“A Bússola de Ouro”, de Phillip Pullman

– Primeiramente gostaria de parabenizá-los pelo site. Gostaria que os senhores comentassem o filme/livro A bussola de Ouro que a poucos dias chegou em dvd. Achei ele muito prejudicial, principalmente por ser voltado para crianças, já que acusa as instituições religiosas, no filme chamada somente de magistério, mas com muitas referências a religião, diretamente de coisas gravíssimas, se remetendo a acusações antigas e infundadas como por exemplo a inquisição, mas em um contexto de fantasia voltado para crianças (Emanoel).

Prezado Emanoel,

A Paz!

Muito obrigada, em nome do Apostolado Veritatis Splendor, pela confiança em nós depositada.

Realmente o filme/livro “A Bússola de Ouro” traz, embora de forma velada, uma postura anticatólica. Tal filme foi objeto de análise pelo saudoso D. Estêvão Bittencourt, cujo texto foi publicado na revista Pergunte e Responderemos do mês de maio de 2008 (edição nº 551), que transcrevemos abaixo:

“A BÚSSOLA DE OURO” (por Philip Pullman)
Em síntese: Philip Pullman é escritor inglês que se coloca na linha de J.R.R . Tolkien, C.S . Lewis, produzindo livros para crianças portadores de teses religiosas, com a diferença de que Philip é anticristão e os seus dois colegas são cristãos. A obra acima assinalada transmite uma crítica camuflada a Igreja Católica de maneira que um bom leitor percebe a proposta anticatólica com nitidez.
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0s livros infantis destinados a insinuar proposições de ordem religiosa estão em voga. Além de J.R.R. Tolken, C.S. Lewis e Peter Jackson; aparece agora Philip Pullman com sua tríade “Bússola de Ouro”, “A Faca Sutil” e “Luneta Âmbar”, dos quais o primeiro título tem merecido especial atenção do público por seu antagonismo a fé católica. Examinemos de mais perto a matéria.
1. “Bússola de Ouro”
O livro tem por protagonista uma menina de doze anos chamada Lyra, órfã, que é colocada pelo tio em uma instituição acadêmica, que deverá protegê-la contra as inclemências da vida. O Magistério (a Igreja) quer pôr as mãos em Lyra e o faz por intermédio da Sra. Coulter, que seduz a menina com promessas de aventuras, mas passa a tiranizá-la.
A menina é levada ao reino de ursos polares, a um grupo de ciganas que viajam de barco dentro de um plano para libertar as crianças de seus demônios (dimons, em inglês); Ester e Lario, os animais que acompanham cada ser humano e guardam a parte mais instintiva e criativa de sua alma, e também a menos domesticável” (VEJA, 26/12/07, p. 11 7).
A novela assim apresentada foi transformada em filme com muitos cortes que suavizam o que o enredo possui de agressivo, mas tem tido grande sucesso de bilheteria. Um ponto delicado da novela é a critica do livro do Gênesis; insinua que comer da fruta proibida não leva a humanidade a perder o paraíso, mas sim a conquistá-lo, afirmação esta que irritou também os protestantes e por isto saiu de cena no filme. Segundo o redator de VEJA, “da maneira como chegou a tela, ‘Bússola’ é uma fantasia um tanto confusa. É só”.
2. Que dizer? Transcrevemos aqui o que a agência ZENIT divulga:
ASSOCIAÇÃO DE COMUNICAÇÃO DESACONSELHA QUE CRIANÇAS VEJAM “A BÚSSOLA DOURADA”
Ainda que o filme camufle muitas das alusões a Igreja do livro.
Madri, sexta-feira, 7 de dezembro de 2007.
(ZENIT.org). – A associação católica para a comunicação na Espanha, SIGNIS, considera sensato que os pais católicos prefiram que seus filhos não vejam o filme “A bússola dourada”.
É o que se depreende de um comunicado emitido pela Junta diretiva da instituição, após consultar os bispos da Comissão de Meios de Comunicação da Conferência Episcopal Espanhola, segundo comunicou Juan Orellana, seu presidente.
Ante as reações suscitadas pelo filme em diversos âmbitos por seu suposto “anticatolicismo’, SIGNIS Espanha fez uma análise centrada exclusivamente no filme, e não na novela original de Philip Pullman, conhecido por sua promoção militante do ateísmo.
Segundo os comunicadores católicos, “o elemento mais importante que pode interpretar-se como alusão soterrada a Igreja Católica é o ‘Magisterium’, uma instituição tirânica que leva séculos exercendo seu poder especialmente sobre as crianças – almas inocentes – e contra os avanços científicos”.
“Há outros elementos cuja interpretação simbólica anticatólica e claramente possível, ainda que é certo que – sem ser leitores ingênuos – podem não ser lidos nessa chave”, segue dizendo SIGNIS.
Em particular, o comunicado se refere, por exemplo, “a falta de documentação dos membros do Magistério com algum atributo que parece episcopal; ao fato de que um dos malvados se chama Fra, como se tratasse do apelativo que precede ao nome de muitos religiosos; as duas pinturas que aparecem nos edifícios do Magistério e que evocam representações iconográficas cristãs ou ao palácio do Magistério, que se poderia ver como alegoria ao Vaticano”.
Segundo SIGNIS, “ainda que ninguém duvide da militância anti-religiosa de certas novelas de Philip Pullman, no filme quase todas estas alusões camufladas á Igreja passarão despercebidas para a maioria do público que não tenha tido notícia da polêmica que precedeu a estréia do filme”.
“Como filosofia de fundo – declara -o filme propõe um mundo onde nada nem ninguém tenha autoridade – ainda que no filme se fale as vezes da ‘verdade’ -, um mundo no qual o materialismo parece ter a ultima palavra cosmológica”.
Por este motivo, aos comunicadores católicos “parece muito sensato que pais católicos refiram que seus filhos não vejam este filme, pelas razões acima expostas”.
SIGNIS faz sua recomendação aos pais de família ante a constatação de que o filme pode convidar a leitura das novelas de Pullman.
Pode-se ler o comunicado de SIGNIS na seção de documentos da agência Veritas (www.agenciaveritas.com)

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