35: o sacramento da ordem

Fonte: Livro “Curso de Catequesis” do Editorial Palavra, España

Traduzido por Pe. Antônio Carlos Rossi Keller

Tema 35: "O SACRAMENTO DA ORDEM"

INTRODUÇÃO:

O Batismo, Confirmação e Eucaristia são os sacramentos da iniciação cristã, que põem os fundamentos da vocação comum dos cristãos: vocação à santidade e à evangelização do mundo. Estes sacramentos, junto com a Penitência e a Unção dos enfermos, proporcionam a cada fiel as graças necessárias para viver como cristãos e alcançar o céu.

Para as necessidades sociais da Igreja e da comunidade civil, Jesus Cristo instituiu a Ordem sacerdotal e o Matrimônio, ordenados à salvação dos demais; por isso são conhecidos como sacramentos a serviço da comunidade. Comecemos pelo sacramento da Ordem.

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1. Todos os cristãos participam, de maneira distinta, do único sacerdócio de Cristo Jesus Cristo – verdadeiro e supremo sacerdote da Nova Aliança – nos reconciliou com Deus por meio do sacrifício da cruz, sendo sacerdote e vítima. Mas, tendo de continuar o sacrifício, o Senhor quis comunicar à Igreja uma participação de seu sacerdócio, que se alcança mediante o sacramento da Ordem. Esta participação singular se conhece como sacerdócio ministerial, que capacita para atuar na pessoa de Cristo, Cabeça da Igreja: os bispos e os presbíteros.

Mas é preciso dizer que a Igreja inteira, fundada por Cristo, é um povo sacerdotal, de modo que – pelo batismo – todos os fiéis participam do sacerdócio de Cristo. Esta outra participação chama-se sacerdócio comum dos fiéis.

2. O sacerdócio comum e o ministerial são essencialmente diversos

O sacerdócio ministerial difere essencialmente, não só em grau, do sacerdócio comum dos fiéis, porque confere um poder sagrado para o serviço dos irmãos. Os que receberam o sacramento da Ordem são ministros de Cristo, instrumentos através dos quais Ele se serve para continuar no mundo sua obra de salvação. Tal obra é levada adiante por meio do ensino, do culto divino e do governo pastoral.

3. A instituição do sacramento da Ordem

Cristo escolheu seus Apóstolos e na última Ceia instituiu o sacerdócio da Nova Aliança. Aos Apóstolos e a seus sucessores no sacerdócio ordenou que renovassem na Missa o sacrifício da cruz; e com estas palavras: "Fazei isto em minha memória" (Lucas 22,19), os instituiu sacerdotes do Novo Testamento. No dia da Ressurreição conferiu-lhes também o poder de perdoar ou reter os pecados, outorgando-lhes o poder que Ele tinha. Como os Apóstolos sabiam que o sacerdócio deveria continuar na Igreja depois deles morrerem, depois de evangelizar uma cidade e antes de deixa-la, impunham as mãos a outros, comunicando-lhes o sacerdócio (cf 2 Timóteo 1,6; Atos 14,23).

4. Os três graus do sacramento da Ordem

O sacramento da Ordem consta de três graus subordinados um ao outro. O episcopado e o presbiterado são diversas formas de participação ministerial no sacerdócio de Cristo; o diaconato, está destinado a ajudar e a servir as outras ordens. Por isso, o termo sacerdote designa os bispos e os presbíteros, mas não os diáconos. Os três graus são conferidos pelo sacramento da Ordem. Normalmente, quando se fala de sacerdotes se entende que se fala dos presbíteros, e nos números que se seguem nos referiremos a eles, ainda que algumas coisas possam ser aplicadas também aos bispos e diáconos.

5. O sacerdote é um homem consagrado a Deus para sempre

Em virtude do sacramento da Ordem o sacerdote é ministro de Cristo, mediador entre Deus e os homens para dar culto a Deus – adoração, ação de graças, satisfação e impetração – para comunicar a graça aos seres humanos. Os poderes que lhe são outorgados, que nem mesmo os anjos possuem, não são passageiros, mas permanentes. As pessoas que recebem este sacramento recebem um caráter indelével e são sacerdotes para sempre. O caráter distingue o ordenado dos demais fiéis: participa do sacerdócio de Cristo de um modo essencialmente distinto. Junto com o caráter recebe outras graças na consagração sacerdotal para assemelhar-se com Cristo, de maneira que de todo o sacerdote pode-se dizer que é outro Cristo. Este sacramento só pode ser recebido por homens batizados que reúnam as devidas condições.

6. Ministério dos sacerdotes

Vimos que o sacerdócio dá a potestade para exercer o sagrado ministério, que visa o culto a Deus e a saúde das almas. As manifestações principais do ministério dos sacerdotes são:

a) Pregar a Palavra de Deus. O sacerdote exerce este ministério quando prega a homilia dentro da Missa, ao dar catequese e em múltiplas ocasiões: meditações, retiros, aulas de formação, etc..

b) Administrar os sacramentos e especialmente celebrar a Santa Missa. Desde que o cristão nasce até que morra, está junto dele o sacerdote ajudando-o com os sacramentos. Mas o ministério principal dos sacerdotes é a celebração do santo sacrifício da Missa.

c) Guiar o povo cristão para a santidade. Os sacerdotes tem a missão e o dever de apascentar como bons pastores a grei que lhes foi confiada pelo bispo: com a oração e a mortificação, ajudando-lhes em suas necessidades, acompanhando-lhes nos momentos difíceis e com a insubstituível tarefa da direção espiritual, para que possam ser tirados os obstáculos que lhes impeçam de receber a graça de Deus.

d) Dirigir ao Senhor a oração oficial da Igreja com a oração da Liturgia das Horas. Se todos os seres humanos devem rezar para honrar a Deus e pedir-lhe por tantas necessidades, com maior motivo deve faze-lo o sacerdote. Palpa como nenhuma outra pessoa as misérias e as necessidades verdadeiras dos demais. Por isso, a Igreja ordenou que os sacerdotes rezem diariamente o Ofício Divino. É um clamor que sobe continuamente da terra ao céu, de tal modo que se pode dizer que durante as vinte e quatro horas do dia a Igreja está rezando oficialmente, por meio de seus ministros.

7. A missão espiritual do sacerdote.

De tudo o que até agora temos visto se deduz que a missão do sacerdote no mundo é fundamentalmente espiritual: conduzir a humanidade a Deus, educando na fé e dando a graça de Cristo contida nos sacramentos. O sacerdote é servidor de toda a comunidade cristã e elemento de unidade. É lógico que seja distinguido, inclusive no seu porte externo, como ordena a Igreja, e que tenha o dia completamente cheio com sua atividade sacerdotal, sem tempo para dedicar-se a outras coisas, e muito menos interferindo nas tarefas que são próprias dos fiéis leigos.

8. Deveres dos fiéis para com os sacerdotes

Sendo tão grande a dignidade do sacerdote e tão essencial sua função na Igreja, é lógico que os pais deixem seus filhos em plena liberdade para seguir a vocação sacerdotal se Deus os chamasse. Os fiéis devem rezar para que Deus se digne conceder à sua Igreja bons pastores e ministros zelosos. Devem professar um grande respeito, veneração e amor aos sacerdotes, considerando-os como o que de fato são: ministros de Cristo, pais e pastores das almas. Por isso devem ajuda-los também com generosidade em suas necessidades materiais.

9. PROPÓSITOS DE VIDA CRISTÃ:

· Pedir que se possa ter muitos sacerdotes santos, e receber com alegria a vocação ao sacerdócio, se Deus chamar.

· Tratar com carinho e respeito a todos os sacerdotes.

 

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" da Editora Palabra, España

Tradução: Pe. Antonio Carlos Rossi Keller

 

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