A Intercessão dos Santos na Sagrada Escritura

Por Alessandro Lima

A Intercessão dos Santos é uma verdade que é professada desde os primórdios do cristianismo. Nela consiste que os heróis da fé, que constituem a Igreja triunfante, rogam junto a Deus, por aqueles que ainda estão terminaram a corrida, estes constituem a Igreja Militante.

Alguns grupos heréticos negam esta verdade, por não acreditarem que após a morte os heróis da fé podem rogar por nós.

A Sagrada Escritura dá forte testemunho da Intercessão dos Santos.

O primeiro testemunho da Sagrada Escritura da intercessão dos Santos após a morte está no livro do profeta Jeremias: “E o Senhor disse-me: ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, a minha alma não se inclinaria para este povo; tira-os da minha face e retirem-se” (Jer 15, 1).

No tempo de Jeremias, estavam mortos Moisés e Samuel, mas sua possível intercessão é confirmada pelas palavras do próprio Deus: “ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim…“. Com efeito Moisés e Samuel poderiam se colocar diante de Deus para pedir clemência para com aquele povo. Portanto, está clara a possibilidade da intercessão após a morte.

O segundo testemunho da intercessão dos santos após a morte está no segundo livro dos Macabeus: “Parecia-lhe [Judas Macabeu] que Onias, sumo sacerdote […] orava de mãos estendidas por todo o povo judeu […] Onias apontando para ele, disse: ‘Este é amigo de seus irmãos e do povo de Israel; é Jeremias, profeta de Deus, que ora muito pelo povo e por toda a cidade santa“. (II Mac 15, 12-15).

No tempo de Judas Macabeu, o sumo sacerdote Onias já era falecido, e além de estar orando por todo o povo de Israel, também a aponta para Jeremias, também falecido e que o acompanhava nas orações em favor dos israelitas. Aqui a Sagrada Escritura dá testemunho da intercessão de Onias e Jeremias, ambos falecidos.

Nosso Senhor Jesus Cristo, na parábola do Rico e Lázaro (Lc 16:19-31), nos mostra que mesmo após a morte o Rico (que estava no inferno) pede a intercessão de Abraão (que estava no céu), pelos seus parentes. Jesus não contaria esta parábola se os santos que morreram na esperança do Senhor, não pudessem rogar pelos vivos.

O livro do apocalipse é o livro que mais detalha o serviço que os Santos prestam a Deus. Eles se ocupam na oração (cf. Ap 5:8). Mas por que será que eles oram? Oram por nós que ainda estamos na caminhada. Encontramos também a seguinte passagem: “Quando abriu o quinto selo, vi sob o altar as vidas dos que tinham sido imolados por causa da Palavra de Deus e do testemunho que dela tinham prestado. E eles clamaram em alta voz: ‘Até quando, ó Senhor santo e verdadeiro, tardarás a fazer justiça, vingando nosso sangue contra os habitantes da terra?’ ” (Ap 6:9-10). Os Santos estão pedindo por justiça e podem faze-lo porque estão na presença de Deus.

E não só podem orar, como oram e oferecem suas orações a Deus: “Outro Anjo veio postar-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro. Deram-lhe uma grande quantidade de incenso para que o oferecesse com as orações de todos os santos, sobre o altar de outro que está diante do trono.” (Ap 8:3).

Portanto, pelos exemplos já aqui citados, fica mais que claro que os Santos não só podem, como também intercedem por nós. E por estarem nos assistindo pela Graça do Senhor (cf. Hb 12:1), também podem ouvir nossos pedidos de orações.

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