Esclarecimento de d. pedro casaldáliga

Prezados amigos:

No arquivo em anexo, e no final desta mensagem, estão os esclarecimentos prestados por D. Pedro Casaldáliga, em face das nossas denúncias a respeito da satânica e escandalosa campanha anti-religiosa por ele apoiada, em conluio com o movimento homossexual e as “Católicas” (Abortistas) pelo Direito de Decidir.

Na carta, D. Pedro Casaldáliga diz ser a favor da vida e contra o aborto. Nós não o tínhamos acusado de ser a favor do aborto. Ele não precisava justificar-se disso. O que tínhamos denunciado é que ele estava agindo em conjunto com grupos abortistas para retirar os símbolos religiosos do espaço público. Ademais, a resposta do bispo é vaga e ambígua. Pois até os abortistas dizem que são “contra o aborto” (“contra o aborto, mas a favor da legalização”). Eu gostaria de ouvir de D. Pedro Casaldáliga, com toda a clareza, que ele é contra a legalização do aborto em qualquer circunstância. “Sim, sim; não, não. O resto é conversa do demônio” (Mt 5,37). A resposta vaga e ambígua de D. Pedro Casaldáliga gerou dentro de mim dúvidas sobre a posição do bispo em relação a esse tema, que antes eu não tinha.

Nos esclarecimentos prestados por D. Pedro Casaldáliga, o bispo confirma a exatidão das nossas denúncias, embora tente mascarar sua confissão com uma contradição. Na carta, D. Pedro Casaldáliga nega defender um projeto anti-religioso, mas logo depois confessa seu apoio ao projeto anti-religioso: “acho que não se deveria colocar nenhum símbolo religioso, de nenhuma religião em lugares públicos (sobretudo se são oficiais)“. Ou seja, D. Pedro Casaldáliga quer retirar os símbolos cristãos de todos os lugares públicos (repartições administrativas, escolas e hospitais públicos, praças e parques oficiais etc.).

Todavia, ele abre exceções: “Agora acrescento: É bom recordar que muitos desses símbolos têm também valor artístico é histórico. Ninguém vai pedir, por exemplo, que se retire o Cristo do Corcovado.” Ou seja, D. Pedro Casaldáliga tolera símbolos religiosos nos lugares públicos desde que haja valor artístico e histórico. Em outras palavras, para D. Pedro Casaldáliga, como para um ateu, o valor estético e artistico do Cristo Redentor (Corcovado) é muito mais importante que seu significado religioso.

Após as nossas denúncias, D. Pedro Casaldáliga pediu ao sítio “Brasil para Todos” que seu nome fosse retirado da lista dos apoiadores do projeto anti-religioso. Todavia, os dirigentes do sítio publicaram as correspondências trocadas entre eles e D. Pedro Casaldáliga que provam que o bispo tomou conhecimento do teor do sítio e aprovou seu conteúdo:

De: Dom Pedro Casaldáliga
Para: BRASIL para TODOS
Data: 21-11-2006

Prezado,

Vi o site. Não tenho nada a acrescentar, somente sublinhar que defendemos o respeito a todas as religiões, o diálogo interreligioso e a liberdade religiosa no mundo inteiro, mas com a separação entre Igreja ou Religião e o Estado.
Evidentemente que isso significa um processo de educação, umas políticas equilibradas e a maturidade das pessoas para viver sua religião ou seu agnosticismo, respeitando a religião ou o agnosticismo do próximo.
Com um abraço fraterno
Pedro Casaldáliga

Repare que D. Pedro Casaldáliga refere-se a si mesmo e aos dirigentes do projeto na 1a pessoa do plural (nós): “Vi o site. Não tenho nada a acrescentar, somente sublinhar que defendemos o respeito…” Veja a íntegra das correspondências em:
http://www.brasilparatodos.org/?page_id=124

Essa nossa vitória mostra a força do povo católico quando se manifesta. Rezemos por D. Pedro Casaldáliga, que esse bispo anda precisando de conversão.

Seguem abaixo os esclarecimentos de D. Pedro Casaldáliga, sobre o seu apoio ao projeto anti-religioso.

Um fraterno abraço a todos,

Rodrigo R. Pedroso.


Assunto: Símbolos religiosos e direito à Vida

Prezados Daniel, Evelyn, Nilton, João Batista, Crispin, Felipe Aquino e outros irmãos e irmãs interessados em saber uma resposta minha com respeito a problemas de religião e de moral, suscitados mais explicitamente com ocasião da visita do Papa.

1.- Evidentemente eu não pertenço a nenhuma associação iconoclasta, nem defendo um projeto anti-religoso. Pelo contrário, defendo os símbolos religiosos, porque é próprio do ser humano ter e utilizar símbolos, religiosos também.

A uma pergunta que me foi feita sobre o particular respondi textualmente: “Defendemos o respeito a todas as religiões, o diálogo inte-religioso e a liberdade religiosa no mundo inteiro, mas com a separação entre Igreja ou Religião e o Estado”. “Eu, pessoalmente, também acho que não se deveria colocar nenhum símbolo religioso, de nenhuma religião em lugares públicos (sobretudo se são oficiais), para respeitar a alteridade e a dignidade de todas as religiões, nesse mundo plural. Assim como se deveria permitir, com toda liberdade, que cada pessoa, em seu corpo, em sua casa, nos lugares particulares seus, tivesse a plena liberdade de utilizar símbolos queridos (sempre que esses símbolos próprios não sejam uma ofensa a outros símbolos que merecem igual respeito). É todo um processo de maturidade, de diálogo, de compreensão, de enriquecimento mútuo”.

Agora acrescento: É bom recordar que muitos desses símbolos têm também valor artístico é histórico. Ninguém vai pedir, por exemplo, que se retire o Cristo do Corcovado.

2.- Ultimamente o tema do aborto tem passado a primeira página das inquietações pessoais e da sociedade como um todo; com a intervenção muita explícita da Igreja Católica. E também se me tem perguntado a minha opinião sobre o particular.

Porque sou a favor da vida, sou contra o aborto. O que pedimos muitos é que se tenha diálogo, compreensão e respeito para as abortivas, muitas vezes submetidas a uma verdadeira tragédia pessoal. Pedimos também que as Igrejas, as Religiões, dialoguem com a ciência. E que se ataquem as causas que muitas vezes são causa próxima ou remota do aborto: falta de tratamento de saúde, desemprego e salário indigno, falta de educação, falta de controle e de superação da violência, que afeta sobretudo à mulher (muitas vezes dentro da própria família); toda essa falta de promoção e de políticas sociais que não permite para todos e todas uma vida dignamente humana.

Agradeço a todos os companheiros e companheiras a solidariedade fraterna. E seguiremos unidos nas lutas e na esperança do Reino de Deus.

Um forte abraço no Deus da Vida.

Pedro Casaldáliga

São Félix do Araguaia, MT. 10 de maio de 2007

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