Autor: Joel Adán Domínguez
Quando você chega em uma casa, sabe de quem ela é, a quem pertence e quem vive ali. Da mesma forma, quando você chega numa igreja, sabe quem adora Deus ali, como se chamam ou se fazem chamar, mas… você sabe quem fundou essa congregação?
A verdade é que Cristo partiu fisicamente [deste mundo] há 20 séculos. Hoje Ele vive entre nós, está presente entre nós, nos assiste, nos oferece a sua graça; isto sente o coração de todos os que se dizem cristãos. Mas também é uma verdade bíblica que Ele fundou uma só Igreja. Se você procura a palavra “igreja” na Bíblia, verificará que só existia uma; Cristou falou apenas de uma Igreja, da qual sabemos que estava dispersa por todo mundo; mas como quer que seja, uma só Igreja.
Se você se considera seguidor de Cristo, deve desde já empreender uma busca pela verdade e isto inclui procurar aquela Igreja que Cristo nos entregou há 20 séculos.
É mais do que óbvio que quando falamos de Igreja não estamos falando das edificações, mas de um grupo de fiéis, um único grupo fundado por Cristo, para Cristo e com Cristo. Este grupo de fiéis, uma de suas mais indiscutíveis características, é a visibilidade: estamos falando que a Igreja de Cristo é um grupo que qualquer pessoa pode identificar, conhecer e saber onde encontrá-lo, como uma luz que é colocada no alto de uma montanha (cf. Mateus 5,14). Por isso, é errado afirmar que a Igreja de Cristo é apenas um grupo esparso de crentes, que nada tem a ver entre si, e que – por assim dizer – são meros fãs-clubes de Jesus Cristo. Este não é o conceito bíblico, visto que Jesus fala – para darmos um exemplo – em recorrer à Igreja quando for necessário tratar de algum assunto que renega a fé (cf. Mateus 18,15-18). Uma vez que sabemos que a Igreja é visível e una, o que nos resta então é começar a empregar o “método do descarte” para sabermos em que igreja pisamos.
Uma das partes mais lógicas para sabermos que a Igreja é de Cristo é olhar para o passado; esse passado que não pode ser alterado, para procurarmos a Igreja que o próprio Jesus edificou. Cristo viveu como homem há quase 20 séculos e não precisamos fazer muitas contas para saber que 1 entre as mais de 30.000 igrejas de hoje deve remontar sua idade ao momento em que Cristo pisava a nossa terra. Para documentar isto, a única coisa que devemos fazer é ler algumas enciclopédias e ver a história de algumas dessas muitas igrejas que hoje em dia se apresentam como cristãs. A única surpresa que iremos encontrar é que apenas 1 pode remontar à época de Cristo, o que volta a confirmar que a Igreja edificada por Cristo antes deste ir para a casa do Pai era e é apenas uma. Por exemplo: aplique-se o mais sólido descarte à igreja batista, pois esta existe há apenas 4 séculos; por isso, não pode ser a Igreja de Cristo. E você pode fazer o mesmo com qualquer outra denominação que desejar.
São Paulo declara que a Igreja “é a coluna e o fundamento da verdade” (1Timóteo 3,15). É certo que Paulo estava se referindo àquela Igreja que já existia então, que era a única Igreja edificada por Cristo. Por isso ela é a coluna da verdade.
Se passamos a olhar as igrejas do mundo, vamos perceber que na história de cada uma delas não se encontra Cristo como fundador; por isso, não são essa coluna e fundamento da verdade, pois Cristo não as fundou, não as edificou; ao contrário, foram fundadas por algum homem que se acreditou com a mesma autoridade de Cristo para iniciar uma nova fé. Essas igrejas a que nos referimos não são coluna e fundamento da verdade, visto que foram edificadas sobre a Bíblia, que embora seja Palavra de Deus, não foi escrita para dar a conhecer o que cada um entendia sobre ela, mas foi feita para que fosse lida unicamente NO Povo de Deus. Por razões óbvias, uma igreja que surge a partir do seu próprio entendimento da Bíblia não é a Igreja de Cristo.
Pois bem: compreendemos sem muita ciência que a Igreja é apenas uma e não muitas; são sim muitas igrejas locais, mas estas formam uma mesma fé, uma só doutrina e um corpo visível de fiéis. Compreendemos também que, partindo do dado mais lógico, podemos procurar essa Igreja de Cristo e seguir o rastro desse grupo de fiéis através da História, sabendo a época em que foi fundado e quem o fundou. Mas existe uma outra característica com a qual podemos identificar a Igreja de Cristo: trata-se da indestrutibilidade, ou seja, a Igreja deverá existir até a próxima vinda de Cristo.
Jesus prometeu estar com a sua Igreja até o fim dos tempos; prometeu que a sua Igreja não seria destruída nem mesmo pelo Inferno; a esta Igreja prometeu a assistência do Espírito Santo (veja-se Mateus 16,18-19; 28-19-20). Por isso, é importante destacar: quem afirma ser a Igreja de Cristo, alegando que esta anteriormente foi destruída ou caiu em apostasia e agora ressurgiu, estará mentindo. A Igreja adora Cristo por todas as gerações e todos os tempos; não há nada disso de ter permanecido oculta e ressurgiu! Observe-se Efésios 3,21: é óbvio portanto que se esteve oculta por algum momento, então deixou de adorar, não cumprindo a palavra de São Paulo.
Já apontamos as bases mais lógicas para se identificar a Igreja de Cristo e você não pode fechar os olhos, para crer somente que você se encontra hoje naquela igreja que Cristo “quis” que você aderisse. Isto não é um comportamento cristão e não te legitima. Pergunte-se a si mesmo e à sua consciência: A minha igreja foi edificada por Cristo ou por um homem, que há algum tempo atrás quis edificar uma nova igreja? A minha igreja tem 20 séculos de existêcnia e, portanto, remonta à época de Cristo? Se não, como eu posso comprovar que a minha igreja também se encontrava lá no século V, VI, VII e assim sucessivamente? Como posso comprovar que existiam cristãos com as mesmas crenças que as minhas nos três primeiros séculos da Igreja? Se me disseram que a minha igreja permaneceu oculta por muitos anos, como eu posso comprovar que isso não foi uma invenção do fundador da minha igreja, que queria fugir da evidência de que a Igreja sempre esteve ao lado de Cristo? Como posso comprovar que a minha igreja é a verdadeira e não uma invenção de alguns séculos atrás ou, talvez, alguns anos atrás?
Provar é uma tarefa difícil para quem não pode comprovar e, pelo contrário, muito fácil para quem pode comprovar. Por exemplo: está comprovado que existem centenas de documentos extrabíblicos escritos por figuras cristãs, que demostram que a doutrina seguida então pelos cristãos em todo o mundo era 100% católica. Podemos citar Santo Inácio de Antioquia, Ireneu de Lião, Orígenes, Tertuliano, São Justino… Ou documentos como a Didaqué, as memórias dos mártires, ou até mesmo uma enciclopédia ou o simples Google para verificar o que a Igreja Católica estava fazendo durante todo esse tempo; e então perceberemos que havia uma só Igreja.
Diga-me agora: se você não é católico e também não consegue comprovar nem documentar nada, qual é a sua real razão para estar frequentando essa igreja que você frequenta atualmente? Não quero que a sua cabeça comece a dar voltas agora e que você já comece de imediato a imaginar que a Igreja Católica não pode ser a verdadeira Igreja porque possui imagens em seus templos, porque nela há muitos pecadores, porque lutou em diversas guerras como as Cruzadas, ou porque teria agido mal na Inquisição. Verdadeiramente e conscientemente eu digo a você: esses são outros temas a se tratar; por ora, dedique-se apenas a provar e conhecer a igreja em que você pisa. Se você não quiser fazer isso, apenas feche os olhos e diga a Deus, do fundo do seu coração: “Não desejo conhecer a Tua vontade; não desejo conhecer a Tua [verdadeira] Igreja porque me sinto bem onde estou; estou tão bem, que aqui onde estou quero morrer, ainda que ela não seja do Teu desejo”.
- Fonte: Revista Vox Veritas nº 1
- Tradução: Carlos Martins Nabeto