A sagrada liturgia – parte i

LITURGIA DA MISSA

A missa, ou celebração da Eucaristia, não é a oração de um só homem, pois já não basta rezar só em casa; a igreja sempre foi e continua sendo a casa de Deus e o lugar de oração em comunidade. Jesus frequentava o Templo em Jerusalém com Maria, José e os Apóstolos. Jesus já dizia: “se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, o que seja, conseguirão de meu Pai que está nos céus. Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, ai estou eu no meio deles” (Mt 18, 19-20).

É bom que cada fiél católico entenda bem cada parte da missa a fim de que a Santa Eucaristia não se constitua em um mero rito mecâncico, onde as pessoas só “copiam” o que as outras fazem (gestos, sinal da cruz, genuflexão, etc.) sem entender exatamente o que está acontecendo. A missa é igual para toda a Assembléia mas a maneira de cada um participar pode ser diferente pois depende da fé que as pessoas têm e também do grau de formação na religião. As vezes vamos fazendo muitas coisas sem saber por quê. Para participar da missa com fé e alegria, além da sua formação catequética básica, o fiel deve conhecer todas as etapas da liturgia da missa pois ninguém ama o que não conhece.

O objetivo desta página é de apresentar alguns fundamentos básicos da liturgia da missa a fim de que o fiel católico tire todo o proveito espiritual que a Santa Eucaristia oferece para todos nós, a quase dois milênios a fio. O fiel católico deve ser, sobretudo, um fiel bem informado; se não nos salvarmos a culpa é nossa, já dizia São João Crisóstomo!.

PARTES DA MISSA

A missa é composta pelas seguintes etapas:

Abertura da Celebração;

Liturgia da Palavra;

Liturgia Eucarística;

Rito Final

ABERTURA DA CELEBRAÇÃO

Observando-se a Liturgia da Missa, vemos que ela inicia-se com o canto e a procissão de entrada. A seguir, o sacerdote dialoga com a comunidade, acolhendo-a em nome de Deus. Segue-se o ato penitencial, as aclamações e súplicas e a oração conclusiva.

Estes ritos têm por finalidade:

Reunir os fiéis, possibilitando-lhes uma comunhão;

Dispô-los a ouvir com proveito a Palavra de Deus;

E a celebrar frutuosamente a Eucaristia.

O Canto De Entrada e “Sinal da Cruz”

O canto está a serviço do louvor de Deus e de nossa santificação. Quem canta, reza duas vezes. Não é apenas para embelezar a Missa, mas para nos ajudar a rezar. O canto de entrada deverá estar em plena sintonia com o momento litúrgico que se celebra. Ele tem a função de:

favorecer a união dos fiéis;

Criar um clima festivo;

Introduzir o povo no mistério ou festa celebrados;

Acompanhar a procissão de entrada do celebrante e ministros.

Durante o Canto de Entrada, o celebrante que preside a Missa, acompanhado dos Ministros ou Acólitos, dirige-se para o altar. Faz uma inclinação profunda e depois beija o altar. O beijo tem um endereço: não é propriamente para o mármore ou a madeira do altar, mas para o Cristo, que é o centro de nossa piedade. A procissão de entrada deve ser solene, passando pelo meio do povo, especialmente nos dias festivos. Neste momento o Presidente faz o sinal da cruz e toda a Assembléia o acompanha, dizendo ao final, Amém. A expressão “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, tem um sentido bíblico: não quer dizer apenas o “nome”, como para nós, ocidentais. “Nome”, em sentido bíblico, quer dizer a própria pessoa. Isto significa dizer que iniciamos a Missa colocando a nossa vida e toda a ação nas mãos da Santíssima Trindade.

O diálogo do Celebrante com o povo

Estabelece uma comunicação inicial, criando a comunhão. Pela saudação, o celebrante significa à Assembléia a presença do Senhor no meio do seu povo. A resposta é o reconhecimento desta presença. O diálogo simboliza o mistério da Igreja reunida e vem atualizar o encontro de Cristo com o seu povo.

Preparação Penitencial

Os fiéis, unidos pelos cantos e diálogos, conscientes de sua reunião em Cristo e de sua presença na assembléia confessam que são pecadores se reconciliam entre si e com Deus.

Após um momento de silêncio, usa-se uma das seguintes fórmulas:

I Formula

TODOS: Confesso a Deus todo-poderoso / e a vós, irmãos, / que pequei muitas vezes / por pensamentos e palavras, / atos e omissões, / (e, batendo no peito, dizem) por minha culpa, minha tão grande culpa. / E peço à Virgem Maria, / aos anjos e santos / e a vós, irmãos, / que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.

II Formula

CEL: Senhor, que viestes salvar os corações arrempendidos, tende piedade de nós.

ASS: Senhor, tende piedade de nós.

CEL: Cristo, que viestes chamar os pecadores, tende piedade de nós.

ASS: Cristo, tende piedade de nós.

CEL: Senhor, que intercedeis por nós junto do Pai, tende piedade de nós.

ASS: Senhor, tende piedade de nós.

CEL: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.

ASS: Amém!

Canto do Glória

É o hino pelo qual a Igreja louva, agradece e suplica ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo

O Glória pode também ser recitado, como segue:

CEL: Glória a Deus nas alturas

ASS: e paz na terra aos homens por ele amados. / Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso: / nós vos louvamos, / nós vos bendizemos, / nós vos adoramos, / nós vos glorificamos, / nós vos damos graças / por vossa imensa glória. / Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito, / Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. / Vós que tirais o pecado do mundo, / tende piedade de nós. / Vós que tirais o pecado do mundo, / acolhei a nossa súplica. / Vós que estais à direita do Pai, / tende piedade de nós. / Só vós sois o Santo, / só vós, o Senhor, / só vós, o Altíssimo, / Jesus Cristo, / com o Espírito Santo, / na glória de Deus Pai, / Amém

O Canto do Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro, é cantado pela Assembléia dos fiéis ou pelo povo que o alterna com o grupo de cantores ou pelo próprio grupo de cantores. Se não for cantado, dever ser recitado por todos, juntos ou alternadamente.

O Canto do Glória é cantado ou recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais solenes

Oração do dia (coleta)

O celebrante, em nome de toda a Igreja reunida, se dirige a Deus, por intermédio de Jesus Cristo. Há sempre uma oração do dia para cada momento litúrgico, conforme estabelece o Missal Romano, cuja versão para a língua portuguêsa, para o Brasil, foi aprovada pela Comisssão Episcopal de Textos Litúrgicos (CETEL), da CNBB, em uso desde 25/09/91. A oração da coleta exprime a índole da celebração e dirige, pelas palavras do celebrante, uma súplica a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo.

Aqui todos os fiéis oram, em silêncio, por algum tempo. No fim da oração a Assembléia aclama com um Amém. Em seguida todos sentam-se para ouvir com atenção a Liturgia da Palavra.

Fonte:
Missal Romano, co-edição de Edições Paulinas e Editora Vozes, 1991
A Missa Parte por Parte, Padre Luiz Cechinato, Editora Vozes, 1993
Liturgia da Missa (Opúsculo), Edições Paulinas, 1979

Facebook Comments

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.