Podem os católicos se referir aos livros deuterocanônicos da Bíblia como “apócrifos”?

– Recentemente li um livro católico que se referia aos “apócrifos”. Eu achava que eram apenas os protestantes que usavam essa expressão. Pode um católico usá-la legitimamente? (Anônimo)

“Apócrifos” são as obras que alguns consideravam inspiradas, mas que não eram. Os protestantes incluem entre os apócrifos os sete livros extras do Antigo Testamento, aceitos pelos católicos, mas que foram excluídos do cânon protestante. São eles: Judite, Tobias, Sabedoria de Salomão, Sirácida, Baruc, 1Macabeus e 2Macabeus.

Os católicos consideram estes livros como inspirados e canônicos. Para nós, eles fazem parte do Antigo Testamento. Desde o tempo de Sisto de Siena (1528-1569), eles são chamados “livros deuterocanônicos”. Os católicos também falam da existência de apócrifos, mas não contam os livros deuterocanônicos entre eles.

Os apócrifos podem ser divididos em obras do Antigo Testamento e obras do Novo Testamento. Os apócrifos do Antigo Testamento incluem escritos como 3Macabeus, O Martírio de Isaías e o Livro de Enoque. Os apócrifos do Novo Testamento contêm obras como o Protoevangelho de Tiago, o Evangelho de Tomé e o Evangelho de Pedro, assim como diversas epístolas e apocalipses pseudo-epígrafos.

A maioria desses livros tem pouco ou nenhum valor histórico. Já que não são inspirados, os livros apócrifos não são teologicamente pertinentes, salvo na medida em que revelam heresias e crenças populares judaicas ou dos primeiros cristãos, ajudando-nos a conhecer o contexto da Bíblia.

Facebook Comments

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.