Brinco em orelha de menino

O brinco, em si, não é mau nem bom. A adesão a uma cultura pan-sexuada é má. O problema, porém, é que esta cultura está permeando a nossa sociedade a um tal ponto que é perfeitamente possível (mais ainda quando a gente vê as barbaridades pregadas por muitos padres) que uma mãe que permite tal coisa não perceba sequer que não dá para conciliar a adesão à Fé e a adesão ao indiferentismo sexual.

Qualquer jornal que a gente abra terá fotos e mais fotos de homens másculos usando brincos. O gerente do banco dela talvez seja um homem casado, com filhos, terno, gravata… e brincos. Isso acontece porque os brincos “normais” (ao contrário da capeça raspada com tatuagens na careca, dos piercings enormes, dos brincos “botocudos, etc.) ficam na “beiradinha” da sinalização de inconformidade. A fronteira entre o aceitável e o inaceitável socialmente foi recuando cada vez mais. Ontem a questão era a minissaia e o brinco. Hoje é o piercing em lugares pouco saudáveis e a marcação a ferro quente(!).

Assim, hoje é possível que uma pessoa meio sobre a toupeirinha simplesmente não perceba que o brinco é sinal de uma adesão a teses anti-cristãs, exatamente porque a mesma sociedade que ainda se diz nominalmente cristã já aceita o brinco.

Um outro exemplo de barbaridade que simplesmente não choca mais eu vi outro dia. Imagine você que por conta de uma novela de TV (não tenho TV, não assisto novela, não sei te dizer o nome) cresceu o culto a uma cantora, uma mocinha muito bonitinha chamada Sandy. Nunca a ouvi cantar, mas já a ouvi defendendo barbaridades na capa de uma revista no jornaleiro (“a Igreja oprime”; “tem que usar camisinha”; não quero casar virgem”, etc.).

Pois bem, as barbaridades que esta mocinha diz são consideradas lugares-comuns educados. Se ela dissesse o contrário seria chocante. Como o papel de mídia dela é ser “a certinha”, ela diz estas coisas. A opinião pessoal dela não é possível conhecer, mas estas frases são evidentemente algo bolado pelos marqueteiros dela.

Pois bem, esta mocinha é um ídolo. Tanto em termos teológicos como em linguagem popular. E adivinha o que foi lançado, seguindo a moda das roupas da personagem dela na novela (uma espécie de hippie que não fuma maconha, pelo que entendi do caderno de TV do jornal)? Escapulários da Sandy! Isso! No lugar de usar uma imagem da Santíssima Virgem em um escapulário bento, as meninas “certinhas” (as mesmas que têm, forçosamente, que expressar as mesmas barbaridades que ela expressou para não chocarem ninguém) usam uma foto da Sandy…

Faz parte do ser “certinho” atual “aceitar” a sodomia, pregar o “sexo seguro”, não ver rigorosamente nada de mau em brincos, etc. E, como em muitas paróquias o politicamente correto substituiu a Sã Doutrina, como no meio católico está cheio de gente que faz coro de fundo para o Tinhoso dizendo “não se pode julgar ninguém”, a moça que bota brinco na orelha do menino pode achar que com isso está fazendo uma coisa boa: expressando que ela é uma “certinha”, que ela é “tolerante”, que ela não é uma carrasca de seus próprios filhos, etc.

Ela não está pecando ao fazer a coisa que ela acha ser a coisa certa. muito mais está pecando o pároco dela, que deveria tê-la (e a toda a paróquia) que o “certinho” da TV, da Sandy, etc., não é certinho coisa nenhuma, do que ela. Ela pecou por não procurar saber mais, e mesmo assim é um pouco arriscado afirmar com certeza que tenha pecado ao aceitar ou mandar botar brincos nas orelhas de seu filho. Afinal, se ela vai na mesma paróquia que a mãe e a avó dela foram e o padre diz que o mandamento único é a “tolerância”, é o “não julgar”, ela comprou gato por lebre. Se tivesse a manha de contar as costelas do bicho veria que tem um cheirinho de enxofre no fundo, mas como não tem… dança de verde e amarelo.

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