Tito Flávio Clemente é possivelmente originário de Atenas, nascido por volta de 150. Depois de se converter, viajou pela Itália, Síria, Palestina e se estabeleceu em Alexandria, tornando-se aluno de Panteno. Sucedeu o mestre como professor depois do ano 200. Durante a perseguição de Sétimo Severo saiu do Egito e foi para a Ásia Menor, onde morreu antes de 215.
Obras: Exortação aos gentios, O Pedagogo, Seleções (stromata). Clemente atribui uma espécie de caráter sobrenatural à filosofia grega. Procurou fazer uma síntese entre a fé e a filosofia. Ensinava a eternidade da matéria e do mundo, acreditava no caráter sacrifical da eucaristia.
Orígenes nasceu em Alexandria, em torno do ano 184. Leônidas, seu pai, morreu como mártir em 202. Sentia um forte desejo de ir para o martírio. Foi colocado à frente da Escola de Alexandria em 203, pelo bispo Demétrio. Sua fama se espalhou por toda a parte, atraindo inclusive pagãos para suas palestras. Em 212 visitou Roma. Passou em seguida pela Grécia e pela Palestina, onde recebeu a ordenação. A mãe do imperador Alexandre Severo o chamou até Antioquia, para ouvir seus discursos. Por volta de 232 houve um desentendimento com Demétrio, que o levou a se transferir para Cesaréia, na Palestina. Lá um de seus mais fervorosos discípulos é o futuro São Gregório Taumaturgo. Morreu em 254, por causa dos ferimentos que sofreu durante a perseguição de Décio. Eusébio o apelidou de Adamántios (homem de aço) por causa do rigor de seu ascetismo.
Depois de morto, Orígenes foi condenado várias vezes e teve sua obra parcialmente destruída.
O número de trabalhos e livros que escreveu é vastíssimo, ultrapassando todos os Padres da antigüidade. Alguns exemplos: os Hexapla, onde reunia em seis colunas diversas versões do Antigo Testamento (hebraico, transcrição do hebraico para o grego, tradução de Áquila, de Símaco, dos LXX e de Teodocião), Contra Celso (apologia contra as acusações feitas pelo filósofo platônico Celso, no séc. II), Da oração, Exortação ao martírio, Disputa com Heráclides.
Orígenes imaginava a criação como um ato eterno. Era subordinacionista. Afirmou que a fé na presença real de Cristo na eucaristia é a “mais comum entre os cristãos”. Atesta, sem dúvida alguma, o caráter sacrifical e expiatório da Santa Missa. Para ele, as almas dos pecadores, depois de algum tempo no Inferno, seriam regeneradas e salvas (apokatástasis pánton).
Inspirados em Orígenes e na Escola de Alexandria, muitos escritores cristãos desenvolveram suas obras: Júlio Africano, Amônio, Dionísio de Alexandria, o Grande, Gregório, o Taumaturgo, Firmiliano, bispo de Cesaréia, na Capadócia, Teognostos, Pedro de Alexandria, Pânfilo e Hesíquio.