A crença em Deus é a primeira e mais fundamental afirmação da profissão de fé do cristão católico. O Catecismo Romano afirma:
Os fiéis fazem primeiro profissão de crer em Deus (cf. Catech. R.1,2,6; cit.217 do CIC).
A crença cristã em Deus nos remete de imediato ao monoteísmo, tendo em vista que cremos em um só Deus. A profissão de fé expressa no Simbolo niceno- constantinolpolitano, confessa a crença na Unicidade de Deus, ou seja, só há um Deus:
A Fé cristã confessa que há um só Deus, por natureza, por substância e por essência (cf. Catech. R.1,2,8; cit.218 do CIC).
A origem da crença na Unicidade de Deus é fruto da Revelação Divina da Antiga Aliança. Deus revela-se a Israel como o Único:
“Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor! Portanto, amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força” (Dt 6,4-5).
Tanto os profetas do Antigo testamento, quanto os apóstolos do Novo Testamento chamam todos os povos ao reconhecimento e fé no Único Deus:
Volvei-vos para mim, e sereis salvos, todos os confins da terra, porque eu sou Deus e sou o único, juro-o por mim mesmo! A verdade sai de minha boca, minha palavra jamais será revogada: todo joelho deve dobrar-se diante de mim, toda língua deve jurar por mim, dizendo: É só no Senhor que se encontra a vitória e a força (Is 45,22-24)
Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor. (Fl 2.10-11)
Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos. (At 4,11-12)
Nosso Senhor Jesus Cristo confirma a unicidade de Deus, conforme se depreende do Evangelho:
Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças.(Mc 12,24-30).
Jesus mostra também que Ele é o Senhor ao ensinar: Continuava Jesus a ensinar no templo e propôs esta questão:
Como dizem os escribas que Cristo é o filho de Davi? Pois o mesmo Davi diz, inspirado pelo Espírito Santo: Disse o Senhor a meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos sob os teus pés (Sal 109,1).Ora, se o próprio Davi o chama Senhor, como então é ele seu filho? E a grande multidão ouvia-o com satisfação. (Mc 12,35-37).
Em diversos textos São Paulo exorta aos cristãos: Jesus é o senhor!
Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo (Rm 10,9)
Por isso, eu vos declaro: ninguém, falando sob a ação divina, pode dizer: Jesus seja maldito e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo (I Cor 12,3)
E esta aliança da qual Jesus é o Senhor, é-lhe muito superior. (Hb 7,22)
Diante do exposto, ensina com autoridade o Magistério da Igreja: Confessar que “Jesus é Senhor” é o específico da fé cristã. Isso não contraria a fé em Deus único. Crer no Espírito Santo “que é Senhor e dá a Vida” não introduz nenhuma divisão no Deus único (CIC § 202).
Cremos firmemente e afirmamos simplesmente que há um só verdadeiro Deus eterno, imenso e imutável, incompreensível, Todo-Poderoso e inefável, Pai, Filho e Espírito Santo: Três Pessoas, mas uma Essência, uma Substância ou Natureza absolutamente simples. (Concílio Lateranense IV; DS 800, Cit.222 do CIC).