– Ouvi um padre pregar sobre a “Oração Jesus”. Ele disse que essa oração lhe foi útil para conseguir se focar no Senhor. Um pregador que escutei pelo rádio disse, porém, que isso é errado. Ele afirmou que a “Oração Jesus” faz parte do Hinduísmo e do movimento de Nova Era. Ele também asseverou que trata-se de um exemplo de oração vã repetitiva, idéia esta biblicamente condenada. O que vocês acham? (Anônimo)
Tome cuidado para não querer jogar fora a água da banheira junto com o bebê. Fazendo isso quando se trata de detectar erros, as pessoas às vezes caem numa espécie de “fechamento de mente” que pode ser tão prejudicial e espiritualmente perigoso quanto aquilo contra o que combate. O pregador de rádio que você descreve parece caminhar nessa direção.
A “Oração Jesus” não é Nova Era nem Hinduísmo. É uma antiga devoção, especialmente recitada pelos cristãos do Oriente, que consiste das palavras: “Ó Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de mim, pecador”. Às vezes esta oração era acompanhada por certos procedimentos de respiração e posturas corporais; mas isto, por si só, não torna a “Oração Jesus” influenciada pela Nova Era ou Hinduísmo.
Não há nada de errado em usar técnicas de relaxamento ou que ajudem a voltar sua atenção para Deus, desde que você não se perca nas técnicas ou mantenha o foco no seu estado alterado de consciência ao invés da união com Deus.
A “Oração Jesus” não é – como alguns sugerem – um “mantra cristão”, pelo menos não no sentido pejorativo. Ela não envolve o reconhecimento da divindade de criatura alguma ou trata da “consciência de Cristo”, nem produz nenhum novo estado espiritual superior pela mera repetição da oração. Ao contrário, é um reconhecimento do pecado e da necessidade da misericórdia de Cristo – o que, certamente, não é uma idéia da Nova Era.
Poderia a “Oração Jesus” envolver a vã repetição condenada por Nosso Senhor? Certamente. Como qualquer oração, se você acha que a mera repetição das palavras, longe das disposições interiores apropriadas, serão ouvidas por Deus, então você estará sendo supersticioso: a repetição da oração desse jeito é vã.
A repetição não é o problema, mas a atitude supersticiosa que a acompanha. A repetição por si só não é condenada pela Bíblia. Em Apocalipse 4,8, por exemplo, os quatro seres vivos repetem, dia e noite, a oração: “Santo, Santo, Santo é o Senhor todo-poderoso, aquele que é, que era e que vem”. Você não poderia querer nada mais repetitivo do que isso.
Esta oração repetitiva [dos seres vivos] é vã? Lógico que não! Nem a “Oração Jesus”, desde que feita com as disposições interiores apropriadas.