57: aprender a fazer oração

Fonte: Livro “Curso de Catequesis” do Editorial Palavra, España

Traduzido por Pe. Antônio Carlos Rossi Keller

Tema 57: “APRENDER A FAZER ORAÇÃO”

 

INTRODUÇÃO:

            Senhor, ensina-nos a rezar”” (Lucas 11,1), disseram um dia os Apóstolos a Jesus. E Jesus lhes ensinou o Pai Nosso. A nós acontece a mesma coisas, e muitas vezes sentimos a vontade de dizer a Jesus: Ensina-me a orar!; e isto acontece porque é preciso aprender a rezar. Normalmente, o cristão aprende a rezar com a família, que é a “Igreja doméstica”; desde muito pequenos, aos filhos são ensinadas as primeiras orações com as quais se dirigem a Deus, a Jesus, à Santíssima Virgem, aos anjos e aos santos. São orações simples e que se entranham na vida e na mente, e que são conservadas e transmitidas de pais para filhos. Esta realidade vivida em família, vive-se também particularmente na Igreja, que é “comunidade de oração!; se vivemos como bons filhos, esta boa mãe que é a Igreja nos ensinará a fazer oração e nos ajudará para que consigamos ser almas de oração.

 

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1.      As fontes principais da oração

A voz que Deus quer ouvir é a nossa voz, a de cada um de seus filhos e filhas, saída de dentro do coração que ora; mas quer também reconhecer nela o timbre de sua própria palavra. Por isso dizemos que a fonte principal da oração é a Palavra de Deus. Na Sagrada Escritura, é Deus quem nos fala – Cristo nos fala – e nos ensina a orar. Aquele que lê a Sagrada Escritura aprende a orar.

Também a Liturgia da Igreja, que anuncia, atualiza e comunica o mistério da salvação é oração. Agora, é a Igreja que nos ensina a rezar, e ora em nós e conosco.

            As virtudes teologais: fé, esperança e caridade, que se referem diretamente a Deus e nos comunicam com Deus quando vividas, tornam-se oração em nós…

            Finalmente, os acontecimentos de cada dia: o trabalho, a vida de família, a amizade, o descanso…, são fontes de oração, ocasião de encontro com Cristo porque, como confessa o bem aventurado Josemaria Escrivá, “o tema de minha oração é o tema da minha vida”.

2.      A quem se dirige a oração

A oração litúrgica ou oração pública da Igreja, dirige-se normalmente a Deus Pai, por mediação de Jesus Cristo, o Filho, na unidade do Espírito Santo. A Trindade, portanto, na identidade de natureza e distinção das pessoas, é o término da oração da Igreja. A referência a Deus Pai é clara, posto que – como princípio sem princípio – é a fonte de toda graça e de todo bem. A mediação única de Jesus Cristo, por sua Santíssima Humanidade nós a aprendemos de sua própria missão e das palavras de São Paulo. E a intervenção do Espírito Santo vem demonstrada pelo fato de dizer-nos que “o mesmo Espírito vem em ajuda de nossa fraqueza, porque nós não sabemos pedir o que nos convém; mas o mesmo Espírito advoga por nós com gemidos inefáveis” (Romanos 8,26).

         Desta forma, a oração da Igreja serve como orientação para a oração pessoal, para que aconteça por este sulco verdadeiro da comunicação com Deus uno e trino; quer dizer que, a oração do cristão se dirige a Deus Pai por meio de Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo. Vai dirigida a Deus e só a Deus.

         Mas, dada a nossa condição humana – e Deus assim o quer porque participou a bondade da causalidade a suas criaturas – , para chegar a Deus mais facilmente interpôs-nos os anjos e os santos – e de modo singular a Mãe de Deus e São José – para que apresentem nossas necessidades ante Deus. Contando sempre com que são mediadores secundários, que nos ajudam ir a Deus.

3.     Rezar em comunhão com a Santa Mãe de Deus

Desde o episódio de Cana: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2,5), a Virgem atua sempre da mesma forma, levando-nos a Jesus. Por isso, ainda que a mediação de Cristo é única – Ele é o Mediador – , Deus quis associar Nossa Senhora a si, a sua obra redentora de um modo muito estreito. Como conseqüência, rezamos a Deus e oramos a Cristo, mas Maria é também – por seu exemplo e por sua atuação – um caminho seguro de oração. O canto de Nossa Senhora, no Evangelho de São Lucas, é um modelo de oração – desde a humildade – para agradecer as maravilhas que Deus nela operou; e nós, com Ela, louvamos a Deus. Além de rezar com Maria, acudimos a Ela para confiar-lhe nossas súplicas e louvores, sendo verdade que podemos orar com Maria e a Maria. Também nisto anda junto com seu Filho, e a silhueta da Virgem ajusta-se à de Cristo, de quem comenta Santo Agostinho: “Pede por nós, como nosso sacerdote; ora em nós como que se fosse nossa cabeça; a Ele dirigimos nossas súplicas, como a nosso Deus”.

4.     A Ave Maria, a melhor oração à Virgem

Por ser Mãe de Deus e nossa Mãe, a Virgem intercede continuamente perante seu Filho, Jesus Cristo, por cada um de nós. Por isso acudimos a Ela com filial confiança, e podemos fazer-lo de muitas maneiras, ainda que a melhor forma seja a de rezar a Ave Maria, que recorda a saudação do Arcanjo, ao anunciar-lhe o mistério da Encarnação: “Ave, Maria, tu és cheia de graça, o Senhor está contigo”, junto com o louvor de Isabel: “Bendita és tu entre todas as mulheres, e bendito é o fruto de teu ventre” (Lucas 1, 28; 42). A Igreja completou estes louvores com a oração: “Santa Maria, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém”.

         Mesmo sabendo que o centro da clemência está no sacratíssimo e misericordioso Coração de Jesus e no dulcíssimo Coração de Maria, muitas vezes recorremos à intercessão dos anjos e dos santos, que já contemplam e louvam a Deus e tem o encargo providencial de cuidar de nós enquanto peregrinamos para o céu.

         E como a Ave Maria é tão bonita – foi composta por Deus – e pensamos que nossa Mães está presente em tudo, também aos anjos e santos os invocamos com a Ave Maria e o Pai Nosso.

5.     A escola da piedade

A família cristã é a escola natural para educar os filhos na oração; mas a piedade se vê favorecida e completada pela pedagogia do sacerdote, das religiosas, dos catequistas, na catequese, nos grupos de oração e na direção espiritual.

6.     Onde fazer oração

Podemos falar com Deus sempre e em todo lugar, porque Ele vê tudo, ouve tudo e está em todas as partes; sem dúvida, o lugar mais apropriado para orar é a Igreja, onde Deus está presente de maneira singular. No sacrário está Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, com seu corpo, sangue, alma e divindade; o mesmo que nasceu em Belém, viveu em Nazaré e morreu na cruz. Além disso, lá é celebrada a Santa Missa, que é a oração mais sublime e eficaz, porque é a oração de Cristo e da Igreja inteira unida a Ele, que é nossa Cabeça.

         Temos de amar muito a Santa Missa, e participar dela sempre que possível, porque é o momento no qual Cristo se oferece em adoração e ação de graças infinita, expiando os pecados e pedindo pelas necessidades de toda a humanidade.

7.     PROPÓSITOS DE VIDA CRISTÃ:

·         Meditar a Ave Maria para compreender melhor o que se reza.

·         Viver bem os detalhes de carinho e respeito quando se está na Igreja: uso da água benta, genuflexão perante o sacrário, inclinação de cabeça ante o Crucifixo e a imagem da Virgem, silêncio, modo de vestir-se, etc….


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