Enquanto não chega a JMJ…

…silêncio da Mídia acerca de eventos no Rio, patrocinados com dinheiro público

O esporte predileto de jornalista, pró ou contra governo, é bater na Igreja Católica, a gente sabe disso. Há algumas semanas, a vítima da vez da mídia brasileira foi a Jornada Mundial da Juventude (JMJ/2013). Em uma reportagem sem um mínimo de nexo racional, uma emissora de televisão levantou argumentos fraquinhos contra a visita do Sumo Pontífice, Bento XVI, ao Rio de Janeiro, que acontecerá em 2013. Rebatemos ponto por ponto as acusações da jornalista, já imaginando que outras acusações viriam. Mas o que chama a atenção é o silêncio da grande mídia acerca de diversos eventos que acontecem no estado do Rio de Janeiro patrocinados com dinheiro público.

No próximo dia 01 de maio (2012), Dia do Trabalho, a cidade de São Gonçalo-RJ, comandada há vários anos por uma linha evangélica pentecostal, realizará mais um Festival Promessas. Nesta festa, nomes consagrados da cultura pop protestante fará o que sabe fazer de melhor: cantar. Diante do Trono, Bruna Karla e Fernanda Brum são nomes confirmados no evento. Contudo, o que não se pode esquecer é que quem organiza este evento é a Geo Eventos, empresa privada ligada à Rede Globo, que recebeu da prefeitura do Rio de Janeiro 30 milhões de reais para organizar alguns eventos na cidade. Dinheiro público investido em lazer, portanto. Além disso, haverá um esquema especial de segurança e trânsito para o bom êxito do evento, claro. Para tanto, agentes públicos da cidade foram convocados para organizar a atração, agentes que são pagos com impostos não só dos protestantes da cidade, mas de todos os cidadãos: católicos, islamitas, espíritas e ateus. Então fica a pergunta: é só para a Igreja Católica que os impostos pagos por todos os cidadãos não podem ser utilizados em benefício da parcela da população que professa alguma fé?

Outro evento importante é a Rio + 20, reunião internacional que será realizado no Rio de Janeiro daqui a uns meses. Diferentemente do Festival Promessas, esta reunião não visa o bem de parte da população, não representa a fé de um grupo respeitável de contribuintes. Pelo contrário, é uma ação política e ideológica, que intenta enganar as pessoas sobre o Alarme Global do Clima. Como já foi provado neste blog, não há Efeito Estufa por ocasião da ação humana. Mas mesmo assim, a reunião mundial vai acontecer. Como parece, muito esvaziada de líderes mundiais, mas acontecerá. E a cidade investirá em segurança para a trupe de fanfarrões, esquema de trânsito diferente e os recursos necessários para um evento desse porte. Tudo isso pago com o imposto do cidadão, alguns como eu, que sabem que ela não dará em nada (como em nada deu a Rio 92). Além, sobretudo, de ser uma manobra ideológica, um terrorismo climático. Então, a pergunta: quer dizer que os terroristas globais do clima podem usar o dinheiro do imposto de todos para falar de nada, em favor de coisa alguma, mas os cristãos não podem utilizar o mesmo dinheiro para debater os caminhos da juventude, recepcionar um Chefe de Estado e fechar negócios lucrativos para a cidade e o país? Alguém pode explicar qual é a lógica desse raciocínio?

Aos críticos da JMJ/2013, gostaria de fazer umas perguntas. Na verdade, gostaria de fazer as mesmas perguntas que foram feitas aos católicos por ocasião daquele reportagem jornalística citada. Mas no lugar de “Igreja Católica” ou “católicos” trocaremos os sujeitos das frases para dar a magnitude da falsidade que é criticar a JMJ:

1. A visita do Papa Bento XVI trará peregrinos que incharão a cidade, trazendo mal-estar à vida cotidiana dos cariocas;

2. O dinheiro usado para a visita poderia ser revertido em benefícios para a cidade;

3. O estado laico não admite que o governo financie ou colabore com ações de igrejas particulares.

Para os defensores da Rio + 20:

1. A visita de líderes mundiais trará visitantes que incharão a cidade, trazendo mal-estar à vida cotidiana dos cariocas;

2. O dinheiro usado para a Rio +20 poderia ser revertido em benefícios para a cidade;

3. O estado plural não admite que o governo financie ou colabore com ações de ideologias particulares.

Para os defensores do Festival Promessas em São Gonçalo:

1. A visita de protestantes de outras cidades inchará a cidade, trazendo mal-estar à vida cotidiana dos gonlçalenses;

2. O dinheiro usado para o Festival Promessas poderia ser revertido em benefícios para a cidade;

3. O estado laico não admite que o governo financie ou colabore com ações de igrejas particulares.

O mesmo raciocínio serve para o Carnaval, para a Festa da Virada de Ano em Copacabana, para a Festa de Parintins-AM, para a Octoberfest, para as atrações esportivas de todo tipo, para a manutenção do Maracanã pelo governo do Rio, etc. Todos podem utilizar recursos públicos para organizar seus eventos, menos a Igreja Católica. Isso aqui não era uma democracia? De nossa parte, defendemos a JMJ mostrando que os gastos propostos podem retornar mais de 1 bilhão aos cofres do governo, se tudo acontecer como na última JMJ, em Madrid. Como os defensores destes eventos justificam seus gastos? Com a palavra, os interessados.

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