Na Itália há denuncias de milhares de muçulmanos convertidos ao cristianismo sobre a falta de liberdade religiosa. Entre muitos testemunhos, existe a de um turco de 31 anos, que vai ser ordenado sacerdote católico dentro em breve. Quando foi ao seu país, para mudar de nome, recebeu no registro civil esta repreensão: ?Mudaste de religião, muda também de nacionalidade. Porque não tomas a da Itália ou a do Vaticano, e assim nos livrávamos de ti??.
Apesar disso, ele quer voltar à sua pátria como sacerdote: ?Amo o meu país e o meu povo, nunca renunciarei às minhas origens?.
Quero celebrar Missa em turco e confessar em turco. A minha experiência diz-me que, na Turquia, andam muitos jovens à procura da verdade, como eu andava”. Uma rapariga do Magrebe já tinha decidido converter-se ao catolicismo antes de vir para Itália, pela diferença notada, na sua infância, entre a escola muçulmana e a francesa dirigida por religiosas.
“Somos muitos, na Itália, os muçulmanos convertidos ao catolicismo. Sabe-se entre nós mas não podemos dizê-lo. Em público dizemos que somos ateus. Quando houver liberdade de culto também para nós, então vereis quantos nós somos! Um cristão que se faz muçulmano pode manifestar tranquilamente a sua fé e até fazer propaganda sem qualquer risco, mas se um muçulmano se faz cristão passa a viver num clima de terror. Eu tenho medo de entrar numa igreja, vou a um bairro longe donde vivo, e sempre muito atento a que não me vejam. Mas mesmo assim não deixo de ir. Eu tenho mesmo fé, de verdade. A primeira vez que participei numa missa em árabe não parei de chorar”.