A crucificação de Jesus segundo o Talmud babilônico

O Talmud é uma fonte que contém antigas tradições judaicas e que foi concluído no século IV dC. Em comentário à lei do Mishná (séc. II) que prescreve a pena de morte logo após o julgamento do réu, o Talmud babilônico cita Jesus.

Ainda que fale de Jesus com tom depreciativo, o texto reconhece que Jesus foi condenado pelo tribunal judaico e sua pena foi aplicada de fato. Deste modo, podemos comprovar que Jesus foi um personagem histórico e não uma lenda, uma vez que o referido texto não foi criado em ambientes cristãos, mas sim judaicos.

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“[…] Entretanto foi ensinado que, na vigília da festa da Páscoa, Jesus foi suspenso[1]. Porém, quarenta dias antes, o arauto havia proclamado que ele seria apedrejado por praticar a magia e por ter seduzido Israel para a apostasia. Poderia, quem quisesse, vir e falar algo em sua defesa, mas como nada foi feito em sua defesa, foi suspenso[2] na véspera da Páscoa.

Ula objetou: “Tu acreditas que algo poderia ser dito na defesa dele? Ele não era um sedutor, como fala a Escritura: ‘não o perdoarás, nem o defenderás'[3]?” Contudo, as coisas foram diferentes com Jesus porque estava em relação[4] com o governo.”

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NOTAS:
[1] Ou seja, foi crucificado. * [2] V. nota 1, acima. * [3] Cf. Dt 13,9. * [4] Isto é, era uma pessoa influente entre as autoridades civis.

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