“INTRODUÇÃO À BÍBLIA”
a) A SINGULARIDADE DA BÍBLIA
1. – A BÍBLIA É ÚNICA
A Bíblia Sagrada, por tudo o que encerra, pela maneira como foi escrita, e da forma como tem sido preservada por tantos séculos, só pode ser definida numa palavra: “única”
O dicionário define “único”, como: 1. Que é um só; 2. De cuja espécie não existe outro; 3. exclusivo; excepcional; 4. a que nada é comparável; 5. superior a todos os demais.
M. Monteiro Williams, antigo professor de sânscrito, que passou 42 anos estudando livros orientais e comparando-os com a Bíblia, afirmou: “Se você quiser, empilhe-os no lado esquerdo de sua escrivaninha; mas coloque a sua Bíblia do lado direito – apenas ela, só ela – e que haja uma boa distancia entre a pilha de Livros e a Bíblia. Pois existe uma grande distancia entre ela e os chamados livros sagrados do Oriente, de modo que estes se opõem àquela, total, completa e definitivamente; um abismo real que nenhuma ciência do pensamento religioso conseguirá transpor” (J.Mc Dowell, “Evidencia que Exige um Veredicto”, pg.19,20).
2. ÚNICA NA SUA COERÊNCIA:
É livro “diferente de todos os demais” nos seguintes aspectos (além de muitos outros):
1°. Escrito durante um período de aproximadamente 1600 anos;
2º. Escrito durante mais de 40 gerações;
3º. Escrito por cerca de 40 autores, das mais diferentes atividades, tais como: reis, camponeses, filósofos, pescadores, poetas, estadistas, estudiosos, etc.: Moisés, um líder político, que estudou nas universidades do Egito; Pedro, um pescador; Amós, um boiadeiro; Josué, um general; Neemias um copeiro; Daniel, um diplomata; Lucas, um médico; Salomão e Davi (reis e poetas); Mateus (cobrador de impostos); Paulo (rabino); Esdras (escriba e sacerdote).
4º. Escrito em diferentes lugares: no deserto; numa masmorra; nos palácios de Susã, na Pérsia; nas prisões; em viagens; numa ilha, exilado
5º. Escrito em diferentes condições e circunstâncias: em tempos de paz e em tempos de guerra; em tempos de alegria, e em tempos de profunda tristeza; em tempos de liberdade, e sob o cativeiro;
6º. Escrito em três continentes: Ásia, África e Europa;
7º. Escrito em três idiomas:
Hebraico (a língua do Antigo Testamento) Em 2Reis 18:26-28 essa língua é chamada de “judaica”; Em Is. 19:18 é chamada de “língua de Canaã”);
Aramaico (a língua “franca” do Oriente Próximo até à época de Alexandre, o grande (século VI ao século IV a.C., tendo permanecido em uso, paralelamente ao grego, por judeus e palestinos até à época de Cristo);
grego, a língua do Novo Testamento. Era o idioma de uso internacional à época de Cristo.
8º. A Bíblia trata de centenas de temas controversos (aqueles que podem gerar opiniões divergentes, quando mencionado ou discutido). Os autores bíblicos falaram de centenas de temas controversos, com harmonia e coerência, desde Gênesis a Apocalipse, revelando uma única história: –
“A redenção do homem por parte de Deus”. Assim, o “Paraíso Perdido” de Gênesis, se torna o “Paraíso Recuperado” do Livro de Apocalipse.
Enquanto que o acesso à árvore da vida está fechado em Gênesis, encontra-se aberto para todo o sempre em Apocalipse. A grande diversidade dos escritos da Bíblia tratam de: lei (civil, criminal, ética, ritual, sanitária), história, poesia religiosa e lírica, textos didáticos, parábolas e alegorias, biografia correspondência pessoal, reminiscências pessoais, diários, alem de estilos caracteristicamente bíblicos de literaturas proféticas e apocalípticas”. Por tudo isso a Bíblia não é uma simples antologia. Existe uma unidade que dá coesão ao todo. Uma antologia é compilada por um antologista, mas nenhum antologista compilou a Bíblia.
3. ÚNICA EM CIRCULAÇÃO
A Bíblia tem sido lida por mais pessoas e publicada em mais línguas do que qualquer outro livro. Existem mais cópias impressas de toda a Bíblia e mais porções e seleções dela do que de qualquer outro livro em toda a história. Em termos absolutos não existe qualquer livro que alcance, ou que mesmo comece a se igualar à Bíblia, em termos de circulação.
O primeiro grande livro a ser impresso foi a “Vulgata” (versão da Bíblia em latim), impressa por Gutemberg.
4. ÚNICA EM TRADUÇÃO
A Bíblia foi um dos primeiros livros importantes a ser traduzido (Septuaguinta: tradução em grego do Antigo Testamento hebraico, por volta de 250a.C.). A Bíblia tem sido traduzida, retraduzida e parafraseada mais do que qualquer outro livro existente. A Enciclopédia Britânica informa que ” até 1966 a Bíblia completa havia aparecido em 240 línguas e dialetos; um ou mais livros da Bíblia em outros 739 idiomas, num total de 1280 línguas”. Entre 1950 e 1960 3.000 tradutores da Bíblia estiveram trabalhando na tradução das Escrituras. Os fatos colocam a Bíblia numa condição única (“de cuja espécie não existe outra”) em termos de tradução.
5. ÚNICA EM SOBREVIVENCIA
a. Através dos tempos.
Ser escrita em material perecível, tendo que ser copiada e recopiada durante centenas de anos, antes da invenção da imprensa, não prejudicou seu estilo, exatidão ou existência. Comparada com outros escritos antigos, a Bíblia possui mais provas em termos de manuscritos do que, juntos, possuem os dez textos de literatura clássica com maior número de manuscritos. Os judeus a preservaram como nenhum outro manuscrito foi jamais preservado. Com a “massora”(parva, magna e finalis) eles verificavam atentamente cada letra, sílaba, palavra e parágrafo. Dentro de sua cultura, eles dispunham de grupos de homens com funções específicas, cuja única responsabilidade era preservar e transmitir esses documentos com uma fidelidade praticamente perfeita, eram “escribas, copistas e massoretas”. Quem alguma vez contou as letras, sílabas e palavras dos textos de Aristóteles ou Platão? de Cícero ou de Sêneca?
b. Em meio a perseguições.
Como nenhum outro livro, a Bíblia tem suportado os ataques malévolos de seus inimigos. Muitos tem procurado queimá-la, proibi-la e torná-la ilegal, desde os dias dos imperadores romanos até os dias de hoje, nos países dominados pelo comunismo, islamismo, ou pagãos radicais. Voltaire, o renomado francês, incrédulo, que morreu em 1778, afirmou que, cem anos depois dele o cristianismo estaria varrido da face da terra e teria passado à história. Mas aconteceu que, Voltaire passou à história, ao passo que a circulação da Bíblia continua a aumentar em quase todas as partes do mundo, levando bênçãos aonde quer que vá.
Em 303 A.D. o imperador Diocleciano proclamou um edito para impedir os cristãos de adorarem Deus e para destruir as Escrituras. Eusébio registra o edito proclamado 25 anos após, por Constantino, sucessor de Diocleciano, para que se preparassem 50 cópias das Escrituras às expensas do governo.
c) Em meio às críticas
Durante dezoito séculos os incrédulos tem refutado e atacado esse livro, e, no entanto, ele está hoje firme como uma rocha. Aumenta sua circulação, é mais amado, apreciado e lido do que em qualquer outra época. Por mais de mil vezes badalaram os “sinos” anunciando a morte da Bíblia, formou-se o cortejo fúnebre, talhou-se a inscrição na lápide e fez-se a leitura da elegia fúnebre. Mas por alguma maneira o cadáver nunca permaneceu sepultado. Nenhum outro livro tem sido tão atacado, retalhado, vasculhado, examinado e difamado. Que livro de filosofia, religião, psicologia ou literatura do período clássico ou moderno, sofreu um ataque tão maciço como a Bíblia?
Apesar de todos os ataques, a Bíblia é amada por milhões, lida e estudada por milhões. Críticas, como por exemplo da “hipótese documental”, que argumenta que o Pentateuco não poderia ter sido por Moisés, pois, segundo esses críticos, à época de Moisés não havia escrita, ruem por terra, pois a arqueologia descobriram o “obelisco negro”. Tinha caracteres uniformes e continha as leis de Hamurabi. Era um texto pós-Mosaico? Não! era pré-Mosaico. E não apenas isso, mas era pelo menos três séculos anteriores a Moisés, o qual supunham que era um homem primitivo e não dispunha de alfabeto. Também falharam os defensores da “hipótese documental” quando asseveravam que não existiam heteus à época de Abraão, pois não existiam outros registros sobre esse povo. Deviam ser um mito. Estavam errados mais uma vez. Fruto da pesquisa arqueológica, hoje existem centenas de referencias se sobrepondo umas às outras e cobrindo mais de 1200 anos da civilização dos heteus.
6. Única nos Ensinos.
a) Profecia. Wilbor Smith, que formou uma biblioteca pessoal de 25.000 volumes, chegou à conclusão de que “não importa o que alguém pense sobre a autoridade do livro que chamamos de Bíblia e sobre a mensagem que ele apresenta; o fato é que existe uma aceitação generalizada de que, por inúmeras razões, esse é o livro mais notável que já foi produzido nestes aproximadamente cinco mil anos em que a raça humana domina a escrita”. “É o único volume já produzido pelo homem, ou por um grupo de homens, em que se encontra um grande corpo de profecias a respeito de nações, em particular de Israel, de todos os povos da terra, de certas cidades e daquEle que viria e deveria ser o Messias. O mundo antigo possuía muitos e diferentes meios para determinar o futuro, o que é conhecido como “prognosticação”, mas na totalidade da literatura grega e latina, muito embora empreguem as palavras “profetas” e “profecia”, não conseguimos encontrar qualquer profecia real e especifica acerca de um grande acontecimento histórico que deveria ocorrer no futuro distante, nem qualquer profecia acerca de um Salvador que iria surgir no meio da raça humana”. O Islamismo é incapaz de indicar qualquer profecia acerca da vinda de Maomé, e que tenha sido pronunciada centenas de anos antes de seu nascimento. De igual modo, os fundadores de quaisquer das seitas existentes no mundo são incapazes de identificar com precisão qualquer texto antigo que tenha predito o surgimento de tal ou tal seita.
b) História. Nos livros bíblicos de 1ª Samuel até 2ª Crônicas encontra-se a história de Israel, cobrindo cerca de cinco séculos. Certamente o povo de Israel manifesta uma capacidade excepcional para a interpretação da história, e o Antigo Testamento representa a descrição da história mais antiga que existe. “A tradição nacional hebraica supera todas as outras na maneira clara como descreve a origem tribal e familiar. No Egito e na Babilônia, na Assíria e na Fenícia, na Grécia e em Roma, procuramos em vão por qualquer coisa parecida. Nada há de semelhante na tradição dos povos germânicos.
A Índia e a China também não tem algo parecido para apresentar, visto que suas lembranças históricas mais antigas são registros literários de tradições dinásticas distorcidas, sem que haja menção a criadores de animais ou lavradores que tivessem antecedido o semideus ou rei, com quem esses registros iniciam. Nem nos mais antigos escritos históricos indianos (os Puranas) nem nos primeiros historiadores gregos existe qualquer alusão ao fato de que tanto os indo-arianos como os helenos outrora haviam sido nômades que, vindos do norte, imigraram para as regiões onde se instalaram. A bem da verdade, os assírios se lembravam vagamente de seus primeiros lideres, cujos nomes recordavam sem quaisquer detalhes sobre seus feitos, e que haviam habitado em tendas; mas já fazia muito tempo que os assírios tinham se esquecido de onde vieram.
A “Tabela das Nações”, de Gênesis Cap.10, é um relato histórico surpreendentemente exato. “É algo absolutamente único na literatura antiga, sem qualquer paralelo mesmo entre os gregos… ‘A Tabela das Nações’ permanece sendo um documento surpreendentemente exato… Revela, apesar de toda a complexidade, uma compreensão tão notavelmente moderna da situação étnica e lingüística do mundo moderno, que os estudiosos jamais deixam de ficar impressionados com o conhecimento do autor sobre o assunto.
c) As pessoas descritas. “A Bíblia não é o tipo de livro que um homem escreveria caso pudesse, nem poderia escrever, caso quisesse”. Ela trata com muita franqueza a respeito dos pecados de suas personagens. Leia as biografias escritas hoje em dia e repare como elas tentam esconder, deixar de lado ou ignorar o lado pouco recomendável das pessoas. Veja os maiores gênios da literatura: em sua maioria são descritos como santos. A Bíblia não procede dessa maneira. Ela simplesmente conta a verdade.
d) Denunciando os pecados do povo (Deut. 9:24); e os pecados dos patriarcas (Gen.12:11-13; 49:5-7); os evangelistas descrevem suas próprias faltas e as dos apóstolos (Mat.8:10-26; 26:31-56; Mc.6:52; 8:18; Luc. 8:24, 25; 9:40-45; João 10:6; 16:32) e a desordem nas igrejas (1Cor.1:11; 15:12; 2Cor. 2:4, etc.). Muitos indagarão: “Por que tinham que colocar aquele capítulo sobre Davi e Bate-Seba”? Bem, a Bíblia tem o costume de contar a verdade.
7. Única na influÊncia sobre a literatura
“Se todas as Bíblias de uma cidade grande fossem destruídas, seria possível restaurar o Livro em suas partes essenciais, a partir das citações dele feitas existentes nos livros da biblioteca pública municipal. Existem livros cobrindo quase todos os grandes autores literários, escritos especificamente para mostrar o quanto a Bíblia os influenciou”.
O historiador Philip Schaff descreve de maneira brilhante a singularidade da Bíblia ao apresentar a singularidade do Salvador: “Esse Jesus de Nazaré, sem dinheiro nem armas, conquistou milhões de pessoas em número muito maior do que Alexandre, César, Maomé e Napoleão; sem o conhecimento e a pesquisa científica ele despejou mais luz sobre assuntos materiais e espirituais do que todos os filósofos e cientistas reunidos; sem a eloqüência aprendida nos bancos escolares, ele pronunciou palavras de vida como nunca antes, nem depois foram ditas e provocou resultados que o orador e o poeta não conseguem alcançar; sem ter escrito uma linha, ele pôs em ação mais canetas, e forneceu temas para mais sermões, discursos, livros profundos, obras de arte e música de louvor do que todo o contingente de grandes homens da antigüidade e da atualidade”.
“Existem questões complexas no estudo da Bíblia, que não tem paralelo com qualquer outra ciência ou ramo do conhecimento humano. A partir dos “pais apostólicos”, em 95 A.D., até à época atual corre um largo rio literário, inspirado pela Bíblia. São dicionários bíblicos, enciclopédias bíblicas, léxicos bíblicos, atlas bíblicos e livros de geografia. Pode-se considerá-los como ponto de partida. Então, aleatoriamente, podemos mencionar as enormes bibliografias nos campos de teologia, educação religiosa, hinologia, missões, línguas bíblicas, história da Igreja, biografia religiosa, devocionários, comentários, filosofia da religião, provas do cristianismo, apologética, e assim por diante, parece ser um número interminável.
“É prova da importância dEle, do efeito que Ele tem causado na história e, presumivelmente, do mistério desconcertante, provocado por Ele, que nenhuma outra pessoa que viveu neste planeta tenha sido a razão de um volume tão grande de literatura entre tão grande número de povos e línguas e que, longe de terminar, o nível da inundação continua subindo”.
A Conclusão é óbvia. “A Bíblia é única. A ela, nada é comparável. A Bíblia é o primeiro livro religioso a ser levado para o espaço sideral (ela foi em forma de microfilme). É o primeiro livro lido que descreve a origem da terra (os astronautas leram Gênesis 1:1 – “No princípio criou Deus os céus e a terra”).
É também um dos livros mais caros (senão o mais caro) A Bíblia Vulgata Latina de Gutenberg custa 100.000 dólares. Os russos venderam o Códice Sinaítico (uma antiga cópia da Bíblia) à Inglaterra por 510.000 dólares (em 1933). E, finalmente, o mais longo telegrama do mundo foi o Novo Testamento na Edição Revista, enviado de New York a Chicago, duas cidades norte-americanas.