Uma resposta sobre alguns aspectos do tradicionalismo

Caríssimo sr. Carlos,

Obrigado pela excelente oportunidade que o senhor nos dá de esclarecermos alguns pontos.

Na resposta ao Sandro (espaço do leitor – Leitor pensa que encontrou contradição em nosso texto), O Dr. Rafael Vitola Brodbeck tentou refutar a acusação de contradição feita pelo leitor e só fez aumentar a contradição.

Primeiro ele diz que o texto em que D. Rifan fala da superioridade do rito antigo para expressar os dogmas eucarísticos reflete apenas a opinião do Bispo e não a doutrina da Igreja.

Sim, reflete apenas uma opinião. Reitero o que digo.

Convenhamos, Dr. Rafael! Se é apenas uma opinião, por que você mesmo usou as palavras do Bispo para tratar do assunto? Quer dizer que a opinião do Bispo só tem valor de acordo com a sua conveniência?

Não distorça! Posso usar as palavras do Bispo, e qualquer um as pode. O que não significa que deixem de ser uma opinião. É simples assim.

E é preciso muita “coragem” (para não dizer outra coisa) para afirmar que ao mencionar as vantagens da liturgia antiga não se está condenando implicitamente as desvantagens da atual.

Que outra coisa? Seja direto. Sem rodeios! Use a palavra que gostaria.

Em nenhum momento eu disse que D. Rifan não estava, implicitamente, dizendo que o rito novo tenha desvantagens. É evidente que ele pensa que tem. E é uma posição lícita. Agora, considerar que ele tenha desvantagens em sua expressão é bem diferente de considerar o rito ilícito ou ilegítimo, ou, ainda pior, tendente à heresia, como fazem certos grupos extremistas.

No final o Dr. Rafael Vitola ainda censura o consulente nos seguintes termos: “Leia o artigo em seu contexto. Não use um texto de um Bispo para fundamentar posições tradicionalistas!”

É mesmo: onde já se viu usar um texto de um Bispo tradicionalista para fundamentar uma posição… tradicionalista? É sair muito do contexto, não é verdade?

Depende do que o senhor considera “tradicionalista”. Se for apenas a adjetivação àqueles que freqüentam os sacramentos segundo a forma tradicional do rito romano, realmente Dom Rifan, a Administração Apostólica, a Fraternidade São Pedro, o Instituto Cristo Rei, o Mosteiro do Barroux, entre outros, são tradicionalistas, sim. Contudo, usei o termo em outro sentido, aplicado aos chamados “tradicionalistas extremistas”, ou “rad-trads”, que rejeitam o Vaticano II interpretado harmonicamente com a Tradição, e atacam a nova forma do rito romano, recusando, na prática, obediência ao governo do Papa, e adesão a seu Magistério.

Um conselho que lhe dou é procurar Dom Rifan e esclarecer suas dúvidas com ele. Garanto que o senhor sairá edificado. Alguns dias atrás, esteve ele em minha casa para um jantar que lhe ofereci, e pudemos conversar sobre muitíssimos assuntos envolvendo as posições “rad-trads”, o Vaticano II, e o rito da Missa. O senhor poderá ler mais sobre essa aprazível visita no nosso blog: http://blog.veritatis.com.br/2007/05/visita-de-dom-fernando-rifan-pelotas.html

A Paz de Cristo e o Amor de Maria

Carlos.

Deus o abençoe,

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