A ilogicidade de não se fazer parte da Igreja Católica

Assim como a Igreja Católica, eu não tenho qualquer problema em reconhecer a existência de cristãos não-católicos ao redor do mundo, uma vez que no decorrer da História a Igreja passou por momentos difíceis que geraram divisões, como a que se deu no Cisma do Oriente (dando origem à Igreja Ortodoxa) e, posteriormente, no cisma dos protestantes (dando origem às comunidades protestantes), e ainda nos grupos sectários que se originaram dentro e fora do seio da Igreja Católica. Tanto os ortodoxos quanto os protestantes batizados segundo a fórmula batismal trinitária são cristãos, ainda que não compartilhem da plenitude da unidade por se encontrarem separados da comunhão com o Bispo de Roma.

Pois bem: muitos dos que nascem quer dentro da Igreja Ortodoxa, quer em alguma comunidade protestante, depois que estas se originaram, não têm culpa por não serem católicos (e, assim, por não estarem em comunhão com o Bispo de Roma), porque simplesmente talvez ignorem que é ilógico, passado tanto tempo, não fazer parte da Igreja Católica. E quando eu digo que “é ilógico”, baseio-me em que venham a estudar as causas ou a origem do que motivou, há séculos, as suas comunidades cristãs se separarem da comunhão com a Igreja Católica e com o Bispo de Roma, dando conta assim – como muitos – que já não existem motivos, nem causas para continuarem separados.

A IGREJA ORTODOXA

Se estudarem as causas que originaram a criação da Igreja Ortodoxa, perceberão que já estão mais do que resolvidas. Na verdade, o Patriarcado de Constantinopla, que foi principalmente aquele que deu origem à separação, através do Patriarca Fócio, é o que atualmente possui maior relação com a Igreja de Roma. Mais ainda: se estudarem o Cristianismo Oriental antes do Cisma do Oriente, verão como este já reconhecia a autoridade jurisdicional do Bispo de Roma, que depois passaram a negar. Com efeito, reconhecendo a autoridade jurisdicional do Bispo de Roma, acabam por aceitar todas as suas proclamações e definições. Em outras palavras: não há razão para continuarem separados da comunhão com o Bispo de Roma.

AS COMUNIDADES PROTESTANTES

A origem do Protestantismo, do qual derivam as comunidades protestantes, pode-se resumir nos abusos que se deram [naquela época] por parte de clérigos como, por exemplo, a venda de indulgências, que – digamos – foi a desculpa perfeita para Lutero justificar a sua rejeição à autoridade da Igreja e impor a autoridade pessoal de cada indivíduo em relação à Escritura e os seus ensinamentos (juízo privado ou livre exame), o que veio a dar origem a divisões entre os próprios protestantes. Pois bem: aquilo sobre o que Lutero protestou foi resolvido pelo Concílio de Trento, assim como pelo trabalho evangelizador da Ordem dos Jesuítas e ainda pelos Santos que, mediante um verdadeiro testemunho cristão, reformaram o mal [que acometia] a Igreja.

CONCLUSÃO

Como podem ver, tanto as causas que originaram o nascimento da Igreja Ortodoxa quanto o Protestantismo foram resolvidas há muito tempo. Se alguém quiser agora fazer uso de outras desculpas para justificar a sua rejeição em aceitar a autoridade da Igreja Católica e de estar em comunhão com o Bispo de Roma, só estará enganando a si mesmo. É assim que concluo que é bastante ilógico não querer fazer parte da Igreja Católica atualmente, uma vez que não há razões lógicas para que nós, cristãos, continuemos separados, já que todos queremos fazer a vontade de Deus, que é: “Que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti. Que eles também sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste” (João 17,21).

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