42: O pecado, ofensa a Deus

Fonte: Livro “Curso de Catequesis” do Editorial Palavra, España

Traduzido por Pe. Antônio Carlos Rossi Keller

Tema 42: “O PECADO, OFENSA A DEUS”

 

INTRODUÇÃO:

            Conta-se de São João Crisóstomo que “Arcádio, imperador de Constantinopla, instigado por sua esposa Eudóxia, quis castigar o santo. Cinco juízes propuseram diversos castigos: Mandai-o ao desterro, disse um. Tirai-lhe os bens, acrescentou outro. Metei-o na prisão, acorrentado. Tirai-lhe a vida. O último, por fim, disse ao imperador: Se o mandais ao desterro estará contente, sabendo que em todas as partes Deus estará com ele; se lhe despojais de seus bens, estareis prejudicando não a ele, mas aos pobres; se o encerrais em um calabouço, beijará as correntes; se o condenais à morte, estareis abrindo para ele as portas do céu…. Fazei-o pecar: É a única coisa da qual ele tem medo”.

            Deveríamos perguntar-nos se, assim como São João Crisóstomo, tememos o pecado como o pior mal que pode nos atingir.

 

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1.      Nascemos inclinados ao pecado

O ser humano nasce com o pecado original, privado da graça de Deus; a ainda que este pecado seja perdoado pelo batismo, permanece em nós a inclinação desordenada da concupiscência. A vontade se encontra debilitada, e obscurecida a inteligência; além disso, o mundo procura seduzir-nos com seus bens enganosos, e o demônio nos tenta. A estas diversas instigações que nos empurram ao mal – desde dentro e desde fora do ser humano – nós as chamamos de tentações.

2.      Podemos resistir às tentações

Deus permite a tentação para provar-nos. Jesus Cristo quis ser tentado pelo demônio, mas Ele o repeliu: “Afasta-te, Satanás…” (Mateus 4,10). Com a graça de Deus sempre podemos vencer a tentação. Quando chega, devemos orar e resistir: orar seguindo o conselho que nos deu Jesus Cristo: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação” (Mateus 26,41), e resistir valentemente fugindo da ocasião e de quem nos induz a pecar.

3.      O consentimento gera o pecado

Muitas vezes não escutamos as advertências do Senhor e consentimos no mal da tentação. Falhamos contra Deus – contra a sua vontade – ofendemos voluntariamente a lei de Deus, pecamos contra Deus.

Para cometer um pecado grave, é necessário:

·          que a coisa em si seja um mal (ou se acredite que seja um mal);

·          saber que, consentindo neste mal, o que se faz é uma ofensa a Deus, porque se vai contra a sua vontade;

·          consentir naquele mal – fazendo ou omitindo o que se deve fazer – mesmo sabendo que fazemos o mal e ofendemos a Deus tanto com o pensamento ou o desejo (pecado interno), como com a palavra ou obra (pecado externo).

4.      O pecado mortal é uma ofensa grave a Deus

Quando e comete um pecado mortal, ofende-se gravemente a Deus, porque Ele nos declarou sua vontade sobre nós – a primeira condição do pecado mortal é que exista mandamento ou preceito grave -,   e o ser humano a despreza com plena liberdade. Ofende-se, pois, a Deus e gravemente, como grave é o preceito que se infringe. Mas o pecado se volta também contra o ser humano, que perde a vida da graça, deixa de ser filho de Deus e se faz réu do inferno. Por isso, é preciso sair o quanto antes desta situação de pecado mortal, confessando-se rapidamente; entre tanto, é preciso procurar fazer um ato de contrição perfeito, com verdadeira dor pelo pecado cometido.

5.      O pecado venial é ofensa leve a Deus

Às vezes, sem deixar de amar a Deus, o cristão se deixa arrastar pelas paixões em coisas que não infringem totalmente os mandamentos, mesmo que desagradem a Deus, se faz sem suficiente conhecimento ou sem perfeita voluntariedade. Neste caso, o pecado é chamado de venial ou leve, porque não faz perder a graça e a amizade com Deus; mas debilita a vida sobrenatural e põe em perigo de chegar a cometer pecados graves. O pecado venial não faz réus do inferno, mas sim do purgatório. Por ser ofensa a Deus e pelos danos que acarreta, um mínimo de sentido de responsabilidade deve nos induzir a evitar com todo o empenho também o pecado venial. É preciso ter horror ao pecado venial deliberado!

6.      Deus misericordioso perdoa o pecado

Nunca esta verdade deve servir como pretexto para pecar, mas sim, como motivo de esperança e estimulo para a conversão. Deus não abandona o ser humano, nem sequer quando o tenhamos ofendido, mas, pelo contrário, “aguarda pacientemente” para nos perdoar no sacramento da Penitência, “não querendo que ninguém pereça, mas que todos venham à penitência”, como ensina o Apóstolo São Pedro.

7.      PROPÓSITOS DE VIDA CRISTÃ:

·          Lutar  com esforço contra o pecado e contra as tentações que incitam a pecar.

·          Rezar cada noite o “Confesso a Deus….”, ou o Ato de Contrição, pedindo perdão pelos pecados.

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