A forma do batismo: somente por imersão? (Parte 7/12) – O batismo do eunuco

O BATISMO DO EUNUCO

O texto diz assim:

  • “E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: ‘Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?’ E disse Filipe: ‘É lícito, se crês de todo o coração’. E, respondendo ele, disse: ‘Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus’. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou. E, quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho” (Atos 8,36-39).

Se nossos amigos imersionistas afirmam que “descer” é “mergulhar”, então devem interpretar (cf. Atos 8,38) que o batizador e o batizado, ambos, mergulharam na água e, portanto, os dois foram batizados ao mesmo tempo; e, o que é pior: Felipe se rebatizou, pois ele já era batizado – tudo isso porque o texto diz “desceram ambos à água” e nossos amigos interpretam que esse “descer” significa batizar-se por imersão.

Felipe desceu à água e subiu novamente, assim como também o eunuco. Os dois desceram à água. Se os nossos amigos imersionistas podem demonstrar que o eunuco foi mergulhado, eles acabam demonstrando exatamente o mesmo em relação a Felipe!

Com efeito, o fato de o texto dizer que “desceram” não quer dizer que o eunuco foi batizado por imersão, já que o mesmo texto também diz que Felipe desceu à água, porém ele não foi batizado. Portanto, não há prova absoluta de um batismo por imersão nessa passagem. Nós simplesmente ignoramos qual forma foi empregada aí, mas pelo contexto que nos foi especificado, que se tratava de um lugar com “alguma água” (Atos 8,36), “no deserto” (Atos 8,26), o mais provável é que se deu por infusão [ou aspersão].

Entrar na água pode sifnificar que se mantiveram de pé em cima da água, para tomar algo dela em um recipiente ou hissopo, a fim de poder derramá-la ou aspergí-la e, a seguir, deixá-la, já que o texto também diz que “ambos saíram da água”. Desse modo, “entrar” e “sair” não significa absolutamente que houve ali um batismo por imersão.

Coloquemos o exemplo (cotidiano) de uma criança colocando os pés numa poça de água; sua mãe, ao vê-lo pisar na poça, grita brava: “Sai da água”; e o menino sai da água. Esse “sair da água” não significa que o menino tenha mergulhado nela, já que se tratava apenas de uma poça d’água.

Logo, o descer para o batismo nas expressões de Mateus 3,16, que diz que “Jesus batizado, saiu logo da água”, e de Atos 8,38, que diz que ambos desceram e saíram da água, não afirma sem margem a dúvidas que as pessoas aí mergulharam; uma vez que a água sempre está abaixo do nível da terra, sempre se fala em “descer” e “sair” ou “subir” da água, mesmo que tenham somente colocado os pés na água.

Como os imersionistas interpretariam então João 11,55, que diz: “E muitos subiram daquela região a Jerusalém”? As pessoas saíram debaixo da terra para se dirigirem a Jerusalém? Óbvio que não!

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