E todas as gerações me proclamarão bem-aventurada!

 “E então Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor e meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão Bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas Aquele que é poderoso e cujo nome é Santo!” (Lc 1,46-49).

Este cântico mariano é conhecidíssimo entre os cristãos. Em todas as Bíblias têm e todos deveriam saber muito bem o que ele quer dizer.

Como todos sabem (cristãos e não cristãos), Maria foi escolhida para ser a Mãe do Salvador. Deus, em sua infinita bondade, criou tudo por amor e deu ao homem para que administrasse, mas este preferiu voltar-se contra Deus. Não foi a única ‘espécie’ que se voltou contra Ele. Também os Anjos, criaturas perfeitas e criadas por amor, voltaram-se contra o seu Senhor (é verdade que não todos, mas uma terça parte liderada por Lúcifer).  O pecado encontrou espaço no mundo e Deus viu que seus filhos amados se afastavam Dele a cada dia mais e mais. Diante disto, prometeu a seu povo que não os deixaria viver em vão. No auge do Seu amor sublime, sonhou, idealizou e criou uma mulher que pudesse receber em seu ventre imaculado o Ser mais puro, mais Sublime, o Verbo de Deus, a Salvação Eterna: Jesus Cristo.  Não poderia ser qualquer mulher (como alguns “cristãos” afirmam), mas A mulher.

Já no começo do Evangelho de São Lucas lemos que o Arcanjo Gabriel anunciou à Virgem a Encarnação; só que este anúncio não foi de qualquer jeito; Ele a saudou como a “Cheia de graça” (cf. 1, 28-38), e em seguida afirmou que Deus era com Ela, pois ela havia encontrado diante Dele graça. Deus se alegrou com Maria que não O decepcionou; ao contrário, colocou-se a serviço do seu Senhor, assumindo todos os riscos que sua decisão acarretaria. Tornou-se então Maria, naquele momento, a Filha, a Mãe e a Esposa da Trindade Santa.

O Arcanjo também contou a Maria nesta ocasião que sua prima Izabel estava grávida. Aquilo era um milagre, já que ela era tida como estéril (cf. Lc 1,36). Às pressas pôs-se a Mãe de Deus a serviço. Juntou suas coisas e foi cuidar de Izabel que já estava no sexto mês de gestação e ficou com ela o tempo necessário para seus cuidados. Chegando à casa de Zacarias, quando Izabel avistou Maria, João Batista, seu filho, último profeta antes de Cristo, nosso Senhor e Salvador, estremeceu no ventre de sua mãe a ponto de Izabel exclamá-la como a mais Bendita entre todas as mulheres. Diante da graça de Deus contida em Maria (porque Deus assim quis e fez) Izabel se humilha e reconhece as maravilhas do Senhor. Logo Nossa Senhora responde humildemente que o mérito não é dela, mas de Deus. Isto fica claro no famoso cântico “Magnificat” (leia Lc 1, 46-55).

Ora, podemos concluir que Deus, em seu infinito amor, deu-nos novamente a chance de vivermos uma vida plena. As portas do Céu foram abertas por Maria para que a Salvação chegasse a nós! Gosto muito da afirmação de São Luís Maria Montfort em seu livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” quando diz: “Deus juntou todas as águas e fez o mar; juntou todas as graças e fez Maria.” Estupendo!

E Jesus veio, viveu, proclamou ao mundo a Verdade, morreu numa Cruz para nos salvar do pecado, ressuscitou, prometeu que voltará para nos buscar, e mesmo assim o mundo continua indiferente a tudo isso. Não somente indiferente a Jesus, mas também com tudo o que seja Seu (e é claro que o homem está contido nisto também).

As formas de indiferença àquilo que é Divino são demonstradas a cada segundo para nós: luta pelo aborto, pelas pesquisas com células-tronco embrionárias, eutanásia, apelo à pornografia, à uma cultura de sexo depravado, à destruição dos lares, dos valores, da moral e da ética, à desvalorização do ser humano, à idolatria da natureza, do corpo, dos bichos, do dinheiro, dos bens materiais e de todo o tipo… Enfim, tantos absurdos colocados como “razão de ser” do homem do novo século. É a modernidade nada moderna cooperando para o seu mal próprio. Transmitem-nos isto de uma forma muito disfarçada, propondo de modo sujo que engulamos essas bizarrices como verdades supremas. E se alguém não aceitar, simples: exclua do grupo e culpe a retrógrada Igreja, pedra no sapato das “mentes livres”.

Uma boa desculpa que se criaram para culpar a Santa Igreja foi dizer que o Estado é Laico, separado da Igreja, e, portanto esta não tem o direito a opinar em nada que seja referente a este. Só que não é esse o sentido primário da Doutrina Filosófica Laicista. O Laicismo (ou Secularismo) foi criado no intuito de separar o Estado da Igreja, permitindo que cada ser humano siga sua própria consciência. O Estado, por sua vez, teria uma posição neutra aos assuntos religiosos, zelando pela igualdade entre os cidadãos – em matéria religiosa –, permitindo que cada um professe sua fé livremente. Logo, o significado de laico não é ateu, mas separado. E esta doutrina insiste que todos têm o direito à liberdade de consciência (e aí eles “forçam a amizade” alegando que a Igreja oprime com seus dogmas, justo ela que tanto cooperou para o crescimento cultural e filosófico da civilização. Afirmam sem nexo algum que ela interferiu negativamente na idade média na política e nas Universidades e que por isto era urgente a necessidade de tal separação) e a liberdade de expressão, sendo todos iguais perante a Lei do Estado.

Claro que o Laicismo só é verdade no papel. Platão também idealizou uma sociedade politicamente perfeita que só ficou no papel.  E nesta sociedade insana, o que vemos não é o respeito ao pensamento religioso, mas a saga pela sua extinção. Ou seja: aquela máxima de priorizar a liberdade de consciência e expressão só se limitou a quem está contra a Igreja. Todo o que se coloca a favor dela e/ou concorde com o que a mesma diz é um insano e deve ser linchado.

Pergunto-me que liberdade é esta que este Estado propõe, alegando surgir do autoritarismo eclesial, se ele mesmo está agindo conforme atesta a Igreja agir? Não é imaturo pensar, por exemplo, que por meu pai bater mim eu tenho que nele bater e assim alcanço minha liberdade? Ora, se a Igreja oprimiu, o Estado está oprimindo com este ideal ridículo. O Estado está usando a Igreja como “Judas em sábado de Aleluia” pra colocar nela os ‘defeitos’ que são deles.

Mas como a alegria de muitos é apenas opor-se à Igreja, surgiu por estes dias a mais nova moda: decretar o dia da Padroeira do Brail como um dia apenas para católicos! Isso mesmo. O ex-Deputado e Professor Victorio Galli criou um projeto de Lei (2623/07) onde retira o título de Nossa Senhora como Padroeira do Brasil. Sua tese para isto? “O País, por ser um Estado laico, não deve ter este ou aquele padroeiro”. Certamente este Professor não sabe o que quer dizer Estado Laico. A Doutrina Filosófica diz que sobre os assuntos religiosos o Estado deve manter-se neutro, sem interferir-se (talvez porque na cabeça deles há o desejo louco de ‘ensinar’ a Igreja a não se meter também nos assuntos do Estado). Só que esta Lei é tão arbitrária e opressora que parte de uma mente presa ao preconceito religioso, uma atitude anti-católica e uma postura repressora onde não prima em momento algum pela liberdade, seja em que sentido entende-se isso. Como pode o Estado acusar a Igreja de opressora depois de pensar criar uma Lei grotesca como esta?

O autor do projeto confessa que alguns não católicos posicionaram-se a favor desta Lei (os protestantes). Engraçado ver os “evangélicos” (título dado por eles mesmos, assim como todos os outros títulos que eles mesmos se dão pautado em seu próprio “achismo” teologal) colocarem-se contra o Evangelho. Sim! Apoiando esta Lei, colocam-se contra o Evangelho. Por quê? Ora, a própria Virgem foi exaltada como a Bem-aventurada, e não só por sua Prima Izabel, mas pelo próprio Deus! Foi o Senhor quem a escolheu e quem a fez Bendita sobre todas as mulheres e em todas as gerações. Com que direito arbitrário podem então estes irmãos que se gabam de seguir plenamente as Escrituras passarem por cima desta verdade, opondo-se frontalmente à vontade Divina inspirada no cântico do Magnificat? Ah tá, talvez eles pensem que porque foi Maria quem o cantou, não é digno de mérito (mal sabem eles que Ela cantou do que o seu coração estava cheio. E não só seu coração, mas em seu ventre!).

Vale lembrar que o Professor é nada mais, nada menos, que um pastor da Assembléia de Deus e que também quis criar uma lei para “O dia do Evangélico”. Pah! Então no Estado Laico não podemos ter uma Santa como Padroeira, mas vale criar o dia do Evangélico? Já pensou se a moda pega?

E daí que o Estado é Laico? Por causa disso não pode então ter uma Padroeira? Qual o mal em ter este Estado uma Padroeira? Já foi dito que ser laico não é ser ateu. Não sou eu quem digo, mas o próprio pensamento filosófico.

E Nossa Senhora só quer cooperar com a humanidade… Vejam vocês: quando o Papa João Paulo II consagrou a Alemanha ao Imaculado Coração de Maria (nação esta que sofria pelo comunismo) houve a queda do muro de Berlim. Ter uma nação consagrada a Nossa Senhora é estar certo de que ela nos indicará o caminho Àquele que é, que foi e sempre será. É ouvir sempre sua doce voz nos ensinando: “Fazei o que Ele vos disser!”

Com tanta coisa pra solucionar neste Brasil corrupto, de pouca renda, com uma educação de péssima qualidade, com tantas famílias sem o mínimo de condição pra viver, a gente tem que ler uma notícias desta? Faça-me o favor…

Matéria sobre a Lei 2623/07 disponível em  http://www.clicnews.com.br/politica/view.htm?id=72961

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