Lei da Biossegurança: comentário sobre artigo da revista Veja

[Leitor autorizou a publicação de seu nome no site] Nome do leitor: André Eduardo Pullin Lazzarini
Cidade/UF: Londrina/Pr
Religião: Católica

Mensagem
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Quando for inútil… torne-se cobaia de cientista

É assim que os nazistas classificaram alguns judeus, naqueles tempos de Segunda Guerra Mundial. Ou será que só tolos acreditam nessa história?

A Lei de Biossegurança que esta sendo votada esta semana no STF, pode ecoar contra a vida das pessoas… no futuro, esta legislação que muitos defendem hoje poderá ter seu efeito reverso: num certo momento, quando alguém estiver velho e improdutivo (dentro dos padrões que exigirem à época), poderá ser jogado num canto de laboratório, já que nenhuma “utilidade” mais terá sua vida, com seus membros amputados, e sua vida segurada por um aparelho qualquer apenas para mantê-lo utilizável nas experiências que os cientistas estiverem dedicando-se naquele momento. Que mal há nisso? Ele era mesmo um velho decrépito… já não prestava para mais nada!

Atentar contra a vida – em qualquer momento em que ela se encontra – é um descalabro. Quem é que pode garantir que não há vida nos embriões obtidos de forma laboratorial? “Na dúvida, não ultrapasse!” Como pode o Estado – protetor da vida de todos os seus cidadãos – condenar alguém à morte? Que poder é esse que querem dar a este Estado? Quem quer viver submetido á um estado que se diz democrático, mas ameaça de morte aqueles que ele assim escolher, segundo seus padrões de produtividade ou qualquer outro padrão?

Não! Há um equívoco nessa discussão toda. Pregam como uma discussão religiosa, mas não é! Pesquisas entre católicos e evangélicos servem apenas para desviar a atenção. Essa é uma discussão em que aqueles defensores de tal Lei, não enxergam o poder que estão dando aos dirigentes: poder para decidir quem pode e quem não pode viver. Não enxergam, porque os mal-intencionados fazem essa confusão toda, para ludibriar aqueles mal informados. É um jogo político, sujo, como temos visto no Brasil em todas as eleições. Decisão pela vida nunca foi uma decisão religiosa. Mas abusa-se desse argumento, desviando as atenções do propósito ditatorial embutido nessa ganância de comandar a vida das pessoas.

Os cientistas nazistas também pensavam assim: “Oras, esses pobres judeus vão para o forno mesmo, então porque não utilizá-los em experiências na tentativa de purificar nossa raça? Quem se importará, já que eles estão mesmo condenados à morte e vão para o lixo (uma vala qualquer ou um depósito de cinzas)”?

Os Romanos jogavam os cristãos na arena para os leões: além de executar uma lei (pena de morte), aproveitavam para “divertir” a população ignorante, sem nenhum valor moral ou ético.

É exatamente a mesma coisa. A única mudança é que hoje não classifica-se aqueles condenados à morte pela sua raça/credo, mas sim pela sua suscetibilidade vital, ou melhor, pelo seu poder de dizer sim ou não. Como pode um embrião optar pela vida, pelo lixo ou por um tubo de ensaio? Ele não pode decidir. E aqueles que se dizem possuidores de inteligência deveriam protegê-los. Complemento ainda que nem os pais que geraram esse embrião, são possuidores do poder de decidir pela sua vida ou sua morte. Eles são sim responsáveis pela manutenção da sua vida – em qualidade – até que esse embrião torne-se uma pessoa independente.

André Eduardo Pullin Lazzarini
Médico Veterinário
Londrina – Paraná – Brasil

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