- Autor: Jesús Mondragón (Saulo de Tarso)
- Fonte: https://www.facebook.com/jesus.mondragon.180
- Tradução: Carlos Martins Nabeto
– É bíblica a esperança terrestre? “Você pode viver para sempre na terra”, eis a falsa esperança das Testemunhas de Jeová. Você ficará surpreso em saber quem inventou essa “doutrina”.
Atualmente existem cerca de 70.000 seitas e denominações “cristãs”, e ainda que as suas doutrinas sejam bastante diferentes umas das outras, há uma doutrina em que em maior ou menor medida todas coincidem: falamos da ressurreição, pois como disse São Paulo:
- “E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1Coríntios 15,13-14).
Contudo, isto que hoje nos é tão claro, não o era na época de Jesus Cristo. A Escritura nos fala dos fariseus e dos saduceus – as duas principais seitas do Judaísmo. Quanto aos saduceus, a Bíblia nos diz:
- “No mesmo dia chegaram junto dele os saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram” (Mateus 22,23).
Na época de Jesus e dos Apóstolos, a Bíblia era composta apenas pelo Antigo Testamento, já que o Novo Testamento ainda não havia sido escrito, de modo que os judeus, em boa parte da sua história, não acreditavam na ressurreição porque, simnplesmente, o Antigo Testamento não a mencionava. Acreditavam que, ao morrer, o homem inteiro ia para o “Sheol”, a “região dos mortos”:
- “Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce ao Sheol nunca tornará a subir” (Jó 7,9).
Entretanto, o ser humano intuía que não poderia terminar inteiramente nesta vida. Os escritores sagrados expressam como uma pergunta, como um anseio, esse deseja de vida eterna:
- “Quem dera que me escondesses no Sheol, e me ocultasses até que a tua ira se fosse; e me pusesses um limite, e te lembrasses de mim! Morrendo o homem, porventura tornará a viver? Todos os dias de meu combate esperaria, até que viesse a minha mudança. Chamar-me-ias, e eu te responderia, e terias afeto à obra de tuas mãos” (Jó 14,13-15).
Há muitas luzes da vida eterna no Antigo Testamento, porém, mais do que um ensinamento, se trata mais de um desejo expresso da parte do homem e não de uma promessa revelada por Deus. O livro do Eclesiastes, p.ex., busca dar uma resposta a essa pergunta, sem encontrá-la, pois repete 27 vezes a frase “sob o sol”, para se referir a como as coisas aparentam ser aqui na terra, para nós. O livro acaba sem oferecer uma resposta para o que ocorre após a morte: o escritor sagrado não continua a sua dissertação porque o céu está bem além do sol e o Eclesiastes não consegue explicar senão somente aquilo que está “sob o sol”:
- “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12,7).
O homem também intuía que haveria um castigo para os maus e um prêmio para os bons, mas tanto o castigo quanto o prêmio eram expressos ocorrendo aqui mesmo, na terra, na vida presente.
- O castigo: “E esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos que guerrearam contra Jerusalém: a sua carne apodrecerá, estando eles em pé, e lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e a língua lhes apodrecerá na sua boca” (Zacarias 14,12).
- O prêmio: “Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá. Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz” (Salmo 37,10-11); “E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear” (Isaías 2,4).
Faltava ainda mais revelação, mais luz da parte de Deus, para saber que nada disso seria o fim e que o castigo ou prêmio para o homem iria além desta terra.
A doutrina da ressurreição é relativamente recente, pois o povo judeu chegou ao seu conceito apenas dois séculos antes de Cristo. O primeiro livro do Antigo Testamento a mencioná-la, como uma promessa revelada por Deus, é o livro do Profeta Daniel, escrito tão somente 165 anos antes de Cristo:
- “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” (Daniel 12,2).
A FALSA ESPERANÇA
Hoje em dia nos apresentam essas pessoas que se autodenominam “testemunhas cristãs de Jeová”, tocando nas portas das nossas casas, prometendo o seguinte, segundo o seu livro “O que a Bíblia realmente ensina”:
1) Deus converterá novamente a terra em paraíso terrestre:
- “Como vimos no capítulo 3, Deus tem o propósito de converter toda a terra em um paraíso” (p.72/16).
2) Há duas esperanças de ressurreição: uns têm esperança de ressuscitar na terra e apenas 144.000 ressuscitarão no céu:
- “Portanto, os mortos não tornarão à vida em um mundo cheio de guerras, crimes e doenças. Melhor: terão a oportunidade de serem felizes e viverem em paz na terra por toda a eternindade” (p. 72/16).
- “A Bíblia ensina que há outra espécie de ressurreição. Trata-se da ressurreição como ser espiritual, para viver no céu” (p. 73/21).
- “A estes 144.000 cristãos – entre os quais estão os apóstolos fiéis de Jesus – Deus os ressuscita para que vivam no céu” (p.74/24).
A seguir, veremos que tais afirmações não são bíblicas, nem tampouco o produto da fantasia dos dirigentes das Testemunhas de Jeová; sua origem é muito mais obscura.
Os líderes jeovistas têm verdadeira mania de empregar textos do Antigo Testamento; se encantam ao citar os livros do Eclesiastes, Isaías, Salmos etc. – quando o povo de Israel ainda se encontrava desorientado em sua infatil ignorância e não possuía conhecimento sobre a vida que há após a vida, nem sobre o céu e o inferno -, confundindo as pessoas que não estão familiarizadas com a Bíblia.
Em primeiro lugar: Deus não planejou reconstruir a terra como paraíso terrestre, onde viveram Adão e Eva:
- “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mateus 24,35).
- “Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios. (…) Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2Pedro 3,7.11-13).
É óbvio que esta terra deixará de existir, segundo as palavras de Jesus Cristo, que é muito, muito mais confiável que as mal-chamadas Testemunhas de Jeová. Também o Apóstolo São Pedro afirma o desaparecimento da terra, porém não nos dá maiores informações, apenas nos fala de “novos céus e nova terra”, em uma clara referência aos textos veterotestamentários. Foi São Paulo que, arrebatado ao 3º Céu além do sol, ouviu palavras “inefáveis”, ou sejam, que não podem ser pronunciadas. O que ele nos diz, porém, é que o paraíso encontra-se no Céu e não na terra:
- “Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei – Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei – Deus o sabe) foi arrebatado ao Paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar” (2Coríntios 12,2-4).
O Apóstolo São João também lançou um olhar bem além do sol, onde ouviu palavras que não deveriam ser escritas:
- “Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: ‘Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer'” (Apocalipse 4,1).
- “E, quando os sete trovões acabaram de emitir as suas vozes, eu ia escrever; mas ouvi uma voz do céu, que me dizia: ‘Sela o que os sete trovões emitiram, e não o escrevas'” (Apocalipse 10,4).
É natural que ao não poderem descrever o que há no Céu, os escritores sagradas empreguem figuras terrenas para que nos dessem uma ideia do que há ali para nós:
- “Mas, como está escrito: ‘As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam'” (1Coríntios 2,9).
O que há no Céu não pode ser explicado senão com o que nos é familiar: com coisas terrenas, pois o próprio Jesus Cristo nos disse:
- “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (João 3,12).
No tocante a haver duas esperanças para a ressurreição – a esperança terrestre e a esperança celeste – apenas podemos dizer que é fruto da mentira, pois jamais a Bíblia fala de duas esperanças, mas muito pelo contrário:
- “Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque como esperar o que se vê?” (Romanos 8,24).
- “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pedro 1,3).
- “Tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição de mortos, assim dos justos como dos injustos” (Atos 24,15).
- “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação” (Efésios 4,4).
O que realmente ensina a Bíblia contradiz os falsos ensinamentos das Testemunhas de Jeová. A Bíblia é clara: “Uma ressurreição, uma esperança”.
Então, de onde nasce a doutrina jeovista de viver para sempre em uma paraíso na terra?
Toda corrente ideológica sempre tem seus antecedentes na História. Que nos respondam: por que isso agora?
A bondade ou maldade dos criadores de tais doutrinas e ideologias nos ajudam a restabelecer a veracidade ou falsidade dos seus postulados. Quem, em toda História da Criação, foi o primeiro a prometer que viveríamos para sempre na terra?
Vamos ao início: ao livro do Gênesis. Adão e Eva viviam em um paraíso na terra, criado por Deus, sendo o que Senhor lhes havia dito:
- “E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: ‘De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás'” (Gênesis 2,15-17).
Indo contra a ordem e a palavra de Deus, Adão e Eva desobedecem, seduzidos pela promessa de não morrerem e viverem para sempre no Éden e serem como Deus:
- “Então a serpente disse à mulher: ‘Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal'” (Gênesis 3,4-5).
O resto da história todos nós a conhecebemos, bem como as consequências. Pois bem: agora você já sabe quem inventou essa mentira – ele mesmo: Satanás!
Satanás foi o primeiro a prometer “podeis viver para sempre no paraíso na terra”!
Eu tenho esperança de ir para o Céu. E você?