Por ocasião do aniversãrio do meu filho Matheus

Este sábado, 15/11/2009, estaremos comemorando em família os dez anos de meu filho Matheus… na verdade, dez anos de nascido… e dez anos e trinta e oito semanas de vida!

Sim, porque a vida intra-uterina de meu filhote foi bem vivida e cheia de eventos… ele começou já engrossando a minha cintura e me fazendo reter líquidos, além de uns enjôos matinais… eu, que fumava, não conseguia sequer olhar para o cigarro… e parei. Não fumei durante toda a gestação. Aí está o primeiro grande feito de Matheus, fez sua mãe parar de fumar.

O segundo grande feito dele foi unir seus pais. Éramos jovens, irresponsáveis, e sequer namorávamos firme. Eu não tinha Deus em minha vida, e nem papai. Nossa vida era “curtir”, ir pra “night”. Não tínhamos nenhuma intenção de casar, ou de ter família. Tínhamos vinte e quatro anos e isso não estava nos nossos planos tão cedo. Embora estivéssemos “a fim” um do outro, não considerávamos nada muito sério… até que…

Matheus conquistou o papai, que ao ouvir seu coração batendo, no consultório médico, não conteve as lágrimas. O amor por aquele pequeno ser de algumas semanas lhe deu forças, fez com que ele se sentisse capaz, fez com que ele quisesse ser melhor para dar àquele bebê o melhor. A partir daí, o papai propôs à mamãe do Matheus “encararem” aquela “barra”. Ela, apaixonada por aquele coraçãozinho bate-bate, tum-tum, aceitou.

Seguiram-se semanas de uma vida muito agitada, entre conversas, massagens com óleo de amêndoas, chutes, exames, ultra-sonografias, toda a rotina de pré-natal foi vivida intensamente pela família inteira… Matheus tinha músicas preferidas, que eu colocava para tocar no fone de ouvido encostado na barriga… eclético, Matheus curtia desde o punk rock de Offspring e Ramones até o pop meloso dos backstreet boys… se espreguiçava e se mexia quando a música acabava, depois ficava quietinho para ouvir. Mais tarde, depois de nascido, ao ouvir essas músicas, sorria, virava a cabecinha procurando de onde vinha o som.

Pertinho de nascer, Matheus estava tão grande que eu mal podia andar… e nem mamãe nem bebê achavam posição para dormir… Inquieto, Matheus se mexia à noite, e só se acalmava quando eu conversava com ele. Nessa época, eu trabalhava como professora, e todos os meus alunos conversavam com Matheus, tocavam a barriga, presentevam-no… mais tarde, depois de nascido, ao visitar o curso, reconhecia a voz de alunos que toda aula falavam com ele na barriga, virava o rosto na direção deles, olhava nos olhos.

Foram trinta e oito semanas das mais felizes da nossa vida, em que estávamos juntos o tempo todo, às quais se seguiram dez anos de alegrias, preocupações, natais, aniversários, muitos bilhetinhos, muitos desenhos na geladeira, festas na escola, muitas mensagens na caixa postal do celular (mamãe, te amo!)…

Meu filho teve trinta e oito semanas de vida intra-uterina intensas e bem vividas, até nascer, em um feriado, tirando a obstetra de seu repouso.

Para Matheus, que agora reza por um irmãozinho, todos os domingos, diante da imagem de Nossa Senhora da Conceição, esse tempo é de expectativa. Se for da vontade de Deus que nossa família aumente, Miguel ou Esther também será muito amado(a), desde as primeiras semanas…de VIDA.

Trinta e algumas semanas de uma VIDA que não entendo que algumas pessoas possam negar que exista, ou que pretendam afirmar ser menos digna.

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