Recentemente, um leitor amigo nosso (Aruan Baccaro) nos enviou um ícone ortodoxo retratando a visão cristã do aborto. O ícone é bastante contundente e marcante. Por isto, e apesar de ortodoxo, entendemos por bem publicá-lo em nosso site, explicando-o aos leitores.
Aquele que ler este artigo, contudo, não deve se esquecer que os ortodoxos, apesar de terem sacramentos válidos, mantêm-se em postura cismática para com Roma e para com o Papa, pelo que incorrem em grave erro. Não nos esqueçamos, pois, de rezar por eles, para que retornem à plena comunhão com a única Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Vamos, pois, ao ícone:
Comecemos por sua parte esquerda, cujas cores de fundo são mais claras (em contraste bastante evidente com a parte direita, com cores escuras representando as trevas, o mal e a morte).
Jesus Cristo, vencedor da morte, surge protegendo e abençoando, abaixo dele, uma família cristã (é de se notar os trajes modernos que vestem). Família, aliás, numerosa (pai, mãe e seis filhos). O pai carrega um dos filhos (como São José, que carrega o Menino Deus, tradicional imagem da iconografia cristã) e traz o alimento da família na mão esquerda. A mãe embala o filho ainda bebê e alimenta uma outra criança. São figuras tradicionais do pai e da mãe cristãos, essencial para o desenvolvimento dos filhos.
Acima da família cristã, surge a Sagrada Família de Nazaré. Maria carrega, em seu colo, o Senhor Deus, nascido de seu puríssimo ventre. São José, por sua vez, carrega uma criança envolta em panos brancos, símbolo, na iconografia tradicional, da alma das crianças inocentes assassinadas.
Abaixo da família cristã, numa imagem bastante contundente, temos a Arrependida, isto é, a mãe que, tendo cometido o monstruoso crime do aborto, chora, agora, o filho que ela própria matou. Veste-se de vermelho, o que representa o sangue inocente por ela derramado.
Na parte esquerda inferior, há a figura da mãe solteira. De um lado, ela pecou e consentiu em relações pré-nupciais (talvez, seja por isto que parte de sua vestimenta é vermelha, cor da luxúria), mas, por outro lado, manteve-se firme frente à tentação de abortar e, agora, carrega (não sem o auxílio de Deus) a Cruz de ser mãe sem a ajuda e o suporte de um esposo. Cruz esta que, se bem vivida, será sua porta de entrada para o céu depois que findar sua peregrinação terrestre.
Passemos, agora, às trevas!
Na parte direita do ícone, vemos sentada, num trono vermelho, uma rainha, chamada de Novo Herodes. É o próprio aborto personificado, que, como o Herodes o fez outrora, promove a matança dos inocentes no mundo moderno. Ela espezinha e massacra vários bebês e recebe ainda outros (todos em posição fetal) que as mulheres lhe oferecem. Estas mulheres estão à sua frente e personificam (de baixo para cima) a crueldade, a futilidade, a indiferença e a luxúria, sem as quais a monstruosidade do aborto não ocorreria.
Ao fundo, vemos um médico. No original, a palavra é também grafada entre aspas, pois, sob a aparência de um médico (que deveria usar seus talentos apenas para salvar vidas), encontra-se um assassino frio, que passa uma espada no ventre de um bebê indefeso. Se o leitor reparar bem, seu bolso está cheio de dinheiro, pois se enriquece com a matança que ele próprio promove. Ao fundo, a imagem de um dragão, a Antiga Serpente, o chamado Diabo ou Satanás, que, sedutor do mundo inteiro, seduz o médico, colocando-o ao seu serviço.
Pois, todos os que se colocam a serviço, direito ou indireto, do aborto, estão a serviço direto de Satanás.
Que deles (e de todos nós) o Senhor Deus tenha piedade.