-nos Jesus,
bendito fruto do vosso ventre,
ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre virgem Maria!
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,
para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

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