Após cometer vasectomia, leitor se arrepende do que fez

[Leitor autorizou a publicação de seu nome no site] Nome do leitor: CARLOS IVAN MIRANDA TOUSSAINT
Cidade/UF: Brasília
Religião: Católica

Mensagem
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Prezados Senhores,

Por vaidade, medo de ver meus filhos sofrendo (egoismo) e auto-promoção fiz uma vasectomia no mês de maio último.

Hoje estou profundamente arrependido, pois sei que ofendi a Deus, a Nossa Senhora (que senti que quis me avisar) e a mim. Tinha consciência de que a Igreja não aprovava e que não poderia comungar, mas não tinha consciência da REAL dimensão do ato, que iria para o inferno por isso.

Peço todos os dias perdão a Deus e a Nossa Senhora pelo meu “vaidoso” e impensado ato. Peço perdão a Igreja por ter ido contra seus dogmas. Peço perdão a minha mulher, que tentou me avisar sobre o que eu iria fazer e não lhe dei ouvidos.

Vou procurar reverter essa vasectomia, apesar de na rede pública (que não posso reclamar, pois passei por três entrevista) não fazer a reversão. Se não der, sei que terei que arcar com as consequências com Deus.

Que Deus me Perdoe.

Caríssimo sr. Carlos Toussaint, é com grande alegria que acolhemos o vosso contato ao nosso humilde apostolado. Invocamos as bençãos de Nosso Senhor a vós e a toda a vossa família enquanto nos recomendamos as vossas sinceras orações.

Não há razões para se desesperar caríssimo sr. Carlos, pois demonstra uma sincera e real contrição pela falta cometida, e sabemos por bem que Deus não rejeita um coração humilhado e arrependido (Sl. 50). Se por um lado o pecado nos afasta de Deus, é também justamente através dele que conhecemos o lado mais paternal e misericordioso de nosso Pai do Céu, que nos acolhe novamente de braços abertos pronto a festejar. Se já acusastes o vosso pecado no sacramento da confissão, podes sossegar a alma, o Senhor verdadeiramente já lhe perdoou.

“…as nossas faltas não devem nunca desanimar-nos,…a dor de as termos cometido deve ser sempre acompanhada de uma invencível confiança na bondade divina…nossos pecados e imperfeições, longe de diminuirem essa confiança, são um dos seus elementos mais fecundos” [1]. Confiança: “Confessai ao Senhor poque é bom, porque a sua misericórdia permanece para sempre” (Sl. 135). Amigo, que vossas lágrimas sejam as de Pedro, e não as de Judas!

Aquele que nos ordenou perdoar 70 vezes 7 está pronto para nos perdoar infinitamente desde que tenhamos uma contrição verdadeira pelas nossas faltas e desejemos uma mudança de vida, o que para o sr. não será um problema como bem demonstrastes. Não será necessário que refaça vossa cirurgia mas que se comprometa a uma vida nova de conversão e crescimento espiritual, de profunda amizade com Cristo e participação dos sacramentos constante.

Gostaria de terminar citando algumas palavras do prof. Felipe Aquino a uma pessoa num caso parecido à vossa que servirão como alento e crescimento interior:

Fique em paz; e não fique se culpando; ponha isto agora na misericórdia de Deus. Costumo dizer aos homens e mulheres que se esterilizaram, que vale a pena assumir o cuidado de outras crianças carentes e abandonadas, como se fossem filhos que não podem mais ter; ainda que não seja por uma adoção definitiva, mas pelo menos assistencial. Vale a pena; tem muitos filhos órfãos de pais vivos neste mundo“.

Nota:

[1] Joseph Tissot, A arte de aproveitar as próprias faltas, Quadrante, São Paulo, 1995, p. 75.

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