Entre as verdades da fé católica está a de que a verdadeira Igreja de Cristo, é necessária para a eterna salvação das almas dos remidos por Ele. De fato, uma vez que Deus se dignou revelar-nos uma Religião – por Religião se entende, sobretudo, o conjunto de verdades reveladas a crer, de preceitos divinos a observar e de atos de culto a executar – e se dignou fundar uma Igreja para regular e dirigir essas atividades espirituais dos fiéis em ordem à sua salvação eterna, essa Igreja tem que ser necessária para a salvação e obrigatória para todos.
Ela é meio de salvação. E ninguém tem o direito de se dispensar dela, e muito menos, de inventar e fundar outras, como o têm feito os hereges desde Lutero que foi o primeiro que ousou fazê-lo. No entanto, os protestantes, não só cometeram e cometem esse grave erro, mas, com o seu “livre exame” deturpador da Bíblia, reduzem a nada a importância da Igreja (da verdadeira, entenda-se), e andam a repetir “slogans” como: “religião não salva”, “não pregamos religião”, “é Cristo quem salva”, “quem crê já está salvo”, etc.
No entanto, estão sempre a fundar novas igrejas ou seitas, que estão cheias de contradições entre si, e contra a verdade. São, pois, evidentemente errôneas. Basta esta comprovação: que diferença na doutrina e nos métodos, p.ex., entre Batistas, Anglicanos, Pentecostais, Adventistas, Reino Universal e Testemunhas de Jeová! E todos se unem contra a Igreja Católica. Ótimo Sinal!
Contudo, não “pregam a Cristo crucificado”, como era a pregação dos Apóstolos (1 Cor 1, 18; 1, 23), e como sempre o foi a da Igreja de Cristo; e a “ciência de Cristo crucificado” (1 Cor. 2,2); antes se mostram “inimigos da Cruz de Cristo”. (Fil.3,18-19) Parece desconhecerem que não se pode falar de Cristo vivo e glorioso sem falar da sua Cruz. (1 Cor.15,1-4) Ademais, Jesus Cristo é inseparável da sua Igreja já neste mundo, como Cabeça da mesma. (Col 1,18) É como um organismo vivo cuja cabeça é inseparável do corpo. Ademais, além de pregarem um Cristo assim truncado, porque desligado de sua Igreja e de sua Cruz, os falsos crentes põem todo empenho em levar as pessoas para suas seitas, ou como agora estão fazendo, para as suas lojas de “bênçãos”, cujos endereços exibem com destaque em custosos comerciais de Rádio e TVs.
Esse empenho proselitista, e até mercantilista, se mostra ainda pelo fato de se apresentarem como possuidores de carismas especiais, e andarem a prometer “curas” para todas as doenças e “solução milagreira” para todos os problemas, num verdadeiro e novo curandeirismo de Bíblia na mão, que faz inveja aos curandeiros espíritas. (Cf “Falsos milagres e falsas curas”, em “Folh. Cat.”, nº 08) A essas falsas promessas, porém, acrescentam outra não menos falsa e enganadora: a de enriquecimento para os pobres, com o seu novo “slogan”: “quanto mais se dá, mais se recebe”. E com esse engodo, tanto injuriam a Deus, pois transferem para Ele a atitude comercial que praticam com suas “bênçãos”, com a qual seduzem o povo simples.
E isso além de estarem contra a Bíblia, pois nela lemos que Deus não requer tanto as nossas coisas materiais, mas antes os louvores de nosso coração contrito. (Sal. 49,7-15; Sal. 50,17-21) E apesar de usarem esses engodos e mentiras, as seitas se multiplicam. Parece que o povo gosta de ser enganado.
Mas, não é só com dinheiro do povo que se multiplicam as seitas e os templos, pois para tão custosos e rápidos investimentos, corre abundante dinheiro americano, além do das drogas, cujo dinheiro é “lavado” no estrangeiro, como declarou para o caso de Edir Macedo, o ex-pastor da seita, Mário Justino. (Cf.”Nos Bastidores do Reino” – publicado pela Editora “Geração Editorial”- S.P.)
Diante, porém, do pulular de tantas seitas contraditórias e aberrantes, muitos se perguntam como justificar este estranho fato, quando a Bíblia afirma que “há um só Senhor, uma só fé, um só batismo”. (Ef. 4,5) E a resposta não pode ser outra: de um único Deus e Senhor uma só tem que ser a Religião e Igreja (Mt. 16,16), pois uma só tem que ser a doutrina verdadeira desse único Deus.
A posição protestante é, pois, errônea e insidiosa. E isso por várias razões:
Porque é Cristo, sim, que salva, pois Ele é o Único Mediador de Redenção entre Deus e os homens. (1 Tim. 2,5) “Mediador de Redenção”, sim, pois a Bíblia acrescenta no versículo seguinte: “que se entregou em Redenção por nós”. (1 Tim. 2,6) É, então, evidente que a sua Mediação de Redenção não exclui a mediação de intercessão e secundária dos Santos, e sobretudo, de Nossa Senhora, como o prova a Bíblia. (Cf “Folh. Catól.”, nº 3)
É Cristo, sim, que salva, mas Ele o faz através dos meios que estabeleceu para este fim. E entre estes meios está a própria Igreja (com todos os seus canais da graça) e que Ele fundou sobre Pedro, a quem deu as chaves do reino dos céus (Mt. 16,18-19); de maneira que, quem não adere a essa Igreja, e a ela não pertence como seu membro vivo, não entrará no reino dos céus.
Porque a Bíblia define a Igreja de Cristo como sendo o seu Corpo (Místico) do qual Ele é a Cabeça e os fiéis, os seus membros. (Col. 1,18; 1 Cor. 12,27) Portanto, quem não pertence ao Corpo da Igreja como seu membro, não pertence a Cristo como seu remido, isto é, como membro de Cristo-Cabeça da sua Igreja,embora ande afirmar que crê no Senhor Jesus.
De fato, sem a adesão ao Corpo da Igreja não pode circular na alma de nenhum fiel a seiva da graça divina que vem da cabeça que é Cristo. Por isso, Jesus manda ter por “gentio e publicano” (Mt. 18,17), isto é, por infiel e pecador público, a quem não ouve (segue) a sua Igreja. Supõe-se naturalmente que tenha tido adequado conhecimento da mesma.
Isto porque, quem não pertence expressamente à Igreja Católica, só pode se salvar, se estiver no erro por ignorância invencível, ou seja, de boa fé. Boa fé que, quando existe, Deus toma em consideração para conceder-lhe a graça divina que pode salvá-lo. Não, porém, fora da Igreja pois pertence à Sua alma pela boa fé. Mas, se tem dúvida, só continua na boa fé se procurar quem a possa esclarecer com segurança.
Porque a Bíblia afirma que a Igreja “é coluna e fundamento da verdade” (1 Tim. 3,15); “verdade que nos liberta”. (Jo 8,32) É realmente através dessa única “Igreja do Deus vivo” (1 Tim. 3,15) que todas e cada uma das verdades divinamente reveladas, se mantêm inalteradas e vencem os tempos e as investidas das heresias no decurso dos séculos, para que todos possam, crendo nelas, se salvar:
- pela íntegra profissão dessa verdadeira fé (para ser íntegra, basta que não se exclua da profissão de fé católica nenhuma das suas verdades);
- pela prática fiel dos divinos preceitos contido nos Dez Mandamentos, virtudes cristãs e dos deveres de estado;
- pela frutuosa recepção dos Santos Sacramentos da Igreja que são os canais normais da graça divina.
Portanto, a única Igreja de Cristo, isto é, a Católica (Cf. “Folhetos Católicos”, nº 1) é necessária para a salvação.
- Fonte: Veritatis Splendor