Fonte: Livro “Curso de Catequesis” do Editorial Palavra, España
Traduzido por Pe. Antônio Carlos Rossi Keller
INTRODUÇÃO:
Depois de professar a fé na "Santa Igreja Católica", o Símbolo dos Apóstolos continua dizendo : "Creio na Comunhão dos Santos", artigo que, em certo modo, explícita o anterior: "O que é a Igreja, senão a assembléia dos santos?", afirma um autor antigo.
A Igreja é o Corpo de Cristo, no qual se integram os fiéis da terra, os que estão no purgatório e os santos do céu; e entre os três grupos existe uma comunhão de vida, igual àquela da família de cada membro que a compõe, comunhão de afeto e ajuda. Esta comunhão de vida e de bens sobrenaturais, que intercomunica os membros da Igreja com a Cabeça, que é Cristo e entre si, é o que se chama de Comunhão dos Santos.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Pelo batismo, começa-se a fazer parte do corpo da Igreja
Ao receber o batismo nos incorporamos à Igreja, que é o Corpo Místico de Cristo; por isso
se diz que, pelo batismo, começamos a fazer parte do Corpo de Cristo. Ao receber a graça do sacramento, nos unimos a Cristo, que é a Cabeça deste corpo, e começamos a ser membros vivos. Se perdemos a graça, nos separamos da Cabeça, e nos tornamos membros mortos. É como se uma mão, que está viva por estar unida ao corpo e à cabeça, se separa do corpo; a mão se corromperia, morreria e não serviria para nada. Em conseqüência, temos de nos esforçar por viver sempre em graça.
2. Cada membro está unido aos demais membros
Sabemos muito bem que no corpo humano, quando o sangue limpo e bom chega a todos
os membros, esse sangue faz com que os membros estejam vivos e se comuniquem uns com os outros.
No Corpo Místico de Cristo há algo que é como o sangue, e a graça e os dons que Deus nos dá estabelecem uma comunhão de vida sobrenatural dos membros com a Cabeça e dos membros entre si.
3. A união entre os santos do céu, as almas do purgatório e os fiéis da terra
A Igreja é formada não só por nós que pelo batismo a ela pertencemos e estamos na terra
(Igreja militante) mas também os santos que estão no céu (Igreja triunfante) e os que estão purificando sua alma no purgatório, antes de entrar no céu (Igreja padecente). Os três estados da única Igreja estão unidos porque a única Cabeça é Cristo e a vida que anima a todos é a graça.
4. A comunicação de bens na Igreja
A vida do Corpo de Cristo, pois, é a graça, com tudo o que comporta a vida sobrenatural
que os membros recebem da Cabeça, estabelecendo-se uma estreita relação da Cabeça com os membros e dos membros entre si. Cristo infunde seus dons – o sentido da fé e o impulso da caridade –, e os fiéis adoram e louvam; os bem aventurados do céu nos ajudam a nós que estamos na terra e aos que estão no purgatório, e nós invocamos a intercessão dos santos, que já estão no céu; os fiéis da terra nos ajudamos mutuamente e socorremos com sufrágios às almas do purgatório, que, por sua vez, intercedem também por nós.
Na Igreja sucede, pois, algo parecido a uma transfusão de sangue. A graça de Cristo, os méritos da Santíssima Virgem e dos santos ajudam-nos, como uma transfusão de sangue ajuda a vida do corpo. Assim, nossas orações e as boas obras são como o sangue bom que damos aos outros: a nossos pais e irmãos, aos amigos, aos demais homens e também às benditas almas do purgatório. E as boas obras dos outros membros da Igreja nos ajudam e fazem bem às nossas almas.
5. Como viver a comunhão dos santos
A comunhão dos santos é uma realidade tão fecunda e consoladora, tão importante para a
vida e a santidade da Igreja, que não podemos perder as oportunidades em vive-la, lutando por ser melhores e ajudar aos demais. A melhor maneira de viver a comunhão dos santos é receber os sacramentos, já que pela graça que nos outorgam nos unimos, cada vez mais, a Deus que é o Santo por excelência. Outro modo é o de invocar a Santíssima Virgem e os santos, para que nos obtenham de Deus muitas graças.
Nós podemos ajudar a Igreja padecente oferecendo a Missa, trabalho e orações, pelas almas que estão no purgatório e desejam gozar o quanto antes de Deus, no céu. E da mesma maneira podemos ajudar a Igreja militante – aos cristãos que estão lutando ainda na terra -, oferecendo coisas durante o dia para que Deus lhes ajude.
6. PROPÓSITOS DE VIDA CRISTÃ:
· Um modo de viver a comunhão dos santos, é encomendar na Missa às benditas almas do Purgatório.
· Quando um cristão se esforça por portar-se coerentemente, ajuda aos demais membros da Igreja. Esta responsabilidade deve animar-nos a viver cada dia melhor a própria vida cristã.