(1) “Não me interessa saber se alguém é católico ou evangélico, budista ou muçulmano. (2) A Deus também não interessa, nem agora e muito menos no juízo final. (3) O que me interessa realmente é perguntar se alguém é “nascido de novo”, se tem perdão dos seus pecados; se já se arrependeu; se a paz de Deus foi derramada em seu coração; se abandonou sua “velha” vida cheia de pecados e imundícia; se goza da certeza da salvação e tem o selo do Espírito Santo; e se desfruta da doce comunhão espiritual com Jesus Cristo.” - O autor realmente não tem interesse em saber, neste momento, quem está lendo porque julga, com excelente probabilidade de acerto, que trata-se de um católico, como vimos no primeiro parágrafo. O fato de citar nominalmente os crentes evangélicos, budistas e muçulmanos é simples artifício para parecer ao católico de que o artigo não está sendo dirigido somente a ele. Não se deixe enganar!
- Temos uma outra meia verdade aqui. Como vimos, o simples rótulo ou aparência não basta! Todo católico tem que ser cristão no sentido verdadeiro do termo, ou seja, confiar em Jesus e praticar sua Palavra. Se todo católico for cristão como a Igreja ensina, todos serão salvos. O próprio Jesus afirmou que quem escuta a Igreja, a Ele escuta (cf. Lc 10,16). O mesmo não se pode falar de todos os evangélicos porque a grande maioria apenas crê em Jesus, mas não praticam a Palavra do Senhor. Logo, serão rejeitados porque Jesus foi bem claro ao afirmar que “o que deixastes de fazer a um destes pequeninos foi a mim que deixastes de fazer” (Mt 25,45) e completou: “afastai-vos de mim, malditos” (Mt 25,41). Quem não coloca em prática a palavra de Jesus, será arruinado (cf. Lc 6,49; 11,28).
- É a partir deste ponto que Schubert começa a introduzir o católico ao equivocado modo de pensar do protestantismo. Vamos analisar esta parte de forma mais detalhada: (a) quando o autor fala se alguém é “nascido de novo”, na verdade ele estará se referindo ao convertido, da pessoa que deixou de ser católica e passou a ser protestante; (b) ao perguntar se alguém tem o perdão de seus pecados, ele estará falando sobre o conceito protestante de confissão, que não precisa da figura de um sacerdote, bastando que a pessoa se confesse diretamente a Deus. No entanto, ele não menciona que Jesus – como Deus que era – concedeu aos homens (não a todos, mas aos apóstolos, que eram pessoas preparadas para o exercício espiritual) o poder de perdoar os pecados (cf. Mt 9,8; 16,19; 18,18); (c ) quando pergunta se o leitor já se arrependeu, novamente estará citando a conversão para a fé protestante; (d) ao indagar se a paz de Deus foi derramada em seu coração, estará dando a falsa noção de que todo crente é feliz e não passa por dificuldades (é interessante observar que todo crente com problemas ou é fraco de fé ou está sendo tentado por Satanás – isto segundo a visão protestante!); (e) quando quer saber se o leitor abandonou sua velha vida, novamente estará chamando a atenção para a conversão2 protestante; (f) ao querer saber se o leitor goza da certeza da salvação, se tem o selo do Espírito Santo e possui comunhão espiritual com Jesus, voltará a dar a falsa noção de que todos os evangélicos possuem essas características. É importante declararmos que toda a humanidade tem a garantia da salvação porque Cristo veio a este mundo justamente para isso: para nos salvar! Mas então todos se salvarão? Não! Para isso, temos que nos afastar dos falsos caminhos, sendo um destes o caminho que o autor está querendo apresentar. Com todas estas palavras, na verdade ele está querendo falar exatamente isto: “Abandone a fé católica e converta-se ao protestantismo! Lá você terá acesso pessoal a Deus: poderá se confessar diretamente a Ele e Ele te justificará, te dará a certeza da salvação, sem necessidade de praticar o amor, a caridade, as boas obras. E você ainda terá tudo aquilo que sempre desejou: a paz interior e a felicidade (em todos os sentidos) já aqui nesta vida”. Se você ler a Bíblia com atenção, verá que todas estas promessas são falsas! (cf. Mt 5,16; 9,8; 10,38; 16,27; Mc 10,29-30; Lc 10,16; 1Tm 3,15). Chega a ser engraçado como Schubert constantemente cai em contradição consigo mesmo ou com a Bíblia; mas esta não será sua única contradição! Ainda existem outras…
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