INDULGÊNCIAS
Todo pecado leva uma culpa e uma pena. A culpa é perdoada na confissão. A pena deve ser expiada nessa vida ou na outra. A Igreja tem o poder de perdoar esta pena através das indulgências.
A indulgência é a remissão diante de Deus da pena temporal pelos pecados já perdoados no que se refere à culpa, que o fiel devidamente disposto e sob determinadas condições adquire mediante a intervenção da Igreja, a qual, como ministra da redenção, dispensa e aplica com autoridade o tesouro das expiações conquistadas por Cristo e pelos santos.
A indulgência é parcial ou plenária, dependendo de se libera somente uma parte ou toda a pena temporal causada pelos pecados. Ninguém pode oferecer a indulgência que adquire por pessoas que ainda vivem. As indulgências parciais ou plenárias podem ser aplicadas aos defuntos como sufrágio.
Para que alguém seja capaz de adquirir as indulgências requer-se que seja batizado, não esteja excomungado, esteja em estado de graça pelo menos no final das obras prescritas e seja súdito do que tem autoridade para concedê-las.
Para que a pessoa, que é capaz de recebê-las, realmente as obtenha, deve ter a intenção, aos menos geral, de recebê-las, bem como a de realizar as obras prescritas, no tempo e do modo determinado pelo teor da concessão.
Para conseguir a indulgência plenária é necessário realizar a obra aplicada com indulgência e cumprir três condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Sumo Pontífice. Requer-se, além disso, que se elimine qualquer afeto ao pecado, ainda que seja venial.
1 – … a confissão das faltas cotidianas ( pecados veniais ), é vivamente recomendada pela igreja. Com efeito, a confissão regular de nossos pecados veniais nos ajuda a formar a consciência, a lutar contra nossas más tendências, a deixar nos curar por Cristo, a progredir na vida do espírito. ( cf. Catecismo da Igreja Católica, 1458 ).
2 – O pecado venial deixa subsistir caridade, embora a ofenda e fira. ( cf. Catecismo da Igreja Católica, 1855 ).
3 ? Comete-se pecado venial quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei moral, ou então quando se desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou sem pleno consentimento. ( cf. Catecismo da Igreja Católica, 1862 ).
As três condições mencionadas podem cumprir-se muitos dias antes ou depois de realizadas a obra prescrita; não obstante, convém que a comunhão e a oração pelas intenções do Sumo Pontífice, sejam feitas no mesmo dia em que se realiza a obra.
A condição da oração pelas intenções do Sumo Pontífice es cumpre plenamente recitando um Pai-nosso e uma Ave-Maria por suas intenções; apesar disto, cada um dos fiéis tem a liberdade de recitar outras orações, de acordo com a sua piedade e as sua devoções particulares.
Por meio da Igreja, é concedida ao fiel cristão que, pelo menos com o coração contrito realiza uma obra enriquecida com indulgência parcial, a remissão temporal da pena, proporcional à que ele recebe com sua ação.
A indulgência plenária pode ser adquirida somente uma vez ao dia, com exceção ?In Articulo Mortis? ( em momento de morte ). A indulgência parcial pode ser adquirida muitas vezes durante o dia, a não ser que se expresse o contrário.
São dadas três condições de indulgências parciais ao fiel cristão que:
1 ? No desempenho dos seus deveres e na paciência diante das dificuldades da vida levanta com humilde confiança a sua alma a Deus, acrescentando, ainda que só mentalmente, uma invocação piedosa;
2 ? Guiado pelo espírito de fé emprega a si mesmo ou seus bens com espírito de misericórdia ao serviço dos seus irmãos necessitados;
3 ? Espontaneamente se abstém de alguma coisa lícita e agradável a si por espírito de penitência.
Algumas orações e ações enriquecidas com indulgência parcial:
1 – Cada um dos atos de fé, esperança, caridade e contrição recitados com devoção de acordo com uma fórmula autorizada.
2 ? A visita de adoração ao Santíssimo Sacramento.
3 ? A oração ao Anjo da Guarda
4 ? O ?Ángelus? e o ?Regina Cæli?, recitados no tempo correspondente.
5 ? O ?Alma de Cristo?.
6 ? O ato de comunhão espiritual.
7 ? O Credo
8 ? A ação de ensinar ou aprender a doutrina cristã
9 ? As ladainhas dos santos, da Santíssima Virgem Maria, etc.
10 ? O ?Magnificat?.
11 ? O ?Lembrai-vos?.
12 ? O ?Miserere?.
13 ? A oração pelas vocações sacerdotais ou religiosas.
14 ? A oração mental ou meditação
15 ? A oração pelo Sumo Pontífice
16 ? O terço rezado em particular.
17 ? A leitura da Sagrada Escritura.
18 ? A ?Salve Rainha?.
19 ? O sinal da cruz
20 ? O ?À vossa proteção?.
21 ? O ?Tantum ergo?.
22 ? O ?Te Deum?.
23 ? O hino ao Espírito Santo.
24 ? Na renovação das promessas batismais.
Algumas orações e ações enriquecidas com indulgência plenária:
1 ? A visita de adoração ao Santíssimo, de meia hora pelo menos.
2 ? A visita por devoção a alguma das quatro basílicas patriarcais de Roma: São Pedro, São Paulo Fora dos Muros, São João Latrão e Santa Maria a Maior: o dia da festa titular, qualquer dia de festa de preceito; uma vez ao ano ou num dia escolhido por cada um.
3 ? A benção do Papa, dada ?urbi et orbi?, recebida com piedade e devoção, mesmo que seja somente através do rádio ou da televisão.
4 ? A visita aos cemitérios acompanhada de oração, ainda que só mental, pelos defuntos, e aplicada somente às almas do purgatório, do dia primeiro ao oito de novembro.
5 ? A adoração da cruz, na sexta-feira santa durante a solene ação litúrgica.
6 ? Nas primeiras comunhões, aos que a recebem e aos que assistem.
7 ? Aos sacerdotes que celebram a sua primeira missa solene e aos féis que participam com devoção.
8 ? Aos participantes de exercícios espirituais que durem pelo menos três dias.
9 ? Aos que rezam o terço numa igreja, num oratório público, em família, comunidade religiosa ou numa associação piedosa.
10 ? Aos que lêem a sagrada Escritura pelo menos durante meia hora.
11 ? O ?Te Deum? rezado numa celebração pública, no último dia do ano.
12 ? O ?Veni Creátor? rezado em celebração pública no primeiro dia do ano e no dia de Pentecostes.
13 ? A Via Sacra, diante de estações legitimamente dispostas. De acordo com o uso comum a Via Sacra consta de quatorze leituras, às quais se somam algumas orações vocais. Isto não é indispensável; é suficiente a devota meditação da paixão e da morte do Senhor. A não ser que se esteja impedido, requer-se a passagem de uma estação à outra. Quando se trata de uma Via Sacra pública, basta que pelo menos quem a dirija passe de uma estação à outra, ficando os outros nos seus postos.
14 ? Na renovação das promessas batismais, durante a celebração da Vigília Pascal e no aniversário do próprio batismo.
15 ? A ?Oração a Jesus crucificado (Olhai-me, bom Jesus), rezada devotamente diante do crucifixo, depois da comunhão em qualquer sexta-feira do tempo da Quaresma e do tempo da Paixão.
16 ? O ato de reparação de acordo com a fórmula aprovada, recitado em celebração pública no dia do Sagrado Coração.
17 ? O ato de consagração do gênero humano a Cristo Rei, de acordo com a fórmula aprovada, rezado numa celebração pública no dia de Cristo Rei.
18 ? A visita à Catedral da diocese ou à própria paróquia, no dia da festa titular e no dia dois de agosto, (a não ser que o Ordinário do lugar determine outra data).
19 ? A devota assistência à celebração litúrgica ao final de um congresso eucarístico ou de uma missão popular.
20 ? ?In artículo mortis? (em momento de morte), se não há um sacerdote que possa administrar os sacramentos e a benção apostólica com a indulgência plenária subseqüente, a Santa Igreja concede ao falecido, convenientemente disposto, a indulgência plenária, se ele, durante a sua vida, tiver rezado habitualmente algumas orações. Neste caso, esta condição supre as três condições previstas.
Alguns objetos de piedade enriquecidos com indulgências:
1 ? A indulgência parcial é alcançada usando com devoção os objetos de piedade abençoados por um sacerdote de acordo com a fórmula prescrita. Estes objetos são: o crucifixo ou a cruz, o terço, o escapulário, as medalhas.
2 ? Se estes objetos de piedade foram abençoados pelo Sumo Pontífice ou por um Bispo, pode-se alcançar a indulgência plenária usando-os devotamente na festa de São Pedro e de São Paulo, acrescentando qualquer forma aprovada de profissão de fé reconhecida e aceita.