Quando começa a vida humana afinal?

http://culturadavida.blogspot.com/2008/03/quando-comea-vida-humana.html

Quando você quer descobrir como consertar aquele barulhinho do motor do seu carro, a quem você procura? A um mecânico, ou a um jornalista?

Quando você deseja saber qual o melhor remédio para essa infecção que tá deixando todo mundo com medo, quem te passa mais credibilidade? Um infectologista, ou um apresentador da MTV?

Quando você deseja acionar na justiça uma empresa que recebeu mas não entregou, quem você prefere para lhe aconselhar? Um advogado ou um ator da novela das oito?

Certamente você dará preferência ao mecânico, ao infectologista e ao advogado.

Mas e quando você quer se instruir sobre o fato inicial da vida humana e tomar uma posição a favor ou contra a destruição de embriões humanos, a quem você busca?

Tem muita gente por aí preferindo o jornalista, o apresentador da MTV e o ator da novela. Infelizmente. Nada contra eles, mas não são especialistas. Aliás, de um tempo para cá todo mundo se embestou a emitir opinião sobre esse assunto altamente técnico como se esses fatos fossem adaptáveis ao nosso campo de visão, como se tívessemos autoridade para tal. “A vida começa no 4º dia…no 18º dia…só depois que nasce…“.

Pobres embriologistas, anatomistas, biólogos, autores de tratados médicos, nunca foram tão desprezados. A prova viva disso é a afirmação da Folha de São Paulo (!) abaixo:

Nem a ciência nem a religião podem dar uma resposta satisfatória e universal sobre quando começa a vida -se na concepção, ao longo do desenvolvimento fetal ou no nascimento. A única alternativa é deixar que o direito estabeleça o ponto, que será necessariamente arbitrário. O conjunto dos cidadãos e cidadãs tem toda a legitimidade para fazê-lo“. (Folha de São Paulo, Domingo, Abril 15, 2007)

Resta a Folha dizer exatamente qual ciência é essa que não está dando conta do recado, porque a ciência que eu pesquisei, dentro das maiores referências bibliográficas do assunto no mundo, já deram sim uma resposta muito bem dada e bem universal. Não parecem ter dúvida alguma. Ou vai ver não alcançaram ainda os critérios científicos de normas-padrão da imprensa brasileira.

Achei esse compêndio dentro da Universidade de Princeton e espero que seja útil para trazer um pouco de luz para o debate mais comprado e tendencioso por parte da mídia que já presenciei nos últimos anos.

Para quem tiver a paciência e a humildade de ouvir os maiores especialistas do mundo na área, segue abaixo suas opiniões extraídas de seus respectivos livros.

A vida humana se inicia na fertilização do óvulo com o espermatozóide

Tradução livre: Silvio L. Medeiros – http://culturadavida.blogspot.com

“O desenvolvimento do embrião começa no estágio 1 quando o espermatozóide fertiliza óvulo e juntos se tornam um zigoto” (Marjorie England, professor da Faculdade de Medicina de Ciências Clínicas, Universidade de Leicester, Reino Unido). [1]

“O desenvolvimento humano começa depois da união dos gametas masculino e feminino durante um processo conhecido como fertilização (concepção).
Fertilização é uma sequência de eventos que começa com o contato de um espermatozóide com um óvulo em sequência e termina com a fusão de seus núcleos e a união de seus cromossomos formando uma nova célula. Este óvulo fertilizado, conhecido como zigoto, é uma larga célula diplóide que é o começo, o primórdio de um ser humano” (Keith L. Moore, premiado professor emérito e cátedro da divisão de anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Toronto, Canadá). [2]

“Embrião: um organismo no estágio inicial de desenvolvimento; em um homem, a partir da concepção até o fim do segundo mês no útero” (Ida G. Dox, autora sênior de inúmeros livros de refência para médicos e cientistas, premiada, trabalhou na Escola de Medicina da Universidade de GeorgeTown). [3]

“Para o homem o termo embrião é usualmente restrigido ao período de desenvolvimento desde a fertilização até o fim da oitava semana da gravidez” (William J. Larsen, PhD, Professor do Departmento de Biologia Celular, Neurologia e Anatomia, membro do Programa de Graduação em Desenvolvimento Biológico do Colégio de Medicina da Universidade de Cincinnati) [4].

“O desenvolvimento de um ser humano começa com a fertilização, processo pelo qual duas células altamente especializadas, o espermatozóide do homem e o óvulo da mulher, se unem para dar existência a um novo organismo, o zigoto” (Dr. Jan Langman, MD. Ph.D., professor de anatomia da Universidade da Virgínia) [5].

“Embrião: o desenvolvimento individual entre a união das células germinativas e a conclusão dos órgãos que caracteriza seu corpo quando se torna um organismo separado…No momento em que a célula do espermatozóide do macho humano encontra o óvulo da fêmea e a união resulta num óvulo fertilizado (zigoto), uma nova vida começa…O termo embrião engloba inúmeros estágios do desenvolvimento inicial da concepção até o nona ou décima semana de vida” (Van Nostrand’s Scientific Encyclopedia) [6].

“O desenvolvimento de um ser humano começa com a fertilização, processo pelo qual o espermatozóide do homem e o óvulo da mulher se unem para dar existência a um novo organismo, o zigoto” (Thomas W. Sadler, Ph.D., Departamento de Biologia Celular e Anatomia da Universidade da Carolina do Norte) [7].

“A questão veio sobre o que é um embrião, quando o embrião existe, quando ele ocorre. Eu penso, como você sabe, que no desenvolvimento, vida é um continuum…Mas penso que uma das definições usuais que nos surgiu, especialmente da Alemanha, tem sido o estágio pelo qual esses dois núcleos (do espermatozóide e do óvulo) se unem e as membranas entre eles se chocam” (Jonathan Van Blerkon, Ph.D., pioneiro dos procedimentos de fertilzação em vitro, professor de desenvolvimento molecular, celular da Universidade de Colorado, reconhecido mundialmente como o preeminente expert na fisiologia do óvulo e do espermatozóide) [8].

“Zigoto. Essa célula, formada pela união de um óvulo e um espermatozóide, representa o início de um ser humano. A expressão comum “óvulo fertilizado” refere-se ao zigoto” (Keith L. Moore, premiado professor emérito e cátedro da divisão de anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Toronto, Canadá; Dr. T.V.N. Persaud é professor de Anatomia e Chefe do Departamento de Anatomia, professor de Pediatria e Saúde Infantil, Universidade de Manitoba, Winnipeg, Manitoba, Canadá. Em 1991, recebeu o prêmio mais importante no campo da Anatomia, do Canadá, o J.C.B. Grant Award, da Associação Canadense de Anatomistas) [9].

“Embora a vida seja um processo contínuo, a fertilização é um terreno crítico porque, sob várias circunstâncias ordinárias, um novo, genéticamente distinto organismo humano é por isso mesmo formado…A combinação dos 23 cromossomos presente em cada pró-núcleo resulta nos 46 cromossomos do zigoto. Dessa forma o número do diplóide é restaurado e o gênoma embrionário é formado. O embrião agora existe como uma unidade genética” (Dr. Ronan O’Rahilly, professor emérito de Anatomia e Neurologia Humana na Universidade da Califórnia) [10].

“Quase todos animais maiores iniciam suas vidas de uma única célula: o óvulo fertilizado (zigoto)…O momento da fertilização representa o ponto inicial na história de uma vida, ou ontogênia, de um indíviduo” (Bruce M. Carlson, M.D, Ph.D., pesquisador professor emérito da Escola Médica de Desenvolvimento Biológico e Celular). [11]

“Deixe-me contar um segredo. O termo pré-embrião tem sido defendido enérgicamente por promotores da Fertilização In Vitro por razões que são políticas, não científicas. O novo termo é usado para prover a ilusão de que há algo profundamente diferente entre o que não-médicos biólogos ainda chamam de embrião de seis dias de idade e entre o que todo mundo chama de embrião de dezesseis dias de idade. O termo pré-embrião é usado em arenas políticas – aonde decisões são feitas para permitir o embrião mais novo (agora chamado de pré-embrião) de ser pesquisado – bem como em confinados escritórios médicos, aonde pode ser usado para aliviar preocupações morais que podem ser expostos por pacientes de fertilização in vitro. “Não se preocupe”, um médico pode dizer, “é apenas um pré-embrião que estamos congelando ou manipulando. Eles não se tornaram embriões humanos reais até que coloquemo-os de volta ao seu corpo” (Lee M. Silver, professor da célebre Universidade de Princeton no Departamento de Biologia Molecular e da Woodrow Wilson School of Public and International Affairs). [12] [1] [England, Marjorie A. Life Before Birth. 2nd ed. England: Mosby-Wolfe, 1996, p.31] [2] [Moore, Keith L. Essentials of Human Embryology. Toronto: B.C. Decker Inc, 1988, p.2] [3] [Dox, Ida G. et al. The Harper Collins Illustrated Medical Dictionary. New York: Harper Perennial, 1993, p. 146] [4] [Walters, William and Singer, Peter (eds.). Test-Tube Babies. Melbourne: Oxford University Press, 1982, p. 160] [5] [Langman, Jan. Medical Embryology. 3rd edition. Baltimore: Williams and Wilkins, 1975, p. 3] [6] [Considine, Douglas (ed.). Van Nostrand’s Scientific Encyclopedia. 5th edition. New York: Van Nostrand Reinhold Company, 1976, p. 943] [7] [Sadler, T.W. Langman’s Medical Embryology. 7th edition. Baltimore: Williams & Wilkins 1995, p. 3] [8] [Jonathan Van Blerkom of University of Colorado, expert witness on human embryology before the NIH Human Embryo Research Panel — Panel Transcript, February 2, 1994, p. 63] [9] [Moore, Keith L. and Persaud, T.V.N. Before We Are Born: Essentials of Embryology and Birth Defects. 4th edition. Philadelphia: W.B. Saunders Company, 1993, p. 1] [10] [O’Rahilly, Ronan and Müller, Fabiola. Human Embryology & Teratology. 2nd edition. New York: Wiley-Liss, 1996, pp. 8, 29. This textbook lists “pre-embryo” among “discarded and replaced terms” in modern embryology, describing it as “ill-defined and inaccurate” (p. 12}] [11] [Carlson, Bruce M. Patten’s Foundations of Embryology. 6th edition. New York: McGraw-Hill, 1996, p. 3] [12] [Silver, Lee M. Remaking Eden: Cloning and Beyond in a Brave New World. New York: Avon Books, 1997, p. 39]

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