Entrevista do Boff

Eu comprei há pouco uma revista de esquerda que anunciava na capa “a entrevista que abalou o Vaticano”. Era uma entrevista com o Boff.

Selecionei alguns trechos desta entrevista: é estarrecedor. Ele simplesmente não acredita em Deus, não acredita na Igreja, não acredita em nada. Coloca o homem no lugar de Deus e fica adorando-o, querendo apenas que ele se sinta melhor.

E é dessa forma que sai a TL, é de gente assim que ela é composta. Um dos entrevistadores é o frei Betto, que parece concordar com tudo o que o apóstata diz. E Frei Betto (ainda) não apostatou formalmente como seu comparsa.

A revista se chama “Caros Amigos”, e esta entrevista foi publicada no número de julho de 1997.

Mas vamos a ela – meus comentários entre “[ ]”:

“Eles [Roma] pegaram a mim, que era assessor da CNBB, ajudava a fazer os documentos, etc., para atingir a CNBB, especialmente a TL, esse diálogo da Igreja com a sociedade, com a pobreza, e atingir as CEBs, que este papa não aceita, porque ele acha que é um desvio fundamental na unidade, *porque não tem a eucaristia, não tem a hierarquia*, que são estruturas fundamentais da Igreja institucional.”

[Ou seja, a Eucaristia e a Hierarquia não pertencem ao modelo de Igreja que ele tem em mente.]

“[na hora de seu depoimento à Congregação para a Doutrina da Fé, o Cardeal Ratzinger] me leva até o fundo, onde tem uma pequena saleta, lugar em que eram julgados todos os inquiridos. E lá está a cadeirinha, a mesma em que sentou Galileu Galilei, sentou Giordano Bruno… e eu fiz uma saudação a ela, o que irritou o cardeal.”

“Na Igreja não funciona nem a lei divina, que eles interpretam como querem, nem a lei humana, que eles não aceitam.”

“a gente é herdeiro de alguém que foi prisioneiro político (…), que é Jesus”

“Eu acho que a Igreja hoje é uma Igreja partida, dividida, e que há dois modelos em conflito, que é o da Igreja-instituição, da Igreja-hierarquia, da Igreja-poder, que se estrutura em papa, cardeais, bispos, dioceses, paróquias, e (…) um outro tipo de igreja, que eu chamaria Igreja-rede-de-comunidades, que está assentada (…) nas comunidades, nas associações de moradores, grupos que vivem a fé nos seus encontros e que têm sua força no arquétipo cristão.”

[“Arquétipo cristão” esse que dá força para que a Igreja fundada por Cristo seja substituída por associações de moradores. E depois tem gente reclamando quando eu digo que a TL é de um reducionismo materialista que chega às raias do patético.]

“A Igreja mente, é corrupta e é cruel e sem piedade.”

“Frei Betto – No programa Roda Viva, na TV Cultura, eu vi um jornalista falar: ‘mas porque você não está mais na Igreja…’. Na verdade, você continua na Igreja. Boff – (…) eu renunciei a uma função hierárquica da Igreja, deixei de ser padre… (…) Voltei ao mundo de Jesus Cristo, porque Jesus foi leigo, não foi padre.”

“Carlos Moraes – Você formalizou este desligamento? Boff – Engraçado, eu encaminhei os papéis e até hoje o Vaticano não me respondeu. (…) foi um desligamento unilateral. (…) eu tive a audácia de me casar com uma mulher que já tinha seis filhos. (…) Eu acho importante dizer isso, porque implica uma ruptura também com a ditadura da Igreja. Você casar com uma desquitada, sabe? Um padre, teólogo, casa com uma desquitada.”

[Ou seja, ele simplesmente apostatou. Está atualmente suspenso de suas ordens por causa de sua apostasia e escândalo (vivendo amigado com uma mulher casada com outro homem), mas continua sendo um sacerdote. Vale lembrar que ele só pode ministrar licitamente o sacramento da reconciliação, e mesmo assim só em caso de perigo de vida.]

“Kotscho – Qual o significado de ele (o Papa) vir ao Brasil pela terceira vez? Boff – Isso é da política latino-americana, reforçar o lado mais conservador, ligado muito à família, a família mais tradicional. Qual a família que eles defendem? A do pequeno-burguês, estabelecida, fiel etc., que não é a família real da sociedade contemporânea.”

[Presumo que “a família real da sociedade contemporânea” seja composta por padres apóstatas vivendo em contubérnio ilícito com adúlteras…]

“um tema que está mobilizando (…) é o tema da terra (…). O dia em que (…) se discutir o tema da terra (…) no sentido mais contemporânea, da terra como Gaia, (…) terra como prolongamento do planeta, vivo…”

[Nova-era na veia da testa!]

“Deus não é um objeto, não é uma entidade, é uma suprema paixão, suprema energia, o que os gregos de uma maneira genial disseram, e eu gostaria de dizer porque ela está presente em nossa língua, que é a palavra _entusiasmo_. Porque em grego entusismo significa _ente os mos_, ‘ter um Deus dentro’. Então todo entusiasmo é a essência da vida, porque a essência da vida não é a vida, é a vitalidade da vida, é a energia que faz a vida viver. Então eu creio que é essa realidade que penetra tudo e não se deixa captar e sem a qual nós não entendemos nosso vigor, nossa esperança, nosso sonho, nosso entusiasmo, que escapa continuamente e ao mesmo tempo nos desafia pra frente e pra cima. Penso que isso é Deus. E cultivar este espaço, manter a devoção, manter o encantamento e deixar que isso se irradie é a obra de alguém que é inteiro. Porque, como disse Sta. Teresa, quando se trata de comer galinhas, então comer galinhas, quando se trata de jejuar, então jejuar, quando se trata de lutar com os sem-terra, lutar com os sem-terra, quando se trata de escrever um artigo, ser inteiro na escritura do artigo. Eu acho que essa capacidade é aquilo que é a ressonância, que é o resultado da presença secreta, sutil, dessa paixão, desse fogo interior, que nós chamamos Deus.”

[Deixei a montoeira de blasfêmias acima sem cortes, para que seja possível ver não apenas a incoerência, mas a falta de fé do pobre Boff. Isso explica tudo. Quem não acredita em Deus acredita em qualquer bobagem.]

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