Testemunho de Carlos Martins Nabeto (ex-Assembleia de Deus)

Casado e pai de dois filhos, nasceu em 1969, em São Vicente-SP, vindo de uma família de classe média: o pai comerciante e a mãe dona de casa.

Graduado e pós-graduado em Ciência da Computação pela Universidade Santa Cecília dos Bandeirantes (UNICEB, atual UNISANTA); graduado em Direito pela Universidade Católica de Santos (UNISANTOS) e pós-graduado em Direito Processual Matrimonial Canônico pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Trabalha como Analista de Sistemas, Professor Universitário e Advogado.

Desde 1988 dedica-se ao estudo da Fé Cristã, tendo retornado conscientemente ao seio da Igreja Católica em 1991. Fundador, em 1997, do premiado Apostolado Agnus Dei, pioneiro na defesa da fé católica na Internet, fundou em 2002, juntamente com Alessandro Ricardo Lima,o Apostolado Veritatis Splendor, onde publicou até 2010 artigos e traduções referentes a Patrística, Direito Canônico e Apologética. Em 2007, fundou ainda o site COCP-Central do Obras do Cristianismo Primitivo visando centralizar e disponibilizar ao grande público a íntegra de escritos do Período Patrístico.

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TESTEMUNHO DE CONVERSÃO (datado de 1998)

Meu nome é Carlos Martins Nabeto, nasci em 13 de janeiro de 1969, na cidade de São Vicente/SP (Brasil) e fui criado dentro dos valores familiares do Catolicismo.

Apesar disso, não posso afirmar que sempre fui um fiel católico… Ainda que frequentasse as missas dominicais, até os 20 anos ainda não a conhecia profundamente.

Foi então que Deus quis que eu passasse a namorar uma protestante… pentecostal da Assembléia de Deus ainda por cima! Como na parábola do semeador, a sementinha católica havia caído sobre pedras e não conseguiu criar raízes… E a família dessa minha namorada também era protestante – exceto seus pais – e começaram a fazer todas aquelas perguntas que muitos católicos não sabem responder: imagens, virgindade e filhos de Maria, purgatório, etc…

Devo confessar publicamente que, a princípio fiquei muito confuso. Tão confuso que cheguei a frequentar a igreja dela por quase um ano inteiro!

Mas, como diz o ditado popular, Deus escreve certo em linhas tortas. Foi necessário eu desviar do verdadeiro caminho para que, tal como o filho pródigo, descobrisse quão errado estava e retornasse para a casa do Pai.

No entanto, esse retorno não foi tão fácil… Ouvi naquela igreja protestante muita coisa que desabonava a Igreja Católica. Mas, com o tempo, algo me chamou a atenção: a grande preocupação com a Igreja Católica!

Ora, alguém poderia objetar, nada mais comum que uma igreja protestante defenda seus fiéis dos “erros” da Igreja Católica. Ocorre que a forma usada por eles era muito estranha, senão vejamos:

  • Os “erros” cometidos pela Igreja Católica não eram abordados de forma direta, mas através de indiretas. Por exemplo, para demonstrarem que as imagens não representavam nada para eles, diziam algo como: “Vejam como nossa igreja ficou bela após a reforma! E não foi necessário pendurar um monte de imagens nas paredes”. Se você é contra as imagens deveria falar abertamente, ainda mais se você está num meio onde ninguém usa imagens, correto? Errado!! A intenção é outra: o proselitismo. Quem é protestante está convencido que não deve usar estátuas, mas quem ainda não é, vai aceitando essa idéia aos poucos. Essa estratégia até lembra um pouco o movimento de Nova Era: não chocar, mas convencer lentamente.
  • A frequência dos “ataques indiretos” à Igreja Católica. Apesar de não serem diretos na maioria das vezes, os ataques às práticas católicas eram frequentes: toda a semana! Em todo culto, durante a pregação, sempre havia alguma coisa para notar. Parecia mais que eu errara de endereço, ao invés de entrar numa igreja, entrara numa reunião anti-católica. Quem conhece um pouco de psicologia sabe muito bem que isso leva ao que se chama de “lavagem cerebral”. Goebbels, ministro da propaganda nazista, dizia que “a mentira repetida pode se tornar verdade”. Creio que ele até tenha razão, caso contrário, como explicar a matança de 6 milhões de judeus pelos nazistas e tanta determinação em preservar o III Reich durante a II Guerra Mundial?
  • A unilateralidade dos protestantes. Certamente foi o fato que mais me chamou a atenção. Eles estão interessados em convertê-lo para a igreja deles. Para isso, quando encontram um católico, fazem um monte de perguntas, mas não querem escutar a resposta até o fim. Quando vêem que a resposta começa a ter certo fundamento, colocam uma outra, sem deixar terminar a primeira e, ao final, não ouviram nenhuma delas. Outras vezes, acabam se reunindo ao seu redor, atirando perguntas de todos os lados, tirando a sua concentração, e não deixando você chegar até o fim.

Assim, com o tempo, começou a haver um conflito de doutrinas dentro de mim. Reconheço que ia somente às missas dominicais e não conhecia bem a doutrina, mas isso foi o suficiente para criar tal clima de confusão…

Então comecei a fazer algo que poucas pessoas fazem: estudar! Comecei a pesar o que os protestantes falavam e o que a Igreja Católica fazia ou ensinava. E que surpresa! Descobri que, além deles não conhecerem profundamente a religião deles, conhecem muito menos o Catolicismo! E tive a confirmação disso depois que comecei a acessar a Internet. Descobri alguns fatos curiosos: enquanto as igrejas protestantes ganham maior número de fiéis, a Igreja Católica ganha fiéis de maior qualidade, que conhecem a doutrina e a praticam conscientes! É comum ouvir algum protestante dizer: “Fulano, que era católico, virou evangélico”, mas nunca dizem: “Beltrano, que era evangélico, virou católico”. No máximo, dizem: “Beltrano está desviado”. Meu Deus, que orgulho tolo! Esquecem do que São João ensinou: “Aquele que afirma que não tem pecado, é um mentiroso!”. Querem dar a entender que a igrejinha deles é santa e a dos outros é pecadora! É interessante consultar alguns Sites na Internet que trazem testemunhos de ex-evangélicos que passaram a defender a Igreja Católica. Por outro lado, também existem católicos – inclusive ex-padres – que passaram para o outro lado. Mas tente comparar os testemunhos e as apologias que escrevem. A diferença de qualidade é inegável para o Catolicismo.

É importante dizer que, além de ter retornado para a Igreja Católica, me casei com essa namorada protestante, que acabou se convertendo ao Catolicismo. É uma pena que os parentes dela, apesar de fazerem perguntas, não queiram ouvir as respostas, mas isso deixamos nas mãos de Deus.

Da direita para a esquerda: eu, meu filho Lucas e minha esposa Ana Paula

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