Bem aventurados os que choram, porque eles serão consolados
Esta bem-aventurança carece de ser muito bem examinada para não dar margem à interpretações inverídicas.
Ela é aplicável a apenas um tipo de choro e não a qualquer choro.
É somente para este tipo de choro que o consolo de Deus é certo.
Em Números 14:1 a 3 a Palavra relata que o povo de Israel se levantou em amargo choro, ao qual denomino “choro da incredulidade”.
Neste caso as lágrimas faziam par com a murmuração e refletiam a dureza dos corações dos israelitas que se recusavam a confiar na provisão e na fidelidade do Senhor em cumprir a promessa de lhes dar a terra prometida.
As lágrimas de incredulidade nunca trouxeram bem aventurança.
Em Lucas 22:62 encontramos o relato de Simão Pedro “chorando amargamente”. Eis aqui outro tipo de choro: o do remorso.
O apóstolo negara conhecer o Senhor por três vezes, exatamente como anteriormente fora revelado pelo próprio Jesus.
Agora chorava o choro do desapontamento, da decepção, da derrota.
Este também não é o tipo de choro que garante a bem-aventurança.
Há ainda dois outros tipos de choro, o da alegria e o da saudade.
O primeiro é retratado no emocionante encontro de José com seu pai Jacó, depois de mais de 13 anos de separação, e que foi regado em muitas lágrimas, conforme Gênesis 46:29 e 30.
O segundo, de Maria Madalena, quando esteve na madrugada do domingo da ressurreição no local onde fora colocado o corpo do Senhor. Na verdade, suas lágrimas mesclavam saudade e preocupação com o paradeiro do corpo, conforme João 20:13 a 15.
O choro da bem-aventurança é outro.
É o choro que Jesus chorou.
Há dois relatos do pranto de Jesus: o de João 11:35 em frente ao sepulcro onde jazia o corpo de Lázaro, a quem Ele ressuscitou, e o de Lucas 19:41, quando Ele entrava em Jerusalém.
Em ambos o Senhor chorou ao ver a miséria, os efeitos do pecado, o sofrimento, a dor, a dureza dos corações, a incredulidade dos homens. Para quem comunga desta sensibilidade o próprio Espírito Santo oferece consolação.