CASTIDADE
Do latim “castitas“, de “castus“, originariamente termo da linguagem religiosa que significava: conforme aos ritos; posteriormente foi tomado como particípio do verbo “careo” = carecer e passou a significar também: isento de, puro.
É uma virtude moral que preserva o homem de qualquer complacência indevida com a satisfação sexual.
É a expressão de uma plena vitória da vontade sobre o instinto.
É uma nota inconfundível das almas nobres e fortes.
O homem casto não é apenas aquele que não tem uma vida desregrada, mas é o que exerce pleno controle não só sobre seus atos e palavras, mas também sobre seus impulsos íntimos e seus desejos.
As reações do animal obedecem, de modo exclusivo e inelutável, aos estímulos dos instintos de conservação e reprodução. Mas nele esses instintos têm uma regulação automática e um equilíbrio natural. No homem, esse equilíbrio é exercido pela razão consciente e voluntária. E nisso reside a nobreza do ser humano. O devasso acaba se assemelhando ao animal, escravo dos próprios instintos. O casto controla os seus instintos, segundo as finalidades superiores da razão: não vive para comer, mas come para viver; não vive para o sexo, mas submete a atividade sexual à sua função imanente de transmitir o dom da vida e de permitir entre os esposos a realização da plenitude de amor humano. A castidade é o resultado de uma autodisciplina, permanentemente exercida sobre os pensamentos, os desejos, os sentidos num ideal de nobre austeridade voluntariamente aceito. A impostura dos devassos consiste em se apresentarem como corajosos, libertos de todos os tabus. Na realidade, são covardes que abdicaram da luta interior e se tornaram escravos de suas paixões, porque, de fato, só os castos são fortes.
Fonte: Pe. Fernando Bastos de Ávila, S.J. – Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo, MEC – Ministério da Educação e Cultura, FENAME – Fundação Nacional do Material Escolar, 2a edição, 1975, verbete Castidade, página. 116.