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Caríssimo Bruno Roberto,
Salve Maria
Este texto que você nos envia fundamenta-se nos mesmos ataques feitos por todos os protestantes à Santa Madre Igreja Católica, isto é, no desprezo à Sagrada Tradição Católica asseverando-se que a mesma contradiz as Sagradas Escrituras. Quando comecei a escrever a resposta ao seu e-mail, notei que ela ficaria extensa, então para aproveitá-la melhor, transformarei num verdadeiro estudo apologético para apontar os erros do protestantismo.
Peço a você, portanto, que leia o inteiro conteúdo do mesmo e faça sugestões para melhorá-lo. É um texto muito pouco técnico, visando justamente ao leigo.
A LIVRE INTERPRETAÇÃO DAS SAGRADAS ESCRITURAS
Note, Bruno, que mesmo admitindo a livre interpretação das Sagradas Escrituras, os protestantes colocam restrições quanto à Sagrada Tradição Católica, ou seja, todos podem ter suas interpretações livremente, mas não podem aderir á interpretação da tradição católica; liberdade para uns (protestantes), restrições para outros (católicos). Mas como podem, os protestantes, colocar restrições à interpretação da tradição católica, se eles mesmo afirmam a liberdade total do fiel para interpretar a Bíblia? Percebeu a contradição? Liberdade para uns, proibições para outros?!?!?!? Não é lá um modo parcial de se interpretar a Bíblia, concorda?
Afirmam os protestantes que o Espírito Santo assiste ao fiel para interpretar as Escrituras Sagradas. Considerando-se que existe somente um Espírito Santo, como ele pode inspirar tantas doutrinas? Está claro que o Paráclito, o Espírito da Verdade foi prometido somente aos Apóstolos sob o Primado Petrino (de São Pedro), conforme Nosso Senhor Jesus Cristo prometeu a estes e negou ao mundo, porque os primeiro iriam ensinar estes últimos. Confira no Evangelho segundo São João, capítulo XIV, mais especificamente no versículo 17, confira o capítulo 14 todo.
Mas, vamos nos restringir às contradições protestantes. Se cada um pode interpretar, supostamente com o auxilio do Espírito Santo, e sabemos que isso é mais falso do que nota de R$30,00; com que autoridade pode um protestante condenar a Tradição Católica? Aliás, com que autoridade uma denominação protestante pode condenar a doutrina de outra? E como duas idéias opostas podem ser ao mesmo tempo verdadeiras?
Exemplifico com as ditas Testemunhas de Jeová: eles negam a natureza Divina de Nosso Senhor Jesus Cristo, já os demais protestantes a – afirmam e ainda condenam as ditas ?Testemunhas?.
Como pode o Espírito Santo ter inspirado, ao mesmo tempo, as Testemunhas de Jeová a negar a divindade de Nosso Senhor e as demais denominações protestantes a aceitarem que Ele é Deus? Como pode uma proposição ser ao mesmo tempo verdadeira e falsa, segundo o mesmo referencial? E se isso é possível, por que atacar a doutrina da Igreja Católica?
Outro exemplo é a questão do Sábado: os Adventistas o aceitam e condenam o Domingo, já os demais protestantes, interpretam o contrário, quem está certo e quem está errado, se o Espírito Santo inspira a todos? Aplique esse princípio a outras diferenças doutrinárias e verá outros absurdos.
Se você prestar atenção, verificará que em nome desta libertinagem diante das Sagradas Escrituras estão surgindo no meio protestante, seitas das mais variadas doutrinas, veja que já surgiram denominações protestantes de homossexuais!!!!!! Isso mesmo, e não adianta fundamentar nas passagens bíblicas que condenam a sodomia, porque, sob a livre interpretação, às palavras podem ser dados inúmeros sentidos. (?Veja como eles odeiam e se odeiam?)
Vejamos o caso da palavra heresia, usada também pelos protestantes. Esta palavra, de origem grega, significa ?escolher?, porque o herege é aquele que escolhe alguns dogmas ou ensinamentos da Igreja e rejeita outros. (como se a Igreja fosse uma feira onde o crente escolhe em que irá ou não acreditar, veja o caso da seita Judaizante em At XV) Ora, como pode um protestante me chamar de herege se eu posso ter minha doutrina inspirada? Com que autoridade pode dizer que esta ou aquela doutrina não é cristã e conforme a Bíblia?
É flagrante a incoerência protestante, mas, infelizmente, a maioria fecha os olhos para esses fatos e negam, por orgulho, a se converter.
Até aqui, procurei mostrar-lhe as inconstâncias da libertina ?livre-interpretação-protestante?, esta sim consiste num castelo de cartas assentado em areia movediça, diferentemente do que diz o ?ex-Padre? Aníbal P. Reis, que, pelo que parece, assim como todo Padre Apóstata, não suportou a perfeição maior do celibato. Não é por acaso que São Paulo afirma:
“Quisera ver-vos livres de toda preocupação. O solteiro cuida das coisas que são do Senhor, de como agradar ao Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo, procurando agradar à sua esposa”. (I Cor VII,32-33)